Parecemos distantes de um mundo
menos armamentista e belicista, mas não estamos.
O papel da ONU, desde a sua
criação, em 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, é assegurar a paz
e somente ela deveria concentrar forças armadas, que iriam se desmilitarizando
com o passar dos anos.
Os países, assim como já ocorre com
a Costa Rica, deveriam ter apenas suas polícias, sejam civis ou militares, mas
não Forças Armadas, ou seja, Marinha, Exército e Aeronáutica.
Se, por um lado, nenhum país
poderia ter arsenal atômico, por outro, a fiscalização da ONU deveria ser
permanente e rigorosa, a fim de evitar uma possível burla a essa regra. O mesmo
vale para a questão das Forças Armadas.
Dessa forma, sem investir trilhões
de dólares em armas nucleares ou convencionais para segurança estratégica ou
combate, sobraria muito dinheiro para investir em coisas vitais, literalmente
(vital vem de vida) e seria assegurada uma diminuição drástica das guerras e
dos seus efeitos danosos à população civil e à economia mundial.
Com paz, os países conversariam
mais entre si, comercializariam mais e haveria mais consensos que dissensos,
rompendo paradigmas que trazemos de séculos atrás de divisão do mundo em
blocos, seja ocidental, oriental, capitalista, desenvolvido ou qualquer outra
denominação que se queira dar.
Mas para que os países
consentissem que apenas a ONU tivesse Forças Armadas e que elas somente
poderiam ser utilizadas, deve haver um número mínimo de países votantes, bem
como deve ser ampliando, de forma paritária ao universo de países e de sua
representatividade, o número de integrantes permanentes do Conselho de
Segurança da ONU.
Mas, obviamente, o fim das Forças
Armadas dos Países deve vir acompanhado do fim das organizações militares,
sejam elas quais forem.
É óbvio que uma ideia como a
presente encontraria óbices, principalmente das principais potências militares
e econômicas do globo. Mas é o que, no meu ponto de vista, se faz premente. A
discussão generalizada sobre a Guerra da Ucrânia nos fez perceber que acendeu a
luz vermelha para o risco de uma guerra nuclear e que a humanidade parece estar
milhares de anos atrasada por não resolver na via diplomática questões conflituosas
eventualmente existentes.
A paz imediata, hoje, é necessária, mas a
paz duradoura também o é para as gerações futuras.