sábado, 19 de março de 2022

VIDAS HUMANAS, INSUMOS SUBSTITUÍVEIS EM GRANDE PARTE DE NOSSAS DEMOCRACIAS E DITADURAS

foto: ACNUR

Enquanto muitos discutem a alta da inflação, o aumento do dólar e dos combustíveis, milhões em todo o mundo sofrem pela falta de um prato de comida ou de água.

O ser humano não precisa mais caçar para sobreviver, mas toda a evolução social e a modificação causada na natureza não foram capazes de garantir a segurança alimentar a toda a população. Enquanto os lixos estão lotados, muitos estômagos estão vazios.

A ONU, Organização das Nações Unidas, trouxe um pouco mais de estabilidade a fim de evitar uma nova grande guerra mundial, porém as atrocidades continuam sendo cometidas pelo mundo afora. Jornalistas e defensores dos direitos humanos são perseguidos e assassinados. Homossexuais, travestis e transgêneros não são apenas discriminados, mas mortos. Os negros seguem sendo excluídos de direitos essenciais, colocados há tempos na periferia das grandes cidades e submetidos a empregos de baixa qualificação. Refugiados perseguidos por pertencerem a etnias diferentes, terem religiões diferentes, opção política ou sexual diversa, tentam salvar a vida, procurando abrigo em países de culturas e línguas diferentes. Muitas vezes ficam em campos de prisioneiros, denominados de campos de refugiados, onde ficam presos, sem direito a trabalhar ou a integrar-se com a população da localidade. São os modernos campos de concentração. Esses não matam pelo gás ou execução por tiro, mas pelo descaso e esquecimento. São crianças, mulheres, idosos e jovens abandonados pela comunidade, sociedade e pelo mundo todo.

O Papa Francisco é um dos poucos líderes mundiais que fala e age em prol dos refugiados. A maioria dos presidentes e primeiros ministros de todo o globo os trata como se fossem imigrantes econômicos, discriminando-os, sem respeitar os tratados que garantem direitos mínimos a quem procura refúgio.

Os refugiados da África e da Ásia, incluindo aí os do Oriente Médio, são os que mais sofrem. Na maior parte das vezes, fogem das perseguições das ditaduras e de grupos militares ou guerras.

Você deve ter se comovido com os refugiados sírios em 2015, mas você sabe como eles estão hoje? A mídia simplesmente parou de noticias, como se o problema tivesse sido controlado ou desaparecido, o que não é verdade. O número de refugiados sírios ainda é altíssimo, na casa dos 5 milhões, e a guerra na Síria continua sem controle.

Alguns ouviram sobre o drama dos refugiados em Mianmar, o mesmo país que há um ano sofria um golpe militar com a implantação de um regime ditatorial.

Muitos dos refugiados saem do país. Outro grupo, no entanto, por dificuldades econômicas, não migra para fora, mas se desloca para outra região. E a crise dos refugiados em Mianmar voltou a crescer na região de Kayah.

A imprensa dá destaque à crise geopolítica na Ucrânia e Rússia, mas esquece-se de noticiar as crises humanitárias de grande parte do globo.

Se um estadunidense morre ou é assassinado, vira destaque em todo o mundo. No entanto,se milhares de crianças das regiões pobres do globo são assassinadas por grupos paramilitares ou exércitos das grandes potências, pouco ou nada se divulga.

Falta sensibilidade não apenas às pessoas, mas às agências de notícias e grandes mídias que ainda controlam o que vira notícia.

As democracias se renderam aos sistemas econômicos. O que importa para a grande parte dos países é tão simplesmente o "bolso" e "quanto rendem as aplicações". Vidas humanas passaram a ser descartáveis, como produtos ou insumos substituíveis.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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