quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

ESTAREMOS CONDENADOS A SERMOS MAUS?

Uma vez li uma frase que me marcou, e que dava nome ao livro que estava lendo: os papeis que vivemos na vida.

A mente humana é tão rica, mas também pode ser tão subserviente, que nos deixamos influenciar e passamos a querer viver uma vida alheia à nossa, como se fossemos personagens.

Deixamos de viver a nossa vida para vivenciar uma vida influenciada pelo o que julgamos superior ou pelo o que os outros ou a própria sociedade nos impõem de forma subconsciente.

Porém, o ser humano sempre vivenciou ou quis vivenciar descobertas, sejam do plano Espiritual, sejam do Cosmos. Quase sempre foi assim. O foi com as pinturas rupestres, com a observação dos Céus, com a criação das primeiras religiões, com o surgimento dos mitos. Muitos reis, príncipes e ricos abandonavam seus lares e viviam as dores do povo. Foi assim com Buda e com tantos reis e imperadores que já passaram pela Terra. Cristo abandonou a posição de Deus e se entregou ao sofrimento carnal.

Porém, com o advento do capitalismo como sistema econômico, o ser humano foi abandonando a pretensão de ampliar o conhecimento, de aprofundar-se no ser, e sedimentou a preocupação do ter e do aparentar ser.

A miséria e a fome, vista ao vivo por todos nas ruas, na tevê e na internet, já não comoviam tantas pessoas. O outro era visto como objeto de desejo se carregasse beleza ou riqueza. Aqueles que não detivessem sucesso, porém, eram esquecidos ou perdiam a característica humana, no julgamento desses outros, mais preocupados com a aparência.

A Fé para muitas novas Igrejas, na Era do Capitalismo, valorizava o sucesso e, para eles, a busca de Jesus visava ampliar fortunas e fama. O lado bom da humanidade não era primordial. Na verdade, era esquecido. Os julgamentos morais, para essas novas religiões e a extrema direita, eram mais fortes e importantes que a aceitação, o perdão e o amor.

Na Era da futilidade e das aparências é que surgiram e se difundiram formas radicais de governança, seja no oriente ou no ocidente, incluindo aí o Brasil. O conhecimento e a diversidade passaram a ser perseguidos pelos radicais, mais preocupados com a forma do que com a essência.

O capitalismo sedimentou o materialismo, o abandono da fraternidade e o fim da preocupação com o conjunto, que inclui o Cosmos, o Céu, o infinito e o eterno, e também da própria humanidade.

Mesmo diante de tudo isso, estaríamos condenados a vivenciar o caos e o abrutalhar individual e coletivo? Os seres humanos estariam condenados à involução e a serem considerados maus?

Não. Os ensinamentos das Religiões mais antigas, a Espiritualidade e as inúmeras formas de meditação são um canal para uma vida mais evoluída, não centrada exclusivamente na carne, no prazer e nas abstrações que seduzem as almas mais incipientes e insipientes.

Se o mundo material nos traz dor e sofrimento, o campo da Espiritualidade pode trazer transcendência, racionalidade, aceitação, aconchego, amor e felicidade!

Elevando-nos mentalmente, permitindo alcançar a paz mental, podemos nos desprender, ainda que momentaneamente, do mundo carnal que nos cerca. Uma boa música, um bom incenso, a natureza e principalmente a paz interior nos permitem a elevação e sublimação da Espiritualidade, que não se confunde com o mundo dos Espíritos, mas se trata de alcançar o caminho da essência humana, de sua razão de existir, do seu eu oculto.

A percepção de que se está no caminho certo da Espiritualidade é alcançado, ainda que no breve transe, pela paz, pela sensação de alegria contagiante e duradoura, a verdadeira Felicidade!

Se podemos viver tantos papeis materiais, porque não podemos extravasar e vivenciar o papel espiritual, talvez o único verdadeiro, ligado à nossa essência e razão de existir?

O mundo material seria criação de Deus, com toda a beleza que o planeta Terra reúne, ou seria uma criação do Demônio, com todo o sofrimento que a vida material nos impõe, como acreditam os Mandeus?

A vida na Terra é um experimento, uma dádiva, um papel que vivenciamos. A nossa essência está em outro campo, em outra dimensão muito menos bruta.

O que vivenciamos aqui é apenas um papel. Um papel que será objeto de julgamento. A premiação não será material nem afetará o ego. Será, conforme o merecimento, o desprendimento carnal crescente.

Os Seres Espirituais são das mais diversas Ordens e poderemos nos unir a eles.

E nós, como Almas (Espíritos encarnados), podemos ter a proteção apenas de outros Espíritos ou também de nós mesmos, enquanto seres Espirituais, ainda que encarnados?

Desconsiderar a possibilidade de que nos protejamos (ainda que não exclusivamente) é abstrair a concepção de que nós carregamos Espírito, uma energia que não apenas nos permite a consciência, mas que também protege o nosso campo material. Por isso devemos sempre vigiar e orar e também nos amarmos, como amamos ao próximo.

O mundo material surge como uma espécie de teste para a nossa pretensa evolução no mundo Espiritual.

Mas quantos graus de evolução teríamos que galgar até nos desprendermos da matéria como a conhecemos?

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

COSMOS. VIDA INTELIGENTE, SE EXISTENTE, NÃO BUSCA APROXIMAÇÃO, MAS SIM AFASTAR-SE DA HUMANIDADE.

Este Natal deveria ser leve e feliz, mas em meio a uma horrenda guerra na Terra Santa, fica difícil alcançar a leveza espiritual.

Os últimos cristãos da Terra Santa, palestinos que são, estão sendo dizimados pelo exército de Netanyahu, ao lado de ateus e muçulmanos palestinos.

Militares matam civis como se fossem caças humanas, exemplo da barbárie humana.

O ser humano é o animal mais cruel e sanguinário, que alcançou segurança e o topo da cadeia alimentar, mas não deixa de matar por mero prazer.

A humanidade está destruindo impiedosamente o planeta que a abrigou e tenta dominar o mundo.

Insano, o ser humano busca colonizar o espaço, para se apropriar das riquezas e escravizar o que houver de vida produtiva,

As pegadas deixadas pela humanidade são profundas, carregadas de muito sangue, tudo o que o ser humano não deveria fazer no espaço.

Se houver seres minimamente inteligentes no Cosmos, eles certamente não buscam aproximação com a nossa raça, mas manter-se afastados do ser humano, ainda que nos monitorem, para evitar surpresas desagradáveis.

Apenas a evolução humana, com atitudes menos bárbaras e pegadas que evidenciem suavidade, poderá nos aproximar de tipos evoluídos de vida. Enquanto isso não ocorrer, haverá muito boato, especulação e ficção.

CRISTO NASCEU À SOMBRA DA OCUPAÇÃO E DA OPRESSÃO.

"Cristo nasceu à sombra da ocupação e da opressão. A história do seu nascimento, vida e ressurreição é um sinal de luta pela justiça". Essa frase foi mencionada por Hessam Zamlat, embaixador da Palestina no Reino Unido, na rede X (antigo Twitter) para, diante da matança estarrecedora de crianças palestinas de Gaza pelo Exército de Netanyahu, justificar a não celebração do Natal em Belém, neste ano. 

