quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

OS TRÊS MELHORES RESTAURANTES ÁRABES DE SÃO PAULO

São Paulo é a cidade brasileira com o maior número de árabes e descendentes. Em decorrência disso, as esfihas e os quibes se popularizaram e são encontrados nos restaurantes mais e menos sofisticados, assim como em quase qualquer boteco. 

Dentre os diversos restaurantes de comida árabe existentes, há três que merecem ser destacados por sua comida raiz e de qualidade. São eles: a Brasserie Victoria, tradicionalissima, o Almanara, famosíssimo, ambos com preços mais elevados, e um restaurante bonito e maravilhoso, e com preço bem razoável, o Altanur, localizado no Pari. Todos esses restaurantes servem a tradicional comida árabe sírio-libanesa.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

ISRAEL E A ARMADILHA DO DESTINO

A Síria anti-imperialista caiu e já não existe mais!

O que resta é uma Síria fragmentada entre grupos de interesse, com um vencedor aclamado pelo ocidente e repaginado, que foi membro da Al Nusra, a ramificação da Al Qaeda na Síria. Nem todos, mas muitos grupos que lutam pelo poder são extremistas e terroristas. O ISIS cortava as cabeças daqueles que julgava inimigos ou infiéis. A Al Nusra não ficava atrás no terror praticado.

A terra que por milênios abrigou diversas religiões, algumas delas desconhecidas de muitos, hoje é liderada por um fanático transformado pelo ocidente em pacificador do País.

A situação da Síria, que era uma ponte entre o Irã e o Hezbollah significa o fim do eixo da resistência?

Quase todos os analistas internacionais de prestígio dizem que sim. Que sem a Síria o Hezbollah tende a acabar.

Sim. Reconheço que essa é a tendência, isso se o Hezbollah e o Irã não criarem ou optarem por alternativas à Síria. Mas elas existem? Sim!

O transporte pode ser feito por mar ou ar, embora seja mais fácil de Israel rastrear. Mas também pode ser feito por terra, por contrabando, o que encareceria o fornecimento para o Irã e envolveria ações cuidadosas para não chamar a atenção dos israelenses.

A outra é a luta pela Jordânia, com uma extensa área limítrofe a Israel. Como disse em outro texto, a Jordânia e a Arábia Saudita são possíveis fluxos dos jihadistas que hoje dominam a Síria. E ambos os reinos possuem extremas fragilidades, seja pelo autoritarismo de suas forças de segurança, seja pelas posições dúbias dos reinantes, seja pela oposição massiva hoje existente, embora silente pelas ações de tais regimes.

Israel preocupa-se em tomar terras e dominar territórios, mas isso não lhe garantirá a existência por longo tempo. Apenas o diálogo e a conversação com países da região é que poderá trazer segurança e estabilidade à região e ao próprio Israel. Enquanto invadir e dominar, haverá uma força contrária à colonização, ocupação e à própria existência daquele país.

Enquanto Israel invade terras, é possível que, da mesma forma, venha a ser invadido. Mas não seria por exércitos de Estados, mas por grupos armados. Por isso disse e repito, Israel pode ter caído em uma grande armadilha, não do Hezbollah ou do Irã, mas do destino.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

NETANYAHU E OS JIHADISTAS

Ao destruir com mais de 400 bombardeios a matinha, a aeronáutica e 90% da defesa antiaérea Sírias, Israel provou que pretende ser hegemônico e imperialista na região. Não respeitar a ONU, os acordos, as leis e resoluções internacionais já é  praxe. Colonialista já é há 57 anos na Cisjordânia.

Mas isso será suficiente para evitar infiltrações dos jihadistas em seu território? A resposta é não.para os jihadistas as fronteiras não equivalem a territórios. Eles não precisam ocupar a Síria inteira nem Israel inteiro.

Assim como os jihadistas sobreviveram aos bombardeios russos e sírios, sobreviverão, sem marinha, aeronáutica e defesa anti-aerea, contra Israel. 

Os jihadistas são membros da extinta Al Qaeda, que Israel socorreu em seus hospitais no início da guerra contra a Síria.

Essa espécie de jihadistas não visa à religiosidade, mas a valores próprios. O princípio fundamental deles é o de extermínio do que julgam ser diferente, o mesmo que vem sendo adotado por Netanyahu em relação aos palestinos.

Israel provará do próprio veneno.

