domingo, 15 de dezembro de 2013

Posicionamento do blog

Muita gente já parou para me perguntar o por quê de terem tantas postagens, neste blog, sobre o Oriente Médio, países não alinhados e sobre posições anti-hegemônicas. A resposta é simples. Não sou contra o ocidente. O fato é que 99,99% dos veículos de comunicação já fazem isso. Priorizam apenas o ocidente. Aqui você verá o que não aparece na grande mídia. É evidente que se este blog fosse um jornal, teria publicações tanto sobre o ocidente quanto sobre o oriente, já que buscaria informar sobre todo o mundo. Aqui busca-se informar sobre algo que você não vê lá na grande mídia, mas com a necessária profundidade, proporcionando-lhe outra visão sobre fatos, pessoas e países. Pronto, expliquei.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

DEU NO "EL PAIS": HAITIANOS ALMEJAM O BRASIL

O prestigiado jornal espanhol, El Pais, divulgou uma reportagem sobre a vinda dos haitianos ao Brasil e a ação do governo Dilma. O governo brasileiro diz que proporcionou um visto permanente especial para os haitianos, mas mesmo assim, muitos deles vêm ilegalmente ao Brasil, pagando os famosos "coiotes" (traficantes que os ajudam a cruzar a fronteira).
Leia a matéria na íntegra clicando aqui (em espanhol).

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

UM PRESIDENTE SIMPÁTICO

Quando Barack Obama foi eleito pela primeira vez, o mundo se surpreendeu. Viu um democrata voltar ao poder do país mais forte de todo o planeta, e de quebra percebeu que quem mandaria nos Estados Unidos, e também no mundo, era um negro. Ressurgia a esperança! De fato Obama é um cara ousado. Trocou as guerras bilionárias que causavam a morte de centenas de milhares de pessoas ou até de milhões por consequência da fome dela advinda, por ações de inteligência. E esse blog já anunciava isso antes mesmo dele assumir o seu primeiro mandato. Não que os Estados Undidos não se envolvam mais em guerras, mas não há mais a belicosidade do governo Bush II. Obama não conseguiu implementar muitas de suas promessas, como o fim de Guantânamo e a paz definitiva entre Palestinos e Israelenses, mas trouxe os Estados Unidos de novo a um patamar de conforto econômico, maior segurança social e certo iluminismo, se comparado às trevas do seu antecessor. Mas falta muito a Obama, como faltaria a qualquer outra pessoa em seu lugar. O presidente dos Estados Unidos, o homem mais poderoso do mundo, tem suas limitações. Limita-se aos interesses dos lobistas, aos interesses dos grandes conglomerados industriais (principalmente farmacêutico e bélico) e do sistema financeiro. Internamente ainda sofre limitações por conta das ações dos congressistas, muitos deles de extrema direita e que beiram ao fanatismo religioso. Não deve ser fácil ser Presidente nos Estados Unidos. Embora seja crítico às ações imperialistas, inclusive dos Estados Unidos, não posso deixar de reconhecer que por detrás da figura de um presidente aparentemente titubeante, existe um grande homem e humanista. Barack Obama não titubeia, ao contrário do que nos induz a crer a mídia conservadora, comandada pelo grupo Fox. Obama é um sujeito simples e tem muito mais do espírito americano que muitos outros ex-presidentes. É filho de imigrantes, incluindo aí o pai negro, algo que somente o continente americano propiciaria. Isso é impensável na elitista Europa. Obama foi criado em diversos Estados da sua Nação, é liberal e professor de Direito Constitucional. Contudo, em suas ações visa a defesa dos interesses do seu país, incluindo aí os famosos interesses geopolíticos ou imperialistas. Não é santo, mas tem suas virtudes.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

JOÃO GOULART - ACERTO HISTÓRICO

JOÃO GOULART arquivo de família

Maria Tereza Goulart, viúva do ex-presidente da República João Goulart disse nesta quinta-feira, em Brasília, que seu marido merecia o processo de investigação pela causa de sua morte, como o que é feito pelo governo federal. Segundo Maria Tereza, a exumação dos restos mortais do marido foi um ato de coragem. “Acho que é (uma atitude) de coragem e de reconhecimento pelo presidente que ele foi. Então, acho que ele merecia”.



Maria Tereza disse que considera todas as hipóteses sobre a causa da morte, inclusiva a de que o ex-presidente tenha morrido realmente de causas naturais, conforme apresentou o laudo oficial em 1976. “Tem essa hipótese (de morte natural) também né? Todas são consideradas. De qualquer maneira, (a exumação) é importante”, disse a viúva, que chegou a se emocionar durante a cerimônia oficial realizada na Base Militar de Brasília. “Tive vontade de chorar. Nesse momento é uma emoção tão grande”, completou.



A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, ressaltou a importância do ato para a consolidação da democracia no País. “Este momento tem uma grande importância para o Brasil e a presidenta Dilma determinou que este resgate histórico significasse a valorização da democracia. Nós estamos aqui fazendo justiça, recuperando a nossa própria história e, ao nos encontrarmos com esta história, valorizando todas as conquistas que temos construído”, disse.



“A democracia não é algo pronto. É algo que se constrói todos os dias, inclusive com momentos como este, onde nós homenageamos a um presidente constitucionalmente estabelecido e que foi deposto em uma circunstância de golpe. Para que nunca mais aconteça é que hoje nós tivemos aqui forças civis e militares”, ressaltou a ministra.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Para Moniz Bandeira, primavera árabe expõe segunda Guerra Fria

As recentes revoltas árabes, defende, devem ser consideradas no contexto de uma segunda Guerra Fria, desta vez entre EUA, Rússia e China. Marco Aurélio Weissheimer CARTA MAIOR Os recentes acontecimentos que convulsionaram vários países no Oriente Médio e norte da África devem ser entendidos no contexto da estratégia de “full spectrum dominance” (dominação de espectro total) que os Estados Unidos continuam implementando contra a presença da Rússia e da China naquelas regiões. Essa é uma das teses centrais do livro “A Segunda Guerra Fria” (Editora Civilização Brasileira), do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, que volta a visitar um de seus temas preferidos de investigação: a geopolítica e a dimensão estratégica dos Estados Unidos. Ele faz isso examinando a eclosão e o desenvolvimento de recentes rebeliões na Eurásia, na África do Norte e no Oriente Médio. Trata-se de um trabalho de história do presente, anuncia Moniz Bandeira logo no início do livro, citando uma passagem de Gramsci: “Se escrever história significa fazer a história do presente, é um grande livro de história aquele que no presente ajuda as forças em desenvolvimento a tornarem-se mais ativas e factíveis”. Para tanto, entre março e novembro de 2012, Moniz Bandeira debruçou-se sobre os acontecimentos nas referidas regiões, sistematizando uma quantidade impressionante de dados e documentos. Para ele, guerras como a da Síria tem em sua origem uma intervenção direta dos EUA: “O objetivo dos Estados Unidos sempre foi a derrubada do regime de Bashar al-Assad, de modo a eliminar a presença da Rússia no Mediterrâneo, fechando suas bases navais – Tartus e Latakia – instaladas na Síria, bem como conter o avanço da China no Oriente Médio e no Magreb, isolar o Irã e cortar seus vínculos com o Hezbollah, no Líbano, de acordo com os interesses de Israel”, defende o historiador. A atuação dos EUA nesta região, observa o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães no prefácio do livro, deve ser entendida à luz do projeto nacional e internacional de Washington, sintetizado na expressão “full spectrum dominance”: “seu objetivo é estabelecer e manter a hegemonia americana, sob o manto ideológico da defesa de valores universais que, aliás, seguem apenas na medida de sua conveniência, como comprovam a prática dos assassinatos seletivos, a utilização de drones e a escuta ilegal de todos os meios de comunicação, no programa Prism, em todos os países”. Para a execução desse projeto, acrescenta Samuel Pinheiro Guimarães, os EUA contam com 750 bases militares no exterior, 1,4 milhão de soldados, sendo 350.000 estacionados em 130 países. Os movimentos iniciais da segunda Guerra Fria Ao analisar as revoltas e guerras em vários países árabes e do norte da África, nos últimos anos, Moniz Bandeira sustenta que estamos vendo os momentos iniciais da segunda Guerra Fria, envolvendo desta vez EUA, Rússia e China. Um dos principais objetos dessa disputa seria o controle de uma ampla área produtora de petróleo e gás, envolvendo países do Mediterrâneo, do Golfo Pérsico e da Ásia Central. As revoltas da chamada Primavera Árabe seriam o palco desses primeiros movimentos. Moniz Bandeira chama a atenção para um livro de Gene Sharp, “From Ditactorship to Democracy” (Da ditadura à democracia), que foi traduzido para 24 idiomas e distribuído em diversos países pela CIA, fundações e ONGs ligadas aos EUA. O objetivo central desse manual é solapar a estabilidade e a força econômica, política e militar de um Estado sem recorrer ao uso da força, mas provocando violentas medidas, a serem denunciadas como uma reação excessiva e autoritária dos governos que se quer desestabilizar. A estratégia apresentada no livro de Sharp, assinala ainda Moniz Bandeira, pautou em larga medida a política de “regime change” incrementada pelo ex-presidente George W. Bush dentro do conceito de “freedom agenda”. O autor descreve assim o funcionamento dessa política: “...a luta não violenta é mais complexa e travada por vários meios, tais como a guerra psicológica, social, econômica e política, aplicados pela população e pelas instituições da sociedade. Tais meios são, por exemplo, protestos, greves, marchas, boicotes, procissões, etc.” A principal força de luta, defende Gene Sharp, deve nascer dentro do próprio país para, a partir daí, contar com apoio e solidariedade desde o exterior, mobilizando a opinião pública mundial. Essa estratégia, observa Moniz Bandeira, não chega a representar uma novidade, uma vez que a CIA aplicou métodos e táticas similares, patrocinando golpes de Estado em diversos países, especialmente na América Latina. A novidade é que a antiga metodologia dos golpes de Estado teria sido modernizada para engendrar um tipo de golpe mais sofisticado. Não é a toa, diz ainda o autor, que o livro de Sharp foi traduzido para mais de 24 idiomas e distribuído através do Cáucaso, por exemplo, por organizações como Freedom House, Open Society Institute (de George Soros), International Republican Institute, National Endowment for Democracy (NED), além da própria CIA, servindo de manual para as chamadas “revoluções coloridas” que ocorreram, com maior ou menor sucesso, em países como a Ucrânia, Geórgia, Sérvia e Azerbaijão. “Há método nas revoltas árabes” Ao falar sobre as revoltas árabes, Moniz Bandeira cita uma passagem de Shakespeare, mais especificamente um comentário de Polônio a respeito do comportamento de Hamlet: “embora seja loucura, há um método nela”. Reconhecendo a existência de condições objetivas e subjetivas para as sublevações que ocorreram nos países árabes, o autor defende, porém, que os Estados Unidos e seus aliados da União Europeia “armaram metodicamente uma equação, com ampla dimensão econômica, geopolítica e estratégica no Oriente Médio e no Magreb”, sobretudo nos casos das sublevações na Líbia e na Síria, iniciadas em 2011. O objetivo dos EUA e de seus sócios europeus, sustenta o autor, era “assumir o controle do Mediterrâneo e isolar politicamente o Irã, aliado da Síria, bem como conter e eliminar a influência da Rússia e da China no Oriente Médio e no Magreb”. Além de inviabilizar as bases navais russas na Síria, a derrubada do regime de Bashar al-Assad cortaria as vias de suprimento para o Hezbollah, no Líbano. O resultado de toda essa equação seria o estabelecimento pelos EUA e seus sócios da UE de um novo equilíbrio de forças no Oriente Médio, garantindo “pleno domínio territorial, marítimo, aéreo e espacial, bem como a posse de todos os ativos do Mediterrâneo, uma região de vital importância estratégica”. Levando em conta as peculiariedades objetivas e subjetivas de cada país e sociedade, Moniz Bandeira nos chama a atenção para esse pesado jogo geopolítico que emoldura essas dinâmicas nacionais e regionais. Além de trazer uma quantidade extraordinária de informações sobre eventos recentes da política internacional, seu livro serve de roteiro para acompanhar sua evolução. Para além das primaveras e outras licenças poéticas, nos apresenta um jogo político mais duro e hostil à democracia e à paz que está em curso naquela que é uma das regiões de maior conflito no planeta.

