Hoje na História: Forças armadas argentinas invadem as ilhas Malvinas
Em 2 de abril de 1982, a Argentina invade as ilhas Malvinas, uma possessão britânica desde 1833. Forças anfíbias argentinas surpreenderam e rapidamente derrotaram uma pequena guarnição de marinheiros ingleses da cidade de Stanley nas Malvinas Leste e tomaram as ilhas da Geórgia do Sul e Sandwich do Sul. Os 1.800 habitantes das Malvinas, a maioria criadores de ovelhas anglo-falantes, esperavam pronta resposta da Grã Bretanha.
Localizadas cerca de 500 quilômetros do sul da Argentina, as ilhas Malvinas são uma antiga reivindicação de Londres. O navegador britânico John Davis deve ter avistado as ilhas em 1592 e em 1690 o capitão de navio John Strong efetuou o primeiro desembarque registrado. Deu as ilhas o nome de Falklands em homenagem ao visconde Falkland quem era o Primeiro Lorde do Almirantado à época.
Apenas em 1833, a Argentina passou a ocupar a ilha
Em 1764, o navegador francês Louis-Antoine de Bougainville fundou o primeiro assentamento humano naquele território, exatamente na Falkland Leste, que acabou sendo tomado pela Espanha em 1767. Em 1765, os britânicos estabeleceram-se na Falkland Ocidental, porém a abandonaram por razões econômicas em 1774. A Espanha, por sua vez, deixou seu assentamento em 1811.
"Em 1816, a Argentina proclamou sua independência da Espanha e, quatro anos mais tarde, declarou sua soberania sobre aquelas ilhas, então abandonadas, dando-lhes o nome de Malvinas” que deriva do nome francês “Îles Malouines”, dado em 1764 pelo navegador francês Louis Antoine de Bougainville em referência à cidade francesa de Saint-Malo. Os argentinos construíram um forte nas Malvinas Leste, mas em 1832 ele foi destruído pelo navio de guerra norte-americano USS Lexington como retaliação pela tomada de embarcações de seu país na área.
Esforços diplomáticos
Em 1833, uma força naval inglesa expulsou os funcionários argentinos remanescentes e começou a ocupar as ilhas militarmente. Foi indicado um tenente britânico para governá-las e em 1880, uma comunidade de cerca de 1.800 pessoas, vindas da Inglaterra, se instalou, conseguindo sustentar-se. Em 1892, foi concedida às ilhas, açoitada por constantes ventos, o status de colônia.
Nos 90 anos que se seguiram, a vida nas Malvinas permaneceu quase imutável, a despeito dos persistentes esforços diplomáticos da Argentina para retomar o controle das ilhas. Em 1981, os ilhéus votaram num referendo para permanecer sob a jurisdição britânica, levando-se, porém, em conta que a grande maioria dos habitantes era súdita da rainha da Inglaterra. Parecia improvável que algum dia as Malvinas pudessem retornar à soberania argentina.
Entrementes, em Buenos Aires, a junta militar chefiada pelo general Leopoldo Galtieri sofria fortes críticas pelas violações dos direitos humanas elementares praticadas por um regime opressivo e seu desempenho no plano econômico. Planejaram então a invasão das ilhas Malvinas como meio de insuflar o sentimento patriótico e assim manter o seu governo.
Uma invasão em grande escala começou em 2 de abril. Por ordem de seus comandantes, as tropas argentinas não infligiram baixas na população local. Não obstante, a primeira-ministra Margaret Thatcher reuniu uma força tarefa de 30 barcos de Guerra a fim de retomar as ilhas. Como as Malvinas distam cerca de 13 mil quilômetros de Londres, levou algumas semanas até que chegassem ao teatro de operações.
Nesse meio tempo, a Grã Bretanha recebe o apoio dos Estados Unidos, numa flagrante violação ao TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca) e um respaldo velado do regime ditatorial do general Pinochet. Em 25 de abril, a ilha da Geórgia do Sul é retomada e após diversas e intensas batalhas navais travadas ao redor das ilhas, fuzileiros navais britânicos desembarcaram na Malvina Leste em 21 de maio. Depois de várias semanas de combates, a grande fortaleza argentina de Stanley se rendeu em 14 de junho, terminando efetivamente o conflito bélico.
Os ingleses perderam cinco navios de Guerra e tiveram 256 baixas fatais. Os argentinos perderam seu único cruzador e perto de 750 vidas. Humilhados pela condução e pelo resultado da Guerra das Malvinas, os militares foram varridos do poder em 1983. Na Grã Bretanha, a popularidade de Margareth Thatcher disparou e o Partido Conservador teve uma vitória esmagadora nas eleições parlamentares de 1983.
* Com informações do site militarypower.com