A feliz troca de Israel durará pouco. Os jihadistas não se limitação à Síria.

domingo, 15 de dezembro de 2024

A MÍDIA FRACA E PARCIAL E O ENFRAQUECIMENTO DA DEMOCRACIA

O critério da mídia ocidental para chamar um líder político de ditador, ou não, impressiona.

Há eleições na Síria, Irã, Coreia do Norte e Venezuela, mas os líderes eleitos são chamados de ditadores.

Por outro lado, o presidente da Coreia do Sul tenta dar um golpe de Estado, o presidente da Ucrânia se eterniza no poder e sequer convoca eleições, Netanyahu usa as guerras para se manter no poder, e o presidente do Egito assumiu o poder por meio de um golpe militar.  Nenhum desses é chamado de ditador pela mídia ocidental. 

O critério que a mídia ocidental utiliza para definir se um líder é ditador ou não é simples. Se está pró ocidente é líder legítimo. Se está contra os interesses do império, é ditador.

Obviamente esse critério é tendencioso e mentiroso. Apenas o método eleitoral de cada país pode definir a legitimidade de seu governante.

A mídia ocidental, em grande parte, mais emburrece, mais manipula e mais mente do que esclarece.

Com uma mídia assim podemos afirmar que vivemos realmente numa democracia?



sábado, 14 de dezembro de 2024

OS CRISTÃOS RESISTIRÃO NO ORIENTE MÉDIO?

Os cristãos em Gaza foram assassinados por Israel e as suas Igrejas destruídas por Israel.

Os poucos cristãos sobreviventes em Israel estão na Cisjordânia, e todos eles, católicos, ortodoxos, da Igrejas Armênia, correm risco.

Os cristãos libaneses foram atacados, também por Israel, mas muitos deles sobreviveram.

Já os cristãos sírios estão entre os soldados israelenses que se aproximam de Damasco e a espada afiada dos jihadistas, e pouco se fala sobre isso no ocidente.

O cristianismo mais uma vez se reencontra no caminho de Damasco. 

Os cristãos resistirão no Oriente Médio?

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

ISRAEL VITORIOSO, MAS ATÉ QUANDO?

Os Estados Unidos utilizaram o termo eixo do mal para designar todos aqueles países que se opunham aos mandamentos do ocidente.

O Irã, ao contrário, cunhou o termo eixo da resistência para incluir todas as forças que se opunham às pretensões imperiais no Oriente Médio. Fazem parte do eixo o próprio Irã, o Hezbollah, os palestinos, os houties do Iêmen, berço do povo árabe,e as forças xiitas iraquiana.

Com a queda da Síria e a sua possível fragmentação, a ligação do Irã com o Hezbollah, no Líbano, tornou-se quase impossível, ao menos por terra. 

Trump também já teria garantido ao primeiro ministro israelense, o poderoso Netanyahu, que atacaria as instalações nucleares iranianas.

Isso significa o fim do eixo da resistência? Não, mas sim o seu enfraquecimento temporário. O Hezbollah surgiu e se tornou uma força importante na região, mesmo com todas as adversidades e é possível que encontre outras formas de apoio e de reabastecimento de forças e armas. A capacidade de adaptação do Hezbollah é surpreendente.

Mas o que mais preocupa é a situação do Irã, sempre alvejado pelos Estados Unidos e Israel, seja por meio de bombas e de ataques diretos, seja pela tentativa de atentados e revoluções coloridas (golpes fomentados e financiados). Agora, Trump já disse abertamente a Netanuahu pretender alvejar as usinas nucleares iranianas.

Diante de tamanha ameaça ao Irã, parece não restar outra alternativa a não ser produzir armas de defesa e a dezenas de artefatos nucleares para a sua proteção, algo que a liderança religiosa do país era, ao menos até agora, contrária.

Os países ocidentais são conhecidos por suas ações impositivas e pouca vontade em dialogar. Eles avançam, atacam e destroem. Sempre foi assim. Trump não é diferente nesse quesito.

Alguns especialistas dizem que o enfraquecimento do Irã é possível, mas que ações diretas já estariam sendo planejadas contra o Iraque, um aliado iraniano.

As fronteiras iranianas são e deverão continuar a ser uma preocupação maior para as forças armadas persas. 

Por outro lado, mesmo com o ocidente achando que já dominou a situação, não se pode descartar que ações de desestabilização de um país até então submisso a Israel já pode estar em curso, Jordânia, que faz fronteira com todo o leste israelense.

Desta forma, se a Jordânia cair, ao mesmo tempo que a Síria, o jogo poderia se voltar a favor do Irã, contra Israel.

