O aumento das tensões entre Paquistão e Índia não envolve apenas dois países nucleares. Há outros personagens envolvidos, Estados Unidos, China e Rússia, também com armas atômicas.
O jornalista brasileiro Pepe Escobar, um dos maiores analistas de geopolítica de todo o mundo, explica o envolvimento de China, Rússia e Estados.Unidos.
Ele analisa o envolvimento da CIA na promoção de um ataque de "falsa bandeira", para culpar o Paquistão por um ataque terrorista na Caxemira indiana. O interesse dos Estados Unidos seria dividir para governar, seja estremecendo as relações da Índia com o Paquistão, mas mais, da Índia com a própria China, parceira fiel do Paquistão, de forma a enfraquecer os BRICS. A Rússia se envolve nesse conflito como mediadora, assim como outro membro do BRICS, o Irã, parceiro próximo de Índia e Paquistão.
Por outro lado, os Estados Unidos agem contra os Houthis, no Iêmen, e esse conflito pode ser o novo Vietnã estadunidense, um atoleiro difícil de sair.
Digo que o que há de comum nesses conflitos é a ação estadunidense contra três das mais antigas civilizações da humanidade e contra a própria história humana. O Iêmen é o berço da milenar civilização árabe. A China e a Índia também são civilizações milenares. E os Estados Unidos agem contra as três, de formas diferentes, mas sempre visando enfraquecer seus oponentes e até aliados.
Em se tratando de Estados Unidos o que há são ações dissimuladas através da CIA e agentes indiretos. Quando a inteligência não dá conta entram as forças armadas.
Penso que, se os Estados Unidos estão agindo contra a Rússia (na guerra da Ucrânia), contra a China (criando tensões por conta de Taiwan, com aumentos astronômicos de tarifas sem importação e no conflito Índia e Paquistão), e o Irã (com negociações fajutas, ações de inteligência em território iraniano, contra o Proxy Houthi), o Brasil deve se preparar. O vazamento das ações da ABIN contra autoridades paraguaias envolvendo Itaipu, deve ter o dedo estadunidense, para enfraquecer a influência brasileira na região. Não se estranharia se em breve houvesse alguma questão diplomática do Brasil com a Argentina. A intenção dos Estados Unidos é enfraquecer os BRICS e também diminuir o brilho do Brasil na América do Sul. A ABIN e as inteligências militares brasileiras devem ficar em alerta máximo!