Qualquer semelhança da época de Cristo com a situação da Palestina, hoje, não é mera coincidência.

domingo, 24 de dezembro de 2023

TOCAM OS SINOS EM BELÉM... EM SILÊNCIO!

Em meio à guerra entre Israel e Faixa de Gaza, os palestinos são mortos como animais de caça, aos montes, somando pelo menos 20 mil mortos, o equivalente a 1% do número de habitantes da pequena faixa, um número estarrecedor. Desses mortos, 70% são de mulheres e crianças.

Não bastasse o número perturbador de mortos em uma área concentrada de civis, Israel não mede a força e já usou centenas de bombas de 907 quilos em zonas residenciais em Gaza, a grande maioria fornecida e fabricada pelos Estados Unidos, deixando buracos profundos e com grande amplitude, o que ocasiona a morte de centenas de civis a mais de 300 metros do local do bombardeio. Ataques do tipo não são vistos desde a horrenda guerra do Vietnã. A denúncia é do The New York Times e da CNN Internacional.
 
Três prisioneiros israelenses do Hamas carregavam bandeiras brancas e buscavam o apoio do exército israelense, mas, mesmo sob bandeiras brancas, foram executados, sinal do que ocorre com parte da população civil palestina de Gaza: execução.

Civis, jornalistas, funcionários da ONU e religiosos são assassinados por Netanyahu, ao mesmo tempo em que escolas, hospitais, Igrejas e Mesquitas são destroçados por mísseis. É algo que assusta militares experientes e funcionários da ONU, que nunca se depararam com tamanha barbaridade, algo não visto desde a Segunda Guerra Mundial.

Ao lado dessa guerra insana, que já matou dezenas de milhares de palestinos e milhares de israelenses, Belém, situada na Cisjordânia, na Palestina ocupada pelo exército israelense desde 1967, vivencia um silêncio entristecedor, sem cerimônias de festividade do Natal. Porém, líderes cristãos de diversos cantos do planeta prometem estar presentes, orando em silêncio, pela paz e em apoio aos palestinos, os últimos cristãos da Terra Santa.

Tocam os sinos em Belém, em silêncio!

sábado, 23 de dezembro de 2023

A POSSÍVEL AMPLIAÇÃO DA GUERRA PARA ALÉM DA PALESTINA E ISRAEL E A PAZ VERDADEIRA!


Israel está em guerra contra a Faixa de Gaza há quase três meses e não conseguiu vencer o Hamas, que ainda é capaz de se defender, bombardear Israel e manter presos reféns israelenses.

Alguns analistas militares dizem que o Exército de Israel age mais como força policial do que militar propriamente dita e tem uma característica de insubordinação, que tem levado muitos comandantes à morte. Inclusive, há a suspeita de que o Exército de Israel esteja sofrendo pesadas baixas na guerra em Gaza.

O governo israelense sempre usou tons agressivos contra os seus vizinhos. Netanyahu disse que exterminaria o Hamas e que se o Hezbollah atacasse Israel, varreria o Líbano do mapa.

Por outro lado, o Hezzbollah tem atacado com mísseis o norte de Israel, que tem respondido com ataques a vilarejos libaneses.

Recentemente, Yoav Gallat, ministro da Defesa de Israel, deu um ultimato para que as forças do Hezbollah voltassem 20 quilômetros para dentro da fronteira do Líbano, sob pena de um ataque a todo o Líbano.

Caso ocorra a invasão das fronteiras, seja pelo Hezbollah, seja por Israel, tal conflito caracterizará o fracasso da UNIFIL, força de pacificação da ONU situada no sul do Líbano. Aliás, Israel tem desrespeitado a ONU há décadas, desafiando suas resoluções e, agora, põe o organismo multilateral sob joelhos, matando mais de uma centena de funcionários das Nações Unidas sem qualquer sanção por parte do Conselho de Segurança.

Embora Israel tenha levantado o tom de voz, analistas dizem que Israel apenas teria sucesso com bombardeios aéreos ao Líbano, destruindo cidades e matando civis, muitos civis. Porém, nos combates terrestres, ainda que Israel disponha de um milhar de tanques modernos, artilharia e muito dinheiro dos Estados Unidos, o Hezbolah tenderia a se sair melhor, por suas táticas de guerrilha e experiência na guerra da Síria, podendo até mesmo bombardear cidades israelenses, invadindo Israel e até tomando cidades.

O Líbano está numa situação econômica deplorável e o governo libanês certamente não deseja ingressar numa guerra suicida que afundaria ainda mais o seu país, e Israel sabe bem disso. Porém, se Israel invadir o Líbano, aí não restará outra alternativa ao governo libanês se não ingressar na guerra, em defesa de seu território. Israel também sabe bem disso.

O tom agressivo pode ser apenas retórica de guerra e também servir para acalmar os ânimos da desapontada população israelense com as ações ineficientes e financeira e humanamente caras de Netanyahu.

Os Estados Unidos têm alertado Israel de que a matança de civis têm colocado o mundo oriental majoritariamente a favor dos palestinos, dividindo ainda o ocidente. E isso tem acarretado a diminuição do poder de influência dos próprios Estados Unidos.

Por outro lado, os Estados Unidos enviaram uma frota naval e dois porta-aviões para a região, têm atacado milícias xiitas na Síria e ameaça combater as forças Houthis no Iêmen. 

A guerra tem afetado severamente a economia israelense, e os ataques houthis a navios na região do Mar Vermelho, que banha o Estado judeu, tem agravado severamente isso.

Porém, se os Estados Unidos ingressarem na guerra direta contra os Houthis, a própria economia dos Estados Unidos pode estancar ou entrar em recessão, afetando a popularidade interna de Biden e facilitando ainda mais a vitória de Trump nas eleições de 2024.

A guerra no Oriente Médio, desde o início, se mostrou um grande tabuleiro de xadrez. Israel avançou peças demais ao longo do tempo, sob o apoio estadunidense e o silêncio de grande parte das nações. Agora, o jogo entra em uma fase de movimentações chaves, decisivas. Irã e Rússia apenas observam a movimentação de Israel e de nações ocidentais submissas ao império estadunidense.

Enquanto os Estados Unidos protegem incondicionalmente o governo extremista de Israel, morrem muitos israelenses e palestinos, com risco de aumentar a área em conflito e com o aumento de baixa de todos os lados.

A paz, de fato, somente será alcançada com a criação do Estado da Palestina com fronteiras anteriores à guerra de 1967. Para o Exército de Israel seria muito mais fácil combater um exército convencional do que militantes que lutam através de guerrilhas. Mas a pergunta que se faz é: o governo de Israel estaria interessado de fato na paz ou quer a guerra para se expandir até conquistar a grande Israel bíblica, alcançando áreas egípcias, sírias, libanesas e jordanianas, além da Faixa de Gaza e Cisjordânia? O governo extremista sabe que está em um momento chave, do é tudo ou nada, e manipulam os Estados Unidos como podem.

O momento não é de torcida, como nunca foi. Hoje, a criação do Estado da Palestina, autônomo e soberano, é de rigor, seja para propiciar que palestinos não passem fome e humilhação e alcancem justiça, seja para a paz e prosperidade para israelenses e palestinos. O fim do conflito não se alcança com a vitória temporária de um dos lados, mas com a criação do Estado da Palestina ao lado de Israel. O mundo todo sabe disso há 75 anos, mas nunca é tarde para se alcançar a paz verdadeira.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

75 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS E 74 ANOS DA UNRWA, MAS NÃO HÁ O QUE COMEMORAR

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, recém completou 75 anos, mas não há o que comemorar.

