A população aplaude medidas popularescas da extrema direita, como essa última ocorrida em favelas cariocas, que resultaram em mais de 120 mortos, mas elas não resultam em nada, a não ser em matança. Não melhoram a segurança de ninguém, não ocupam morros, fortalecem grupos criminosos contrários e criam caos por toda a cidade.
A extrema direita trabalha assim, com holofotes, sem resolver o problema da população e criando novos problemas a todos que vivem em suas cidades.
A esquerda raiz, ao contrário, promove medidas sem holofotes, mas capazes de melhorar a vida das pessoas. Foi assim com Mario Covas, que pôs fim às milícias paulistas e estruturou a polícia cidadã, preocupada em servir à população e não a tratá-la como inimiga.
A polícia cidadã da esquerda visa proteger o trabalhador, o morador, o transeunte, o motorista e todos aqueles, ricos ou pobres, que habitam determinada localidade.
A diferença é substancial. A extrema direita trata a população como objeto, enquanto a esquerda cuida de pessoas.
A esquerda costuma tratar com eficiência a questão da segurança, mas o que dá voto é o discurso agressivo, ações cinematográficas. A direita dá vazão ao discurso de quem não entende de segurança pública porque essas falas agradam as massas.
A eficiência das ações é da esquerda, mas a população gosta dos discursos.
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Cabe à esquerda, porém, ouvir mais a população e demostrar, a cada dia, que a boa polícia age silenciosamente, sem alarde, solucionando os problemas do cidadão.
Deve a esquerda, se quiser ganhar o jogo, ouvir a população e mostrar suas ações. Só os números e os dados não são suficientes à população querer enxergar a realidade.
Outro ponto que afasta a população da esquerda é a defesa, por uma pequena e estrondosa parte, dos criminosos. Direitos humanos não são dos criminosos, são de todos. As vítimas também têm direitos humanos. É princípio basilar, mas que alguns não percebem e a mídia, maliciosamente, divulga. Cabe à esquerda ajustar os discursos. Radicais de esquerda afugentam parte significativa da população das siglas trabalhistas e nacionalistas nas eleições.
A esquerda tem mais potencial e mais ações, mas precisa ajustar seus discursos e a divulgação dessas ações exitosas que os dados e números evidenciam.