Mas por quais motivos o reino da Jordânia poderia vir a cair? Por vários. Descontentamento da base militar com o apoio da Jordânia a Israel. O grande número de palestinos refugiados na Jordânia descontentes com o apoio a Israel e o radicalismo dos terroristas que dominam a Síria, e que antes estavam apenas na fronteira Síria-Jordânia, que agora se espraiara pela Jordânia e região com mais facilidade.

Penso que a pretensão do ocidente era permitir que os radicais chegassem à Arabia Saudita, cada vez mais próxima da Rússia e da China, mas antes dela a Jordânia poderia cair, complicando os planos de Israel.

E o maior erro de Israel seria invadir a Jordânia, como fez na Síria. Nessa situação, o grande exército iraniano poderia confrontar abertamente as forças israelenses, tornando a queda do império israelense uma realidade possível em pouquíssimo tempo.

Um povo que recebeu apoio do então presidente sírio Assad para combater os terroristas foi o curdo, que domina o leste sírio. Eles poderiam ser um fiel na balança nesse jogo do ocidente contra o oriente? Não se esqueça de que foi o corajoso e justo curdo Saladino que conquistou Jerusalém para os muçulmanos.

Embora os curdos se dividam em pró-ocidente (do Iraque) e pró-oriente (da Turquia), são eles, com certeza, os fiéis da balança na antiga Síria.

Por enquanto não há certeza de nada, mas meras possibilidades, planos nos quais os analistas desenham perspectivas possíveis.

SÍRIA, POR PAULO SERGIO PINHEIRO

O professor e cientista social Paulo Sérgio Pinheiro deu uma aula sobre o HTS, e o seu movimento dentro da Síria que não foi inesperado, ao contrário do que muitos pensam,  e o que pode acontecer na região pós Síria devastada por radicais e invadida por Israel.
https://www.youtube.com/live/bfGMaP3UAeg?si=XYKaY7sE9kQmpW7g

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

UTOPIA TROPICAL, DIÁLOGO IMPERDIVEL COM NOAM CHOMSKY E CELSO AMORIM

Recomendo o documentário UTOPIA TROPICAL, do cineasta João Amorim, filho do diplomata Celso Amorim.

Essa película traz a realidade histórica do Brasil, através de uma conversa entre NOAM CHOMSKY e CELSO AMORIM.

É imperdível para quem ama história e geopolítica. Uma aula anti imperialista.

Está disponível no YouTube, de graça!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

A HISTÓRIA DA PALESTINA E DOCUMENTOS HISTÓRICOS REVELADOS EM VÍDEO POR UMA UNIVERSIDADE DO LÍBANO.

Buscar a sua história não é apenas se situar e se fazer pertencer, mas trazer a verdade a si mesmo e ao mundo.

Muitos órfãos buscam saber sobre seus pais, assim como muitos filhos adotivos querem saber sobre os seus pais sanguíneos. Hoje, é possível buscar a sua ancestralidade por um teste genético e muitas vezes nos surpreendemos com o resultado!

Buscar a sua própria história e suas raízes faz parte da humanidade!

No início do século passado e logo após a segunda guerra mundial, o movimento sionista alardeava que a Palestina era uma terra desabitada, e muitos acreditaram.

Israel foi fundada e disse estar sob ataque terrorista desde então, e muitos acreditaram.

Israel invadiu terras egípcias, libanesas, sírias e palestinas sob o pretexto de se defender e anexou muitas delas, violando Resoluções da ONU, e muitos aceitaram a versão israelense.

Israel invadiu a Cisjordânia e a Gaza, uma pequena parcela daquilo que seria destinado aos palestinos, e muitos políticos israelenses disseram que era necessário exterminar os árabes e jogar uma bomba atômica em Gaza, como defesa, obviamente, e muitos acreditaram que Israel era sempre a vítima.

Israel praticou massacre de crianças e mulheres, bombardeou escolas, Igrejas, Mesquitas, prédios da ONU, massacrou jornalistas e funcionários humanitários e disse que era em defesa, por que no lugar em que só morreram mulheres e crianças havia terroristas, e muitos acreditaram.

Israel tem um dos exércitos mais bem armados do mundo, e do lado dos palestinos sequer há uniformes, botas e tanques. Há, sim, muitos órfãos que são capazes de dar a própria vida pela terra que perderam e que continuam a perder.

Feita essa introdução, é possível saber que a Palestina é habitada por povos árabes há mais de um milênio. Os Palestinos, que formam um povo arabizado, é uma mistura de filisteus, cananeus e árabes. Muitos são islâmicos, outros cristãos e alguns ateus. Dentre os árabes havia também muitos de fé judaica.