domingo, 10 de novembro de 2013

Os países que comandam e comandarão o planeta

Os países que comandam e que comandarão o planeta em breve, em sua maioria, não se preocupam com a humanidade e não tenho dúvida de que são e serão um risco à nossa existência. Vamos começar com o país que lidera o mundo atualmente, seja econômica, cultural ou militarmente, os Estados Unidos da América do Norte. Os Estados Unidos são uma confederação de Estados muito diferentes entre si. Ao mesmo tempo em que a nação prega em prol dos homossexuais, negros e latinos, há muito preconceito e pensamento reacionário em diversos Estados. Não se esqueçam de que a Ku Klux Klan (movimento discriminatório e que matava negros) era ativa até poucos anos atrás e, segundo dizem, tinha um presidente simpatizante, Ronald Reagan. Foi nos Estados Unidos que a eugenia foi iniciada e tomou forma. Porém, foi com os nazistas que ela assustou o mundo inteiro. Eugenia é, digamos assim, a seleção dos genes humanos, como escolha da cor do cabelo, da cor da pele, do tipo físico, do sexo etc... É a base da segregação e da discriminação. Devo salientar que a utilização adequada dos estudos dos genes humanos pode levar a um avanço da medicina, contudo é necessário cuidado para que não haja distorções e imposição de padrões (físicos ou outros) à grande massa de manobra da humanidade e que possam, com isso, inclusive segregar etnias. Os Estados Unidos ganham dinheiro com guerras desde a luta que travaram com os Espanhóis, ainda no século XIX. Com isso adquiriram inúmeros territórios que foram incorporados, ou não, como Estados. E não foi por outro motivo que muitos líderes da independência da América Latina viam os Estados Unidos como um império perigoso e em expansão. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos não apenas investem em suas forças armadas, mas têm uma política de Estado voltada a ela, à segurança nacional. Os Estados Unidos, na verdade, orbitam em torno de seus serviços de segurança e inteligência, e para isso gastam dezenas de bilhões de dólares. A questão da segurança nacional pode, muitas vezes, colocar os direitos civis e humanos em segundo plano, como ocorreu com Bush e continua a ocorrer, em menor grau, com Obama. Os EUA são um país voltado às guerras e que não admitirão ser rebaixados do posto de potência hegemônica. Fabricam guerras e depõem, direta ou indiretamente, governos democráticos (Chile, Brasil, Egito, Irã...). Agem de forma beligerante e através de um caro e amplo serviço de inteligência, que inclui a espionagem eletrônica, hoje tão comentada. Ao lado dos Estados Unidos está a Grã Bretanha, uma nação que já foi o maior império e que hoje se reserva a ter uma importância militar. Com ela estão a Alemanha e França, ambas muito industrializadas e países membros da OTAN, sendo que esta a França ganha muito dinheiro vendendo armas ao chamado terceiro mundo. Na Ásia se encontra o Japão, uma das maiores economias do mundo e que militarmente é dependente dos Estados Unidos. Sua cultura milenar está ruindo e os modismos estadunidenses já foram adotados pelos mais jovens. Também na Ásia se encontra a China, atualmente a segunda maior economia do planeta e que, dentro de 10 ou 20 anos, assumirá o primeiro posto. A China é uma ditadura governada pelo partido comunista, mas que instituiu no país um sistema capitalista da pior espécie, que contava até pouco tempo com o trabalho infantil, inclusive. É um país extremamente militarizado e que exerce grande influência em alguns países da Ásia e África. Possui, em números, o maior exército do planeta e é uma potência atômica. A Rússia, que se estende da Europa à Ásia, é a herdeira da antiga União Soviética, que disputava com os Estados Unidos a liderança do mundo. É um país bem armado, inclusive com bombas atômicas, e que exerce influência em países da Ásia, Oriente Médio, África e América Latina. Graças a ela os Estados Unidos têm encontrado menos facilidade para a consecução dos seus objetivos. Sua economia tem como fonte principal a exploração do petróleo e gás e, além de fazer parte do Conselho de Segurança da ONU, assim como EUA, China, Inglaterra e França, é membro integrante dos BRICSs, juntamente com a China, Índia, Brasil e África do Sul. Mais do que a China, a Rússia preocupa-se com a questão geopolítica e age com eficiência, inclusive militarmente, para tanto. Embora economicamente não seja tão influente quanto a China, geopoliticamente tem um papel muito mais destacado em todo o globo. A Índia, localizada na Ásia, é um país, hoje, muito assemelhado com o Brasil, seja na questão econômica, mas que promete ser a segunda maior economia do planeta dentro de 20 anos, seja na questão da má distribuição de renda. Assim como o Brasil, é um país multicultural. É possível encontrar muçulmanos, budistas e hinduístas. Contudo, não há uma miscigenação como a que ocorre no Brasil. A Índia, hoje, já se destaca pelo investimento massivo em tecnologia, principalmente a de informação. É uma potência atômica e que exerce influência sobre alguns de seus vizinhos, apenas. O Brasil, de todos os já citados, talvez com exceção ao Japão, é o que possui as forças armadas mais modestas e o único, além da Alemanha e Japão, que não possui armamento atômico. É menos povoado que os Estados Unidos, Índia e China, mas com população superior aos dos outros países já mencionados, incluindo a Rússia. Diferentemente dos demais países, a sua população é basicamente miscigenada, seja entre europeus, seja entre esses e negros e índios. Há ainda grandes comunidades japonesa e libanesa (além da italiana, alemã, espanhola e portuguesa). Sua órbita de influência atualmente é basicamente a América Latina, sendo que, à época do governo Lula, ela avançava para a África e o Oriente Médio e até mesmo para a Europa ibérica. Sua economia é baseada na exportação de minério, petróleo e produtos agropecuários, mas possui um polo industrial importante que não se encontra em expansão. Os prós do Brasil são a miscigenação e o multiculturalismo, as riquezas naturais e o potencial industrial. Os pontos negativos são a grande diferença social, a educação de péssima qualidade, a falta de investimento em tecnologia e a má qualidade dos serviços portuários, aeroportuários e ferroviários, o que prejudica a exportação dos produtos nacionais. Outra questão muito pouco analisada é a falta de um sentimento de nação que una todos os brasileiros, sendo que a questão social é dramática. O sistema financeiro aqui é ainda mais influente e importante que na Rússia, Índia, Alemanha, França e China, o que atrapalha o incentivo para investimentos de uma maior e mais eficiente produção industrial. De todos esses países, certamente a Índia e o Brasil, além do Japão, impõem menores riscos à humanidade. Os outros, EUA, Grã Bretanha, Alemanha, França, China e Rússia, são mais sedentos por guerras e regiões de influência, e, para o nosso medo, todos esses, com exceção à Alemanha, possuem armamento atômico. Para a humanidade seria bom que esses 20 anos passassem rápido e que o Brasil pudesse vir a ocupar, ao menos, o terceiro posto de economia mais forte e influente do globo, com investimentos massivos em educação, tecnologia e infraestrutura e ocupando um posto definitivo no Conselho de Segurança da ONU. Seria bom ao nosso país e ao mundo, não tenho dúvidas.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

VÍDEO FORTE, TOCANTE E POÉTICO, DE UMA AGÊNCIA DE PUBLICIDADE.

