Jimmy Carter foi o único presidente idealista dos Estados Unidos no último século. E morreu ontem.
Batista fervoroso, foi um defensor dos direitos humanos e, na medida do possível, diante do seu cargo de liderar o maior império, da paz mundial.
Foi o único presidente que chamou o que ocorreu em Gaza pelo nome certo: genocídio. E sempre esteve presente, como ex-presidente, em todos os processos de paz no oriente Médio.
Corajoso, enfrentou ditaduras latino-americanas de direita e incentivou a abertura democrática no Brasil. Honrado, não cedeu aos interesses por detrás dos lobbies políticos em seu país.
Por aqui ele enfrentou Ernesto Geisel, um militar verdadeiramente nacionalista e fiel a Castelo Branco e que pretendia devolver o poder aos civis.
Não era um período fácil e Jimmy, como o chamavam seus amigos, não teve uma vida fácil, não sendo reeleito, perdendo a reeleição para Ronald Reagan, um ator de talento duvidoso que promoveu o neoliberalismo às alturas, redundando no fracasso industrial dos EUA de hoje.
Jimmy Carter estava com 100 anos, um século de reconhecida e incansável luta. Morreu o último guerreiro heróico dos Estados Unidos pela paz.