Expulsos de Portugal e Espanha, muitos judeus buscaram abrigo nos países árabes do norte da África, na Síria, no Líbano e até na não árabe Turquia. Judeus e árabes se identificavam e conviviam em harmonia.

Com a criação de Israel, muitos desses árabes judeus emigraram para Israel e lá se tornaram israelenses e assumiram a condição de povo judeu, desligando-se dos laços culturais com os árabes. O sionismo criou a etnia judaica e a eles, todos eles, chamou de semitas.

Semitas são os nascidos em parte limitada do Oeste da Ásia e seus descendentes. São onde os árabes vivem e onde os judeus árabes também viviam.

Israel, porém, é formada majoritariamente por judeus ashkenazis, vindos da Europa e da Rússia. Mas o sionismo chama os judeus como um todo de semitas, visando ligá-los à chamada Terra Prometida.

Mas os judeus historicamente não surgiram na Palestina, Judeia ou Israel, mas em terras babilônicas, daí serem descendentes do babilônico Abraão, assim como os árabes.

Os judeus, na verdade, invadiram o que era a antiga Palestina, a então Terra Prometida, guerrearam e expulsaram os cananeus que lá habitavam, cerca de 1.000 anos antes de Cristo.

A terra foi invadida por vários impérios. Dominada pelos romanos, cerca de 70 DC, os judeus foram expulsos de lá.

Desde o século VII DC a região esteve sob o domínio muçulmano, com pequenos períodos de dominação de impérios cristãos. Do século XIII até 1917 esteve sob domínio muçulmano, quando a Palestina passou a ser dominada pelo Império britânico. Um ano antes, em 1916, britânicos e franceses fizeram um acordo definindo o domínio sobre as terras do já decadente império turco-otomano no oriente médio (Acordo Sykes-Picot). Em 1917, uma alta autoridade britânica escreveu a um representante sionista do Reino Unido dizendo que a Grã-Bretanha pretendia destinar parte da Palestina para a criação de uma Nação judaica (Declaração Balfour).

Até 1900 não havia regiões judaicas na Palestina, embora judeus e árabes convivessem em harmonia, sendo que a região era amplamente povoada por árabes.  A imigração judaica foi aumentando ano a ano e apenas no período da segunda guerra a imigração judaica aumentou muito, mas mesmo assim era muito inferior ao número de palestinos. Daí surgiram grupos terroristas sionistas, visando à ocupação de vilas palestinas e à expulsão dos palestinos. Os massacres datam de antes da criação de Israel.

Em 1947 a ONU, através da Resolução 181, partilha a Palestina, ainda sob o domínio britânico, sem consultar o povo palestino e os países árabes. Em 1948, Israel se antecipa e declara independência.

Com as guerras na região, Israel foi se expandindo, ocupando áreas de palestinos e de outros países. Hoje, os palestinos vivem sob o domínio israelense na Cisjordânia e sofrem ataques de policiais, soldados e colonos israelenses. Os palestinos em Gaza vivenciam um massacre televisionado e transmitido ao vivo nas redes sociais.

O apartheid, a expulsão e o massacre de palestinos sempre fez parte do plano do estado sionista, ainda que não tenha sido apresentado explicitamente. A criação de um país só para uma religião em terra habitada por outro povo pressupõe a expulsão desse e até mesmo o massacre. O pequeno número desse povo que continuar a habitar a região sofrerá o apartheid, pois não pertence à etnia dominante. O genocídio que hoje assistimos ao vivo, não surgiu em outubro de 2023. Surgiu embrionariamente com as ideias sionistas e começou a ser implantado com a expulsão e massacre dos palestinos, antes mesmo da criação de Israel, em 1948.

As Nações Ocidentais, em especial Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha, sempre esconderam essa verdade de seus povos. Hoje, com as mídias sociais e a transmissão de imagens pelo celular, não há como ocultar, e as manifestações pró-palestinos domina as ruas das capitais ocidentais.

Com o surgimento do mundo multipolar, que está embrionário, a Palestina ocupa um espaço vital, representando a libertação do sul global do colonialismo e imperialismo ocidentais dos últimos séculos.

A Palestina, dessa forma, se correlaciona umbilicalmente com o mundo multipolar em formação. No mesmo processo de formação desse novo mundo, a Palestina será constituída formalmente e será capaz de abrigar os palestinos que lá estão e também os que se encontram na diáspora, pelo mundo afora. A Palestina pode não ser uma potência econômica ou militar (sequer há exército), mas será uma grande protagonista desse novo mundo geopolítico.