Quem disse que a publicidade não pode fazer algo poético, tocante e de relevância social? Está aí a prova. Da agência Talent para a campanha Parceria contra as Drogas.

domingo, 3 de novembro de 2013

MUDANÇAS NO BLOG

Mudanças no blog.
A partir de amanhã, as postagens serão semanais.
Infelizmente não tive tempo para atualizar este blog da maneira que pensava ser capaz de fazer.
Mas continue aqui, no recanto da reflexão.

sábado, 2 de novembro de 2013

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

POSTAGENS SEMANAIS

Por absoluta falta de tempo para poder me dedicar mais a esse blog, as postagens deixarão de ser diárias e voltarão a ser semanais. 
Adoro esse blog, mas necessitaria de mais tempo para escrever e pesquisar para manter postagens diárias.
Mas não deixe de acompanhar o blog! Obrigado!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

MUDANÇA NO BLOG

Vem mudança nesse blog. A periodicidade não será a mesma. Passará a ser semanal, por absoluta falta de tempo para escrever, o que mais gosto de fazer.
Em breve espero me reorganizar e voltar a escrever e prosear com os leitores.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CAMINHO, ESCOLHAS E ATITUDES

O caminho que segui nas minhas férias tem sido totalmente diverso daquele que traço no meu dia a dia.
Lá eu era espiritualizado. Aqui, fico sujeito a uma rotina burocrática sem fim, vendo o melhor e o pior da administração pública.
Lá eu sonhava. Aqui, vivencio alguns pesadelos, ainda que tente convertê-los em momentos agradáveis, coloridos e leves.
Temos muitos caminhos. Muitas escolhas e muitas atitudes.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

SENTIMENTOS QUE NOS OBRIGAM A ENTENDER OS ESPÍRITOS DOS OUTROS E TAMBÉM O NOSSO

Na vida tive momentos muito felizes e muito tristes.
Já me senti rodeado de muitos amigos e também muito sozinho.
Já vi pessoas leais e extremamente falsas.
E isso não acontece apenas em um só momento de nossas vidas, mas com uma intensidade muito superior àquela que gostaríamos.
Daí advém a necessidade de superarmos nossas fraquezas e entendermos não só os espíritos daqueles que nos rodeiam, mas principalmente o nosso, para que nos tornemos menos suscetíveis ao medo, à tristeza, à decepção e à raiva.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

SENTIR O QUE OUTRO HUMANO SENTE, NECESSIDADE VITAL

No País havia uma cidade.
Nessa cidade havia uma rua.
Nessa rua havia uma casa.
Nessa casa havia uma pessoa.
Essa pessoa não tinha amigos nessa rua.
Essa rua não cruzava nenhuma outra rua ou avenida.
A cidade não tinha outra rua que não aquela.
E o país não tinha Estados, mas apenas aquela pequena cidade, rodeada de nada.
Que país era esse?
Que cidade era essa?
Que rua era essa?
Podemos fazer mil perguntas, mas a mais difícil de responder é: que pessoa era essa que morava só em um lugar repleto de solidão? É a mais difícil de responder, pois é de difícil compreensão. As outras podem ser objeto de dedução, mas a que envolve a alma humana exige uma forte tendência de sentir aquilo que outro ser humano vivenciou ou vivencia.

domingo, 27 de outubro de 2013

PSDB, PT E PMDB NA DISPUTA EM SÃO PAULO

O Brasil está parado. São Paulo também está parado.
Opções? Diversas.
No início do ano que vem saberemos quem serão os candidatos a governador do Estado de São Paulo.
É possível que o Alckmin se candidate à reeleição pelo PSDB. Mas Serra não está descartado. E venhamos e convenhamos, Serra dá um ar de progresso, de Estado dinâmico, coisa que o Alckmin não consegue fazer.
Por outro lado, o PT reúne nomes de peso, como o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e o prefeito de São Paulo, Haddad. Contudo, como o Lula tem conseguido tudo o que deseja, é possível que o Ministro da Saúde José Padilha seja o candidato oficial. Será que o PT tem chances em São Paulo? No Estado mais conservador, dificilmente o PT elegerá alguém, ainda que o Lula diga o contrário.
Uma saída que alguns petistas têm enxergado é uma aliança séria com o PMDB paulista, como o PT fez no Rio e em outros entes federativos.
O nome do vice-presidente da República, Michel Temer, é considerado como imbatível para o Estado. Ele é Procurador do Estado de São Paulo aposentado, professor de Direito Constitucional, autor de diversas obras jurídicas e líder de um partido de centro, o que permitiria a captação de um bom número de votos no interior conservador de São Paulo. Temer já ocupou cargos importantes, como Secretário da Segurança Pública e da Justiça e hoje ocupa o segundo maior cargo do País, o de vice-presidente.
Outro nome de peso do PMDB paulista é o do presidente da FIESP, Skaf. Embora hábil, ele não teria tantas chances quanto o vice-presidente. Mas é um político respeitado e que reúne chances sérias de vencer uma eventual disputa ao Governo Paulista.
É pouco provável que o PT ceda a candidatura ao governo a um pemedebista, mas seria a chance que deseja de fazer o PSDB, seu maior rival, desocupar o Palácio dos Bandeirantes.
O PMDB paulista é uma incógnita, já que tem alianças de longa data com o governo do PSDB, o que não ocorre em alguns outros espaços políticos, onde esse partido de centro é fiel aliado do PT.
Contudo, com Temer na liderança, o PMDB paulista se aglutinaria em favor do que o vice-presidente decidir. Temer é político hábil, mais do que qualquer outro pemedebista.
O PSOL não tem grandes chances em São Paulo, ao contrário do que ocorre no Rio, onde Marcelo Freixo tem um grande eleitorado.
O PDT paulista, assim como o carioca, anda cambaleante e provavelmente se aliará aos candidatos de centro ou de centro esquerda.
Marina e o seu PSB provavelmente não indicarão candidato ao governo paulista. Alguns citam o nome de Valter Feldman, mas não se tem certeza, pois o PSB paulista também é aliado do governador Alckmin.
Quem estará na disputa será o PSDB, o PT e o PMDB. Caberá a cada partido decidir quem será o melhor candidato e quais serão as melhores alianças para desbancar os seus rivais.
Eu tenho um candidato que julgo ideal para São Paulo, mas não posso relatar o nome, seja dele ou do partido. Continuo a sonhar e é isso o que me move rumo a um voto de qualidade.

sábado, 26 de outubro de 2013

O CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA V

Há muitos Caminhos que levam a Santiago de Compostela. Cria-se um a cada mês, ao que parece. 
O mais tradicional é o Caminho francês, que sai dos Pirineus franceses, já próximo da Espanha, e percorre o norte espanhol, devendo totalizar um pouco menos de 1.100 quilômetros. Há um Caminho que sai de Madrid e vários outros que saem de cidades espanholas e portuguesas. Você escolhe de acordo com a sua possibilidade e desejo.
Eu não fiz o Caminho francês inteiro. Percorri o mínimo permitido para quem o faz de bicicleta, que são 240 quilômetros. Sai de uma cidade pequena chamada Ponferrada, que abriga um castelo lindíssimo.
E se prepare, pois o caminho francês inteiro é repleto de subidas. Logo no primeiro dia de viagem eu peguei um trecho com mais de 20 quilômetros de subida ininterrupta. Haja fôlego. Mas fiz cada trajeto com calma, até porque teria que estar bem para continuar o Caminho no dia seguinte. Por isso, não exagere logo de cara.
Em Santiago eu fiquei 5 dias, porque eu não me programei e não encontrava mais passagens em direção a Madrid. Era época de férias e muitas pessoas estavam voltando de férias à capital justamente nesse período. Duas noites é o suficiente para Santiago. Se quiser, você poderá conhecer a costa Atlântica da Espanha, que realmente é bem bonita.
É isso, meus amigos. Bom caminho a cada um de vocês!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA IV

Se você quer conhecer gente, o Caminho é o local ideal. 
Dica. Opte por fazer no mês de agosto, principalmente até o dia 20, pois será época de férias. Lá você encontrará gente do mundo inteiro, mas muito mais pessoas da Itália, da França e, principalmente, da Espanha. Os espanhóis são cerca de 90% dos público. E dá muitos jovens. Na verdade dá de tudo, sejam casais, amigos, casais com filhos, famílias quase que inteiras (avô, avó, pai, mãe, filhos etc.) e muita gente sozinha, como foi o meu caso. Tem muitas pessoas que levam filhos bem pequenos, e todos vão felizes. Não vi uma criança reclamando.
Você vê muitas pessoas a pé. Muitas, mesmo, durante todo o percurso, e vários peregrinos de bicicleta, mas em número bem menor. Nessa viagem que fiz não encontrei ninguém fazendo o trajeto a cavalo.
Acho que o percurso é mais interessante a pé, pois você tem a oportunidade de interagir mais com as pessoas. De bicicleta é legal, mas você não consegue interagir tanto, além do que quase todos os ciclistas parecem participar de uma competição, o que incomoda principalmente os peregrinos a pé, quase sempre atropelados pelos sem educação movidos a duas rodas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA III

