Para muitos estudiosos e até para o governo sírio, as manifestações que lá ocorrem tiveram origem em ações de serviços secretos estrangeiros. Será? A opressão no mundo árabe não é algo recente. Data de décadas e talvez todo o povo árabe queira dar um basta, pretendendo respirar liberdade.
Mas a Síria não é um país qualquer. Além de ter como capital a cidade mais antiga continuamente habitada de todo o planeta, Damasco, é multi-cultural, com tradições assírias, helenísticas, romanas, bizantinas e árabes, onde convivem pacificamente as diversas religiões que lá deram os seus primeiros passos, prosperaram ou lá permaneceram, como o islamismo, o cristianismo e o judaísmo.
A Síria é um país com uma economia simples, onde o povo em sua grande maioria vive com muito pouco e que se diz socialista. Reúne um povo que é obrigado por lei a estudar e que vive com dificuldades, tem uma saúde boa para os seus padrões econômicos, e é uma nação orgulhosa pelo seu passado e pela sua história de tolerância e de resistência.
É um país importante na questão geopolítica. É aliada do Irã e vizinha de Israel. Qualquer movimentação que lá ocorra preocupa o seu vizinho repleto de sionistas e também o seu aliado persa.
É possível que as manifestações tenham sido plantadas por grandes potências, mas parece ser fruto de uma unidade árabe que vai muito além de ser pró ou contra os Estados Unidos, Israel e as correntes islâmicas mais conservadoras. É um povo que clama por liberdade. Sim, justamente o povo que levou a liberdade e a luz para a Europa, vive há séculos sob opressão, impérios, colonizações e ditaduras. O povo árabe como um todo parece querer uma só coisa, em comum com o seu passado de luz, a liberdade.
Mas se você quer saber um pouco mais e entende inglês, vá à página da Aljazeera (http://english.aljazeera.net/indepth/spotlight/syria/).