Mas os palestinos, mesmo sob ocupação, apartheid e massacres, nunca desistiram de sua história e de sua terra.

Um engenheiro e pesquisador palestino que vivenciou a Nakba, que é a expulsão dos palestinos de suas terras em 1948, documentou a existência de vilas palestinas antes da criação de Israel, com mapas, relatórios e outros dados. E foi capaz de reunir em documentos o número de habitantes de cada vila e o nome de cada uma delas. O seu nome é Salman Abu Sitta e ele foi entrevistado pela Universidade Americana de Beirute, no Líbano, em um evento realizado e transmitido pela Associação de Bibliotecários do Oriente Médio (Middle East Librarians Association). O programa foi gravado em inglês e é possível traduzir para o português no YouTube. Embora longo, o vídeo é muito interessante e tem revelações históricas importantes. A fala do Sr. Salman tem início por volta dos 40 minutos. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=uaiVFViA_LU. Se preferir, clique aqui para acessar o vídeo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

EXCLUSIVO. ISRAEL E O CAVALO DE TROIA

O presente de grego dados aos troianos reverbera até hoje na história. Trata-se do cavalo de Tróia, um enorme e lindo artefato de madeira em forma de cavalo que maravilhou os troianos, mas que estava recheado de soldados gregos. O cavalo selou a ruína de Tróia e a glória dos gregos.

Algo semelhante parece acontecer com Israel.

A rápida vitória dos jihadistas e terroristas na Síria encantou Netanyahu, que prontamente resolveu invadir o território sírio, não para atacar terroristas, mas para ocupar solo sírio, rumo à Grande Israel sonhada pela extrema direita israelense.

Embora tais extremistas e terroristas nunca tenham atacado Israel, se tornaram vizinhos de uma potência que matou milhares de muçulmanos sunitas e destruiu dezenas ou centenas de mesquitas.

Agora, Israel tem como vizinho não mais um Estado laico considerado inimigo, mas grupos terroristas fortemente armados e treinados por potências ocidentais.

Mas isso será seguro a Israel? Se for, até quando o será? 

A invasão de áreas sírias por Israel está desagradando a países árabes aliados, muitos deles financiadores ou apoiadores desses grupos.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos estão receosos e incertos quanto ao futuro da Síria e da própria região.

A Jordânia, vizinha da Síria e de Israel, pode ser o próximo alvo dos terroristas. E se o for, Israel estará cercada, a leste, por terroristas.

Somente Netanyahu, que foge das audiências da Justiça israelense, comemora a vitória dos sangrentos terroristas, ceifadores de minorias étnicas, religiosas e comportamentais.

Quando não houver mais a quem perseguir, possivelmente o alvo dos terroristas passe a ser um de seus criadores e fomentadores, Israel, conservador na economia e na política e liberal nos costumes, algo que desagrada profundamente os extremistas que conquistaram Damasco.

E, diferentemente do Hamas e do Hezbollah, os terroristas poderão continuar a ser supridos não por um país, mas por um grupo de países, com radicais vindos de todo o mundo. A guerra não só será mais sangrenta, mas vil, ao nível do que Israel fez em Gaza e no Líbano.

O Cavalo de Tróia se aproxima do caminho de Damasco, ligando Tel Aviv ao monstro repaginado e formoso da Al Qaeda.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

LICOES DO CAMINHO DE DAMASCO, AQUELE QUE LIGA A HUMANIDADE A SI MESMA

A Síria laica caiu e ocupou o seu lugar um aglomerado de organizações que se dizem islâmicas, mas que na verdade são terroristas financiados por potências ocidentais. Há muitos estrangeiros que lutaram contra o governo sírio e que continuam por lá. 

O que acontecerá com a Síria não se é possível a afirmar. Ela poderá se tornar uma segunda Líbia, eternamente em guerra entre facções, ou um Afeganistão, com um regime islâmico radical que conseguiu unificar o país e expulsar as tropas invasoras. Ou um país que agrupará de forma civilizada no governo todas as diversas etnias e religiões sírias.

Mas, nesse instante de turbulência, Israel se aproveita para invadir o território sírio e expandir-se.