Somente nos últimos ataques a Gaza, Israel matou 136 funcionários da ONU e destruiu, parcial ou totalmente, 115 edifícios das Nações Unidas, a maioria de escolas, que em período de guerras abriga a população civil.

Diante de tal tragédia, a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos, UNRWA, necessita de apoio humanitário e financeiro.

Nos últimos tempos, organismos multilaterais como a ONU e suas agências voltadas aos direitos humanos têm sido objeto de seguidos ataques e boicotes da extrema direita mundial.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

O NATAL DO MATERIALISMO

Nos aproximamos do Natal, mas o que vemos além de consumo do desnecessário? Pessoas vagando sem rumo nas ruas, fome, guerras e doenças.

O amor e a fraternidade, símbolos do nascimento de Cristo, deram lugar aos que pouco se importam com a Espiritualidade, mas que valorizam muito o dinheiro e o poder. E eles estão nas religiões, na política e em todos os lugares onde haja alguma forma de poder sobre a massa humana.

A esses, o símbolo das religiões tem que ser escrito de uma forma que signifique poder sobre as massas e concentração de riquezas.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Brasil, o país da paz

O Brasil pode ser a Nação pacificadora no mundo e tem vocação para isso.
Somos um país de imigrantes, de negros descendentes de escravos,  de povos originários, de refugiados e o país da negociação, da diplomacia e que se nega a vender armas para países em conflitos.
Somos um país voltado à paz e de alta moral geopolítica.
Somos também uma grande Democracia.
Embora muitos digam que o Brasil tenha esse destino marcado em profecias, na verdade o Brasil foi se tornando um país da paz, do respeito aos outros povos e de não exploração de Nações estrangeiras.
O destino podia já estar traçado, mas também foi conquistado.
Os Estados Unidos são o país que mais trabalham contra o nosso sucesso diplomático. Foi assim no acordo do desenvolvimento de energia atômica pelo Irã, com Obama, e foi no Conselho de Segurança da ONU, com Biden, onde, na presidência, pleiteavamos um cessar fogo temporário na guerra de Israel contra a Faixa de Gaza, para ações humanitárias. 
Agora, inflamando as rusgas entre Venezuela e Guiana, os Estados Unidos conversam com este último para mandar soldados para o seu território, aumentando a chance de conflito regional, não bastando os que ocorrem na África, Ásia e até Europa.
Não podemos depender da boa vontade, inexistente, dos Estados Unidos, em relação a nós. Temos que alcançar a posição de negociador articulando com os demais países do globo, todos eles, inclusive próximo de nossas fronteiras, o maior teste de todos.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

MAPA GEOPOLÍTICO PRESTES A SER REDESENHADO. AÇÕES DOS EUA ANTECIPAM A SUA QUEDA.

Os Estados Unidos, mais uma vez, vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para pausar a guerra de Israel contra a Faixa de Gaza.

Já são mais de 16 mil mortos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro. A maior parte é de mulheres e crianças, sendo 8 mil crianças mortas em Gaza, até agora. A matança de civis e de funcionários da ONU têm assustado o organismo multilateral, com números nunca antes visto, e muitos chefes de Estado têm solicitado um cessar fogo para evitar a matança de civis.

Enquanto o governo Biden, nos Estados Unidos, com suas ações em relação à Faixa de Gaza, perde popularidade entre os eleitores democratas, colocando em risco a sua chance de reeleição, no plano mundial os Estados Unidos, com sua proteção incessante a Israel, perdem credibilidade e ganham o afastamento de muitos aliados.

Já o primeiro ministro israelense, Netanyahu, não tem se preocupado com os reféns israelenses em poder do Hamas e enfrenta uma impopularidade e oposição crescentes, além da grande chance de ser preso por crime de corrupção.

Nesse panorama de terra palestina arrasada e de Biden e Netanyahu de mãos dadas no primeiro genocídio televisionado, aumenta a probabilidade do mundo exigir, de uma vez por todas, independentemente do restrito Conselho de Segurança, o cessar fogo e a criação definitiva de um Estado Palestino. 

Caso Israel continue com a sua guerra insana e assassina, há o risco de grande parte das nações aplicarem boicote diplomático e também econômico a Israel, com vedação à importação de a produtos israelenses, sejam militares ou civis. E para um país em guerra, com altos custos, sofrer com um boicote desse tipo pode significar ou se submeter à miséria imediata do país ou adotar o cessar fogo.

É evidente que essas ações dependem de manifestações populares mundo afora. Somente a pressão popular internacional pode frear essa insanidade calculada por Israel e Estados Unidos. A destruição do norte de Gaza, e agora do Sul, obrigarão os palestinos a se deslocarem. O governo Netanyahu nunca escondeu a sua pretensão de assumir, em definitivo, o controle de Gaza e da Cisjordânia, incorporando-as a Israel. Ele recentemente mostrou um mapa de Israel incorporando os territórios da Cisjordânia e Faixa de Gaza. Os palestinos que lá estão ou sairiam em caixões, como está acontecendo em Gaza agora, ou seriam "deslocados" para países árabes vizinhos que se submeteriam à pressão do governo Biden.

A economia mundial está sendo redesenhada, como visto no artigo precedente, mas a geopolítica mundial também está no mesmo caminho. Vejamos as guerras da Síria, Ucrânia e Gaza. Todas elas evidenciam um Estados Unidos prepotente, que rouba petróleo (Síria), que usou países europeus para uma tentativa frustrada de enfraquecer a Rússia (Ucrânia), e que evidencia o seu pouco caso com a morte de civis (Gaza, mas também evidenciada na Ucrânia e na Síria). 

A prepotência e os excessos dos Estados Unidos e de Israel são como um bumerangue que em seu movimento de retorno está prestes a atingí-los. O melhor para eles, inclusive, seria adotar o cessar fogo, mostrando respeito pelo pricípio humanitário e pelas leis internacionais, mas preferem abusar do poder, e com isso cavam a própria cova a curto e médio prazo.

Ao contrário do que muitos dizem, inclusive o blogueiro que aqui escreve, o problema não é a ONU, mas o poder do veto indiscriminado que os países integrantes permanentes do Conselho de Segurança têm, em especial os Estados Unidos. O correto seria aumentar-se o número de integrantes definitivos do Conselho de Segurança para pelo menos uma dezena de países, sem poder de veto, mas com votação pelo voto da maioria simples ou qualificada. 

Os Estados Unidos como líder mundial não deixará saudades, a não ser para alguns poucos governos entreguistas (por interesse pessoal dos governantes) ou extremistas.

ESTADOS UNIDOS CRESCEM, MAS ATÉ QUANDO? O REARRANJO DA ECONOMIA MUNDIAL ESTÁ AÍ.

A economia dos Estados Unidos cresceu cerca de 5% no último trimestre, superando ligeiramente a China.

