O fortalecimento da indústria nacional de defesa, sucateada por anos a fio, é imprescindível para os interesses geopolíticos, militares e econômicos brasileiros. Explico de forma simples.
Não sou a favor das guerras, mas esse posicionamento pela Paz não pode ser irresponsável e permitir que o Brasil fique frágil diante de interesses internacionais em nosso petróleo, nosso minério, nossa água, nossos alimentos, nossas florestas, nosso território e nosso posicionamento econômico e ainda remetendo bilhões de reais ao exterior, em detrimento de vagas de empregos e tecnologia que poderiam ser produzidas aqui no Brasil.
É fato que não só a indústria de defesa foi enfraquecida nos últimos 40 anos, mas o setor industrial como um todo. E é esse setor que permite avanços tecnológicos, empregos melhor remunerados e aumento na exportação. E quando se fala em indústria de defesa, há que se entender menor dependência de tecnologia externa, menor vulnerabilidade a interesses das grandes potências exportadoras de armamentos, maior autonomia das forças armadas, aumento do número de empregos formais, menor importação e maior exportação e aumento do PIB.
Quanto mais desenvolvida é a indústria de defesa, menos as forças armadas dependem de insumos importados ou de permissão/autorização de grandes potências. Ou seja, o desenvolvimento da nossa indústria de defesa é bom geopoliticamente, militarmente, economicamente, tecnologicamente e socialmente falando.
O novo PAC impõe maiores gastos com o setor de defesa e com a indústria nacional de defesa, prevendo investimentos na ordem de R$ 53 bilhões na modernização e novos equipamentos das forças armadas brasileiras. Mas esse investimento só faz sentido se impuser a consequente nacionalização dos bens e serviços a serem adquiridos.
E quando se avança na indústria de defesa, os seus avanços vão muito além das forças armadas. Tecnologias alcançadas militarmente refletem em âmbito civil, como no caso de satélites, veiculos transportadores de satélites, comunicações, veículos etc.
Mas os benefícios não param aí. O fortalecimento da indústria de defesa impõe de forma quase automática menores importações de bens para as polícias, seja civil, militar, federal, rodoviária e até guardas metropolitanas e maior volume de compra para produtos nacionais, aumentando o emprego direto e indireto de forma exponencial e ajudando a alavancar a chamada indústria de defesa. Há que se recordar que o gasto das polícias no Brasil supera a média mundial no setor, ou seja, é muito dinheiro envolvido.
O fortalecimento da indústria nacional se faz de rigor e, por consequência, da nossa indústria de defesa. O seu sucateamento só interessa aos que defendem os interesses estrangeiros.