Não se sabe se isso será benéfico para Israel, como pensa Netanyahu, ou não. Organizações terroristas, ainda que financiadas pelo ocidente, não deixam de ser radicais e terroristas, e não é possivel assegurar que não se voltem contra o seu criador, como fez o Talibã contra os Estados Unidos. Essa organização havia sido treinada, armada e financiada pela CIA na época da União Soviética. Há pouco tempo, no entanto, após invadir o Afeganistão, os Estados Unidos tiveram que fugir, largando tanques, veículos e armas para os próprios talibans, hoje declaradamente anti imperialistas.

Netanyahu pratica genocídio em Gaza, arrasa as cidades e a população do Líbano, ataca incansavelmente a Síria e invade as terras de Gaza, Líbano e Síria, respectivamente, mas até quando? A expansão israelense pode significar, ao contrário do que pensa o autoritário e sanguinário Netanyahu, um perigoso sinal e revés para Israel, pois está mais próxima do perigo e de combatentes inconsequentes, vindos de todo o mundo, com grande financiamento internacional e que atendem aos interesses de diversas potências regionais.

Quando muitos pensam mandar, ninguém manda, na verdade. E esse é o maior perigo dessas organizações terroristas que tomaram a Capital Síria. Mas, ao contrário do que dá a entender as agências ocidentais, ainda há confrontos em algumas poucas regiões do país. Os turcos lutam contra os curdos no norte da Síria.

Com o que aconteceu com a Síria, ao menos até agora, o cuidadoso Irã pode se distanciar fisicamente do Hezbollah e ter dificuldades de manter os seus proxys (o que também não é possível afirmar), mas esse isolamento talvez impulsione o  país persa como potência econômica, tecnológica e militar não apenas regionalmente, mas de toda a Ásia, tudo o que Israel não pretendia que ocorresse.

A Rússia, que assim como a Turquia, teve interesses locais aparentemente preservados (bases militares na Síria), pode ter propiciado um xeque mate a um inimigo regional, que ainda vê como se fosse parceiro, por conta do grande número de russos que habitam Israel.

O caminho de Damasco traz à humanidade lições sobre a própria humanidade.

sábado, 7 de dezembro de 2024

OS CAMINHOS DE DAMASCO SE CRUZAM

O caminho de Damasco está ligado ao destino da humanidade. Foi ele que permitiu que, com a revolução pessoal de Saulo de Tarso, o cristianismo se difundisse no ocidente.

Mas desde 2011 um novo caminho de Damasco paira sobre a humanidade. Ele não trata propriamente de religiosidade, mas diz muito sobre a humanidade e o seu destino.

De um dos lados do triângulo do Caminho e de seus rumos estão Estados Unidos, Israel e alguns países árabes do golfo, que financiam, treinam e armam organizações terroristas, tentando desestabilizar a Síria, cortar a linha de fornecimento de armas ao Hezbollah e enfraquecer forças opositoras aos interesses ocidentais. De outro, com interesses próprios, a Turquia. E do último lado, as forças oficiais sírias, o Irã e a Rússia, que tentam preservar interesses próprios e também a existência de Estados árabes anti imperialistas.

A ação terrorista em Aleppo surge imediatamente após a trégua entre Israel e Líbano e serve aos interesses israelenses. Explico abaixo.

Enquanto Israel visa se rearmar e se reorganizar nos dois meses de trégua, tenta barrar, nesse meio tempo, o reabastecimento do Hezbollah pelo Irã através do território sírio. E essa reação terrorista na Síria visa justamente controlar uma área Síria próxima ao Líbano. Mas não é só isso.

A ação visa, a medio prazo, a queda do regime de governo sírio, de forma a isolar o Irã e também cortar o reabastecimento de muitos proxys iranianos, do qual o Hezbollah faz parte. O interesse israelense é claro.

Foi Israel que treinou boa parte dos terroristas e forneceu tratamento médico em seu território aos jihadistas sírios.

A Ucrânia e muitos ucranianos participam ativamente dos ataques na Síria mais para tentar enfraquecer os russos e provocar a perda da base russa na Síria mediterrânea.

Os Estados Unidos financiam a guerra contra a Síria com fins geopolíticos. Primeiramente, visam fortalecer Israel e a sua expansão territorial e geopolítica. Em segundo lugar, visam enfraquecer a Rússia e o Irã. Por fim, visam sufocar política, social e economicamente os países europeus com as crises de refugiados. Ao mesmo tempo, utilizam indevida e ilegalmente o petróleo sírio para financiar essas ações terroristas.

