Pela lógica que desenvolveu, o
ser humano crê ser capaz de decifrar a tudo e a todos, mas como a lógica humana
não foi baseada no conjunto da natureza, mas nas experiências próprias humanas
e por ela facilmente perceptíveis, ela serve ao humano, mas não ao todo.
Para a percepção do todo, mais do
que a lógica humana, teríamos que observar e compreender as leis da natureza e
do Universo, como dizem algumas filosofias orientais, como o Taoísmo.
Assim, a forma como enxergamos o
Universo é possível, mas não significa que seja verdadeira e absoluta. Ela,
gradativamente, vai sendo alterada e se moldando à realidade que vai se revelando
e ampliando em nosso horizonte. Os nossos sentidos devem ser ampliados.
Como 96% do universo é composto
de energia e matéria escura, não formadas por átomos e completamente desconhecidas
ao ser humano, o desenvolvimento de outras formas de percepção são fundamentais
ao avanço da compreensão de parte significativa do todo por nós.
A percepção através de todos os
sentidos é a base da compreensão e deveria envolver não apenas a visão, audição,
paladar, olfato e tato. Há outras formas de percepção que deveríamos
desenvolver e que alguns poucos arriscam descobrir.
Neste aspecto, as religiões afro
e o espiritismo exercem um papel importante. Mas não são só elas que trabalham
com a ampliação dos sentidos. A meditação, tão em voga, permite que apuremos
alguns canais energéticos do corpo, ampliando a capacidade de percepção pela mente
humana.
Uma mente aprisionada nada
descobre. Apenas reinventa. Uma mente liberta, ao contrário, faz descobertas e
avança no conhecimento e na percepção do então parcial ou totalmente
desconhecido.
As grandes descobertas e os
grandes inventos foram conseguidos em grande parte graças aos estudos,
evidentemente, mas não só. Eles também se deveram à intuição, observação e mudanças
nos experimentos anteriores. Daí a necessidade de libertarmos as mentes para conhecermos
a nós, aos outros e à parte importante do todo.
Conforme nos libertamos, mais
conhecemos. Porém, o todo, em si, talvez nunca consigamos alcançar, a não ser
que nos desprendamos verdadeiramente da individualidade, o que parece ser difícil,
já que somos seres materializados. A mente humana, que alcança a
capacidade de sentir a dor e necessidades alheias, pode ser capaz de chegar ainda
mais longe, muito mais longe, a ponto de sentir o todo? Se libertarmos
verdadeiramente a mente, e com perseverança, poderemos vir a saber.
Mas não se trata de providência
simples e fácil em um mundo tão individualista e que valoriza tanto o prazer imediatista.
A sociedade moderna avança na ciência e promove avanços, mas precisa avançar
muito mais em se tratando de conhecimento individual, coletivo e do todo,
incluindo aí a natureza e o Universo. Talvez seja mais fácil perceber quem
realmente somos, para daí conseguirmos avançar rumo ao mais amplo até chegarmos
ao todo, já que, queiramos ou não, por questão filosófica e por dedução lógica
humana, o integramos.