A continuação da guerra entre Israel e Irã só traria prejuízos a todos os direta e indiretamente envolvidos. Exceto para poucos. Já explico!
Israel, que já está com uma economia cambaleante, viu, pela primeira vez, Tel Aviv ser parcialmente destruída. A sede do poderoso serviço de inteligência, Mossad, foi destruído e dizem que o seu líder teria sido encontrado morto sob os escombros (a confirmar, pois isso é tratado com sigilo absoluto por Israel). E Israel ainda estava a poucos dias de perder totalmente a capacidade de defesa anti-aérea, pois seus mísseis estavam no fim. O cessar-fogo, então, foi uma espécie de salvação ao país.
O Irã foi gravemente atingido, perdendo cientistas e comandantes militares, além de centenas de civis. Ao contrário do que dizem Netanyahu e Trump, a capacidade do Irã de desenvolver urânio para fins civis não foi destruída, como asseguram autoridades internacionais e a própria inteligência estadunidense. E, ao contrário do que diz o bravateiro Trump, o Irã não tinha e não tem armas nucleares, como informa a própria CIA.
Mas o maior risco ao Irã e, por consequência direta, à China e Rússia, grandes parceiras daquele, seria a queda do regime iraniano. Através do que se chama de "revolução colorida".
Se você for atento, já deverá ter percebido que a mídia desencavou o suposto filho do Xá iraniano, que foi colocado no poder através de golpe por forças ocidentais e retirado pela revolução iraniana de 1979. Ao mesmo tempo, o YouTube e o Tiktok passaram a divulgar supostos perfis de iranianos questionando os costumes daquele pais e enaltecendo o modo de vida ocidental, além de retratar a suposta "era de ouro" (apenas para a elite ligada ao poder) do governo do Xá. Tudo isso fazia parte da engrenagem para mudar o rumo político do Irã, mas não funcionou, ao menos até agora, ainda que a maior parte da população seja formada por jovens, naturalmente questionadores, pois o nacionalismo - não considerado pelos líderes ocidentais - é muito forte naquele pais e serviu para fortalecer o regime, ao contrário do que pretendiam Trump e Netanyahu.
Os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França, a Inglaterra e o Catar, por outro lado, ganham com o cessar fogo e a garantia de que o estreito de Ormuz, por onde passam cerca de 20% de todo o petróleo mundial, não será fechado pelo Irã.
Trump, com a sua encenação de atacar e depois buscar o cessar fogo, agradou aos dois lados da sua base (um que queria a guerra e outro que não queria). E ainda posou como herói - ao menos ele pensa assim - por ter conseguido a paz (até quando?).
Aparentemente, então, todos teriam ganhado com isso? Não. Netanyahu e o seu gabinete formado por partidos de extrema direita querem a continuidade da guerra. O primeiro para não ser preso pela justiça e a base de extremistas para conseguir a tão sonhada grande Israel Bíblica, que segundo ela mesma, não teria durado sequer 70 anos e nunca foi comprovada pela história e arqueologia.
O cessar fogo pode ser tão somente muito breve, quase nada temporário, apenas para o reabastecimento militar de Israel. Logo os radicais romperao o acordo ou provocarao ataques de falsa bandeira, para interesses pessoais, apenas.