A viagem para o Caminho de Santiago é uma das mais baratas que existe. O mais caro é a passagem. As estadias são muito baratas. Os peregrinos têm o direito de dormir em albergues (se escolherem, pois podem dormir em hotéis), e alguns deles cobram 6 euros por noite. Muito barato. Mas lembre-se que são quartos coletivos, com um entra e sai de gente que dificulta um bom sono (necessário para aguentar o trajeto). Os hotéis também não são muito caros, não. A partir de 30 euros você consegue um quarto single. 
A alimentação na Espanha não é cara. Se pesquisar, por cerca de 9 a 15 euros você conseguirá uma refeição completa (com entrada, prato principal, sobremesa, água, vinho ou café).
Coma muito peixe e frutos do mar, que são maravilhosos na Espanha, além de fazerem muito bem à saúde. Se preferir, vá nos "jamons" (presuntos), muito famosos por lá, e nos deliciosos "quesos" (queijos).
E não se esqueça, durante o caminho você precisa se hidratar. Beba muita água e não se esqueça do filtro solar de forma alguma, ainda mais se for no verão europeu. A temperatura lá pode superar os 40 graus centígrados. É muito calor. Nesse período vale a pena sair bem cedo (às 6hs30 já estará claro), para evitar suar muito, parar quando o calor apertar e voltar a andar no final da tarde, já que o sol se porá (no verão) às 21hs00.
No inverno você suará menos, mas enfrentará temperaturas muito baixas, terá que levar casacos (que ocupam muito espaço nas mochilas) e ficará com os horários para a caminhada muito mais restritos, já que amanhece mais tarde e escurece muito mais cedo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

CAMINHO DE SANTIAGO II

Muitos devem se perguntar do motivo de algum louco optar por fazer o Caminho de Santiago de Compostela.
Há muitos motivos, assim como há muitos caminhos (tratarei dos caminhos num dia específico).
Os motivos podem ser variados. Muitos desejam fazer o caminho por serem místicos. Outros por serem católicos fervorosos. Outros para pagarem promessas. Outros para fazerem amizades. Outros por se acharem bruxos como o Paulo Coelho. Outros para sair da mesmice. Outros como aventura desportiva. E muitos porque está na moda.
Não. Não fui para lá porque sou da moda. Fui para lá porque queria aproveitar a passagem obtida com as milhagens que estavam prestes a vencer. Sem saber para onde ir, o único destino pesquisado pela TAM que tinha assento no período pretendido era Madri. Depois refleti o que faria na Espanha e optei pelo famoso Caminho.
Depois cheguei à conclusão de que deveria dar um tempo para mim mesmo. De repensar na vida, nos acertos e nos erros. Foi por isso, sinceramente.
Mas você pode ir lá por qualquer outro motivo. Não há limites para os motivos, nem para a vontade.
Se o Caminho é mágico? Isso depende do quanto você é espiritualizado, tem fé ou bebeu de vinho.
Não senti nada durante o percurso, mas aconteceu algo muito forte quando cheguei na cidade de Santiago de Compostela. E é algo que prefiro manter segredo, pois não quero correr o risco de se chamado de louco.
Há muitas pessoas que dizem que mudaram após a viagem. Eu sei que não sou mais exatamente o mesmo.
Muitos espanhóis fazem o trajeto. Alguns o fazem duas vezes ao ano. Isso é que é vontade.
Mas lembre-se, está na moda fazer o Caminho.  Lá você encontrará pessoas legais e espiritualizadas e outras nem tanto.
Como dizem os peregrinos para os outros que encontram durante o percurso: "bom caminho".

terça-feira, 22 de outubro de 2013

CAMINHO DE SANTIAGO I

Começarei falando aqui sobre as alternativas que você terá para percorrer o Caminho de Santiago de Compostela.
Você pode completá-lo de bicicleta, a pé ou a cavalo. Não vale bicicleta motorizada, heim!
A dica é levar pouquíssima coisa, somente o essencial e lavar a roupa suja no mesmo dia. Isso diminui tanto o volume quanto o peso, o que é essencial para quem irá carregar o peso da mochila. 
Olha, não dá para levar mala no caminho. Se você levar uma mala do Brasil para a Europa, opte por deixar no hotel de recepção na chegada, seja em Lisboa, Porto, Madrid, Barcelona ou Paris, desde que o voo de volta saia dessa mesma cidade. Aí, quando for à cidade de partida do caminho, leve a mochila e os equipamentos necessários. E quando voltar com a mochila cheia de roupas sujas, terá no hotel inicial toda a roupa cheirosa que você guardou na mala imensa perto do tamanho da mochila usada no Caminho.
Procure na internet, pois já vários sites que nos dão informações sobre a viagem, inclusive com muitas recomendações bacanas.
Em São Paulo há uma ONG que só cuida do Caminho de Santiago de Compostela, e onde você pode retirar a credencial do peregrino, para aqueles que almejam o certificado de conclusão do percurso. Para isso você vai nessa ONG ou em Madrid e retira a credencial, que você utilizará no caminho para apor alguns carimbos comprovando a sua passagem pelos locais espalhados (hotéis, albergues, restaurantes...).
A alternativa mais cara é a viagem a cavalo. Pesquise e se assuste! A mais barata é caminhar, gastar o solado da boa bota! 
Se optar por bicicleta, você ganhará em tempo, mas poderá ter dores de cabeça!
Embora a Espanha seja um país com baixo índice de criminalidade, e quase sempre sem violência, pode ocorrer de você ter a sua bicicleta (se realmente for boa) furtada. Por isso, cadeado nela e atenção redobrada, sempre! Cautela é bom!
Você poderá levar a sua bicicleta do Brasil para lá, alugar ou comprar. Se você for de TAM, eles dizem que você poderá levar a bicicleta sem pagar, desde que ela pese menos de 32 quilos e você só esteja despachando mais uma mala com peso de até 32 quilos. Mas a história não é bem essa. Além de ter que obedecer o limite de peso (que acho justo), ela deverá estar desmontada e com os pneus murchos (também acho correto). No entanto, ela deverá obedecer às dimensões das bagagens (o que não está descrito no site da empresa). Isso acho injusto, já que a bicicleta, ainda que desmontada, jamais terá 1 metro de cumprimento, sempre ultrapassará tal medida, e aí você terá que pagar excesso de bagagem. E antecipo. É caro! Isso também vale para a volta, quer você traga de volta a sua bicicleta do Brasil, quer você queira trazer de lembrança a bicicleta comprada na Espanha.
Os preços das bicicletas na Espanha são convidativos, bem melhores do que os praticados aqui. Mas não compre capacete, luvas e outros apetrechos lá, pois são muito mais caros que no Brasil.
Alugar pode ser um bom negócio, mas pesquise. Há locações ao custo de 250 euros (muito caro), mas você também encontra até por 60 euros (ótimo preço, mas por 5 dias, apenas). Tem que pesquisar nos sites espanhóis.
E se for de bike, não leve mochila. Leve na bicicleta como bagagem. Levar peso nas costas não é recomendável, pois irá intensificar a sensação de cansaço.
Se optar por caminhar, treine muito tempo antes e leve um calçado da melhor qualidade, pois os pés serão o seu meio transporte e deverão ser muito bem cuidados e recompensados.
É isso. Depois conto mais.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

UMA VIAGEM PARA LÁ DE MALUCA, ALTERNATIVA OU OUTRO NOME QUE SE QUEIRA DAR

Recentemente fiz uma viagem inesquecível. Aproveitei algumas milhas e fui fazer um passeio de bicicleta em um país distante. Não. Não foi uma competição nem aventura esportiva. Não sou chique a tal ponto nem atleta o suficiente para isso. 
Foi, digamos assim, tão somente uma viagem espiritual sobre minha "bici" adquirida na Espanha.
A partir de hoje, e por seis dias, falarei aqui sobre algumas experiências que adquiri no Caminho de Santiago de Compostela, que recomendo a todos que estão cansados dessa vida voltada à matéria, ao consumo, ao próprio umbigo e que deixa o restante da humanidade à margem de bandidos, ditadores e vilipendiadores de almas.
Mas também falarei dos outros dias que passei em um país que tanto amo, a Espanha. Mas já antecipo que foi um período voltado tão somente a esse trajeto que ousei fazer e que qualquer um é capaz de percorrê-lo. Como diriam os espanhóis, e que é igual ao português: "tranquilo". Sim, é fácil, ao menos o percurso que escolhi.

domingo, 20 de outubro de 2013

MOSTRA CINE DIREITOS HUMANOS

Vem aí a Mostra CINE DIREITOS HUMANOS, do Brasil e da América do Sul, de 7 de novembro a 20 de dezembro de 2013, em várias capitais do país. Veja a programação no site www.cinedireitoshumanos.org.br

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Exumação do corpo de João Goulart é marcada para 13 de novembro

VISA-SE APURAR AS CIRCUNSTÂNCIAS REAIS DA MORTE DO EX-PRESIDENTE

foto: Valter Campanato, da Agência Brasil
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São Paulo – A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, anunciou hoje (16) que a exumação do corpo do ex-presidente João Goulart será realizada em 13 de novembro. O procedimento deve-se a dúvidas sobre a verdadeira causa da morte de Jango, em 6 de dezembro de 1976, na Argentina, aos 57 anos. Oficialmente, o motivo foi um ataque cardíaco, mas há suspeitas de que ele teria sido vítima de envenenamento.