Os Estados Unidos estão crescendo em ritmo alto, segundo a Forbes, porque "o governo americano está gastando muito e elevando seu déficit, o que acelera o ritmo da atividade econômica". Mas não é apenas o investimento do governo que está movimentando a economia. Muito se deve à venda de armamentos bélicos, onde os Estados Unidos superam seus dois principais concorrentes somados. 

A guerra na Ucrânia e na Palestina e Israel provocaram aumento na produção e venda de armamentos. Porém, não se sabe quantas e quais armas foram fornecidas a Israel, já que os Estados Unidos não divulgam a relação de armas cedidas ao país aliado, enquanto detalha todas as que são cedidas para a Ucrânia, segundo apuração do The Intercept.

As guerras sempre promoveram o crescimento da economia e do poder geopolítico dos Estados Unidos, desde o final do século XIX, mas será que essa receita ainda funciona, passados cerca de 150 anos?

A economia dos Estados Unidos não é a mesma do século XX, onde investia pesadamente em pesquisas e novas tecnologias. A China, ao contrário, modernizou suas universidades e centros de pesquisa, provocando um boom econômico que parece ser incessante. Como se vê, as maiores economias do globo estão em ritmos diferentes. A China cresce muito em tecnologia, enquanto os Estados Unidos centram-se nas guerras e venda de armamentos. É obvio que as duas maiores economias do globo não se resumem a isso, pois são gigantes se comparadas às demais, mas traço aqui os maiores destaques delas. 

Hoje, as guerras já não geram o apoio de antigamente nem o poder geopolítico de antes. Não estamos mais em um mundo bipolar ou unipolar, onde os países buscavam apoio e aproximação da(s) potência(s) hegemônica(s) existentes, mas multipolar, com Estados Unidos, China, Índia, Europa e Rússia como grandes potências militares e econômicas. E o mundo tem se dividido na busca de aproximações com tais países líderes, salvo evidentemente alguns poucos países que se mantêm submissos à liderança de uma ou outra potência. Assim, enquanto o Brasil busca apoio dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que se aproxima da China, Rússia, Europa e Índia, alguns países da ex´República Soviética se mantêm extremamente aliados à Rússia, como Belarus.

O poder geopolitico dos Estados Unidos decresceu em influência, o que reflete diretamente no seu poder de venda de produtos e de armamentos. Embora os Estados Unidos ainda sejam o maior produtor e vendedor de produtos bélicos, enfrenta forte concorrência dos seus rivais tradicionais e de outros, como a Índia, que têm aumentado a venda de armas pesadas.

Ao que parece, as guerras na Palestina e na Ucrânia não serão capazes de manter o poderio econômico dos Estados Unidos. A economia europeia já não aguenta mais a guerra da Ucrânia, que se aproxima dos dois anos, e a economia de Israel parece já sentir o início do peso da guerra que dizem que durará cerca de 1 ano. Os Estados Unidos exigiram muita ajuda dos europeus para manter a guerra da Ucrânia por quase dois anos, mas Israel suportará por quanto tempo a guerra contra a Palestina?

As guerras recentes dos Estados Unidos sempre envolveram outros países, em especial membros da OTAN, e sempre teve fins estratégicos. A guerra da Ucrânia visa enfraquecer a Rússia. A guerra na Palestina, que se alastra ao sul do Libano e a pontos determinados do Iraque, Síria e Iêmen, visa enfraquecer a influência do Irã. A guerra na Síria e, e certa forma no Líbano, sul do Líbano, ainda visa minar a sobrevivência e existência de países árabes laicos insubmissos aos Estados Unidos.

Enquanto os Estados Unidos estão presentes, direta ou indiretamente, em todos os cenários das guerras existentes, a China mantém-se afastada, se fortalecendo militarmente e aumentando a sua influência geopolítica através do comércio. 

As guerras não têm trazido os mesmos resultados aos Estados Unidos. Enquanto o poder de influência dos Estados Unidos cai, se comparado a algumas décadas, o da China cresce vertiginosamente.

As guerras podem retardar em 1 ou 5 anos a ascensão da China ao topo da economia, mas não evitarão que a China se torne muito em breve a maior economia do globo e, a médio prazo, a maior potência militar do planeta.

Os Estados Unidos poderão subsistir no segundo lugar por uma ou duas décadas, mas logo serão ultrapassados por outra potência econômica, tecnológica e militar, a Índia.

Caberia aos Estados Unidos investir em ciência e tecnologia, mas o lobby das indústrias de armamentos é gigantesco nos Estados Unidos. Os Estados Unidos tendem a continuar entre as 5 maiores economias até o final deste século, sobrevivendo pelo poderio de sua indústria de armas. Música e cinema tendem a sofrer ainda maior competição internacional, fazendo desaparecer muito em breve a hegemonia dos Estados Unidos nesses meios de influência e massificação.

E o Brasil? Depende de suas prioridades. Se priorizar educação, investimento em tecnologia e voltar a se reindustrializar, ampliando sua indústria e renovando campos de atuação, poderia estar muito em breve entre as 5 maiores economias do globo. Para isso, a extrema direita demagógica teria que ceder espaço a um nacionalismo verdadeiro, de visão de crescimento do país e de fortalecimento de sua economia e da melhoria das condições de vida dos brasileiros.

O Brasil é um dos países com maior possibilidade de crescimento, mas para isso não pode depender tão somente da agricultura, pecuária e da extração de minérios e de petróleo. Há que investir em educação, ciência, tecnologia e reindustrialização, com crescimento e inovação industrial. A extrema direita e o centrão, corporativistas e desapegados do nacionalismo voltado ao crescimento do país e da melhoria das condições da população, têm sido um grande obstáculo ao crescimento do país.

Nesse rearranjo da economia global, o Brasil poderia aproveitar os seus laços diplomáticos e econômicos, além dos espaços existentes, e crescer muito, muito mesmo.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

UM CONFLITO QUE PODE REPERCUTIR DIRETAMENTE NA AMAZONIA BRASILEIRA

Será difícil para o Brasil segurar as pretensões de Maduro e dos Estados Unidos, evitando um conflito ao lado das nossas fronteiras, com uma série de riscos para o Brasil.
A área de conflito se situa na região oeste da Guiana, ex-colonia britânica, onde foram descobertas grandes jazidas do óleo preto, o petróleo.
A região sempre foi reivindicada pela Venezuela. Agora com essa riqueza e a exploração da área por petrolífera dos Estados Unidos, os militares venezuelanos vêem o risco da área ser explorada indevidamente.
Os Estados Unidos ganham muito dinheiro com a região disputada e têm interesses econômico e geopolítico de que permaneça em poder da Guiana.
A presença de militares dos Estados Unidos na Guiana pode não ser o obstáculo imaginado para uma possível invasão  venezuelana. Ao contrário, pode atrair para a região o grupo de paramilitares russos chamados Vagner, famosos por lutarem na África, Oriente Médio e Ucrânia.
Estrategicamente, o Brasil deve ampliar a presença militar terrestre na região fronteiriça, além de posicionar caças aéreos próximos, evitando qualquer extensão do conflito diretamente para o território nacional.
Diplomaticamente, o Brasil deve manter o canal aberto para a negociação com a Venezuela e a Guiana, devendo evitar fortemente que forças estadunidenses e russas ingressem na região. A presença de forças desses países pode fomentar ainda mais o conflito e arrastar os países envolvidos para uma guerra total.
O conflito entre Venezuela e Guiana pode, além de abalar ainda mais a economia dos países da América do Sul, aumentar em muito o ingresso de refugiados venezuelanos e, agora, até de guianenses em território brasileiro. 
Além disso, a área amazônica brasileira como um todo pode estar em risco, seja de infiltração de paramilitares estrangeiros da Venezuela, do grupo russo Vagner, ou até da Colômbia,  além de militares estadunidenses, seja ainda  de narcotraficantes, seja de madeireiros ilegais e mineradores da Guiana, que se deslocariam para lá em razão do conflito no seu país. Isso é numa séria ameaça ao Brasil, podendo repercutir não só na área de florestas, mas nas próprias cidades brasileiras da região. Além disso, não se descarta o deslocamento involuntário de refugiados venezuelanos e guianenses para a região, em fuga desesperada.
A paz, além de ser objetivo nobre, é uma necessidade brasileira e um teste de fogo para a diplomacia brasileira e o governo Lula.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

