É sabido que parte da nossa elite era ligada à Europa, no passado, e mais recentemente aos Estados Unidos.
Adesivos com bandeiras dos Estados Unidos nos carros era algo comum 20 anos atrás.
Com o tempo, a subserviência de alguns ao império estadunidense tornou-se não apenas evidente, mas aberrante.
Não digo em relação à paixão pelos hambúrgueres, músicas e filmes de lá, algo plenamente compreensível, dada à massificação existente, mas me refiro à subserviência, uma espécie de submissão sexual, como diz sem reservas um analista de geopolítica e militar aposentado (da reserva) da Marinha brasileira.
Bolsonaro, quando candidato, prestou continência à bandeira dos Estados Unidos e disse que a Amazônia já não era mais somente brasileira e que precisávamos compartilhá-la com os Estados Unidos, para espanto do policial militar aposentado, e então senador bolsonarista, Major Olimpio, já falecido, que estava sentado ao lado de Messias durante essa fala. As declarações de amor por Trump soavam como brincadeira perto do entreguismo declarado.
Ao mesmo tempo, as manifestações Bolsonaristas sempre ditaram palavras de ordem contra um dos poderes da República, o STF, a maior Corte do nosso Judiciário, enquanto empunhavam-se enormes bandeiras dos Estados Unidos nas comemorações de nossa independência.
Outros inúmeros atos menores de subserviência eram visíveis, culminando com a ida de um deputado federal, filho de Bolsonaro, aos Estados Unidos para pedir sanções contra o Brasil. Por lá ficou e informalmente estabeleceu residência, mesmo ocupando o cargo de deputado federal no Brasil.
Após a derrota eleitoral em 2022, Bolsonaro viajou aos Estados Unidos do então presidente Joe Biden. Lá estavam o fugitivo Allan dos Santos e o neto do ditador Figueiredo, que permanecem até hoje por lá.
Muitos dos participantes dos atos golpistas fugiram para os Estados Unidos, como o ex-presidente da ABIN na era Bolsonaro.
Esses atos são aberrantes e indicam que os Estados Unidos se tornaram um refúgio de Bolsonaristas, muitos deles condenados ou foragidos, mas isso não é mera coincidência.
Há atos claros de interesses dos Estados Unidos no Brasil, o que sempre ocorreu, desde a nossa independência.
Em 2013/2014 foi denunciada a escuta ilegal da presidente Dilma e de diretores da Petrobrás, às vésperas de decisões sobre exploração de áreas do pré sal. Na Era Dilma, buscou-se o fortalecimento das Forças Armadas, o desenvolvimento efetivo do nosso submarino nuclear e a reindustrialização, principalmente em setores tecnológicos. Os interesses dos Estados Unidos eram evidentes no petróleo e na descoberta da tecnologia envolvida no desenvolvimento do nosso submarino.
De 30 anos para cá, pelo menos, os EUA alegam infundadamente haver terrorismo na tríplice fronteira, uma região enormemente privilegiada em água doce e extremamente estratégica, pois está entre o Paraguai, a Argentina e o Brasil.
Diversos líderes dos Estados Unidos já disseram que a Amazônia era internacional, ou seja, que as decisões sobre a área caberia às grandes potências militares e econômicas, entenda-se OTAN.
A VAMOS TV apurou, com exclusividade, que Vargas e Jango adotaram medidas efetivas de soberania na Amazônia antes de serem afastados de seus cargos. Vargas, em 1954, ano de seu suicídio, criou o mais importante órgão de desenvolvimento da Amazônia, visando aumentar a presença do Estado brasileiro na região, através de ações econômicas de peso. João Goulart, em março de 1964, poucos dias antes de ser afastado da presidência brasileira, criou o importantíssimo Batalhão da Selva, maior referência mundial em ações militares em florestas. Meras coincidências?
Lembre-se que em 1964 os EUA enviaram uma esquadra para águas brasileiras, em apoio aos militares golpistas.
Dos militares golpistas, os únicos realmente nacionalistas eram Castelo Branco, morto em um misterioso acidente aéreo, e Ernesto Geisel, que rompeu relações militares com os EUA e deu início às grandes indústrias bélicas brasileiras.
Trump já manifestou expresso interesse em nossas Terras Raras, presentes principalmente em Minas Gerais e na Amazônia brasileira.
Os Estados Unidos não são apenas o país central da expansão da extrema direita, mas o país central dos interesses estrangeiros contra o Brasil e, assim, contra os brasileiros.
Pouco importa se são democratas ou republicanos. Presidentes dos dois partidos estiveram e continuam de olho nas riquezas brasileiras. Obama determinou as escutas ilegais. Biden recebeu condenados e foragidos da Justiça brasileira. Trump acolhe Eduardo, o neto de Figueiredo e uma centena de fugitivos da Justiça do Brasil, ao mesmo tempo em que aplica sanções exigindo, inicialmente, o fim do processo contra Bolsonaro, com sanções a Ministros da Suprema Corte e do próprio governo federal.
Não há a menor dúvida de que a extrema direita brasileira liga-se de perto aos governos dos Estados Unidos e que esses, juntamente com os golpistas, agem contra as instituições brasileiras, o Brasil e os brasileiros.
Motivos parecem não faltar para se iniciar investigações pela ABIN e pela Polícia Federal sobre eventuais financiamentos de organizações e empresas dos Estados Unidos a políticos de extrema direita no Brasil. Já se sabe que órgãos indiretamente ligados aos EUA financiaram diversos movimentos extremistas durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma. Resta apurar-se o financiamento dos Bolsonaristas radicais.
Embora louve-se as denúncias da PGR contra os golpistas, faltou apurar e processar os financiadores do golpe, os mais execráveis de todos, por sinal, pois usaram os demais como massa de manobra. Será que, além de empresários e personalidades brasileiras, haveria o envolvimento de organismos e empresas estadunidenses no financiamento dos atos golpistas e do próprio bolsonarismo?