Independentemente de quem vir a ganhar essa guerra, o destino da humanidade estará selado. Não será o mesmo que percebemos hoje. O caminho de Damasco ditará, agora, não o caminho ideal que Cristo nos apresentou, mas o caminho possível à sobrevivência do que resta da humanidade, que, na prática, se encontrará com aquele, pois a humanidade só se justifica e tem razão de existir se forem levados a efeito os ensinamentos do próprio Cristo, que dizem mais sobre o homem e sua vida na Terra que sobre os Céus.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

UMA HUMANIDADE DOENTE E CRUEL

Nesse triste momento da humanidade, temos à nossa frente o cometimento de um grave genocídio transmitido ao vivo pelas tevês e mídias sociais, assassinatos cometidos por forças policiais, a desconsideração pelas pessoas em situação ao de rua, o descaso das autoridades com os adictos e tantos outros atos hediondos. Um desses graves atos é a utilização e morticídio da população Ucrâniana em prol de interesses mesquinhos da OTAN e dos Estados Unidos contra a Federação Russa.

Talvez um dia todos esses criminosos venham a ser condenados e presos. 

Enquanto isso não ocorre, cabe a nós zelar por uma humanidade menos doente e cruel. Para isso há que haver tolerância, paciência, empatia e amor.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

SERIA POSSÍVEL UM ATAQUE DIRETO E TOTAL DOS ESTADOS UNIDOS À CHINA E RÚSSIA?

O mundo vive um reboliço geopolítico. De um lado, a Rússia movimenta-se, ao lado da China, para contrapor-se à aludida hegemonia dos Estados Unidos, o que leva grande parte dos cientistas políticos a afirmar que o mundo multipolar está tomando forma.

Seriam vários polos de poder militar e econômico. China e Rússia de um lado. E de outro, ainda que alguns mais decadentes que outros, Estados Unidos e países da OTAN.

O Brasil, nesse cenário, poderia ganhar muito se soubesse surfar nessa grande onda, arrebatadora para muitos. De um lado, o Brasil possui uma ligação histórica com os Estados Unidos e países europeus. Por outro lado, essa ligação é que permitiu que os Estados Unidos e europeus  bloquessem fortemente nosso crescimento industrial, tecnológico e econômico. Vide o caso do submarino a propulsão nuclear, onde estadunidenses e europeus boicotam a construção há décadas. Por outro lado (terceiro), Rússia e China, em especial este último, têm laços tecnológicos há décadas com a Nação brasileira, além de uma forte e estratégica aliança no BRICS.

Mas não é disso que trataremos aqui. Falaremos do posicionamento dos Estados Unidos no surgimento do mundo multipolar, seja sob o comando dos democratas ou republicanos, o que não mudaria muito, na prática, salvo um olhar mais crítico e uma ação mais enérgica contra a China (pelos Republicanos) ou contra a Rússia (pelos Democratas).

O fato é que os Estados Unidos não entregarão o poder que possuem facilmente a russos e chineses. Guerras estratégicas, a fim de causar algum tipo de prejuízo ou corte de fornecimento a russos ou chineses, sem custo tão elevado e sem uma participação intensa dos Estados Unidos, parece ser uma opção possível a ser adotada em curto espaço de tempo. Sanções e outras medidas econômicas parece que continuarão a ser impostas, ainda que não surtam o efeito desejado pelos Estados Unidos. Mas não é só.

Ações efetivas, diretas, e também de inteligência, indiretas, podem ser utilizadas pelos Estados Unidos visando enfraquecer parcerias importantes tanto para a China como para a Rússia, e nisso o Brasil assume um papel central, o que o torna a bola da vez, como dizem alguns analistas militares brasileiros, com destaque ao Robinson Farinazzo, ex-militar da Marinha do Brasil, palestrante e analista geopolítico de sucesso no Youtube.

O Brasil é um dos maiores fornecedores de minério, petróleo e alimentos do mundo, inclusive para a China, e esse é um fator preocupante para analistas geopolíticos, já que, numa pretensão de frear econômicamente a China, é possível um aumento de pressão política dos Estaos Unidos sobre o Brasil e até mesmo, numa hipótese mais contundente, o próprio bloqueio marítimo pela marinha estadunidense, caso o Brasil continue a aumentar a sua parceria estratégica com a China ou a Rússia.

Assim, o Brasil já deveria estar promovendo o desenvolvimento de uma ampla base industrial bélica, para não depender de material externo, principalmente em desenvolvimento de mísseis, no que a AVIBRAS é extremamente importante, e também em desenvolvimento de drones e guerra eletrônica, no que parcerias com universidades públicas seria extremamente estratégica, seja para incentivo de desenvolvimento tecnológico nas faculdades brasileiras, seja para um rápido desenvolvimento tecnológico interno, brasileiro, facilitando a produção dos materiais militares aqui dentro do Brasil.

