Há quem não queira ver, mas a
China é uma potência militar.
Segundo analistas, ela é a 3ª
maior potência militar do globo, atrás dos Estados Unidos, que possui o maior
orçamento de defesa, 11 porta -aviões com propulsão nuclear , a maior frota de
aeronaves furtivas e mais de 800 bases no exterior e da Rússia, que conta com o
maior arsenal nuclear.
A inteligência
dos Estados Unidos já acompanhava a evolução e modernização das forças de
defesa chinesas ainda em 2000 , como mostra um relatório que anteriormente era
considerado secreto (https://www.cia.gov/readingroom/docs/DOC_0000408272.pdf).
Mas
o Ministério da Guerra estadunidense tem acompanhado de perto as condições
militares e financeiras do Exército de Libertação Popular, como evidencia o
relatório de 2024 encaminhado ao Congresso (https://media.defense.gov/2024/Dec/18/2003615520/-1/-1/0/MILITARY-AND-SECURITY-DEVELOPMENTS-INVOLVING-THE-PEOPLES-REPUBLIC-OF-CHINA-2024.PDF).
Muitos, no ocidente, acreditavam
que a China tinha capacidade apenas para copiar o que o ocidente inovava, mas após
o Desfile do Dia da Vitória de 80 anos contra o Fascismo, ocorrido em setembro
de 2025, muitas potências perceberam que a China, além de ter uma capacidade de
produção impressionantemente rápida e imbatível, também está avançando
tecnologicamente com produtos e equipamentos desconhecidos dos países do bloco
ocidental.
Com equipamentos avançados e de alta
tecnologia, a China está liderando a produção de equipamentos tecnológicos,
alterando o equilíbrio então existente, entre Estados Unidos, OTAN e Rússia.
O orçamento em 2025 para gastos
com defesa alcançou cerca de US$ 247 bilhões.
Porém, o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo aponta que
os gastos reais tenham alcançado US$ 318 bilhões em 2024.
Os valores podem parecer muito
altos, mas são 1/3 do que os Estados Unidos gastam com defesa. Porém, em
2012, os gastos da China eram 1/6 das despesas dos Estados Unidos com suas
forças armadas.
Em comparação com o Japão e a
Coreia do Sul, a China gasta mais. 5 vezes mais que o Japão e 7 vezes mais que
a Coreia do Sul.
O Exército chinês chama-se
Exército de Libertação Popular (ELP) e há uma década deixou de ser uma força
militar regional obsoleta e se tornou uma força letal respeitada. Porém, tem
reduzido o efetivo em mais de 300 mil homens. Possui 5.015 tanques, 17.020
veículos blindados de combate, 121.300 veículos de transporte de tropa, material
e de logística, além de 4.591 equipamentos de artilharia.
No desfile foram mostrados sistemas
antidrone multidimensional, incluindo mísseis, artilharia, sistemas ópticos,
lasers e de micro-ondas capazes de cobrir vários alvos simultaneamente, capazes
de combater um enxame de drones.
O tanque Tipo 100 e o veículo de
apoio Tipo 100 são utilizados para uma guerra integrada, sem alcance visual e sem
contato.
A Marinha chinesa, antes voltada à
região costeira, hoje é uma Marinha de Guerra de águas azuis. Desde 2014, a
China tem mais navios de combate que os Estados Unidos, e deve continuar a
crescer. Já possui 3 porta-aviões, 74 submarinos, 72 destroiers e 45 fragatas.
O que mais impressiona são os submarinos
nucleares estratégicos capazes de lançar mísseis intercontinentais com armas
nucleares que têm alcance de mais de 10 mil kms, o míssil DF-26-D, conhecido
como matador de porta-aviões e o veículo subaquático não tripulado HSU100 pode
ser usado para detectar submarinos nucleares, reduzindo o espaço operacional
destes.
Na aviação, a China tem um
número maior de caças e com grande superioridade tecnológica em relação a anos
anteriores. Investe pesado na produção do caça J-20, com capacidades
furtivas e de ataque de precisão. Possui 1547 aviões de ataque, com 148 deles de
bombardeiros estratégicos, 912 helicópteros de ataque, 286 aviões de transporte
e 399 aeronaves de treinamento. A maior parte das aeronaves é de fabricação
chinesa, mas possui alguns caças russos.
No desfile foram vistos caças de combate
de superioridade aérea e furtivos, ambos não tripulados, que podem ser utilizados
no combate contra aeronaves tripuladas.
A China também está aumentando o
seu arsenal nuclear e alcançou 600 ogivas este ano, número ainda muito
inferior ao dos Estados Unidos e da Rússia. A pretensão é alcançar 1.500 ogivas
até 2035.
Porém, a China possui o maior
arsenal mundial de mísseis terrestres convencionais e de uso duplo. Além disso,
o desfile de setembro impressionou com os mísseis Jinglei-1com capacidade de
transportar projéteis nucleares pelo ar., os mísseis balísticos
intercontinentais DF-61, o míssil de cruzeiro hipersônico CJ-1000, com alcance
de até 5 mil kms e dificílimo de ser interceptado e o míssil intercontinental
Dongfeng-5C (DF-5C), com alcance de 20.000 quilômetros,
A China também investe em constelações
de satélites para coletar informações de inteligência e permitir
comunicações e navegação nas esferas civil e militar.
Não se pode dizer que a China superou completamente os Estados Unidos, mas apresentou armas que lideram em tecnologia. O que não favorece a China é a falta de larga experiência em combates recentes.
No dia 15 de novembro você poderá assistir ao programa VAMOS FALAR DE GEOPOLÍTICA abordando este tema com relativo bom humor!