Alguns dos maiores países do mundo em extensão territorial são também os maiores países em economia ou força militar, como Estados Unidos, Rússia e China.
O Brasil integra o rol de maiores países do mundo em extensão, mas sua economia e suas forças militares não são maiores por força de uma elite entreguista e aliada umbilicalmente aos Estados Unidos, o país que mais boicota nosso crescimento econômico e nossa autonomia militar.
Somos grandes, mas poderíamos ser muito maiores.
Pense num simples comércio de alimentos que entrega a domicílio. Uma família inteira trabalha lá e não emprega diretamente ninguém. O entregador também não tem vínculo trabalhista e não é nem empregado nem empregador. De um almoço com margem de lucro pequena que sai por 30 reais, boa parcela disso vai para o Ifood, uma empresa dos Estados Unidos. Com o pagamento em cartão, 5% disso também vai para uma empresa dos Estados Unidos. Sem contar com os produtos fabricados por empresas estadunidenses, apenas a empresa entregadora e a do cartão, ambas dos Estados Unidos, tiram do pequeno comerciante mais de 10% do lucro bruto. Se for comparar com o lucro líquido, esse percentual sobe muito.
Ou seja, de uma pequena produção já sabemos quanto vai para os Estados Unidos. Imagine-se, então, de toda a nossa economia? Somos, ou não, uma colônia de exploração moderna? Já imaginou o quanto nossa economia poderia crescer se atuássemos com eficiência e eficàcia nessas áreas que as empresas dos Estados Unidos monopolizam?
A AVIBRÁS está quebrada e seria facilmente reerguida, mas a elite não pensa na importância de se dar continuidade à produção de veículos e mísseis por uma empresa 100% brasileira, que produz trabalho qualificado, tecnologia e inteligência genuinamente brasileiras. Acham melhor comprar tudo das empresas de países da OTAN.
Nos resta, por enquanto, a Embraer, já privatizada, e a Petrobrás, onde o governo detém a minoria das ações, mas poder decisório. Porém, não se sabe o que o próximo Chefe do Executivo Federal decidirá quando assumir o cargo a respeito dessas empresas e também dos Bancos do Brasil e Caixa Econômica Federal.
O Brasil não pode permitir essa dependência de países imperialistas, ocupem eles o hemisfério sul ou norte, o leste ou oeste do mapa mundi. O Brasil tem que perseguir a sua independência, autonomia e soberania plenas, e isso inclui capacidade militar e liberdade econômica, com capacidade de produção tecnológica.
Precisamos de mísseis, foguetes para lançar satélites e espaçonave, precisamos de caminhões e veículos militares genuinamente brasileiros. Para isso, precisamos, ao mesmo tempo, difundir tanto a história do Brasil, quanto informação sobre a importância dessas medidas, ao povo e também à elite.
Se a elite brasileira se desapegar das nações que nos usaram em prol do império ou do colonialismo, terá condições de crescer e ganhar muito, junto com o próprio Brasil e seu povo.
Essa dependência de países imperialistas e o neoliberalismo trabalham contra o país e o nosso progresso. A independência econômica e militar exige investimento em tecnologia, uma atuação mais eficaz do Estado na economia e o compromisso de empresários brasileiros com o Brasil.