Guerras da Coreia, do Vietnã, do Camboja, na Indonésia, do Líbano, da Palestina, do Iraque, do Afeganistão, da Síria e do Irã. O que isso têm em comum? Todos esses países se situam na Ásia.
Muitas das guerras atenderam aos interesses dos Estados Unidos contra a interferência soviética. Outras atenderam aos interesses expansionistas israelenses. Outras visavam controlar fontes de petróleo e gás e estar próximo do Irã, da Rússia e da China, uns dos maiores rivais estadunidenses.
Disso se pode concluir que a guerra do Irã não será continua, mas intermitente, com breves paradas e retomadas. Isso para que não haja um grande envolvimento nem elevado custo para os Estados Unidos, ao contrário do que ocorreu na guerra do Iraque, bem como para que haja o enfraquecimento gradual do governo iraniano, com sua mudança a médio prazo, e da própria economia e infra-estrutura do Irã, afetando indiretamente a China, que investe pesado no país persa e tem interesses geopolítico e econômico naquela parceria.
Com a Al Qaeda governando a Síria e o Azerbaijão prestando auxilio ao ocidente contra o Irã e a Rússia, o caos está aumentando para a Rússia, Irã e China.
Por outro lado, Rússia e China estão atentos, agindo sem alarde. A Rússia estaria repassando alta tecnologia ao Irã, enquanto a China promete repassar 127 jatos j-10, de quarta geração, aos iranianos. 40 deles já estariam para ser entregues.
A inteligência do Irã é discreta, mas eficiente, e já deve ter percebido e obtido informações a respeito da guerra planejada pelos EUA e Israel.
A vantagem do Irã, em relação a Israel, estaria em promover um confronto por terra, mas sem fronteiras limítrofes entre ambos países, isso se tornaria inviável, ao menos no momento. A médio prazo, uma força aérea forte (com helicópteros e modernos caças) poderia proteger e permitir que grupos de elite, limitados a dezenas de milhares de iranianos, passassem pelo Iraque e Siria para enfrentar em solo israelense o exército daquele país, com sequencial avanço de novas forças terrestres e tanques para lá. Se bem sucedido, um eventual plano de invasão poderia ser um grande xeque-mate em Netanyahu e romper, de vez, qualquer pretensão na perpetuação da guerra.
Mas, como foi mencionado acima, o Azerbaijão pode ser não apenas porta de entrada de terroristas para o território iraniano, mas base para forças israelenses.
A guerra pretendida pelo ocidente não é calculada, mas arriscada, e pode levar à derrocada do regime iraniano, com seríssimo prejuízo à Rússia e à China, ou, até mesmo, à autodestruição de Israel, com movimentação dos hoje aliados Egito, Síria e Turquia na oportuna tripartição do território israelense.
A par disso, um ex-alto oficial estadunidense alerta para a intenção a médio prazo de Israel invadir o Egito e se apossar do Sinai e do canal de Suez, rumo à suposta (não comprovada) Grande Israel Bíblica. Mas isso possivelmente só ocorreria após o fim da prolongada guerra contra o Irã. Israel não teria condições de lutar contra o Hamas, o Egito e o Irã ao mesmo tempo.
O Irã e os palestinos são os definidores dos rumos futuros da humanidade. Se os palestinos resistirem e o Irã for exitoso, o mundo multipolar estará garantido. Se o Irã sucumbir, o genocídio palestino poderá ser consumado e os Estado Unidos dominarão o planeta por mais algumas poucas décadas, retardando o avanço chinês.
A Ásia foi e continuará a ser o centro das atenções por muitas décadas.
O Brasil, na periferia do ocidente, está submetido à influência, limitações, golpes e articulações estadunidenses, o que vem acarretando o atraso econômico do país há várias décadas. Somente um mundo multipolar permitirá o ressurgimento de um nacionalismo forte no país, a ponto de fortalecer nossas indústrias e permitir a luta pelos nossos interesses legítimos.