O dilema brasileiro: entre uma esquerda dissociada do seu povo e uma direita entreguista.
O Brasil perdeu seguidas oportunidades de progresso econômico e social. O motivo? Temos uma elite que pouco se importa, de fato, com o país. Pouco estuda e prefere o lucro fácil e imediato a adotar medidas desenvolvimentistas de médio e longo prazo.
A elite do funcionalismo segue essa mesma visão, com raras exceções. O Congresso Nacional, por sua vez, é um show de horrores, mesclando parlamentares obtusos, entreguistas e oportunistas. Poucos são os comprometidos com a causa genuinamente brasileira.
A divisão esquerda e direita, por outro lado, tem afastado o país das questões urgentes e das soluções necessárias.
A esquerda, em grande parte, segue orientação neoliberal da elite atlanticista, não priorizando questões sociais e de desenvolvimento de nossas capacidades, da industrial à tecnológica.
A direita, então, parece viver em um mundo paralelo, em um século atrasado, acusando o comunismo, praticamente inexistente, dos males modernos e defendendo o fim não só do serviço público, mas da aposentadoria, da CLT e das empresas nacionais de tecnologia. A população, desorientada pela grande midia parcial e pelos algoritmos das mídias eletrônicas, passa a apoiar as coisas mais bizarras e absurdas propostas pela extrema direita anti nacionalista, composta por entreguistas tacanhos, sem o charme de vendedor dissimulado de Fernando Henrique Cardoso.
Pouco resta de esperança. Temos intelectuais e pessoas comprometidas com o Brasil, mas que não tem voz. O poder, os algoritmos e os interesses das elites calam o que resta dos nacionalistas.
Ser nacionalista não caiu de moda. Talvez nunca tenha estado nesse estágio. Geisel, Jango, Juscelino e Vargas, com Lula e Dilma em determinados momentos de seus governos, são constantemente atacados pela mídia e pelos neoliberais à direita e à esquerda. Os opositores ao Brasil há muito caminham contra a democracia para desestabilizar os governos que venham a apresentar propostas nacionalistas.
Vargas foi o único capaz de defender o desenvolvimentismo, compreender os males e as necessidades do povo e do país e ter a coragem de enfrentar a elite nefasta. Entregou a própria vida pelo país.
Nesse panorama de pais rendido, mesmo sem guerras, os golpistas de ontem e hoje não são apenas anti-democráticos e descomprometidos com a Constituição e os direitos individuais, coletivos e sociais. São entreguistas vendidos ao interesse do império. A cartilha que os rege são as benesses pessoais, pouco se importando com o país e as pessoas que cá habitam.
O povo tem que despertar. Apenas com um país altivo e soberano seremos capazes de alcançar a liberdade, o progresso econômico e a Justiça Social.
As Forças Armadas deveriam esquecer ideologias e adotar a defesa da soberania do Brasil. O funcionalismo público, por sua vez, deveria trabalhar zelosamente em prol dos interesses do Estado e do povo. Os legisladores deveriam se preocupar com leis que proporcionassem justiça e desenvolvimento. E a elite deveria ser uma das molas propulsores da soberania e do progresso, e não do atraso, do entreguismo e da manipulação.