sábado, 25 de fevereiro de 2017

SUFOCAMENTO

Você pode não ter percebido, mas vivemos a era do sufocamento e da falta de ar.
Não é a toa que a ansiedade e a depressão, que nos fazem respirar de forma muito curta, são as doenças dos tempos atuais.
As faixas de carro apertadas, seja na rua ou nos estacionamentos, exigindo cada vez mais aperto e proporcionando menos espaço para a distração e a calma.
A vida corrida do trabalho, os whatsapp e os emails, tudo para ser resolvido instantaneamente também impõem uma respiração afoita, curta é insuficiente.
A falta de liberdade cada vez mais frequente no trabalho sufoca não só a criatividade, a visão crítica e a capacidade das pessoas, mas a própria expansão natural da inteligência.
Os preconceitos, os discursos fáceis, as fofocas disfarçadas de preocupação, também sufocam o espaço para a pessoa experimentar o seu ser.
A globalização e o neoliberalismo desse capitalismo decadente impõem o sufocamento do pequeno empreendedor, da garantia do emprego e da estabilidade minima necessária para a paz de espírito. 
As criancas, com tantas atribuições e atividades impostas, também são sufocadas, com menos tempo para ser crianças e desenvolver a criatividade e uma autocrítica inicial. 
Até o nosso planeta está sufocado com tanta poluição, tanto desmatamento, tanto lixo, tanta gente.
O resultado do sufocamento é o óbito. Óbito de cada ser humano e da própria humanidade.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

CRÍTICA ÁCIDA

Graças à internet, na nossa era da informação, muitos têm visto injustiça no mundo atual.

Outros, porém, lacram-se em seu mundo dourado e não se prestam a observar o sofrimento de tantas pessoas que são atingidas pelas guerras, pelas crises econômicas, pelo desemprego, pelas drogas, enfim, pela desumanidade em geral.

Não há como não notar que a dor alheia nos afeta e que o ser humano ao lado depende de nós.

O que falta a alguns pode ser inteligência para notar ou excesso de egoísmo e autocentrismo exacerbado.

Agora, como tantos seres humanos fecham aos olhos a isso? Desumanidade representada pelo egoísmo ou burrice aguda

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

50

Hoje completo 50 anos de existência. E em breve completarei apenas 10, mas explicarei a razão disso no dia certo.

Não sou o que há de mais novo, moderno, fashion e belo. Em muitas coisas posso estar ultrapassado, mas preservo em mim um pouco da ingenuidade infantil, a fé que as crianças têm em algumas pessoas, a sede de Justiça da juventude e o amor dos jovens pela vida. Isso me rejuvenesce e fortalece.

Ao mesmo tempo, me torno menos cabeludo, menos atlético, menos paciente, um pouco mais rabugento e chato, num claro sinal de que ultrapassei a linha divisória entre a beleza da doçura e o choque do amargo.

O que há para comemorar? A vida, a poesia escondida em cada detalhe, a arte que ela nos proporciona, a música que ressoa no nosso ouvido, as cores que vemos, a luz que nos guia, a projeção da sabedoria, a mera existência, nossa e de qualquer outro ser.

A vida é uma mágica, um segredo e intensa como o Universo. O oposto a isso é o ódio, o buraco negro que a própria ciência nos revela como o perigo que absorve toda a luz e anula a vida.

Os 50 anos nos servem para trazer um pouco de luz, um pouco mais de sabedoria para enxergar que a nossa vida e a própria civilização está indo em direção à destruição trazida pelo enorme buraco negro que cresce incessantemente. Somos uma verdadeira reprodução do drama do Universo.

E nesse Universo de vida e de buraco negro que vemos cada vez mais presente, comemoro a minha existência com a nossa coexistência. Essa é outra magia da vida, a interdependência sutil e infinita que revela a intensidade da vida!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Dia 14 de fevereiro é o dia Mundial do Amor


Dia 14 de fevereiro é o dia Mundial do Amor.

