Podemos navegar pelo Universo sem
sairmos de onde estamos. Podemos ver o que aconteceu há dias, anos e milênios,
assim como podemos perceber o que está por vir.
Enquanto as imagens do universo
circulam por aqui, aparentemente o representado estaria no canto original de
onde extraímos a foto e, magicamente, também aqui.
Na magia do Universo, os objetos
se multiplicam.
Ao mesmo tempo, a nossa voz, que
viaja à velocidade do som, estaria acompanhando de perto a narrativa de dado objeto, que
estaria aqui, de onde se falaria.
Ainda no tempo, as estrelas que
vemos, podem ter morrido há milhões de anos, assim como os raios de sol que
sentimos foram emanados minutos antes de nos alcançar.
O que vemos já não existe no
aspecto espacial, mas tem sobrevida temporal.
O tempo também parece se
eternizar. A foto eterniza a imagem de um instante. E vemos o passado no futuro.
Embora o espaço e o tempo sirvam
para equações físicas, soam no nosso campo de apreensão como magia em um mundo
repleto de matéria. Mas como tudo que tocamos e vemos, é apenas relativo. Pode
parecer brincadeira com as palavras, mas na realidade não estamos presos aonde
estamos e ao tempo, mas ao que sentimos.
O que sentimos e somos capazes de
imaginar cria a nossa realidade única, um universo, um mundo, uma história e
uma vida muito particulares. E são as sensações advindas que promovem quem
somos.
Absolutos e verdadeiros são os
sentimentos expressos e nunca igualados, ainda que vejamos uma dada imagem,
ouçamos uma mesma voz e nos percebamos em dado espaço.
O sentimento, embora possa ser
manipulável em massa, é basicamente único, individual, inigualável.
Quando o ser humano se conscientizar
de que o tempo e o espaço são relativos e que o universo abriga múltiplas
realidades, estando nos indivíduos os segredos que tanto busca, aí se voltará à
valorização e ao estudo da Espiritualidade.
A verdade, pelo o que somos
capazes de começar a redescobrir, está no interior de cada um de nós, em uma
conexão com o todo e não exatamente no tempo e no espaço.
E está dentro de nós a força
capaz de relativizar o que julgamos acontecer ao nosso redor.
O tempo e o espaço apenas
interferem se autorizarmos.
Isso não significa que corporalmente
não envelheçamos e sintamos dores, já que a matéria, queiramos ou não, nos
alcança. Porém, somos capazes de ver e sentir de acordo com a vontade interior.
Quanto menos ligados à matéria formos, menos nos influenciaremos pelos aspectos
do tempo e espaço.