Em geopolítica há tendências, que exigem análise de diversos fatores, econômicos, sociais, políticos e militares não só de um certo país mas com os quais ele se relaciona, com os quais ele tem algum tipo de conflito e com os quais são concorrentes diretos. Além disso, a tendência, obviamente, é influenciada pelo aspecto temporal, ou seja, da data em que houve a análise e também o período alcançado. Quanto mais próximo for o período analisado, maior a chance da tendência se confirmar. Quanto mais distante, fatores diversos poderão alterar a previsão.
Vamos, então, às principais tendências. Algumas das grandes potências ocidentais estão em queda.
As potências econômicas Estados Unidos, Alemanha, França e Grã Bretanha não sobreviverão a uma década e entrarão em decadência, dando lugar a um grupo de países do chamado sul global.
Indonésia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Turquia, África
do Sul, Nigéria e outros tendem a ocupar espaço na área econômica.
O Brasil, se fizer a lição de casa e investir massivamente em tecnologia
e indústrias de ponta, poderá estar entre as 5 ou 6 maiores potências do globo,
ao lado da China, Índia, Estados Unidos e Japão, nessa ordem, devendo
atentar-se para a tendência de diminuição de sua produção agrícola, devido ao
calor excessivo e à desertificação de áreas de plantio.
A Rússia tenderá a continuar a ser uma potência militar, mas com grande
influência geopolítica no sul global, África e Ásia, competindo nesse quesito,
com a China.
Com a queda de poder dos Estados Unidos e a diminuição de empréstimos e
de investimentos, a extrema direita deixará de ter tanta influência em Israel,
o qual se verá obrigado a reconhecer o Estado da Palestina e a celebrar acordos
econômicos e de paz com todos os países vizinhos, em especial da comunidade
árabe e islâmica.
Com a queda hegemônica dos Estados Unidos, as sanções econômicas
perderão força e o Irã, além de se tornar uma potência militar e tecnológica,
tenderá a exportar produtos agrícolas e manufaturados para todos os
continentes, melhorando a sua posição econômica mundial e também a sua
influência geopolítica em todo o globo. Sua capacidade empreendedora e de
enfrentar adversidades, bem como os baixos salários e sua vasta indústria,
facilitam isso. Há uma tendência do Irã se aliar ou, ao contrário, se tornar um grande
rival da Turquia, considerando-se a disputa de influência de áreas comuns, as diferenças religiosas (Turquia é majoritariamente sunita e é ligada à Irmandade Muçulmana, enquanto o Irã tem maioria xiita) e
econômica com produtos similares.
Essas são as tendências do mundo geopolítico de acordo com a realidade apresentada até o momento.