Mas, de que adianta ter um dia que deveria ser comemorado no mundo inteiro se o que há é apenas o interesse comercial, aquele de lucrar com lembranças adquiridas para presentear amigos e colegas de trabalho?
Amar prescinde de lembranças. Para amar é necessário ter presente, mas o acalorado e presencial, e não o gélido envolto em embalagens. O estar presente, ao lado, cuidando, é o que importa, e não o mero mimo ou paparico.
Se todos se dedicassem uma hora que fosse a amar a todos e a tudo, com preocupação e com carinho, o mundo se transformaria radicalmente.
Se ao menos 50% mais um amassem intensamente por uma hora seguida, já veríamos a diferença.
Deixaria de haver tantos desentendimentos, brigas, mortes, discussões, raiva e tantos outros sentimentos e ações que perturbam o bem estar individual, coletivo e da própria humanidade. A criminalidade diminuiria radicalmente, em especial os crimes de roubo, assassinato, estupro, tortura e guerra.
Não acharíamos comum a agressão verbal ou física. E voltaríamos a respeitar o outro.
Uma hora ao menos deveria ser levada a sério. Que tal instituir a hora do amor, para amar intensamente?
Faria bem a mim, a você, a todos. Ajudaria a transformar mais rapidamente o planeta, a sociedade e a nós mesmos. Haveria mais cuidado com o outro, algo que falta nesta era.
Para revolucionar, basta querer. Se começar a revolução com o amor, haverá mais flores e abraços e, por consequência, mais sorrisos espalhados nas calçadas e nos semblantes. Estaremos mais próximos da Felicidade, aquele sentimento pleno de bem estar e aí, sim, poderemos conhecer o sentimento de liberdade.
A libertação de coisas banais é o primeiro passo para ser livre. Quanto menos carregarmos, menos sofreremos com as coisas terrenas.
O segundo passo é o amor intenso e verdadeiro, que não pode ser confundido com possessividade. O amor verdadeiro liberta tanto quem ama quanto quem é amado, ao contrário do amor romântico que criamos para adquirir uma escrava ou um escravo numa relação egoística.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

UM BRASIL CONSCIENTE DE QUE ESTÁ NO CONTINENTE AMERICANO,O NOVO MUNDO

Um discurso talvez fora de moda que eu amaria ouvir.

Há muitos candidatos a cargos eletivos. A grande maioria se candidata por vaidade e por sede de dinheiro e poder, e daí advém tanta corrupção e essa crise política gigantesca que vemos em nosso país. Poucos candidatos visam o idealismo, muitos poucos.

Desde que feito com sinceridade, esse seria um discurso que gostaria de ouvir ou ler.

Me candidato não contra x, y ou z. Não viso me confrontar. Viso construir um País melhor. Para isso é necessário o convencimento, e não o confronto.

Sabe aquele Brasil que muitas nações dizem a nosso respeito? Um país respeitoso, tolerante, enorme, com riqueza natural e grande felicidade? Pois, é. Infelizmente não é bem assim na verdade.

Não somos um povo tão feliz. Não somos um povo tão tolerante ou pacífico. Não somos um povo tão respeitoso. Sequer nos respeitamos. Sequer nos preocupamos com o nosso próprio futuro.

Vivemos numa era similar aos tempos de colônia. Pretendemos enriquecer, e só. Vendemos nossos minérios. Alugamos nossas mulheres para a prostituição. Condescendemos com o trabalho infantil. Pensamos nas aplicações financeiras. E não pensamos em plantar para colher. Não pensamos em sedimentar uma boa educação, um bom nível de saúde, um bom nível cultural. Pensamos em nosso próprio umbigo, em como podemos enriquecer, viajar para Miami, comprar aquele carro dos sonhos. Esses são os objetivos da imensa maioria do povo e dos políticos. Afinal, os políticos nada mais são que o retrato de nossa sociedade.

E esse individualismo doentio somente poderia levar a tamanha corrupção e podridão do nosso sistema político.

É preciso mudar, mas será possível?

Sim, é. Depende de cada um, é certo, mas a união traria uma força capaz de modificar essa realidade. E por isso o convencimento é tão importante.

Amaria ver o Brasil como o País que os nossos ancestrais imaginaram. Um país gigante, com um povo feliz e que levasse ao mundo uma visão mais tolerante e harmônica.

No campo internacional o Brasil não toma somente atitudes corretas. Colaborou na invasão da Coréia. Apoiou a intervenção militar no Haiti. Não reconhece algumas Nações por medo de retaliação econômica. Vendemos armas que matam inocentes, e que não nos protegem. O Brasil que fazemos, muitas vezes, nos envergonha.