Mas o assunto tratado nesse texto é outro.

Nesse enfrentamento com a China e a Rússia os Estados Unidos parariam aí ou entrariam em um conflito direto e total?

Embora o conflito total seja possível, essa não é uma característica dos Estados Unidos e, mais, parece não interessar aos grandes lobistas e à elite dominante dos Estados Unidos, formada por investidores e grandes industriais do petróleo e das indústrias militares. Um conflito de tamanha magnitude afetaria os seus interesses e os seus lucros e eles, como sempre, não estariam propensos a abrir mão de sua situação ainda benéfica.

Não considero aqui a pressão dos grupos sionistas, sempre ativos e atentos em prol dos interesses de Israel, que parece pender para o outro lado, caso Israel esteja em efetivo risco e China ou Rússia ajudem de alguma forma Irã ou os próprios palestinos. A pressão dos grupos sionistas é forte e é capaz de promover a ação de políticos em outro sentido, contrapondo-se aos interesses da elite dominante dos Estados Unidos. Nessa hipótese, os Estados Unidos poderiam partir para um confronto aberto, direto e total, mas causaria um racha interno no país, possivelmente inclusive nas Forças Armadas, sempre cautelosas para evitar ataques ao Estados Unidos continental.

Outra possibilidade de um ataque direto e total seria se os Estados Unidos fossem diretamente atacados pela China ou Rússia. Nessa hipótese, um confronto aberto parece ser uma realidade possível e provável.

Assim, a possibilidade de um enfrentamento direto e total dos Estados Unidos contra a Rússia ou China existe, ainda que minimamente, mas parece não ser provável, ao menos por ora.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

BRASIL E BRASILEIROS. OS VERDADEIROS NACIONALISTAS E OS PSEUDOS PATRIOTAS

Sou daqueles que vê o Brasil grande, repleto de riquezas minerais, água, agricultura e pecuária pulsantes. Que vê que o povo brasileiro é trabalhador e que com a sua criatividade sempre acha um jeito de agradar o próximo e de ganhar um dinheiro decentemente, seja vendendo balas no farol, guarda-chuvas quando começa a garoar e que se dispõe a fazer serviços que dificilmente outros povos topariam. Também vejo um país com grandes escritores, músicos maravilhosos, cineastas iluminados e uma capacidade insuperável de atender bem as pessoas, com humor, carinho e atenção.

Somos uma potência. Temos potencial. Temos a natureza a nosso favor. Temos um povo amável. Mas mesmo com tudo isso temos desafios impostos por alguns de nós e pelo estrangeiro.

Muitos da elite vêem com desprezo a nossa gente, a nossa terra e a nossa alma e ajudam a inviabilizar o nosso merecido crescimento econômico e geopolítico.

Países como os Estados Unidos nunca viram com bons olhos o nosso potencial e menos ainda o nosso crescimento. Sempre nos boicotaram. Sempre nos endividaram. Sempre tramaram planos contra governos nacionalistas. 

Por outro lado, mesmo sendo "boa praça", pecamos por não termos uma defesa à altura de nossa extensão territorial e de nossas riquezas e estamos suscetíveis a intervenções estrangeiras.

Agora, com uma mudança efetiva do eixo pendular econômico e geopolítico em direção à Ásia, o Brasil terá maiores chances de desenvolver seu potencial. Para isso, deverá saber não aderir cegamente a quaisquer das forças predominantes, seja a China, sejam os Estados Unidos, mas saber aproveitar o que cada uma delas tem a lhe oferecer de melhor. Isso é pragmatismo.

Se em geopolítica é possível afirmar que não há amizade indelével entre Nações, também é possível pontuar que não há imperialismo com trato horizontal, de igual para igual. Por isso devemos buscar nossas vantagens e nosso fortalecimento.

Amar o Brasil não é pregar patriotismo barato e servil a outras potências, mas sim traçar projetos para o Brasil de amanhã e, assim, propiciar esperança e bem estar ao povo.

Investir em educação, cultura, cidadania, garantias trabalhistas, previdenciárias e empresariais nacionais e em desenvolvimento de tecnologia é a base do progresso.

Muitos que por aí se dizem patriotas, são entreguistas que visam destruir o Estado Nacional, as garantias sociais, a educação, a cultura e o sistema de saúde,  colocando o Brasil e o seu povo na rota da servidão.

Nacionalista de verdade serve ao seu povo e não a outra nação. 

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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