A nossa sociedade está perdida. Descontrola-se quando a guerra afeta a economia, mas pouco repara no número de mortos dos dois lados.
Internamente, então, o nosso país
entrou em um estágio em que parece que as pessoas vivem uma realidade paralela.
Estão liberando as máscaras ao
mesmo tempo em que estão surgindo combinação de variantes e aumentando o número
de casos, principalmente em Hong Kong, China e Coreia do Sul.
O Brasil não zerou as mortes em razão
da pandemia. Elas continuam entre 500 e 1000 mortes diárias só pela covid-19,
um número alto e ainda absurdo.
Não podemos nos acostumar com tamanho
número de mortes pela covid como se isso fosse normal.
A liberação de máscaras, nesse
momento, somente tende a elevar o número de contágios, de hospitalizações, de
internações e de óbitos.
Se o aumento do número de
internados pode ser suportado pelo SUS, o aumento do número de mortos não pode
ser aceito com essa falta de empatia. Não podemos banalizar as mortes e não
podemos nos acostumar com elas.
São pessoas, são brasileiros,
crianças, jovens, idosos, mulheres e homens, que estão morrendo aos montes
todos os dias.
Permitir que o contágio aumente e
que o número de mortos venha a subir me parece inconcebível.
Ou os que ainda se espantam com
tal frieza vivem em um mundo paralelo ou serão os governantes e grande parte da
população que está a viver uma fantasia assombrosa? Seremos nós ou eles a viver
fantasias? A deles, fria e desconcertante, certamente é doentia.