Entregamos nossas filhas à prostituição, em troca de um pseudo futuro. Escravizamos nossos filhos em empregos sem investimento em tecnologia. Nossas indústrias não criam, mas apenas repetem o que se faz. Nossos cientistas vão trabalhar em outros países. Nossas Escolas não são lares protegidos e sagrados, mas meros centros de demagogia por parte dos políticos e de alguns que fazem política com isso.

Um Brasil de verdade, tem que ser independente, mas com Nações parceiras.

Nada nos impede de vender para o mundo inteiro. Basta ousarmos que nem verdadeiros mascates.

Nada nos impede de fazer parcerias com transferência tecnológica com países em desenvolvimento ou ricos. Muitos países gostariam de ver o imenso Brasil como seu parceiro.

Um país que sonha ser grande deve ser independente e altivo, mas não só. Tem que ir atrás do seu sonho. Um Ministério das Relações Exteriores com essa visão é imprescindível. Propulsiona não apenas uma visão de maior credibilidade do Brasil, mas nos propicia o grande crescimento econômico, cultural e tecnológico.

Um país que sonha ser grande deve investir dinheiro e pessoal em educação, sem vergonha, sem economia. O que se investe hoje repercute não apenas no presente, mas no futuro.

Também se deve investir em saúde, na qualificação dos profissionais da área médica, no ensino de excelência, em tecnologia nacional, e não apenas no fornecimento de medicamentos que traz tanto lucros às indústrias farmacêuticas. Não somos sócios dessas indústrias e não devemos nos tornar garantidores do lucro fácil delas. Temos que ter uma noção mais ampla de saúde, como ocorre em diversos países não ocidentais. A medicina alternativa deve ser propiciada pelo SUS. Devemos ver a saúde não como algo repartido, mas como um conjunto. A pessoa tem que ser tratada como um todo, assim como o próprio país deve sê-lo.

Em relação às pessoas, temos que amá-las. Tratar os brasileiros, como brasileiros que são. Dispensar a eles cuidados e não julgamentos e pedradas, como temos feito por séculos. Se um brasileiro errou, nada mais certo que pague pelo erro cometido, mas ao lado disso devemos ter um trabalho de conscientização, com muito cuidado, amor e paciência. E é apenas isso o que funciona. Não adianta criarmos seres piores do que já são. Isso é um ódio revestido da maior burrice e cretinice possível. Temos que ser melhores nós mesmos para podermos propiciar que outros também o sejam. E para isso temos que ser capazes de reconhecer que temos que investir tempo e cuidado. Nenhuma solução é mágica, pronta e imediata.

E o amor, ao contrário desse ódio gratuito que dividiu os brasileiros, é que será a grande mola propulsora da verdade e do crescimento.

Só isso já me faria votar no candidato, seja ele quem for, independentemente de nome, partido ou coloração política.

Um verdadeiro político tem que ser um humano verdadeiro. Enquanto não houver humanos verdadeiros na política, continuaremos a presenciar discursos raivosos, demagógicos, egoísticos, oportunismo, corrupção e luta pelo poder.

Um Brasil cada vez mais escravo do individualismo atrasa toda a população brasileira, e não é justo. Não é justo com cada brasileiro nem com o destino do País.

Estamos no continente americano, um novo mundo que fascinava todo o planeta há 500 anos. Aqui vieram pessoas de todos os credos, etnias e países. Aqui podemos fazer diferente. Temos obrigação de sermos melhores do que aquilo que vimos na história da humanidade. Devemos estar cientes de que repetir os erros nos torna tão facínoras quanto aqueles que a história já julgou.

A imensidão do nosso território, o grande número de pessoas e a natureza rica, com um horizonte a ser apreciado, nos torna diferentes, e podemos fazer essa diferença, não para sermos considerados melhores, mas para mudar a nós e o mundo inteiro. Este é o destino que os nossos ancestrais acreditavam que o Brasil tinha a perseguir. Este é o Brasil que podemos implementar, com muito respeito e amor por cada brasileiro e por cada ser humano.

Mas antes de sermos os gigantes que o mundo espera, temos que ser justos conosco mesmos e resolver os nossos problemas seculares. Com consciência, paciência, dedicação, intensidade e amor poderemos fazer isso em muito menos tempo do que se imagina. O Universo conspira a favor do Brasil. Os brasileiros só precisam permitir que isso aconteça, e isso depende apenas do amor e da vontade de conscientização, e o que parecerá mágica acontecerá. Não duvido nem um pouco disso. Temos potencial, um enorme potencial. Só precisamos parar de nos espelhar nos que deram errado e ousar fazer o novo, com muita vontade e muito amor pelo Brasil.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

AS CORES


O Planeta Terra é chamado de planeta azul, devido à vastidão dos oceanos.
 
