Os neoliberais são contrários às proteções do direito trabalhista, contra a previdência pública, contra o Sistema Único de Saúde e contra qualquer outro tipo de proteção social.
Vimos o resultado disso na Coreia do Sul, onde aposentadas são obrigadas a se prostituir para complementar a renda, e no Chile, onde os idosos compõem a maior faixa de suicidas, em razão da miséria a que são submetidos com uma aposentadoria injusta e decrescente.
Nos Estados Unidos, os que não têm dinheiro não podem chamar ambulâncias, nem fazer tratamento de suas doenças. Estão condenados à morte quase que automática e imediata, sem tratamento ou cura.
Conquistas históricas contra desumanidades criadas pelos próprios homens são, hoje, criticadas por muitos jovens que veem como desvantagem ser funcionário celetista, e tampouco têm ideia da necessidade de uma aposentadoria justa.
As conquistas históricas de um líder que não era de esquerda, mas sim nacionalista e desenvolvimentista, como Getúlio Vargas, são consideradas ultrapassadas por uma geração sem uma verdadeira consciência social.
O maior administrador público que conheci, e que à época era Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, foi um dos criadores do Sistema Único de Saúde. Luiz Roberto Barradas Barata era visivelmente extremamente comprometido com a saúde da população. Dava motivação e um extremo orgulho ajudar a implementar suas políticas públicas.
Hoje, há muitos esquerdistas neoliberais, com pensamentos ditos modernos, mais preocupados com o indivíduo do que com o social, que adotam esse mesmo raciocínio nefasto.
Nada contra a defesa individual, muito pelo contrário, mas antes, creio, deva estar a defesa do coletivo, do social. As políticas de defesa de grupos e não da sociedade, de origem nos Estados Unidos, são bem-vindas, mas não podem estar acima da defesa dos interesses sociais. Se levadas ao extremo, as defesas dos interesses individuais aniquilam os interesses sociais. E é o que ocorre nos Estados Unidos e começa a acontecer no Brasil.
Um país somente estará preparado para ser potência se criar condições sociais favoráveis à sua população. Foi assim inicialmente com os Estados Unidos, os países Europeus, Japão e China.