Enquanto o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em visita ao Brasil, autorizava o bombardeio da Líbia, o ex-presidente estadunidense Jimmy Carter visitava Cuba e almejava o fim do bloqueio econômico imposto àquele país. Ambos são filiados ao Partido Democrata, mas um era declaradamente pró-Direitos Humanos e o mais pacifista dos presidentes que os Estados Unidos já tiveram. Na época Carter, os Estados Unidos eram outro. Hoje, Obama não consegue impedir que os Estados Unidos sigam no plano internacional a intervenção sob pretextos. Foi assim nos Balcãs, ainda sob o Clinton, e o mesmo ocorre na Líbia. São as chamadas intervenções humanitárias. A única diferença é que nestes casos o comando estava sob a OTAN. Na era Bush, os Estados Unidos assumiam o papel de cowboy e atuavam independentemente do apoio ou vontade alheia.
Um mundo diferente? Certamente não teremos menos guerras, mas a forma de intervenção será diferente, mais dependente de apoio externo. Afinal, os Estados Unidos, hoje, não têm pilhas de dinheiro sobrando, de forma que muitas vezes (nem sempre) precisará do apoio da organização que ajudou a criar, a OTAN. Quem mais se preocupa com isso é a atual aliada Rússia, que ainda não entende perfeitamente até onde essa organização pode interferir em seus interesses geopolíticos muito claros.
Na época Carter havia menos guerras e um inimigo declarado, a União Soviética. Na era pós-Bush, os inimigos ocultos ainda permanecem na mente dos militares estadunidenses. Até quando?