O Brasil é conhecido como país verde, devido às matas, em especial da floresta amazônica.
 
Já a cidade de São Paulo é conhecida como cidade cinza, devido à coloração dos prédios e à fumaça acinzentada emanada pelas fábricas e pelos veículos.
 
Se formos notar, o que não falta são cores, as mais diversas, e associações que fazemos, sempre com uma razão.
 
Mas, faz tempo que me pergunto, qual será o motivo do mar ter a mesma coloração do Céu? Será que parte do Céu estará escondida sob as águas dos nossos oceanos? Coincidência, ou não, de lá saem as estrelas do mar e seres com feições alienígenas, como os peixes esquisitos, a moréia e a lula e o polvo. Não é?
É óbvio que o que escrevi acima é uma mera brincadeira, para colorir ainda mais a nossa imaginação.
 
Cor demais não faz mal a ninguém. É como uma fantasia que nos faz sonhar. Lembremos sempre de um ditado que diz que no final de um arco íris sempre tem um pote de ouro. Não é a toa. As cores nos revelam nosso maior tesouro, a capacidade de sonhar e ser feliz!


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

OS MUROS, por Eduardo Galeano

Galeano começa citando o muro de Berlim, caído em 1989. 
Vale a pena ler. É uma lição de história devidamente poetisada.


Por fin, ese muro, que merecía caer, cayó. Pero otros muros han brotado, siguen brotando, en el mundo, y aunque son mucho más grandes que el de Berlín, de ellos se habla poco o nada.

Poco se habla del muro que los Estados Unidos están alzando en la frontera mexicana, y poco se habla de las alambradas de Ceuta y Melilla.

Casi nada se habla del Muro de Cisjordania, que perpetúa la ocupación israelí de tierras palestinas y de aquí a poco será quince veces más largo que el Muro de Berlín.

Y nada, nada de nada, se habla del Muro de Marruecos, que desde hace veinte años perpetúa la ocupación marroquí del Sahara occidental. Este muro, minado de punta a punta y de punta a punta vigilado por miles de soldados, mide sesenta veces más que el Muro de Berlín.

¿Por qué será que hay muros tan altisonantes y muros tan mudos? ¿Será por los muros de la incomunicación, que los grandes medios de comunicación construyen cada día?

En julio del 2004, la Corte Internacional de Justicia de La Haya sentenció que el Muro de Cisjordania violaba el derecho internacional y mandó que se demoliera. Hasta ahora, Israel no se ha enterado.

En octubre de 1975, la misma Corte había dictaminado: "No se establece la existencia de vínculo alguno de soberanía entre el Sahara Occidental y Marruecos". Nos quedamos cortos si decimos que Marruecos fue sordo. Fue peor: al día siguiente de esta resolución, desató la invasión, la llamada Marcha verde, y poco después se apoderó a sangre y fuego de esas vastas tierras ajenas y expulsó a la mayoría de la población.

Y ahí sigue.

Mil y una resoluciones de las Naciones Unidas han confirmado el derecho a la autodeterminación del pueblo saharaui.

¿De qué han servido esas resoluciones? Se iba a hacer un plebiscito, para que la población decidiera su destino. Para asegurarse la victoria, el monarca de Marruecos llenó de marroquíes el territorio invadido. Pero al poco tiempo, ni siquiera los marroquíes fueron dignos de su confianza. Y el rey, que había dicho sí, dijo que quién sabe. Y después dijo no, y ahora su hijo, heredero del trono, también dice no. La negativa equivale a una confesión. Negando el derecho de voto, Marruecos confiesa que ha robado un país.

¿Lo seguiremos aceptando, como si tal cosa? ¿Aceptando que en la democracia universal los súbditos sólo podemos ejercer el derecho de obediencia?

¿De qué han servido las mil y una resoluciones de las Naciones Unidas contra la ocupación israelí de los territorios palestinos? ¿Y las mil y una resoluciones contra el bloqueo de Cuba?

El viejo proverbio enseña:

La hipocresía es el impuesto que el vicio paga a la virtud.

