Os Estados Unidos sempre minaram as pretensões de crescimento brasileiro, mas sempre foram mais ou menos cordiais. Somente Trump foi expressamente agressivo contra o Brasil e o povo brasileiro, manifestando, ainda, o interesse de destruir referências nacionais como o Pix e a rua 25 de Março.
Nem adentro aqui quanto à participação comissiva de parlamentares e políticos brasileiros, sob pena de mudar o foco do texto.
Antes de Trump, Jimmy Carter, há mais de 45 anos, exerceu forte pressão contra o General e então presidente Ernesto Geisel, principalmente nas questões de direitos humanos e nuclear, mas não na intensidade e agressividade ora promovidas por Trump.
Como já foi mencionado aqui, a intenção do atual presidente estadunidense é atingir os BRICS e indiretamente a China, através do seu terceiro pilar estratégico, o Brasil.
Dos três principais pilares geopolíticos, o militarmente mais frágil deles é o Brasil, embora seja uma potência em diversos setores essenciais à China.
Como foi mencionado no programa VAMOS FALAR DE GEOPOLÍTICA, do Canal VAMOS TV, no YouTube, os Estados Unidos já sancionam economicamente e agem militarmente contra os dois outros pilares chineses, a Rússia, o principal deles, e o Irã. Esses dois formam uma parede geograficamente protetora (o Irã se somado a outro parceiro chinês, o Paquistão) às possíveis ações estadunidenses e têm parcerias econômicas importantes com a China, tendo a Rússia, ainda, parceria militar e estratégica com o país do leste asiático.
Esses três pilares chineses não são apenas econômicos, mas estratégicos. As compras de petróleo podem ser redirecionadas, mas as de minério e de alimentos, fornecidos pelo Brasil, não são fáceis assim de se substituir.
Considerando-se o temperamento de Trump e a ação dos Estados Unidos contra os dois outros pilares geopolíticos estratégicos chineses, cabe ao Brasil adotar todas as cautelas e os cuidados necessários para a proteção de seus interesses, território e povo.
Para atingir a China, os Estados Unidos poderão ser capazes de intensificar as "sanções" ou tarifações contra o Brasil e até mesmo fechar as rotas comerciais para a China, já na nossa costa, com o uso de um porta- aviões.
Uma ação imediata secreta que o Brasil já pode adotar é intensificar nossas forças armadas e inteligência operacional na região de Itaipu e na tríplice fronteira, locais de manifesto interesse de Trump, considerando a grande utilização de energia pelos data centers de inteligência artificial e o interesse expresso de se utilizar o excedente de energia produzida pelo Paraguai e que atualmente é comprada pelo Brasil. Outra, também necessariamente sigilosa, é manter conversações com parceiros dos BRICS, para traçar ações defensivas, inclusive com fornecimento de material e tecnologia militares e de comunicações.
O Brasil tem que estar preparado para todas as hipóteses, ainda que elas sejam pouco prováveis de ocorrer. A nossa economia e soberania dependem de nossas ações efetivas, expostas publicamente ou feitas sob o mais cuidadoso sigilo.