FUZILEIROS NAVAIS BRASILEIROS RECONHECIDOS PELA ONU

Capacidade técnica e operacional da tropa brasileira e rápida reação para o combate fizeram a Organização das Nações Unidas (ONU) conceder o maior nível de reconhecimento militar aos fuzileiros navais brasileiros, que estão atuando, de forma inédita, nas ações da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos do Rio de Janeiro e de Santos.
(...)
Com origem na Brigada Real da Marinha de Portugal, o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil atualmente conta com cerca de 18 mil militares e é a força da Marinha responsável pelos combates terrestres, também especializada em guerra anfíbia, isto é, uma operação militar ofensiva cujo lançamento ocorre a partir do mar para incursão terrestre em territórios potencialmente hostis.
Está presente, ainda, em quase todo o território nacional, tanto no litoral quanto em regiões ribeirinhas da Amazônia, do Pantanal, do Cerrado e da Caatinga.
No exterior, ainda é responsável pela segurança das embaixadas brasileiras no Paraguai, na Argélia, no Haiti e na Bolívia.

(...)

Caso seja determinado pelo governo brasileiro, as tropas dos fuzileiros navais podem ser deslocadas de forma imediata para qualquer local do mundo. "É uma decisão de Estado, o nosso papel como Forças Armadas e fuzileiros navais é estarmos sempre prontos para fazer isso acontecer", acrescentou o almirante. Conforme Braga, os fuzileiros também fazem parte da única tropa profissional brasileira que está sempre em condições de combate.

(...)

Pela primeira vez, os fuzileiros navais foram convocados para atuarem na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro.
O almirante Braga explica que a tropa já atua nos portos de Santos, Rio de Janeiro e Itaguaí, além da Baía de Guanabara. "

domingo, 3 de dezembro de 2023

ESSEQUIBO. Guiana e Venezuela

Essequibo é uma área hoje ocupada pela Guiana, ex-Guiana Inglesa, riquíssima em petróleo, mas já foi territorio venezuelano após a sua independência, e nunca deixou de ser reivindicado.
Hoje, domingo, a Venezuela realiza um referendo para, dentre outras coisas, verificar se a população deseja que a área seja declarada província venezuelana, concedendo-se cidadania e passaporte venezuelanos aos seus habitantes .
Diferentemente do que muitos afirmam, Maduro não fez o referendo para travar uma guerra com a Guiana, mas para pressiona-la.
Os Estados Unidos, porém, realizam exercícios militares na área e enviaram militares para a Guiana, incendiando as negociações sobre a área.
Leia sobre o referendo em uma importante matéria do Brasil de Fato. 
https://www.brasildefato.com.br/2023/12/03/venezuelanos-vao-as-urnas-em-referendo-para-reivindicar-essequibo-territorio-em-disputa-com-a-guiana

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

O STF E A IMPRENSA. A CORTE ERROU EM 2009, MAS ACERTOU EM 2023, SEGUNDO ENTENDO

Para mim, jornalista é aquele que faz curso de comunicação para tal fim, seja de graduação ou até mesmo pós graduação em tal área, ainda que a formação acadêmica seja de outro curso. Não se pode permitir que qualquer um se intitule jornalista. Comunicação é ato que implica responsabilidade e para isso o profissinal há de exercer o trabalho com ética e existir um conselho profissional que avalie eventuais abusos ou falhas éticas do profissional. Deixar isso no vazio é perigoso não para os meios de comunicação, que lucram pagando menos os profissionais, mas para a população que depende da informação de qualidade para o seu dia a dia.

Em 2009, o STF aboliu a exigência do diploma de graduação para o exercício da função de jornalista. Nessa questão eu teço críticas. Foi a partir daí, na minha concepção, que a qualidade da mídia degringolou de vez, assumindo ela um lado da notícia, pouco se importando com a correta apuração.

Agora, no finalzinho de 2023, o STF quer responsabilizar os meios de comunicação pelos excessos e fake news de seus entrevistados. Nessa parte, concordo com o STF, já que os meios de comunicação, conforme previsão constitucional, exercem um importante papel social, tendo enorme responsabilidade, portanto.

Aos orgãos de imprensa, todos eles, cabe averiguar quem será colunista ou entrevistado. Para isso o jornalismo profissional, com jornalistas de formação, faz uma triagem prévia dos nomes, averiguando o seu histórico profissional. E é óbvio que a fala do entrevistado ou colunista deve ser avaliada pelo entrevistador de pronto, rebatendo se necessário for. Caso não o seja, poderá haver responsabilização do órgão de mídia, a depender da análise judicial caso a caso. Porém, se a acusação mentirosa for objeto de destaque pelo órgão de mídia, seja de qual forma for, o órgão de imprensa deverá ser prontamente responsabilizado, pois daí será possível presumir que: 1) foi descuidado com o oficio e responsabilidade do jornalismo ao não apurar a veracidade do que foi apontado pelo colunista ou entrevistado (culpa), gerando danos a um indivíduo, grupo ou coletividade; ou 2) foi conivente (dolo indireto ou até direto, a depender do caso) com a mentira, gerando danos a um indivíduo, grupo ou coletividade. Daí, nessas hipóteses descritas acima (1 e 2), a mídia deverá ser responsabilizada criminal e civilmente. É como entendo a questão.

