O NACIONALISMO NÃO SIGNIFICA ADMIRAÇÃO PELOS POLÍTICOS, QUE SÃO PASSAGEIROS, MAS AMOR PELA PÁTRIA E PELO SEU POVO, QUE SÃO A RAIZ DA TERNURA E O MOTIVO DE NOSSA EXISTÊNCIA.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

NEOLIBERALISMO, O MODELO DE COLONIZAÇÃO E DE IMPERIALISMO MODERNOS

Antes de iniciarmos a abordagem do tema neoliberalismo, convém citar que o Brasil se desenvolveu com o nacional desenvolvimentismo varguista, seguido por Juscelino Kubitschek, João Goulart, Ernesto Geisel e Dilma Roussef.

Nos anos 1980, quando a economia brasileira era 5 vezes o tamanho da chinesa, uma comissão daquele país veio ao Brasil para tentar compreender a capacidade que o Brasil tinha de montar veículos, produzir combustível a base de álcool e ter uma indústria de defesa então competitiva.

O Brasil deixou de seguir o nacional desenvolvimentismo e hoje, passados 40 anos, é uma economia 9 vezes inferior à chinesa.

O modelo econômico do nacional desenvolvimentismo, com o Estado organizando a economia, foi criado no Brasil, copiado pela China e é exemplo de incomparável sucesso.

Já o neoliberalismo só começou a ser adotado no Brasil com Fernando Collor de Mello, seguido por Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Nos dois governos Dilma adotou-se uma economia com intervenção do Estado, visando ao desenvolvimento de indústrias nacionais e à promoção, aprimoramento e desenvolvimento de novas tecnologias nacionais. Lula não pode ser chamado de neoliberal, propriamente dito, mas não foi enfático na adoção de uma economia nacional desenvolvimentista, como o fez corajosamente Dilma Roussef.

Mas o que é neoliberalismo?

O termo teria sido cunhado pela primeira vez em 1898 pelo economista francês Charles Gide. Porém, até hoje há indefinição quanto ao que exatamente é o neoliberalismo.

Segundo o Instituto Mises, uma ThinThank liberal voltada à produção e à difusão de estudos econômicos e de ciências sociais que promovam os princípios de livre mercado e de uma sociedade livre, neoliberalismo não seria algo ruim, ao contrário do que a extrema direita europeia e as esquerdas latino americana e europeia apregoam.

Considerando a natureza do instituto Mises, sua concepção sobre o neoliberalismo deve ser lida e devidamente interpretada, considerando-se o viés favorável existente.

De forma geral, segundo os seus defensores, o neoliberalismo tende a provocar uma transformação social resultante de políticas de reformas orientadas para o mercado. Esse consenso permite definir que o neoliberalismo é voltado aos interesses do mercado e não ao do Estado Nação ou das pessoas. Daí advém as desregulamentações e até formulação de monstruosas teorias jurídicas que muitas vezes contrariam princípios constitucionais garantidores de dignidade mínima, da função social da propriedade privada e do bem maior coletivo, que é o da Nação brasileira, que nos une e que deveria ser o fim (objetivo) de todos. Muitos estudiosos, apontam que o neoliberalismo propicia a plutocracia, onde poucos grupos milionários ditam todos os rumos, incluindo os políticos e econômicos, do país. O jornalista e historiador Breno Altman bem definiu a plutocracia ao citar os Estados Unidos em uma entrevista recente no YouTube.

Os críticos apontam que o neoliberalismo provoca uma desestrutura sócio-econômica em países periféricos, levando à miséria de muitos e a uma fragilidade política, geopolítica e militar, além de uma desindustrialização do país periférico, e uma enorme concentração de rendas, o que se verifica à saciedade hoje em dia. A fragilidade provocada seria de interesse das potências imperialistas ocidentais, mas não dos demais países.

O instituto Mises cita Alberto Mingardi, diretor do Instituto Bruno Leoni, que escreveu o livro La verità, vi prego, sul neoliberalismo (que seria “A verdade, por favor, sobre o neoliberalismo”, em tradução livre). O autor italiano, extremamente crítico ao meio acadêmico e à dita esquerda, afirma que o neoliberalismo não é um sistema dominante, pois nunca “os gastos, a tributação e a regulamentação governamentais foram tão elevados na história das nações modernas como hoje”.

Para o escritor italiano, neoliberalismo seria uma variável no processo de desenvolvimento econômico, que teria sido imaginado inicialmente pelo jornalista americano Walter Lippmann, que em 1937, em seu livro The Good Society, alertou sobre os perigos de uma economia centralmente planejada e as vantagens de um mercado totalmente livre e competitivo, onde a economia moderna poderia ser regulada sem “ditadura”, como apontava John Maynard Keynes.

Em Paris de 1938, um grupo de acadêmicos liberais europeus se reuniu para discutir a obra de Lippmann. A esta reunião se seguiu a segunda guerra mundial, onde os Estados ditavam os rumos da economia e das empresas existentes, para produção de armas de guerra. Assim, a intervenção do Estado na economia era uma regra no período.

Para o autor Alberto Mingardi, o livre mercado permitiria uma onda de criatividade, inovação e prosperidade. E cita para tanto Alemanha, França e Itália nas décadas de 1950 e 1960.

Para o autor, no pós guerra, o país de Margareth Tatcher seguia o assistencialismo e o sindicalismo e teve uma recuperação mais lenta. Ainda segundo o doutrinador, o Japão teria se desenvolvido no pós-guerra não pela definição de rumo e de planejamento de longo prazo pelo Ministério do Comércio Internacional e Indústria daquele país.

