Mais de 416 bilhões de dólares foram prometidos à Ucrânia, mas os repasses teriam chegado a pouco mais de 238 bilhões de dólares, do início da guerra até o início de dezembro. De qualquer forma, é muito dinheiro. Esses números foram divulgados por uma agência noticiosa russa, baseada em dados abertos pelo governo ucraniano.
Os financiadores são os Estados Unidos, responsável por pouco mais da metade desse valor, países europeus e a OTAN.
Considerando-se os valores envolvidos, uma pergunta há que ser feita. A quem interessou e interessa a guerra da Ucrânia?
Pelo o que vemos hoje, de um lado serviu aos interesses econômicos dos Estados Unidos de produzir e vender armas, ganhar o mercado europeu no fornecimento de gás liquefeito e, ao enfraquecer a economia e as indústrias europeias, tentar conquistar o mercado antes dominado por elas.
A tentativa de debilitar econômica e socialmente a Rússia não funcionou. Esta nacionalizou as indústrias e o comércio de empresas europeias e estadunidenses, ao mesmo tempo em que passou a aumentar a produção de equipamentos militares e seus insumos. Por outro lado, passou a aumentar a venda de petróleo e gás para a China e a Índia. E ainda substituiu, ainda que parcialmente, a Ucrânia no fornecimento de fertilizantes.
A guerra não começou com a invasão russa, mas com o golpe articulado pela inteligência ocidental para a derrubada, em 2014, do governo ucraniano pró-russo. No seu lugar entrou um governo de direita radicalmente pró OTAN, com apoio de forças milicianas neonazistas.
E voltando ainda mais no tempo, com o fim da União Soviética, foi prometido que a OTAN jamais se expandiria ao leste europeu. E não foi isso o que ocorreu ao longo dos anos. A OTAN, hoje, está nas fronteiras russas.
A guerra hoje travada foi imaginada e planejada há tempos pela OTAN e os Estados Unidos. E a Rússia esperou muito tempo para reagir, e o fez com força.
Os perdedores são o povo ucraniano e os países europeus. Os vitoriosos, ao menos até agora, são os Estados Unidos e Rússia.
A China, que assiste a tudo silenciosamente, poderia vir a ser ameaçada em suas fronteiras, caso o plano imaginado pelos Estados Unidos e OTAN desse certo, ou seja, a da desfragmentação da enorme Rússia em diversas republiquetas.
Disso se extrai que a ação foi contra a Rússia, mas que muito possivelmente o alvo silencioso dessas ações era a China.
Os ocidentais são um retumbante exemplo de fracasso militar, mas poderosíssimas em ações de inteligência. Vide o que aconteceu com a Síria, que resistiu por 13 anos a uma guerra contra ela, sucumbindo em poucos dias após ações articuladas pelas inteligências da Turquia e dos Estados Unidos.