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A EXTREMA DIREITA E A NOVA ORDEM MUNDIAL

Há uma nova ordem mundial no horizonte?
Para muitos, sim! Para outros, tudo seria teoria da conspiração.
A verdade é que os Estados Unidos reinaram de forma absoluta desde o fim da União Soviética e ditaram os rumos do mundo, com liberdade para intervirem em muitos países da Ásia, em especial no chamado Oriente Médio.
Coincidentemente, ou não, tais países eram muito próximos da China e da Rússia.
A China recebeu muitas indústrias dos Estados Unidos desde os anos 80, quando o Brasil tinha uma economia bem superior à da China, não apenas pelo amor ao neoliberalismo, mas para criar rusgas entre o país asiático e o bloco comunista liderado pela hoje extinta Uniao Soviética.
Hoje, os Estados Unidos armam dois países em guerra, a Ucrânia e Israel, mas com qual intuito?
Sim, isso também serve para fomentar as indústrias militares dos Estados Unidos, mas não só.
Isso cria uma instabilidade econômica que prejudica principalmente o crescimento chinês, dependente do mercado externo e da importação de alimentos, gás e petróleo, que encarecem muito com as guerras, elevando os gastos da China.
Se morrem ucranianos, israelenses e palestinos, pouco importa para os Estados Unidos, que querem reinar absoluto por mais algumas décadas. Netanyahu e Zelensky agradecem aos EUA por permanecerem mais tempo no poder. Sem as guerras, tais líderes já teriam sido substituídos democraticamente.
A China sabe das reais intenções dos EUA. Resta saber por quanto tempo o gigante asiático permanecerá inerte frente a tais acontecimentos e outros que poderão surgir.em breve. 
A ONU permanece de mãos atadas por força das grandes potências ocidentais que compõem o conselho de Segurança das Nações Unidas. 
Muitos dizem que a extrema direita é fomentada pelos russos. Ledo engano. Eles podem até se simpatizar com alguns líderes extremistas, mas o financiamento e toda espécie de apoio ao radicalismo de direita parece vir diretamente dos Estados Unidos e de um certo aliado não integrante da OTAN, que são os que mais lucram com essa nova ordem mundial, baseada no extremismo político e religioso.
Essa eh uma possível nova ordem mundial, muito semelhante à surgida nos anos 90, tão belicista quanto, mas com muita contra informação e fake news, de forma a manipular a grande massa em proveito de poucos.
O ódio aos pacifistas, incluindo o Santo Papa, é algo que deveria assustar ao menos os cristãos, em especial os católicos, mas não. Esse discurso de ódio faz parte do projeto dessa nova extrema direita integralmente subserviente aos Estados Unidos e aliados.
Outra possível Nova Ordem Mundial, ainda embrionária, seria a liderança mundial chinesa, ao lado de muitos países africanos, asiáticos e sul americanos, com o apoio militar russo. Mas isso apenas reluz no horizonte.
A Europa, em geral, sempre subserviente aos interesses dos Estados Unidos, pode rachar, mesmo na OTAN, e parte dela se reposicionar, parte mantendo a submissão e parte adotando a neutralidade, a depender dos partidos dominantes em cada país.
Grã Bretanha, Canadá, Japão, Austrália e Coreia do Sul tendem a se manter aliados dos Estados Unidos até o fim.
Enquanto isso, morrem e continuarão a morrer milhares de crianças nas guerras, com bombardeios a casas, hospitais e escolas.
A extrema direita latino americana, africana e asiática tende a integrar o bloco de extrema direita integralmente favorável aos Estados Unidos. Parte da extrema direita europeia, ainda precipuamente nacionalista, poderá integrar o bloco dos países que podem romper com a aliança umbilical com os estadunidenses.
Os Estados Unidos não deixarão boas lembranças de sua hegemonia geopolítica ao mundo que restar de suas atrocidades incessantes para manter o domínio mundial, ainda que sob uma aparente nova ordem mundial, integrado pela extrema direita não independente e soberana, mas sim integralmente submissa aos interesses dos Estados Unidos e Israel.

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Judeus, cristãos e islâmicos deveriam ter direito de habitar, visitar e cultuar locais sagrados na Terra Santa

Quase não se fala do projeto terrorista sionista implantado na Palestina no final do Século XIX, com matança e expulsão de palestinos de suas terras para o projeto que posteriormente seria adotado pelo Reino Unidos e pela ONU, a partilha da Palestina em um Estado judeu (Israel), menor que o território hoje ocupado, e a Palestina independente (com área muito maior que a dos territórios atuais).
Antes disso, judeus, islâmicos e cristãos, todos árabes, viviam em relativa paz naquela região, dominada por séculos pelos turcos-otomanos e sucedidos pelos britânicos.
Os grupos terroristas judeus atacavam palestinos e soldados britânicos, antes de 1948, e deram origem ao exército israelense, hoje chamado de IDF, Forcas de Defesa de Israel.
Não se discute aqui o direito de judeus viverem na região, até porque sempre estiveram lá, de alguma forma. Também não se discute aqui a existência do Estado de Israel com as fronteiras delimitadas pela ONU em 1947. Se discute aqui a forma de "legitimação" sionista do grande Estado de Israel com a expulsão, massacre e ocupação de casas e territórios de palestinos ao longo da história, o que viola leis internacionais, Resoluções da ONU e o direito humanitário.
Em nenhum momento se apoia ou se legítima aqui ações terroristas por palestinos, mas, ao contrário, entende-se justificável as ações de resistência (limitadas a tais) de qualquer povo, incluindo-se aí dos palestinos, contra a ocupação ilegal de suas áreas por potência estrangeira, no caso às áreas reconhecidas pela ONU como palestinas pelo exército de Israel ou por colonos israelenses apoiados por Israel.
Para entender um pouco mais a questão da Palestina, veja um breve extrato de um Curso ministrado em parceria pela PUC/SP e o ICArabe (https://www.icarabe.org.br/curtas/historia-da-palestina-e-desafios-da-atualidade).
Boa leitura!

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Mídia tendenciosa e pressão contra o jornalismo independente

Embora no Brasil existam mais de 12 milhões de árabes do Líbano, Síria e até da Palestina e descendentes, algo em torno de 6% da população, muitos deles empresários e até políticos, enquanto os judeus somam 150 mil indivíduos, cerca de 1,2% do número de árabes e descendentes, e menos de 0,1% do total de brasileiros, o fato é que a mídia brasileira é extremamente tendenciosa e pró-Israel, chegando a desumanizar os árabes em geral, incluindo-se aí os palestinos em suas matérias.
A França, Alemanha, Reino Unido e a Suécia também têm muito mais árabes e descendentes do que judeus, mas a mídia de lá também é tendenciosa, incluindo a BBC. A mídia dos Estados Unidos, então, nem se diga.
Não sou eu que estou dizendo. Veja a matéria da Sputnik Brasil (https://sputniknewsbr.com.br/20231125/midia-na-berlinda-jornalistas-denunciam-parcialidade-na-cobertura-ocidental-da-guerra-israel-hamas-31669391.html), revelando a perseguição àqueles que adotam uma posição independente e imparcial.

domingo, 26 de novembro de 2023

50 dias de guerra em Gaza equivalem a 12 anos de intensa guerra na infinitamente maior Ucrânia.

