João Goulart ou simplesmente "Jango", como era chamado por amigos e no meio politico, foi um presidente injustiçado. Latifundiário, ex-ministro do trabalho de Getúlio Vargas e político ligado ao trabalhismo do antigo PTB, assumiu a presidência após ser eleito vice-presidente e Jânio Quadros, presidente eleito, renunciar.
Jango estava em uma viagem à China, quando Jânio renunciou em 1961.
Golpistas já planejavam tomar poder desde 1954, o que levou Getúlio a praticar suicídio para, graças à sua popularidade e com a comoção que isso geraria, evitar o golpe arquitetado pela UDN, setores radicais de direita e pela ala entreguista das Forças Armadas.
Em 1961, os golpistas ameaçaram bombardear o avião que traria Jango, mas acabaram apenas na tentativa de evitar a sua posse, que foi efetivada pela ação heróica de Leonel Brizola, governador do Rio grande do Sul e seu cunhado.
Jango era visionário e sabia que o país mais populoso do mundo à época precisaria comprar alimentos e poderia ser um grande mercado consumidor da produção de nosso grande e consistente parque fabril naquele período. Àquela época a China tinha pouquíssimas indústrias. A pretensão de Jango era, através da ampliação da exportação, tornar a economia brasileira mais competitiva graças à produção agrária e industrial. Porém, taxado erroneamente como comunista, foi retirado do poder em 1964, através de um golpe articulado por militares entreguistas, CIA e UDN.
A China, à época, não era bem vista pelos Estados Unidos, o que serviu de argumento para taxar o nacionalista Jango de comunista.
Se o Brasil conseguisse o mercado chinês como pretendido, haveria um crescimento exponencial de nossas indústrias e da produção agrícola, com crescimento econômico avassalador.
Se Jango continuasse no poder a história da China e Brasil poderia ser diferente, com um Brasil mais industrializado e ocupando parte do importante papel da China de grande exportador de manufaturados, além de ter parcerias em tecnologia muito mais fortes e aprofundadas do que temos hoje.
Cerca de 15 anos após a viagem de Jango à China, um presidente brasileiro tentou implementar o projeto desenvolvimentista de Jango, inclusive reconhecendo a China e abrindo uma embaixada em Pequim. Estamos falando do nacionalista Ernesto Geisel, à época da chamada ditadura militar.
Os brasileiros começaram, então, a vender produtos agrícolas para a China e os chineses vieram ao Brasil tentar entender o poderio industrial brasileiro à época.
Porém, até hoje a extrema direita, que de nacionalista não tem nada, chama Jango de comunista. Ela, extrema direita, foi e é um verdadeiro atraso para o país, agindo em prol dos interesses externos, e não nacionais.
Há uma interessante matéria produzida pelo site 247 a respeito do dever do Brasil de elogiar Jango por ser visionário.