“Estamos em plenas condições de realizar este procedimento em busca da verdade”, afirmou a ministra, que se reuniu hoje com Christopher Goulart, neto do ex-presidente, e com peritos que analisam o caso. Pela manhã, especialistas do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e representantes da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público Federal debateram os procedimentos necessários à exumação.

Os técnicos deverão chegar dois dias antes ao Cemitério Municipal de São Borja, no interior do Rio Grande do Sul, onde Jango foi sepultado às pressas, devido a pressões de agentes da ditadura. Os restos mortais serão levados a Brasília, possivelmente em ato com honras de chefe de Estado, segundo intenção da ministra. A previsão é de que os restos mortais do ex-presidente sejam devolvidos a São Borja justamente em 6 de dezembro.

"Hoje, podemos dizer, com segurança, que o ex-presidente foi perseguido todos os dias de sua vida”, afirmou Maria do Rosário.

Nota do blogueiro - o que a ditadura fez com Jango acarreta dor à família e jamais poderia ser considerado admissível a um país que se julga democrático. Para quem não sabe, Jango, Juscelino e o ex governador do Rio morreram em datas muito próximas. Eles eram presidenciáveis e não interessava à ditadura ter representantes políticos da oposição tão fortes. Àquela época a operação Condor (operação secreta e ilegal que unia as ditaduras chilena, brasileira, uruguaia e argentina) matava e sequestrava oposicionistas. Um agente uruguaio denunciou o esquema de assassinato.
Esse presidente, que sempre falo que foi esquecido pelo povo, foi retirado à força do Poder, mas evitou um banho de sangue que poderia causar a morte de dezenas de milhares de brasileiros e a fragmentação do nosso território. Foi um brasileiro exemplar e democrata que amava o seu país e o seu povo. A prova foi ter evitado o banho de sangue, ainda que isso fosse lhe custar o poder. Não temos outro exemplo desse tipo na história do Brasil. 
Até hoje vemos algumas das consequências do golpe. Precisamos passar a história a limpo. É o que o Brasil e os brasileiros sedentos por conhecer melhor o passado e o presente, para melhor compreender o futuro, desejam! 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

PEQUENINOS

Às vezes, alguns tentam nos transformar em pequeninos.
Nos chamar de pequenos, vá lá. Não sermos orgulhosos ou vaidosos para nos ofendermos pode ser muito bom nesse momento.
Contudo, não nos apequenemos. Não nos deixemos influenciar pela insignificância que querem dar à nossa pessoa, ao nosso conhecimento e ao papel que temos neste mundo.
Insignificantes são eles, cheios de vaidade e que não aceitam alguém que pensa e age de forma diferente.
Não sou o Cyro, o grande, que foi imperador persa. Mas também não sou insignificante.
A história que traço, de certo, não afetará o universo, mas será suficiente para marcar a minha alma e preenchê-la de significados e verdades.
Continuemos a luta. E viva a diferença que nos faz parecer "pequenos" para alguns. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O MOVIMENTO ESTUDANTIL BRASILEIRO E A EDUCAÇÃO GRATUITA

Felipe Maia

(em espanhol)

El proceso de redemocratización de Brasil en la década de 1980 tuvo dos marcas importantes: la crisis fiscal del Estado, consecuencia del modelo de desarrollo implementado por la dictadura, basado en un elevado endeudamiento externo, y la elaboración de una nueva Constitución. En esta última, la movilización de la sociedad consiguió introducir valores fuertes de ciudadanía, comprometiendo al Estado con derechos sociales tales como educación y salud. Teniendo como inspiración a las socialdemocracias europeas, la nueva Constitución diseñaba modelos de política social definidos según principios de universalidad y gratuidad, lo que al mismo tiempo entraba en conflicto con los problemas de financiamiento del Estado.

Así, a comienzos de la década siguiente, el neoliberalismo brasileño convirtió el modelo de política social de la nueva Constitución en su blanco de crítica predilecto. Se trataba de un intento de desconstruir la imagen de la “Constitución Ciudadana”, revelando los problemas de acción de las agencias estatales y su supuesta ineficiencia, siempre contrapuesta a la “modernidad”, agilidad y flexibilidad de los mecanismos de mercado. El lema de los neoliberales brasileños era que la única solución para la crisis económica era la reforma del Estado. Modernizar el Estado era sinónimo de contraer sus funciones y reducir costos que no fuesen considerados esenciales. Todo lo que pudiese ser entregado al mercado, debía serlo. Además de las privatizaciones, la reforma del Estado del gobierno de Fernando Henrique Cardoso proponía que los grandes servicios sociales debían ser gerenciados por organizaciones no estatales, cada vez menos dependientes de las arcas fiscales y cada vez más capaces de generar sus propios recursos. La educación superior se encuadraría en este grupo.

Operando con este ideario, los intelectuales del neoliberalismo brasileño criticaron duramente la educación superior pública del país. En la época, Brasil contaba con cerca de 50 universidades públicas bajo la administración del gobierno federal, más otras tantas administradas por los gobiernos estaduales. Estas instituciones abrigaban cerca de 40% de los estudiantes brasileños y ofrecían la mejor y más prestigiosa formación. No cobraban mensualidades ni tasas significativas. Sus recursos eran básicamente los que le entregaba el Estado. Siendo así, las vacantes en las universidades públicas eran las más disputadas entre los jóvenes que deseaban acceder a la educación superior. El argumento liberal era que tales universidades provocaban una fuerte distorsión en el sistema brasileño, pues, siendo sostenidas con recursos públicos, atendían a los hijos de las clases más privilegiadas. Así, la educación pública sería un factor reproductor de desigualdad social. Como la transición de las universidades hacia la administración de organizaciones no estatales era un proceso complicado, aunque deseado, la salida más simple parecía ser la introducción de cobro de aranceles. De esta forma, alegaban, el Estado comprometía menos recursos con la educación superior y podría concentrar sus recursos en la educación básica.

La idea no era de ninguna manera una novedad. La sugerencia de focalizar las inversiones públicas en la enseñanza constaba en los documentos elaborados por el Banco Mundial en la década de 1990 con orientaciones para los países menos desarrollados. En escenarios de crisis del financiamiento del Estado, esa parecía, según el Banco Mundial, la mejor salida para optimizar los gastos públicos. Como tela de fondo estaba el antiguo ideario liberal de una división internacional del trabajo en la cual la producción de conocimiento en nivel superior no le cabía a los países periféricos. Esas concepciones fueron la marca ideológica de la política educacional del gobierno de Cardoso, que durante ocho años emprendió esfuerzos significativos para fortalecer la presencia del mercado en la educación superior y reducir los costos de las universidades públicas. En el inicio de su gobierno, entre los años de 1996 y 1998, cuando aún poseía alta popularidad, el gobierno de Cardoso intentó fallidamente convencer a la opinión pública de la importancia de cobrar aranceles en la educación superior. Tampoco logró consolidar una mayoría en el Congreso Nacional que le permitiese implementar la propuesta. No obstante, su política de disminución de recursos para las universidades fue ampliamente practicada con serias consecuencias para estas instituciones.

La crítica al programa de Cardoso fue emprendida pioneramente por las organizaciones estudiantiles y sindicales de la educación. El argumento central era que el cobro de mensualidad en la educación superior, bajo el pretexto de promover equidad, disminuiría aún más las posibilidades de la población más pobre de ingresar a la educación superior. Aquí cabe decir que la universidad brasileña nunca fue el centro elitista que los neoliberales pintaban. Por esas paradojas que cabe a la buena investigación histórica explicar, la dictadura militar brasileña promovió una fuerte expansión del sistema universitario superior, constituyéndose en una vía de movilidad social ascendente para una parte de la población. Las estadísticas socio-económicas del perfil de los estudiantes universitarios brasileños mostraban también que, en la década de 1990, cerca de la mitad de los estudiantes matriculados en esas universidades provenían de escuelas públicas, no frecuentadas por las elites brasileñas. Ahora, era efectivo que la universidad poseía algunos enclaves elitizados, en particular los cursos de profesiones con alto valor de mercado, como medicina, derecho e ingeniería. De esta forma, el cobro indiscriminado de mensualidades tendría el efecto de elitizar aún más la universidad, cerrando el camino de los hijos de familias pobres o dificultando la permanencia inclusive de las capas media, que en el período sufrían con los ajustes de una política económica abirtamente recesiva. Ahora bien, el cobro selectivo se mostraba poco relevante en recaudación de recursos para el financiamiento. Debíamos entonces preguntarnos: ¿valdría la pena quebrar el principio universal de gratuidad de la educación pública sólo para recaudar un recurso que ni siquiera sería suficiente para cubrir los costos de la universidad? ¿Deberíamos cambiar la garantía universal por un puñado de dólares?

La respuesta del movimiento estudiantil fue rotundamente negativa. Defender el campo de las políticas universales significaba establecer un resguardo frente a la lógica competitiva e individualista del neoliberalismo. La gratuidad de la educación no puede pasar por un análisis selectivo y burocrático de la renta familiar de cada estudiante: es un derecho de todos y un deber del Estado. Nunca tuvimos la ilusión de que el cobro de aranceles pudiera ampliar los recursos para la educación y favorecer a los más pobres. Por el contrario, sería una apertura para una lógica de política pública que naturalizaba la desigualdad y estimulaba la mercantilización de la enseñanza, aproximando así la experiencia universitaria a la lógica de consumo. La gratuidad, en este caso, sale del campo de los derechos e ingresa en la siempre más precaria y vulnerable esfera del asistencialismo. Desde el punto de vista de los valores que orientan las políticas públicas, era un retroceso inmenso.