Posteriormente, na década de 1980, considerados como revolucionários neoliberais, Margaret Thatcher e Ronald Reagan, cortaram benefícios sociais e investimentos públicos em áreas prioritárias, mas não implementaram a desregulamentação sistemática. Foi nessa mesma época que foi adotado o Consenso de Washington, em 1989, que estabelece 10 indicações de política econômica neoliberal, supostamente visando a promoção do crescimento econômico e da estabilidade macroeconômica, para os países em desenvolvimento, em especial aos da América Latina.

Foi com a adoção do neoliberalismo por Reagan que os EUA cortaram investimentos na produção naval, advindo daí a a debilidade hoje existente na produção de navios de guerra pelos Estados Unidos, como afirma o analista de geopolítica brasileiro Comandante Robinson Farinazzo, ex-oficial da Marinha Brasileira. Hoje, a produção naval comercial dos Estados Unidos é muito inferior à da China (que produz sozinha pouco mais da metade dos navios lançados anualmente), Japão e Coreia do Sul, sendo os Estados Unidos capazes de produzir apenas 1% dos navios mercantes do globo.

O autor italiano afirma que “de meados do século XIX até hoje, as funções do Estado aumentaram drasticamente”.

A crítica do instituto se bate no caráter protecionista de muitos acordos multilaterais e na regulamentação do mercado e nos gastos sociais dos países, como se Nações tivessem apenas robôs e não população formada por pessoas que precisam de moradia, água, comida, lazer, acesso à informação e cultura e ao trabalho.

É de livre consenso que a política neoliberal impõe, necessariamente, uma onda de privatizações, desregulamentação do mercado, flexibilização do mercado de trabalho, globalização econômica, livre comércio e austeridade fiscal.

O Brasil seguidamente tem sofrido influência direta na mídia, no Congresso Nacional e no meio acadêmico de institutos ligados aos Estados Unidos para a promoção do neoliberalismo, seja por campanha de convencimento ou até financiamento, como denunciou um estudo recente da Universidade Federal de Santa Catarina, trazida a público pelo renomado jornalista investigativo Bob Fernandes. 

O Chile implementou políticas neoliberais na década de 1980, por determinação do ditador Augusto Pinochet.

Essas políticas neoliberais foram adotadas por inúmeros países, dentre os quais dou destaque aos Estados Unidos, ao Brasil e ao Chile, Enquanto esses dois países nunca se tornaram uma potência econômica, os Estados Unidos, hoje, que já eram a maior potência do globo antes da adoção do neoliberalismo, estão decadentes política, social e economicamente e a Inglaterra segue o mesmo caminho.

Rússia, China, Índia, Vietnã e Indonésia jamais adotaram políticas neoliberais e são potências que não param de crescer social e economicamente.

Hoje, enquanto o ocidente neoliberal ostenta uma decadência sob todos os aspectos, o anarcocapitalismo do presidente argentino Milei, do ideal de capitalismo totalmente sem freios ou regulação, implementou, na íntegra, a política do neoliberalismo, com corte nos serviços públicos e programas sociais, além de demissões. Embora a grande mídia financiada por grandes empresas e pelo sistema financeiro não mostre, o desemprego é crescente na Argentina. A inflação diminuiu, mas continua alta. O poder de compra existe para poucos. A crise social, política e econômica persistem por lá.

A decadente Europa, em crise econômica e social, tende a cortar os benefícios sociais, não por adesão maior ao neoliberalismo, mas para poder fazer frente à imposição de comprar mais e mais armas dos Estados Unidos e por ter uma economia mais frágil que a de grande parte dos países asiáticos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao contrário, aplica política tarifária para a importação de produtos, investe dinheiro em empresas que considera vitais, fazendo tudo o que o neoliberalismo condena. Ou seja, os Estados Unidos pregam o neoliberalismo para os outros países, acreditando na grande escala de sua produção industrial, permitindo controlar mercados afora, mas internamente vem adotando política econômica intervencionista, evitando a concorrência. Mesmo assim, por ficar refém do mercado, os Estados Unidos permitiram que a lucratividade fosse o guia da produção industrial, sem qualquer planejamento, hoje sendo incapaz de fazer frente à capacidade de produção de armamentos pela Rússia e China, que são capitalistas, mas não são neoliberais e ditam os rumos, sempre necessários.

A China, mais intervencionista, impõe orientações e sérios limites ao setor privado, priorizando sempre o interesse nacional. Com tudo isso, a China tem uma capacidade ímpar de desenvolvimento de tecnologia e de produção em larga escala, não havendo um único país capaz de fazer concorrência.

Com tudo isso, o que o Brasil deve fazer, entregar todos os seus recursos ao sistema financeiro e ficar refém eterno do agronegócio, sem poder crescer e dar renda à população, ou investir pesadamente em indústrias nacionais com incentivo e orientação do Estado, criando esse mercados mundo afora? A resposta do que é melhor ao país e à população parece ser óbvia, mas há muitos interesses envolvidos.

Neoliberalismo é coisa do passado. Deu errado em todos os países que o adotaram.

Nós tínhamos um modelo próprio, que foi abandonado pelos governos desde 1989, com exceção à presidente Dilma, e que foi copiado pela China e podemos ver como ela está, hoje!

Temos a Petrobrás e podemos gritar que o petróleo é nosso. Também podemos gritar que o pentacampeonato no futebol é nosso. A MPB é nossa. A criação do avião é nosso. A Embraer é nossa. O modelo econômico a ser seguido não precisa vir do exterior. Temos que olhar para o passado e ver que o modelo econômico, que até a China copiou, é nosso!

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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