Israel matou, desde 7 de outubro, 53 crianças na Cisjordânia, que em tese não está em guerra, segundo números da ONU.
E só na Faixa de Gaza, Israel assassinou mais de 6 mil crianças, segundo autoridades médicas de Gaza, em menos de 50 dias. Esse número é assustador. A guerra na Ucrânia, que vai completar dois anos e abrange uma área infinitamente maior, deixou até agora menos de mil crianças mortas. Ou seja, seria necessário que a guerra da Ucrânia durasse 12 anos, com a mesma intensidade, para se alcançar os 6 mil mortos de Gaza em apenas 50 dias. Repito, Gaza, em apenas 50 dias incompletos ultrapassa a marca de 6 mil crianças assassinadas.
Os números e a crueldade indicam que Israel ultrapassou qualquer proporcionalidade e razoabilidade. O que Netanyahu fez e está fazendo em Gaza é assassinato puro e simples, em puro ato de vingança. Isso nunca foi defesa, e menos ainda proporcional. 
Vemos o extermínio em Gaza, a cores, transmitido ao vivo na tevê e nas mídias sociais, sob o slogam de ato de defesa de Israel, que age por meio de suas Forças de Defesa. Hipocrisia pura. 
Israel ataca, assassina, sequestra crianças nos Territórios palestinos, toma terras palestinas e a mídia, cinicamente, diz que Israel apenas se defende.
Israel não respeita as leis internacionais e conta com o amplo, caríssimo e inconsequente apoio dos Estados Unidos.
Um dia a classe média dos Estados Unidos perceberá que grande parte dos impostos que paga é para encaminhar armas e dinheiro, sem qualquer espécie de  contraprestação, a outro país, Israel. Nessa dia, o financiamento tenderá a acabar, por mais que exista o lobby sionista.
O genocídio das crianças palestinas e a transformação de uma geração em órfãos pesará na conta de Biden, dos Democratas e do governo dos Estados Unidos, corresponsável pelos crimes de guerra perpetrados, já que os EUA  fornecem gratuitamente, e de forma irresponsável,  armamentos e dinheiro ao extremista Netanyahu, que tenta a qualquer custo perpetuar-se no poder.

sábado, 25 de novembro de 2023

Palestinos "presos" ou civis palestinos sequestrados por Israel?

Questão de adoção de linguagem equivocada ou jornalismo tendencioso?

A mídia utiliza corretamente o termo vítima sequestrada para os civis em Israel capturados pelo Hamas, mas quando se trata das vítimas palestinas capturadas e presas sem processo judicial por Israel, chama-os de presos. Não. Não são apenas presos, embora estejam detidos ilegalmente, por sinal. São vítimas sequestradas. Israel não tem qualquer autoridade legal para deter palestinos em área que não seja de Israel, ainda mais sem qualquer decisão judicial que o ampare. Os civis palestinos presos que Israel está soltando após negociação intermediada pelo Catar são, para usar a terminologia correta, civis palestinos sequestrados.

Infelizmente, muitos veículos de comunicação são tendenciosos e, com isso, falseiam a realidade em favor de uma das partes em conflito.

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

RAMI UNGAR, O MISTERIOSO BILIONÁRIO ISRAELENSE AGENTE COOPERADOR DO MOSSAD E PROPRIETÁRIO DE NAVIOS, UM DELES APREENDIDOS PELOS HOUTHIS DO IÊMEN.

Quem é Rami Ungar, o bilionário israelense que é um dos proprietários do navio de carga Galaxy Leader, apreendido pelo grupo iemenita Ansar Allah, no Mar Vermelho?

Abraham Rami Ungar é um empresário israelense que atua na importação de automóveis, no setor imobiliário e em empresas de navegação. É considerado uma das 30 pessoas mais ricas de Israel.

Ele estudou direito em Oxford e na Universidade de Tel Aviv e possui amigos influentes na política e no Mossad.

É amigo do ex-presidente Ezer Weizman, afastado por corrupção, que teria recebido US$ 27 mil de Ungar em meados da década de 1980. 

Também é amigo próximo do atual ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.

Ele chegou a doar 341 mil dólares ao ex-diretor do Mossad, Yossi Cohen, supostamente para que fosse construída uma Sinagoga em frente à casa do agente secreto, mas foi revelado que Cohen atuou para garantir a Ungar a representação da montadora sul-coreana Kia em Israel.

Ungar é apontado como agente cooperador do Mossad e teria atuado para convencer empresários a desistir de negociar com o Irã.

As informações constam do site RT.COM

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Eleição de Milei não significa que a Argentina optou pela extrema direita.

Muitos bolsonaristas comemoraram a eleição de El Loco, de Milei, na Argentina, como se a vitória do personagem estranho significasse uma opção pelo extremismo pelos argentinos.
Não. A eleição de um extremista significa desespero econômico, apenas isso. 
Há muita diferença entre o Brasil e a Argentina.
No Brasil o bolsonarismo uniu os saudosistas da ditadura, os adoradores do Tio Sam e tudo o que significa, os evangélicos radicais, os conservadores nos costumes e também muitos oportunistas, como sempre.
A pauta econômica de Bolsonaro, do neoliberal Guedes, atraiu alguns liberais, é verdade, mas só no início. Bolsonaro não era liberal na economia, mas corporativista.
Na Argentina, a eleição do velho cabeludo metido a rockeiro, embora com um discurso desnorteado da realidade e do bom senso, não se deveu às pautas dos costumes, ao saudosismo pela ditadura ou ao conservadorismo social ou religioso. A eleição se deveu ao esgotamento do modelo político-economico adotado pela Argentina nas últimas décadas, seja à direita, com Macri, seja à esquerda, com o Kishnerismo. O argentino queria e quer respirar e sair do sufocamento inflacionário.
Alguns argentinos eleitores de Milei podem ser reacionários, mas correspondem a uma minoria.
Bolsonaro pode comemorar a vitória do personagem Milei, mas ele não representa que o eleitorado argentino se converteu ao extremismo.
Caso Milei não mostre resultados econômicos em dois anos, poderá não se reeleger e até mesmo não terminar o mandato.
O tempo dirá!

O ÓDIO SEMEADO POR OPORTUNISTAS.

O ódio é semeado por oportunistas.
Oportunistas que querem poder, oportunistas que querem dinheiro e por todas as outras espécies de oportunistas que querem algum protagonismo.
E quando muitos desses oportunistas se unem no mesmo propósito, a humanidade corre o risco de se deparar com atrocidades, brutalidades e genocídios.
E assim se perpetuou o ódio ao longo do tempo, por puro interesse de alguns.

De certo, a paz é o que interessa aos civis israelenses e palestinos, mas não é o que promovem algumas das autoridades daqueles povos e de outros países, interessadas no poder.

A indústria bélica e de tecnologia de Israel cresceu devido às guerras com os países vizinhos e os palestinos e utiliza a Faixa de Gaza para testes. A perpetuação do conflito lhes é rentável, muito rentável.

Os Estados Unidos querem vender suas armas, e guerras, aonde quer que seja, lhes interessam.

O Irã vê crescer a sua influência geopolítica ao aliar-se a grupos armados, como o Hamas.

A mídia utiliza adjetivos e qualifica países, grupos e etnias e ainda divulga supostos fatos sem o devido cuidado, sem a necessária ponderação e sem apurar a fundo, parte delas se aliando ao bloco de oportunistas.

Muitos utilizam provérbios, frases da Bíblia e uma pseudo religiosidade para angariar fama. São oportunistas tão crueis quanto os fabricantes de armas, pois matam a verdadeira fé, deturpando o sentido de Religiosidade e Espiritualidade.

Os oportunistas se degradam com o poder, o dinheiro, a fama e a influência.

Mas há os resistentes, os que buscam a paz, os que buscam a verdade, os que buscam socorrer e ajudar, mas se tornam vítimas do confronto e dos oportunistas.

A população é vítima, em grande parte fatal, encurralada pelos oportunistas.

Os de caráter sofrem com o que veem e enfrentam.

