A guerra em Gaza completará dois anos em pouquíssimos dias. Mas por quê Israel, que tem um arsenal bélico grandioso e altamente tecnológico, apoio militar, financeiro e de inteligência dos Estados Unidos e de alguns países Europeus não derrotou o combalido Hamas na pequenina Faixa de Gaza?
Afinal, Israel é incompetente ou há interesse na perpetuação do conflito na região?
Há de tudo um pouco. Incompetência para esse tipo de guerra pelo exército de Israel, resistência heroica dos palestinos, interesses pessoais e de grupo no prolongamento da guerra, inclusive com envolvimento de outros grupos ou países.
O interesse financeiro das grandes indústrias militares israelenses na prorrogação do conflito é indubitável. Quanto mais produz e vende, mais fatura.
Mas há outras três questões envolvidas, sendo que duas delas pouco são abordadas.
A prorrogação da guerra, como muitos já disseram, beneficia Netanyahu, que consegue fugir das barras da Justiça do seus pais, onde é na usado de corrupção.
Mas há uma questão muito delicada e que poderá começar a ser analisada muito em breve, inclusive pelos Estados Unidos, a acobertada corrupção israelense. Europeus e os EUA enviam armas e dinheiro para Israel, que é amplamente financiado pelo ocidente
Os EUA e os países europeus mandam muito dinheiro a Israel e, sob um estado de guerra, o controle da movimentação de recursos pelo congresso israelense fica diminuído. Com isso, o desvio de parte do dinheiro é possível. E se considerarmos o histórico de Netanyahu e de alguns de seus Ministros, é também provável, já que Netanyahu tenta fugir de eventual condenação nos processos em que é acusado nada mais e nada menos que 'corrupção".
O último fator é o mais delicado de todos. A prorrogação da guerra favorece o extermínio de um número grande de palestinos, o que facilitaria ações israelenses na remoção de pessoas e no controle da pequena Gaza e da fragmentada Cisjordânia.
Ou seja, além da incompetência israelense, o prolongamento da guerra envolve interesses pessoais de Netanyahu, uma possível corrupção que envolveria cifras bilionárias e a facilitação do ideal sionista radical de apropriação definitiva de territórios palestinos. Sob todos os ângulos, a guerra continuada é criminosa.
Crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crime de genocídio foram e estão sendo praticados contra os palestinos, e expostos sob a luz do dia a quem quiser constatar. Não se precisa de coragem para fazer tais afirmações, mas de desumanidade para negá-las.
Se os crimes de guerra, contra a humanidade e de genocídio não foram capazes de fazer essa guerra ter fim, talvez a verificação de corrupção bilionária possa fazer com que europeus e o governo estadunidense parem de enviar recursos, estancando a sangria de dinheiro e de almas.
O tempo, que trabalha contra a vida dos palestinos, nos revelará a verdade, ainda que tardiamente.