El patriotismo es, hoy por hoy, un privilegio de las naciones dominantes. Cuando lo practican las naciones dominadas, el patriotismo se hace sospechoso de populismo o terrorismo, o simplemente no merece la menor atención.

Los patriotas saharauis, que desde hace treinta años luchan por recuperar su lugar en el mundo, han logrado el reconocimiento diplomático de ochenta y dos países. Entre ellos, mi país, el Uruguay, que recientemente se ha sumado a la gran mayoría de los países latinoamericanos y africanos.

Pero Europa, no. Ningún país europeo ha reconocido a la República Saharaui. España, tampoco. Este es un grave caso de irresponsabilidad, o quizá de amnesia, o al menos de desamor. Hasta hace treinta años el Sahara era colonia de España, y España tenía el deber legal y moral de amparar su independencia.

¿Qué dejó allí el dominio imperial? Al cabo de un siglo, ¿a cuántos universitarios formó? En total, tres: un médico, un abogado y un perito mercantil. Eso dejó. Y dejó una traición. España sirvió en bandeja esa tierra y esas gentes para que fueran devoradas por el reino de Marruecos. Desde entonces, el Sahara es la última colonia del Africa. Le han usurpado la independencia.

¿Por qué será que los ojos se niegan a ver lo que rompe los ojos?

¿Será porque los saharauis han sido una moneda de cambio, ofrecida por empresas y países que compran a Marruecos lo que Marruecos vende aunque no sea suyo?

Hace un par de años, Javier Corcuera entrevistó, en un hospital de Bagdad, a una víctima de los bombardeos contra Irak. Una bomba le había destrozado un brazo. Y ella, que tenía ocho años de edad y había sufrido once operaciones, dijo:

Ojalá no tuviéramos petróleo.

Quizás el pueblo del Sahara es culpable porque en sus largas costas reside el mayor tesoro pesquero del océano Atlántico y porque bajo las inmensidades de arena, que tan vacías parecen, yace la mayor reserva mundial de fosfatos y quizá también hay petróleo, gas y uranio.

En el Corán podría estar, aunque no esté, esta profecía:

Las riquezas naturales serán la maldición de las gentes.

Los campamentos de refugiados, al sur de Argelia, están en el más desierto de los desiertos. Es una vastísima nada, rodeada de nada, donde sólo crecen las piedras. Y sin embargo, en esas arideces, y en las zonas liberadas, que no son mucho mejores, los saharauis han sido capaces de crear la sociedad más abierta, y la menos machista, de todo el mundo musulmán.

Este milagro de los saharauis, que son muy pobres y muy pocos, no sólo se explica por su porfiada voluntad de ser libres, que eso sí que sobra en esos lugares donde todo falta: también se explica, en gran medida, por la solidaridad internacional.

Y la mayor parte de la ayuda proviene de los pueblos de España. Su energía solidaria, memoria y fuente de dignidad, es mucho más poderosa que los vaivenes de los gobiernos y los mezquinos cálculos de las empresas.

Digo solidaridad, no caridad. La caridad humilla. No se equivoca el proverbio africano que dice:

La mano que recibe está siempre debajo de la mano que da.

Los saharauis esperan. Están condenados a pena de angustia perpetua y de perpetua nostalgia. Los campamentos de refugiados llevan los nombres de sus ciudades secuestradas, sus perdidos lugares de encuentro, sus querencias: El Aaiún, Smara...

Ellos se llaman hijos de las nubes, porque desde siempre persiguen la lluvia.

Desde hace más de treinta años persiguen, también, la justicia, que en el mundo de nuestro tiempo parece más esquiva que el agua en el desierto.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

RELIGIOSIDADE E RELIGIÃO

Buda, Cristo, Moisés, Maomé e tantos outros lideraram correntes religiosas que deixam marcas até hoje na humanidade. Não foram eles os fundadores da Religião como um todo, mas sim portadores de um conhecimento espiritual, o que podemos denominar de religiosidade.
Ter religiosidade, portanto, é ter esta espiritualidade, essa ligação com o Divino, e é isso o que nos une.
Já com as Religiões ocorre o contrário. Graças a elas, com seus conceitos, dogmas e rituais próprios, o ser humano é separado e passa a ver o outro não como irmão com conhecimento próprio, mas como um adversário equivocado.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



Postagens populares

__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"

___________________________________________________________________________________