O caminho de Damasco está ligado ao destino da humanidade. Foi ele que permitiu que, com a revolução pessoal de Saulo de Tarso, o cristianismo se difundisse no ocidente.
Mas desde 2011 um novo caminho de Damasco paira sobre a humanidade. Ele não trata propriamente de religiosidade, mas diz muito sobre a humanidade e o seu destino.
De um dos lados do triângulo do Caminho e de seus rumos estão Estados Unidos, Israel e alguns países árabes do golfo, que financiam, treinam e armam organizações terroristas, tentando desestabilizar a Síria, cortar a linha de fornecimento de armas ao Hezbollah e enfraquecer forças opositoras aos interesses ocidentais. De outro, com interesses próprios, a Turquia. E do último lado, as forças oficiais sírias, o Irã e a Rússia, que tentam preservar interesses próprios e também a existência de Estados árabes anti imperialistas.
A ação terrorista em Aleppo surge imediatamente após a trégua entre Israel e Líbano e serve aos interesses israelenses. Explico abaixo.
Enquanto Israel visa se rearmar e se reorganizar nos dois meses de trégua, tenta barrar, nesse meio tempo, o reabastecimento do Hezbollah pelo Irã através do território sírio. E essa reação terrorista na Síria visa justamente controlar uma área Síria próxima ao Líbano. Mas não é só isso.
A ação visa, a medio prazo, a queda do regime de governo sírio, de forma a isolar o Irã e também cortar o reabastecimento de muitos proxys iranianos, do qual o Hezbollah faz parte. O interesse israelense é claro.
Foi Israel que treinou boa parte dos terroristas e forneceu tratamento médico em seu território aos jihadistas sírios.
A Ucrânia e muitos ucranianos participam ativamente dos ataques na Síria mais para tentar enfraquecer os russos e provocar a perda da base russa na Síria mediterrânea.
Os Estados Unidos financiam a guerra contra a Síria com fins geopolíticos. Primeiramente, visam fortalecer Israel e a sua expansão territorial e geopolítica. Em segundo lugar, visam enfraquecer a Rússia e o Irã. Por fim, visam sufocar política, social e economicamente os países europeus com as crises de refugiados. Ao mesmo tempo, utilizam indevida e ilegalmente o petróleo sírio para financiar essas ações terroristas.
Independentemente de quem vir a ganhar essa guerra, o destino da humanidade estará selado. Não será o mesmo que percebemos hoje. O caminho de Damasco ditará, agora, não o caminho ideal que Cristo nos apresentou, mas o caminho possível à sobrevivência do que resta da humanidade, que, na prática, se encontrará com aquele, pois a humanidade só se justifica e tem razão de existir se forem levados a efeito os ensinamentos do próprio Cristo, que dizem mais sobre o homem e sua vida na Terra que sobre os Céus.