Netanyahu e Trump ultrapassaram há tempos qualquer limite ético, moral e do razoável com sanções, ataques, provocações e assassinatos seletivos. Agora, juntos, perpassam o fino fio das relações internacionais com aliados próximos.
O Emirado do Catar é um país que mantém boas relações com Israel, muito embora a catarense Aljazeera seja proibida em território israelense, e ótimas com os Estados Unidos, abrigando a maior base militar estadunidense do Oriente Médio.
Isso pouco importou para Israel, que bombardeou a capital do Catar, visando atingir dirigentes do grupo palestinos Hamas, que negociavam a paz na região, a pedido dos próprios Estados Unidos.
E os Estados Unidos, o que fizeram? Aprovaram o ataque israelense e mentiram ao dizer que avisaram o Catar, que negou qualquer comunicação nesse sentido. E Trump, ainda, no alto de sua prepotência, disse que isso não se repetiria, como se fosse dono do louco Netanyahu e se fosse argumento hábil a amenizar o ódio provocado no Catar.
O perigo da inconsequência disso, que já deve ter sido alertado pelo Pentágono, é que no pequeno Emirado está sediada uma base enorme dos Estados Unidos. E se os militares estadunidenses reagissem? Mais. E se o Emirado determinar a retirada da base, em retaliação? Mas tem mais, ainda. E se o Catar resolver sair de vez e rasgar o sonhado Acordos de Abraão, de viés político, econômico e estratégico desenhado pela primeira administração Trump, envolvendo os países do golfo?
Trump e Netanyahu são dois loucos desesperados que praticam atos inconsequentes, um risco imensurável aos outros países e aos próprios Estados Unidos.
Na véspera, Israel ainda havia promovido um atentado a um dos barcos da flotilha que se dirige a Gaza, visando romper o bloqueio humanitário imposto por Israel, violando a soberania da Tunísia.
Mas não foi só. Israel ainda bombardeou um veículo em Beirute, em plena capital do Líbano.
E continua com suas ações ofensivas na Cisjordânia e no genocídio em Gaza e com ataques pontuais na Síria.
Em um só dia Israel afrontou a soberania do Líbano, da Tunísia e do Catar. E continua, desde sempre, afrontando a ONU com ataques verbais e militares a seus prédios na Palestina e com ataques a pontos de interesse na Síria.
Netanyahu não tem limites, assim como Trump, que lhe fornece dinheiro, armas, informações de inteligência e apoio e proteção irrestritos.
A relação existente permite evidenciar que a queda de um importará na automática queda do outro, assim como no fim da própria existência, e aí está o perigo não para os líderes políticos que pouco se importam, mas para os cidadãos de ambos os países.
Os Estados Unidos podem se tornar colcha de retalhos com uma guerra civil rumo à secessão. Os fatos e protestos evidenciam que o Tio Sam está corroído internamente, em todos os aspectos. E, sem aquele, Israel pode rapidamente desaparecer, da mesma forma como surgiu. O tempo, que não vemos, se aproxima.