Fueron muchas las luchas organizadas contra el cobro de aranceles. Debates, marchas, paralizaciones y huelgas de estudiantes y profesores. Entre 1995 y 1999 la resistencia estudiantil al pago de tasas y mensualidades fue decisiva para impedir el avance de la propuesta neoliberal. En el período siguiente (1999-2002), con el enfriamiento de la intención del gobierno, el movimiento se volcó hacia la defensa y recuperación de los recursos materiales y humanos de las universidades que fueron duramente afectados en la década anterior. Esa movilización unió a amplios sectores de la comunidad universitaria, culminando con una gran huelga de profesores y estudiantes que recibió el apoyo de numerosos rectores, incluso de su Asociación Nacional, en el año 2001. La Unión Nacional de Estudiantes (UNE) propuso en esa ocasión al Congreso Nacional la aprobación de un Plan de Emergencia para la recuperación de presupuestos, la contratación de profesores y la democratización del acceso.

La salida para la universidad pública debería pasar por repactar la relación de la universidad con la sociedad, fortaleciendo su dimensión pública y enfrentando las concepciones que veían en la educación una extensión de las relaciones de mercado. En este sentido, ganaban importancia dos políticas: la de financiamiento y la de acceso. En relación al financiamiento, las organizaciones estudiantiles defendieron la recomposición de los recursos públicos para la universidad, elevando la prioridad de la educación en el presupuesto público, lo que nos llevó a una crítica más amplia de la política económica del gobierno de Cardoso, que comprometía gran parte del presupuesto con el pago de intereses de la deuda pública. En relación al acceso, el énfasis estuvo en su democratización sin cobros ni aranceles. En este aspecto, creo que las propuestas surgidas en Brasil fueron no sólo muy creativas, sino también, tal como demostró el tiempo, positivas.

La política de “cuotas” fue tal vez una de las innovaciones más creativas para responder al problema de la democratización del acceso en la educación superior. Aunque, dentro de la tradición de las políticas de acción afirmativa, es muy clara la inspiración estadunidense de la propuesta, la experiencia brasileña acabó adquieriendo un perfil propio. Si en EE.UU. las cuotas formaron parte de acciones afirmativas restringidas a la reparación de las diferencias étnicas, en Brasil la política de cuotas asumió una dimensión más amplia, ligada a la propia interpretación que la sociedad brasileña realiza de sus diferencias sociales y raciales. Sin negar la importancia de la discriminación “de color” (étnica) en la desigualdad educacional y social del país, muchas de las propuestas de cuotas aprobadas en universidades brasileñas dieron énfasis a la promoción de la enseñanza escolar pública. En Brasil, las escuelas particulares obtienen una tasa de éxito en la aprobación de sus estudiantes en las universidades muy superior a la de las escuelas públicas. Así, los hijos de las familias acomodadas buscan las mejores escuelas particulares, mientras la escuela pública recibe buena parte de los hijos de las familias pobres. Al reservar una parte significativa de las vacantes universitarias, que en algunos casos llega a la mitad, sólo para estudiantes provenientes de escuelas públicas, las universidades brasileñas buscaron alcanzar dos objetivos fundamentales: valorizar política y simbólicamente la escuela pública y promover mayor equidad en el acceso a la enseñanza superior pública. La adopción del sistema ha dependido de la decisión de cada universidad y, de esta forma, las reglas son diversas. Algunas combinan reserva de vacantes para la escuela pública con cuotas para minorías étnicas; otras prefirieron adoptar bonos en los exámenes de clasificación para estudiantes formados en el sector público. Pocas son las instituciones que no adoptaron ninguna política de acción afirmativa.

No es necesario explicar cuán controvertida fue y sigue siendo la medida, pero sus resultados son bastante promisorios. La permanencia de los alumnos ha sido auxiliada por programas gubernamentales y el desempeño escolar de estos estudiantes nada tiene que envidiar del de sus compañeros, llegando en algunos casos incluso a superarlos; hay investigaciones que describen lazos de solidaridad significativos no sólo entre los cotistas (que estudian gracias a las cuotas), sino también entre ellos y sus pares.

Finalizando, debo decir que el éxito de la política de “cuotas” o de “reserva de vacantes” no debe eclipsar los problemas que aún están presentes en la educación brasileña, no sólo a nivel superior. La construcción de un sistema educacional articulado en torno a los principios de calidad y equidad aún es un objetivo distante. En los últimos diez años, la política para la educación superior mejoró bastante, con visible fortalecimiento del sistema público. No obstante, en ese mismo período, la competencia con el sistema privado no amainó. De hecho, el propio gobierno federal ha adoptado, contradictoriamente, medidas favorables al financiamiento público de instituciones privadas. Por otra parte, las medidas para el mejoramiento de la calidad de la enseñanza escolar pública apenas muy lentamente van produciendo efectos, lo que es poco para un sistema educacional desvalorizado durante tanto tiempo.

Con este artículo no queremos decir que la “vía brasileña” de democratización del acceso pueda ser naturalmente universalizada. Cada sistema educacional tiene una trayectoria y problemas específicos. No obstante, si nos situamos en el campo de los valores, podemos decir que hay buenos motivos para desconfiar del quiebre de principios universales, como el de la gratuidad de la enseñanza pública.

Felipe Maia es Mestre en Sociología (IUPERJ) y doctorante en la misma disciplina en el IESP-UERJ. Fue Presidente de la União Nacional dos Estudantes de Brasil (2001–2003).

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O PRÓXIMO MAIOR PRÉDIO DO MUNDO - NA CHINA

REVISTA GALILEU

A empresa chinesa Broad Sustainable Construction (BSB) afirmou que deverá iniciar a construção do próximo maior prédio do mundo.
A torre terá cerca de 838 metros (10 metros a mais do que o arranha-céu mais alto do mundo no momento, o Burj Khalifa, de Dubai) e está sendo chamada de Sky City.
A Sky City deverá se tornar o lar de 30 mil pessoas, com 202 andares que incluirão escritórios, um hotel, uma escola e um hospital. O acesso será feito por 92 elevadores, uma rampa de 9,6 km entre os andares e 17 heliportos.

(...)

Leia a matéria na íntegra clicando aqui.

domingo, 13 de outubro de 2013

Estupidez – Por que as pessoas fazem coisas idiotas

REVISTA GALILEU
por Texto: Sally Adee, da New Scientist e Tiago Mali
ilustrações: Nik Neves

Mesmo quem tem QI altíssimo está sujeito a atitudes irracionais. Cientistas começam a entender o que há por trás das decisões estúpidas que deram na crise financeira e por que a evolução não transformou todos em gênios

Gustave Flaubert escreveu que “a terra tem seus limites, mas a estupidez humana é infinita”. Suas muitas cartas a Louise Colet, a poetisa francesa que inspirou o romance Madame Bovary, estão cheias de afrontas e xingamentos dirigidos a seus colegas mais insensatos. Flaubert via a burrice em tudo, desde as fofoqueiras da classe média às palestras dos acadêmicos. Nem Voltaire escapou de seu olhar crítico. Consumido por essa obsessão, Flaubert dedicou seus últimos anos a reunir milhares de exemplos para uma espécie de enciclopédia da burrice. Ele morreu antes de completar sua obra-prima, e alguns biógrafos atribuem sua morte súbita, aos 59 anos, à frustração causada pela pesquisa para o livro.
Documentar a extensão da estupidez parece uma missão impossível, mas estudos recentes sobre o tema levantam perguntas intrigantes. Se a inteligência é uma vantagem tão grande, por que não somos todos uniformemente inteligentes? E por que até as pessoas mais inteligentes cometem idiotices? Acontece que nossas medidas tradicionais de inteligência, especialmente o QI, não têm muito a ver com os comportamentos irracionais e ilógicos que irritavam Flaubert. Você pode ser, ao mesmo tempo, altamente inteligente e muito estúpido.

A ideia de inteligência e burrice como extremos opostos de um único espectro é moderna.
(...)
As tentativas modernas de estudar a variação nas habilidades humanas de cognição concentraram-se nos testes de QI, que dão uma nota à capacidade mental de um indivíduo.
(...)
Essas diferenças podem se manifestar no modo como nosso cérebro está estruturado. Cérebros inteligentes possuem redes de conexões mais eficientes entre os neurônios.
(...)
A grande variação no QI levou alguns pesquisadores a questionarem um possível efeito negativo da capacidade cerebral superior. Se a inteligência não tivesse custo nenhum, por que a evolução não transformou todos nós em gênios? Infelizmente, as evidências nessa área são escassas. Alguns autores propõem que a depressão pode ser mais comum entre indivíduos mais inteligentes, o que levaria a índices de suicídio mais elevados, mas nenhum estudo revelou achados que apoiem essa tese.
(...)
Novas descobertas estão levando muitos pesquisadores a sugerir que o pensamento humano tem mais dimensões do que as medidas pelos testes de QI, o que pode forçar uma revisão radical no tema. Críticos sempre disseram que o QI é facilmente afetado por fatores como dislexia, educação e cultura.
(...)
“Existem pessoas inteligentes que são estúpidas”, diz Dylan Evans, psicólogo e escritor que estuda as emoções e a inteligência. O que explica esse aparente paradoxo?
(...)
Como a estupidez tem zero relação com o QI, entendê-la de verdade requer um novo teste para examinar nossa susceptibilidade a vieses. É o que propõe Keith Stanovich, cientista cognitivo da Universidade de Toronto, no Canadá, no seu Quociente de Racionalidade.

