Ou a Rússia é muito inocente ou sua inteligência está muito discreta ou, então, já não é mais tão eficiente como no passado.
A Rússia faz fronteira com o Irã, pelo mar Cáspio, enquanto possui fronteira terrestre com a Ucrânia.
Há que se atentar que a guerra da Ucrânia já dura mais de três anos, com mais de um milhão de mortos. Muitos ucranianos falantes de russo procuraram refúgio na Russia. E, mesmo assim, a Rússia tem provocado um considerável desgaste militar ao ocidente.
Porém, em aspectos humanitários, há que se ter em mente que se Teerã for devastada por mísseis ou artefatos nucleares, haverá a busca de refúgio também por grande parte dos iranianos.
Teerã está muito próxima do mar Cáspio e os seus vizinhos, inclusive a Rússia, podem receber um grande número de refugiados do país persa, o que tem preocupado especialmente o Azerbaijão e a Armênia.
Como a Rússia está em guerra, o recebimento de refugiados pode se tornar uma questão muito delicada, até porque os serviços de inteligência ocidentais podem colocar terroristas do Cáucaso dentre eles, a fim de ingressarem em território russo para desestabilizar o governo Putin. A Rússia tem uma preocupação grande com terroristas advindos dessa região. Foram daí que vieram alguns dos terroristas que praticaram atentados famosos no país. Embora a região esteja pacificada, não se pode descartar as ações e os interesses ocidentais, em especial britânicos e estadunidenses.
Ademais, nenhum analista sério tem dúvidas de que se o Irã cair, o próximo alvo imediato do ocidente será a Rússia, com a possibilidade (tão sonhada por britânicos e estadunidenses) de sua fragmentação em pequenas e diversas repúblicas. Daí o avanço contra a China seria muito mais rápido e fácil, objetivo principal dos países membros da OTAN.
Pela ação recente do ocidente na Síria dá para perceber que a prioridade é provocar a queda rápida dos regimes anti-ocidentais.
O ocidente está relativamente enfraquecido militar e economicamente e precisa de vitórias imediatas, sem muito custo e sem o envolvimento de muitas tropas e material bélico. O tempo, ademais, corre a favor do agigantamento da China A ação contra a Rússia, portanto, não deve demorar e deve visar o terror interno. O mesmo deve ocorrer contra a gigante China, que aparenta estar mais atenta à questão iraniana e, possivelmente, às possiveis tentativas de ação de agentes ocidentais.
O possível uso de bomba atômica ou de número ilimitado de mísseis israelenses, estadunidenses e britânicos contra Teerã representa o desespero do ocidente e pode ter como objetivo não só a mudança de regime no Irã, mas, a curto prazo, a derrocada russa e a fragilização geopolítica da China.