Os seres humanos são seres complexos, e os líderes das Nações são seres ainda mais complicados.
Vamos começar falando do básico, daquilo que nos é costumeiro. O sistema econômico que adotamos não traz a paz tão esperada, mas conflitos existenciais periódicos. Em geral, o ser humano complica o que é simples, sempre fazendo prevalecer a ganância e a sede de ter a propriedade daquilo que é fornecido pela própria natureza.
Embora tenha inventado a linguagem, o ser humano não costuma resolver através dela as pendências. Os conflitos às vezes são resolvidos de forma truculenta e na força. Com as Nações não é diferente.
Na questão Ucrânia e Rússia, há razão para as duas Nações. Uma quer ingressar na Europa e é a vontade livre dela. Outra quer a segurança nas fronteiras, e a possibilidade de armamentos da OTAN estarem em território ucraniano, incluindo aí aviões, bases e mísseis, traz absoluta insegurança à Rússia. A Ucrânia tem medo do império russo e a Rússia tem medo do expansionismo da OTAN.
Não se esqueça de que no governo do estadunidense Reagan foi prometido - oralmente, e não por escrito - a Gorbachev, presidente da União Soviética, que a OTAN não se expandiria para o leste. E se expandiu, chegando às fronteiras da Rússia, então maior república da URSS.
Esse diálogo que precedeu o fim da União Soviética prometia trazer paz e segurança aos países europeus. Mas a promessa não foi cumprida. Mesmo assim, há muitas formas de se chegar a uma solução que leve à paz.
Quem sou eu para fazer uma proposta de paz se não sou representante de qualquer governo? Mas vislumbro que a proposta simples abaixo superficialmente descrita poderia - em tese - e com concessões dos lados - atender ao interesse das duas Nações (Ucrânia e Rússia).
A Ucrânia permaneceria indivisível, devendo reconhecer a autonomia política das regiões hoje declaradas independentes pela Rússia. Ao mesmo tempo, comprometer-se-ia a desarmar-se e estaria proibida de comprar armamentos. Por outro lado, a Ucrânia estaria livre para integrar a União Europeia, querendo, bem como integrar a APEC - Ásia-Pacific Economic Cooperation, ou Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, que integra diversos países da ásia pacífico e fora dele, se for de sua vontade, o que possibilitaria integrar blocos economicos importantes, beneficiando sua economia.
No entanto, Rússia, Bielorússia e países da Europa e OTAN se comprometeriam a não invadir, instalar bases ou armas ou até mesmo ocupar a Ucrânia. A invasão somente seria possível para a defesa do território da Ucrânia, caso houvesse comprovada invasão, ainda que consentida pela Ucrânia, ou ataque pela Rússia, Bielorússia ou organismos ou qualquer país que integre um desses blocos (UE e OTAN).
Dessa forma, ainda que não atenda integralmente aos interesses de todas as partes envolvidas, se asseguraria a vontade da Ucrânia de integrar a União Europeia, a segurança da Nação russa e da própria Ucrânia, ainda que desarmada, e a possibilidade de um boom econômico na hoje arrasada Ucrânia. Mais, garantir-se-ia paz à população ucraniana, algo que não está visível no horizonte desse povo.
Esse é apenas um esboço de uma proposta de paz que poderia ser apresentada. Muitas outras são possíveis.
A paz, portanto, é sempre possível se houver vontade de todas as partes envolvidas de alcançá-la.