Trump acredita que nasceu com os louros de César e que, assim, era capaz de conquistar o que quisesse, fama, dinheiro, poder, o cargo de presidente dos Estados Unidos e o mundo afora, incluindo aí o Brasil.
Disse querer a Groenlândia e Gaza. Depois, talvez mal humorado, aplicou tarifas altíssimas de importação a diversos produtos de vários países, com destaque a Índia e Brasil, que receberam os maiores percentuais, 50%.
Além das tarifas, Trump assumiu uma retórica agressiva contra o Judiciário e o Executivo do Brasil, atacando indiretamente vários governos estaduais brasileiros, que não se manifestaram.
Ainda cancelou o visto de diversas autoridades brasileiras, do Judiciário e do Executivo. Também aplicou penalidades com suposta base em lei local (estadunidense) a um Ministro da nossa Suprema Corte.
Até as nossas Forças Armadas foram atingidas. Treinamentos programados para ocorrer neste ano, que contavam com a participação das Forças Militares dos Estados Unidos, como acontecia nas últimas décadas, não poderão mais contar com a participação estadunidense. As autoridades militares daquele país sequer responderam ao convite formal realizado pelas forças brasileiras.
Com total sigilo e falta de informação detalhada das autoridades brasileiras, um avião militar dos Estados Unidos pousou em Porto Alegre e, posteriormente, em São Paulo. Foi dito de forma breve que transportava autoridades diplomáticas. Jornalistas independentes, baseados em informações fornecidas por fonte brasileiras, dizem que se trata de transporte de agentes da CIA e de material e equipamento desse órgão. Não se tem certeza do que ocorreu, na verdade!
Ontem, três navios militares estadunidenses, fortemente armados, capazes de carregar milhares de potentes mísseis e 4 mil soldados, chegou às margens da área marítima da Venezuela, sob o pretexto de que pretende realizar combate ao narcotráfico. Analistas geopolíticos dizem que se trata de possível operação de bloqueio naval em rota utilizada por petroleiros venezuelanos e até por navios mercantes do nosso Brasil.
O site Opera Mundi, do prestigiado jornalista e historiador Breno Altman, denuncia que, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos acusam a Venezuela de não ter governo, mas de ser uma organização "narcoterrorista" (nova denominação adotada pelo governo estadunidense), aumentou a recompensa pela apresentação de Nicolás Maduro. Bases aéreas guianenses foram autorizadas a serem utilizadas pela Força Aérea estadunidense. Bases americanas em Curaçao e na Colômbia foram reformadas e ampliadas e podem servir para permitir que aviões pesados partam de lá para atacar a Venezuela.
Breno destacou ter havido, entre 1954 e 1989, 56 intervenções militares diretas dos Estados Unidos na América Central e no Caribe, chamadas pelo império de ações de defesa da "democracia". Breno adverte que eventual ataque ou bloqueio estadunidense não acarretaria apenas o aumento de refugiados, mas afetaria o comércio brasileiro, já que navios do nosso país (exportação de minério, soja, carne, manufaturados) trafegam por lá (38% da carne embarcada no porto de Santos utiliza essa rota). Acordos de fornecimento de gás e energia elétrica da Venezuela para o Brasil pode ser afetado, abrindo espaço para os Estados Unidos, que poderiam suprir o fornecimento para a região da Amazônia brasileira e ainda poderia afetar - sob diversas órbitas - a própria segurança amazônica. O orçamento entre 2018 e 2024 do Comando Sul dos Estados Unidos mais que dobrou para 1.77 bilhão de dólares (dados do Pentágono). O jornalista Breno ainda diz que há três objetivos estadunidenses: mudar o regime do governo venezuelano, garantir a exploração do petróleo e gás de Essequibo por empresas estadunidenses e garantir que Rússia e China reduzam sua influência na região.
Não bastasse o aumento de tensão até agora relatado, o site 247 apresentou a possibilidade de, a um prazo não longo, ocorrer um possível risco de confisco de nossas reservas internacionais.
O que o Brasil deve fazer com urgência? Primeiramente conversar com autoridades venezuelanas e prestar apoio; conversar com outros países da América Latina antes de manifestar em alto e bom som que o Brasil não admite qualquer espécie de intervenção na América do Sul; criar uma base aeronaval em Fernando de Noronha - por tempo determinado e com cláusulas e meios que permitam a imediata retomada - com forças Latino Americanas, do BRICS ou da Rússia ou China, de forma a assegurar a livre circulação de nossos bens e pessoas pelo Atlântico Sul e criar uma barreira para futuras intervenções estadunidenses. Ao mesmo tempo, nossas forças armadas devem investir na aquisição e fabrico de submarinos, ainda que pequenos, mísseis e drones, para assegurarmos a segurança de nossas fronteiras e das Amazônias Verde (terrestre) e Azul (oceânica).
