Enquanto muitos discutem a alta da inflação, o aumento do dólar e dos combustíveis, milhões em todo o mundo sofrem pela falta de um prato de comida ou de água.
O ser humano não precisa mais
caçar para sobreviver, mas toda a evolução social e a modificação causada na
natureza não foram capazes de garantir a segurança alimentar a toda a
população. Enquanto os lixos estão lotados, muitos estômagos estão vazios.
A ONU, Organização das Nações
Unidas, trouxe um pouco mais de estabilidade a fim de evitar uma nova grande
guerra mundial, porém as atrocidades continuam sendo cometidas pelo mundo
afora. Jornalistas e defensores dos direitos humanos são perseguidos e assassinados.
Homossexuais, travestis e transgêneros não são apenas discriminados, mas
mortos. Os negros seguem sendo excluídos de direitos essenciais, colocados há
tempos na periferia das grandes cidades e submetidos a empregos de baixa
qualificação. Refugiados perseguidos por pertencerem a etnias diferentes, terem
religiões diferentes, opção política ou sexual diversa, tentam salvar a vida,
procurando abrigo em países de culturas e línguas diferentes. Muitas vezes
ficam em campos de prisioneiros, denominados de campos de refugiados, onde
ficam presos, sem direito a trabalhar ou a integrar-se com a população da
localidade. São os modernos campos de concentração. Esses não matam pelo gás ou
execução por tiro, mas pelo descaso e esquecimento. São crianças, mulheres,
idosos e jovens abandonados pela comunidade, sociedade e pelo mundo todo.
O Papa Francisco é um dos poucos
líderes mundiais que fala e age em prol dos refugiados. A maioria dos
presidentes e primeiros ministros de todo o globo os trata como se fossem
imigrantes econômicos, discriminando-os, sem respeitar os tratados que garantem
direitos mínimos a quem procura refúgio.
Os refugiados da África e da
Ásia, incluindo aí os do Oriente Médio, são os que mais sofrem. Na maior parte
das vezes, fogem das perseguições das ditaduras e de grupos militares ou
guerras.
Você deve ter se comovido com os
refugiados sírios em 2015, mas você sabe como eles estão hoje? A mídia simplesmente
parou de noticias, como se o problema tivesse sido controlado ou desaparecido,
o que não é verdade. O número de refugiados sírios ainda é altíssimo, na casa
dos 5 milhões, e a guerra na Síria continua sem controle.
Alguns ouviram sobre o drama dos
refugiados em Mianmar, o mesmo país que há um ano sofria um golpe militar com a
implantação de um regime ditatorial.
Muitos dos refugiados saem do
país. Outro grupo, no entanto, por dificuldades econômicas, não migra para
fora, mas se desloca para outra região. E a crise dos refugiados em Mianmar
voltou a crescer na região de Kayah.
A imprensa dá destaque à crise geopolítica na Ucrânia e
Rússia, mas esquece-se de noticiar as crises humanitárias de grande parte do
globo.
Se um estadunidense morre ou é assassinado, vira destaque em
todo o mundo. No entanto,se milhares de crianças das regiões pobres do globo
são assassinadas por grupos paramilitares ou exércitos das grandes potências,
pouco ou nada se divulga.
Falta sensibilidade não apenas às pessoas, mas às agências
de notícias e grandes mídias que ainda controlam o que vira notícia.
As democracias se renderam aos sistemas econômicos. O que importa para a grande parte dos países é tão simplesmente o "bolso" e "quanto rendem as aplicações". Vidas humanas passaram a ser descartáveis, como produtos ou insumos substituíveis.