Leia a matéria na íntegra clicando aqui.

sábado, 12 de outubro de 2013

UM SITE BEM BACANA SOBRE HISTÓRIA MUNDIAL

Tem um site bem bacana, da BBC, sobre história mundial. Vale a pena dar uma fuçada. Tem muita coisa interessante e que nos faz ver o mundo de forma mais crítica.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A Gládio está presente*

Jorge Cadima

O braço terrorista secreto da NATO voltou a ser mencionado. Mas para a generalidade dos media a questão passa em silêncio. Um silêncio eloquente.

Nos anos 80 o Luxemburgo foi palco duma vintena de atentados bombistas. Volvidos quase 30 anos, dois polícias estão a ser julgados nesse país, acusados pelos atentados. Mas a mais escaldante informação é alvo de férrea censura mediática, apenas furada pelo jornalista Rafael Poch do catalão La Vanguardia. Em artigo (13.4.13) de título «A NATO tropeça de novo com o seu passado terrorista», Poch conta que um historiador alemão, Andreas Kramer, declarou em tribunal que «o autor de 18 dessas 20 bombas foi seu pai, um agente dos serviços secretos alemães, BND, queagia por conta duma estrutura secreta da NATO. […] É assim que a conspiração Gládio, relativamente bem conhecida em países como a Itália e Bélgica, desponta agora no Luxemburgo». No enredo estaria ainda envolvido «o ex-chefe dos serviços secretos do Luxemburgo». Segundo Kramer, o seu pai também«participou no atentado bombista mais grave da história alemã do pós-guerra, a 26 deSetembro de 1980 na Oktober Fest, a festa da cerveja de Munique, que deixou um saldo de 13 mortos e 213 feridos e que foi inverosivelmente atribuído à acção de um único neo-nazi, morto na explosão». Kramer declarou que «os atentados eram coordenados pelo “Comité Clandestino Aliado”, sob a direcção do General alemão Leopold Chalupa […] comandante em chefe das tropas da NATO na Europa Central (CINCENT) entre 1983 e 1987». Chamados a depor no julgamento estão «o primeiro-ministro luxemburguês Jean-Claude Juncker, o ex-primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Santer», um ex-ministro da Justiça e dois irmãos do Grão-Duque do Luxemburgo. Mas, como escreve Rafael Poch (27.4.13), passadas duas semanas «nenhum juiz alemão se interessou pelo assunto,nem chamou Kramer a depor. Ninguém o acusou de mentir, nem de ser um charlatão. Nenhum meio de comunicação importante se fez eco [das suas palavras]. Silêncio”. É assim o «quarto poder» na «aldeia global» das «democracias ocidentais». À pergunta de como é que o seu pai justificava a «loucura», Kramer responde: «Tratava-se de tirar os comunistas do caminho […] Apenas se queria governos de direita, para ter um baluarte contra o comunismo […].Acreditava-se que os comunistas tinham demasiada influência». O objectivo era «criar medo e fortalecer a segurança interna. Para isso havia que encenar terrorismo. E quem fez isso foram oficiais em contacto com os Estados Unidos». Um ministro do ex-chanceler alemão Helmut Schmidt, Andreas von Bülow, igualmente entrevistado pelo La Vanguardia (5.5.13) declara «quando se trata da Gládio, e é disso que se trata neste caso, como seguramente o foi no caso da RAF (o bando Baader-Meinhof, o principal grupo terrorista alemão), cala-se a imprensa em nome da razão de Estado […]. Vimo-lo no 11 de Setembro, quando se evitaram as perguntas críticas». Palavra de ex-ministro alemão!

As confissões sobre o terrorismo da NATO e dos serviços secretos imperialistas lançam luz sobre o presente. Há dias, dois atentados terroristas com carros armadilhados mataram dezenas de pessoas na cidade turca de Reyhanli. A Turquia, país membro da NATO, é a principal base dos bandos terroristas que já cometeram idênticos atentados em várias cidades sírias. Mas as autoridades turcas apressaram-se a culpar o «regime sírio» pelos atentados. Hoje mesmo o primeiro-ministro Erdogan estará na Casa Branca a pedir uma maior intervenção dos EUA na guerra. E a comunicação social de regime nunca referirá que Antioquia, capital da província de Reyhanli, fora dias antes palco duma manifestação de milhares de pessoas pela paz e contra o envolvimento turco na agressão à Síria, organizada pelo movimento da Paz e com grande participação dos comunistas turcos.

*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2059

et: NATO é a abreviação utilizada pelos portugueses de Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

LILY ALLEN, A PROVOCADORA

Confesso que não conheço muitos músicos da atualidade.
Contudo, deparei-me com uma dica do blog 5dias.net e achei o máximo a coragem dessa cantora londrina Lily Allen ao cantar a música "Fuck You".
Realmente, quem cerceia a liberdade de expressão, seja ela em que sentido for, não pode exigir respeito ou consideração.

Para quem tiver curiosidade, há diversos vídeos dela no youtube

Abaixo, a canção, extraída do youtube.


Sobre a cantora (extraído do wikipedia):

Lily Rose Beatrice Cooper (Hammersmith, Londres, 2 de maio de 1985) mais conhecida como Lily Allen, é uma cantora britânica. Lilly ganhou notoriedade na internet após postar vídeos no site MySpace, e atingiu a fama após o lançar seu primeiro single, Smile.4 A cantora lançou dois álbuns, o primeiro Alright, Still, vendeu mais de 5 milhões de cópias, e seu segundo It's Not Me, It's You, vendeu mais de 3,5 milhões de cópias.

Lily Allen já estudou em mais de 10 escolas diferentes. A londrina estudou música, mas revelou não saber tocar nenhum instrumento. Por isso, conta que dá importância às formas dos vocais das canções. "Sei ler música, então, quando escrevo as letras, consigo visualizar a melodia". Lily fez seu primeiro concerto em maio de 2006.

O álbum de estréia Alright, Still foi lançado pelo selo Capitol Records do grupo EMI Music. As canções trazem na melodia influências do rock dos anos 1960, ska, rap e música eletrônica.

"Lily the Kid" - apelidada assim pelo periódico inglês The Observer - mostrou-se madura falando da mudança na vida. "É legal, mas me afetou, é estranho. Eu me separei do meu namorado pois ele não ficou contente com tudo isso. Ainda não sei se gosto ou não. Mas é algo que eu quero fazer, ganhar um pouco de dinheiro, então tenho que lidar com essas coisas".

No final de 2007, Lily se descobrira grávida de seu primeiro filho, então com seu namorado 15 anos mais velho, Ed Simons, da dupla britânica The Chemical Brothers. Segundo fontes próximas à cantora, Allen - notória por seus excessos - estava mudando seu estilo de vida, deixando de beber e de fumar para preservar a saúde de seu bebê. Contudo, em janeiro de 2008 acabou por sofrer um aborto espontâneo, aos 4 meses de gravidez. Após recuperar-se ao lado de Simons, família e amigos, Lily voltou ao trabalho e no final de janeiro assume seu programa de variedades na TV britânica, "Lily Allen and Friends". Pouco depois, Lily e Simons se separaram.

No começo de 2008, Lily colocou em seu Myspace duas novas músicas: "I Could Say" e "I Don't Know" (o título desta foi posteriormente alterado para "The Fear"), pertencentes ao seu novo trabalho. "The Fear" foi lançada como o primeiro single do segundo álbum da cantora, It's Not Me, It's You, com lançamento previsto para 9 de Fevereiro de 2009 no Reino Unido .

Também estarão presentes no álbum mais duas músicas que foram liberadas antecipadamente, a polêmica "Fuck You" (antes conhecida como "GWB (F**k You Very Much)") e "Who'd Have Known". A primeira é um critica clara ao presidente anterior dos EUA, George W. Bush. Já a segunda, de acordo com Lily, é uma cópia da música Shine,do Take That, mas mesmo assim estará no álbum. O videoclipe de "The Fear" foi lançado no Myspace da cantora e na televisão no dia 4 de dezembro de 2008. O Show de estréia da turnê de divulgação do seu novo álbum aconteceu no dia 28 de janeiro de 2009.

A canção "I Could Say" do álbum It's Not Me, It's You foi usada em publicidades da "TMN" no Verão de 2009 em Portugal.

A canção LDN foi usada na banda sonora em 2007 na novela da Rede Globo Sete Pecados, e duas músicas da cantora foram usados, quase simultaneamente, em duas novelas, The Fear em Caras e Bocas e 22 em Viver a Vida, de 2009 e 2010.

Lily Allen apresentou a sua turnê It's Not Me, It's You em Portugal no 13º Festival do Sudoeste TMN, no dia 9 de agosto de 2009 na localidade de Zambujeira do Mar, perante um público de cerca de 12 mil fãs.

Em Setembro de 2009, a cantora passou pelo Brasil na cidade de São Paulo e Rio de Janeiro, ainda na turnê It's Not Me, It's You, nos dias 16 e 17.O show em São Paulo, segundo ela, foi o melhor show de todos,postando "Sao Paulo best gig ever" no site de microblogs Twitter.

Em março de 2010 após o término de sua turnê Lily Allen Tour a cantora anunciou uma paragem na sua carreira musical para se dedicar a outros projetos, mas afirmou que pretende lançar um novo álbum e voltar a gravar no futuro.5

A cantora esteve grávida de seu então namorado Sam Cooper, mas sofreu um aborto espontâneo aos seis meses.6 Lily casou-se com Sam em junho de 2011, quando anunciou uma nova gravidez. Em 25 de Novembro de 2011 nasceu a 1° filha do casal, Ethel Mary.7 8 9 10 11 12 Em 8 de janeiro de 2013, nasceu a 2° filha do casal, Marnie Rose.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

37ª Mostra Internacional de Cinema. De 18 a 31 de outubro de 2013. Vá ao site e veja a programação completa. www.mostra.org

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

DIGNIFICANDO A PROSTITUIÇÃO OU AS MULHERES QUE SE PROSTITUEM?

Dignificar a prostituição como trabalho não significa dignificar as mulheres, mas sim "dignificar" ou facilitar a vida da indústria sexual


Ana Pagu e Raíza Rocha

A prostituição está diretamente relacionada com a exploração sexual, a mercantilização do corpo feminino e a violência contra as mulheres. No Brasil, o comércio direto do corpo ocorre à luz do dia, é estampado nos classificados dos jornais diários e é mais um "atrativo turístico" para os estrangeiros que visitam o país.

Sem alternativas, milhares de mulheres são submetidas à escravização dos seus próprios corpos para sobreviver. Distribuídas pelas ruas das cidades, coagidas por cafetões, donos de bares e boates, submetidas à humilhação e violência dos "clientes" e aliciadores, vendem o corpo porque, na maioria das vezes, não conseguem mais vender ou reproduzir a sua força de trabalho. Estas mulheres são ainda, de acordo com o Relatório do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (2010), do Ministério da Justiça, os principais alvos do tráfico humano para exploração sexual.

Regulamentação da exploração sexual
Em 2012, o deputado do PSOL, Jean Wylls, apresentou o Projeto de Lei N° 4.211 à Câmara dos Deputados, que propõe a regulamentação da prostituição. O objetivo seria não só "desmarginalizar" a prática como também aumentar o controle e a fiscalização do Estado sobre o "serviço", garantindo supostamente proteção às mulheres em situação de prostituição. No entanto, o PL significa um retrocesso na luta pela libertação da mulher e contribui para a expansão da indústria do sexo e do tráfico de mulheres, na medida em que descriminaliza e legaliza a exploração sexual.

Hoje, no país, o ato de se prostituir não é crime. Pagar pelo sexo também não. Mas a exploração sexual, ou seja, induzir, aliciar, facilitar a prostituição ou a exploração sexual, bem como dificultar ou impedir que alguém a abandone, é criminalmente condenável. As casas de prostituição também são ilegais. Com o projeto, a exploração sexual estaria institucionalizada.

Textualmente, o PL deixa claro o que deve passar a ser entendido por exploração sexual: "1) apropriação total ou maior que 50% do rendimento de prestação de serviço sexual por terceiro; 2) o não pagamento pelo serviço sexual contratado; 3) forçar alguém a praticar prostituição mediante grave ameaça ou violência". De acordo com o projeto, uma terceira pessoa poderia se apropriar de até 50% do valor do "serviço". Em outras palavras, com este projeto, a exploração sexual de mulheres estaria legalmente permitida, os cafetões seriam transformados em homens de negócio, legítimos "empresários do sexo", e as casas de prostituição em "estabelecimentos" de compra e venda de corpo de mulheres para fins sexuais.

A justificativa para a apresentação do projeto segue a mesma lógica mercadológica. Segundo o autor do projeto, "o Brasil ocupa posição de crescimento econômico e vai sediar dois grandes eventos esportivos que atraem milhões de turistas. A regulamentação da profissão do sexo permitirá alto grau de fiscalização pelas autoridades competentes, além de possibilitar e até mesmo incentivar o Poder Executivo a direcionar políticas públicas para esse segmento da sociedade (como a distribuição de preservativos, mutirões de exames médicos e etc.)”. Os megaeventos seriam, portanto, uma "boa oportunidade" para regulamentar a prostituição. Para a indústria do sexo, com certeza. A exploração da prostituição no mundo é a terceira atividade mais rentável do crime organizado, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas.

O projeto argumenta ainda que a regulamentação não estimularia a expansão da prostituição, não promoveria o tráfico de mulheres e nem a prostituição infantil. Ao mesmo tempo, permitiria aos profissionais do sexo "o acesso à saúde, ao Direito do Trabalho, à segurança pública e, principalmente, à dignidade humana".

De forma genérica, o projeto prevê que a simples regulamentação da prostituição como Trabalho garantiria direitos básicos às "profissionais do sexo". Na simplista equação, o mesmo Estado que nega emprego, saúde, educação, moradia, transporte, lazer e segurança para as mulheres trabalhadoras e que tornam, muitas vezes, a prostituição como a única "opção" possível para elas, garantiria os direitos básicos para exercer a sua "profissão". Dignificar a prostituição como trabalho não significa dignificar as mulheres, mas sim "dignificar" ou facilitar a vida da indústria sexual.

No mesmo sentido, as experiências de países que regulamentaram a prostituição mostram o contrário do propagandeado pelo projeto. Na Alemanha e Holanda, o tráfico de mulheres é eufemisticamente descrito como "imigração facilitada". Na Holanda, por exemplo, o governo chegou a estabelecer uma cota legal de "trabalhadoras sexuais estrangeiras". Como a esmagadora maioria dessas mulheres são pobres, é quase impossível financiar a sua própria imigração, restando-lhes, assim, a ter que se sujeitarem à intermediação de um "empresário de sexo" para conseguirem se estabelecer em um "negócio" fora do seu país. Os passos seguintes são praticamente conhecidos por todos: a mulher assume dívidas com o cafetão e passa a se subordinar aos seus interesses.

No projeto apresentado no Brasil, esta intermediação é vista, inclusive, como um "ato de solidariedade". Na proposta de alteração dos artigos 231 e 231A do código penal, que fala sobre o deslocamento de prostitutas dentro e para o território nacional, "a facilitação do deslocamento de profissionais do sexo, por si só, não pode ser crime. Muitas vezes a facilitação apresenta-se como auxílio de pessoa que está sujeita, por pressões econômicas e sociais, à prostituição. Nos contextos em que o deslocamento não serve à exploração sexual, a facilitação é ajuda, expressão de solidariedade; sem a qual, a vida de pessoas profissionais do sexo seria ainda pior. Não se pode criminalizar a solidariedade. Por outro lado, não se pode aceitar qualquer facilitação em casos de pessoas sujeitas à exploração sexual". Cabe relembrar aqui que a concepção de exploração é modificada neste novo projeto e se apropriar de até 50% do "rendimento da prestação de serviço sexual" estaria dentro da lei.

Na Holanda, em 2000, houve a regulamentação da prostituição. O resultado foi um aumento do faturamento de 25% da indústria do sexo, que representa hoje nada menos que 5% da economia holandesa.

A prostituição como mercadoria é a escravização do corpo da mulher

O projeto ainda define as atividades da profissional do sexo da seguinte maneira: “Art. 1º: Considera-se profissional do sexo toda pessoa maior de dezoito anos e absolutamente capaz que voluntariamente presta serviços sexuais mediante remuneração. § 1º É juridicamente exigível o pagamento pela prestação de serviços de natureza sexual a quem os contrata.§ 2º A obrigação de prestação de serviço sexual é pessoal e intransferível”.

O sexo e a mulher são mercadorias. Rompe-se a ideia da mulher como sujeito social, substituindo-a por uma mercadoria exposta ao comércio sexual, cujo valor é resultante de uma relação desigual entre quem consome a prostituição e a quem a ela tem de se submeter, permeada por uma naturalização do machismo e da submissão. O que não é o mesmo de uma relação entre o patrão que explora a força de trabalho do empregado para produzir uma mercadoria ou um serviço.

Isso porque, é impossível comercializar o sexo sem comercializar a pessoa. A própria mercadoria (corpo) é o meio de produção (corpo). Então, não se trata da venda da força de trabalho, mas da escravização do corpo da mulher que se transforma em próprio objeto mediante pagamento. A regulamentação da prostituição como profissão corrobora com a degradação do capitalismo, na busca desenfreada para explorar e obter lucros, onde tudo possa ser comercializado, inclusive, as relações sociais. Neste caso, na ampla maioria das vezes, as mulheres sequer têm o direito de escolher, já que a necessidade de sobrevivência se impõe ao desejo de se prostituir.

Não se trata de uma posição moralista contra quem assim o deseje. Trata-se de ser contra um sistema que exclui as mulheres, que as joga em uma situação de pobreza extrema e que, diante da ausência de condições de vida, escraviza seu corpo, naturaliza o machismo e faz desse comércio um negócio lucrativo para os grandes capitalistas.

Em um contexto de violência cotidiana a que as mulheres estão submetidas, o que está colocado é a necessidade de mecanismos de proteção e defesa das mulheres que estão em situação de prostituição. A solidariedade de todas as entidades da classe trabalhadora e a luta contra a violência policial a que estão submetidas são fundamentais. Assim como a cobrança dos governos de medidas que deem condições reais a estas mulheres de decidirem sobre a sua própria vida. Isso só é possível com alternativas que lhes assegurem condições de emprego e renda, educação, saúde, moradia e proteção social.

O projeto 4.211/12, portanto, é um retrocesso ao legalizar mecanismos que garantam a exploração sexual e a prostituição como mais um comércio dentro da lógica capitalista. Não concordamos com ele. Não concordamos que o capitalismo se aproveite do corpo das mulheres para lucrar. Defendemos as mulheres em situação de prostituição e queremos que sejam donas de seus corpos. Para isso, no entanto, são necessárias condições concretas que possam livrá-las não só da violência policial, mas da violência desse sistema que lhes reserva opressão e exploração.

Ana Pagu é psicóloga e Raíza Rocha é Jornalista. Fazem parte do Movimento Mulheres em Luta (MML), filiado à CSP Conlutas. O movimento reúne jovens e mulheres trabalhadoras.( http://mulheresemluta.blogspot.com.br/)

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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