O ódio provoca vítimas, e muitas.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

TEXTO IMPERDÍVEL DO CONCEITUADO SITE SPUTNIK BRASIL: 'Leviatã': a questão energética por trás do conflito em Gaza e o 'monstro' que vive entre os oceanos

Um interessantíssimo artigo publicado no conceituado site da Sputnik Brasil, levanta a hipótese de que a guerra entre Israel e Hamas atinge um objetivo primordial dos Estados Unidos e de Israel, a de exportação de gás israelense à Europa, de um lado, inclusive com apropriação das reservas de gás da Faixa de Gaza, prejudicando as exportações russas de gás, e, de outro, uma nova rota de exportações, passando pela Índia, Emirados Árabes Unidos, Israel e Egito, em contraposição à Rota da Seda chinesa, prejudicando as pretensões comerciais chinesas e favorecendo os Estados Unidos.

Não é por outro motivo que algumas nações europeias estão apoiando cegamente Israel, ao lado dos Estados Unidos, enviando forças para a região, mesmo com intensos e gigantescos protestos internos pró-Palestina.

Assim, a guerra na Faixa de Gaza, pela sua importância e reflexos na economia regional e global, pode, em pouco tempo, passar a envolver não só nações ocidentais, mas dois gigantes do leste, China e Rússia, além de vários países árabes e muçulmanos, estes mais preocupados com a questão da tomada de Jerusalém e morte e expulsão dos palestinos da Faixa de Gaza e Cisjordânia (a conclusão apresentada neste parágrafo é deste blogueiro e não do texto recomendado)

'Leviatã': a questão energética por trás do conflito em Gaza e o 'monstro' que vive entre os oceanos

https://sputniknewsbr.com.br/20231120/leviata-a-questao-energetica-por-tras-do-conflito-em-gaza-e-o-monstro-que-vive-entre-os-oceanos-31580158.html

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

ESTADO DA PALESTINA, REQUISITO VITAL PARA SE ALCANÇAR A PAZ, A JUSTIÇA E A SEGURANÇA

Desde 7 de outubro, dia do ataque terrorista do Hamas a Israel, tenho escrito quase que diariamente nesse espaço.

Não foram poucos os textos, mas devo a energia e a capacidade de escrever em tão pouco tempo à minha grande paixão por geopolítica e pelos direitos humanos.

A preocupação central desse conflito deveria ser com as vítimas civis israelenses, inclusive as sequestradas, por um lado, e pelas vítimas civis palestinas, de outro. A guerra não é justa, como nenhuma efetivamente é, mas revela os desacertos da humanidade ao se deparar com a destruição de lares, hospitais, escolas e da própria pequenina pátria palestina.

Não há como reverter o amargor da guerra, mas é possível evitar a sua perpetuação. Para isso, o Estado palestino viável, deverá ser prontamente estabelecido, seja de acordo com o mapa da criação da ONU, de 1947, ou próximo disso. Palestina com uma pequenina Faixa de Gaza, muito inferior ao tamanho previsto pela ONU, ou com uma Cisjordânia totalmente fragmentada e desconexa, não é viável!.

Apenas as grandes potências militares, a começar pelos Estados Unidos, poderão impor a Israel a necessidade de criação imediata do Estado da Palestina. Este é o único caminho para a paz entre os dois povos, de justiça para os palestinos e de segurança efetiva para Israel.

domingo, 19 de novembro de 2023

DIA DE ELEIÇÕES NA ARGENTINA, QUE DEUS PROTEJA A ARGENTINA E O SEU POVO!

Hoje é dia de eleições na Argentina, nossa Pátria irmã.

A Argentina reúne boa gastronomia, boa música, bons escritores, bons cientistas e lindas paisagens. É um recanto de doce encanto em todas as suas províncias. Todos os brasileiros deveriam viajar para lá todos os anos, não só porque está barato e fica muito próximo, mas porque realmente encanta.

A economia argentina se dolarizou nos anos 90 e foi um fracasso. O maluco candidato da extrema direita, que se diz anarquista, caso saia vencedor, pode levar o nosso vizinho ao buraco social e econômico em questão de meses ou ano. É um fanfarrão perigoso e inconsequente que usa uma das músicas da Xuxa para empolgar o seu público.

Já o candidato do centro e da esquerda, Massa, é economista e assumiu o comando da economia no auge da crise. Tem capacidade de reverter a crise e é mais consciente das capacidades e necessidades da Argentina.

Não pensar no social nesse momento é agravar a crise argentina. Embora o desemprego seja baixo, por volta de 3%, os salários estão baixos e a maior parte dos empregos não são qualificados. Daí a necessidade também da reindustrialização, assim como no Brasil, para melhorar o poder de compra do povo, qualificando a população, produzindo tecnologia de ponta ou não e ganhando mercado na exportação de manufaturados.

Que Deus proteja o povo e a Nação argentina e evite que um inconsequente brinque de presidir um país tão importante como a Argentina!

sábado, 18 de novembro de 2023

NETANYAHU PRETENDE PERMANECER NO PODER, PROLONGANDO A GUERRA, MAS ISSO PODE AFUNDAR ECONÔMICA E MORALMENTE ISRAEL

É fato inconteste o poderio da espionagem israelense, mas mesmo ela foi incapaz de evitar o ataque brutal do Hamas no dia 7 de outubro.

Também é pacífico no meio militar o poderio bélico israelense. Mas mesmo ele, mesmo sendo praticados crimes de guerra, bombardeando-se hospitais, escolas, prédios da ONU e suas agências, Igrejas, Mesquitas, matando mais de 11 mil civis, dentre eles 4 mil crianças, cortando o fornecimento de combustível, luz, água, comida, insumos hospitalares, não conseguiu vencer um grupo paramilitar, como o Hamas, em um espaço tão diminuto como a Faixa de Gaza, após 40 dias do massacre de 7 de outubro.

Somados a espionagem e as forças armadas, Israel foi incapaz de libertar os israelenses feitos reféns, inclusive matando muitos deles com os incessantes ataques aéreos e terrestres.

Se com os bombardeios Israel mostra força, também revela o insucesso de suas ações. A única coisa que as forças armadas israelenses provocaram foi o caos e a destruição de Gaza, mas não do Hamas, nem a retomada dos reféns israelenses.

Quando se diz que Israel fracassa, deve ser dito o nome do responsável: Netanyahu.

Netanyahu se afunda. Quanto mais tempo durar a guerra, mais tempo ele permanecerá no poder, mas mais se afundará politicamente perante a população de Israel. Ele diz e parece querer o contrário, inclusive que ela se alastre para o Líbano, contra a resistência libanesa denominada Hezbollah.

Se parece ser evidente o fracasso de Netanyahu, por outro isso mostra o seu desespero e medo de sumir da política israelense.

Mas não é só. Quanto mais tempo durar a guerra, pior para a economia de Israel, que já contraiu uma dívida de cerca de 8 bilhões de dólares para 40 dias de guerra. Se comparado com a dívida da Ucrânia, de mais de 132 bilhões de dólares para 1 ano e 9 meses de guerra, é muita coisa. O país europeu luta contra um poderoso exército, o russo, com centenas de milhares de militares, em uma ampla área, enquanto Israel luta contra um grupo paramilitar com dezenas de milhares de combatentes, na pequenina Faixa de Gaza.

A Ucrânia afundou a sua economia com a guerra, e Israel? 

Quantas horas, dias ou meses durará a guerra? Se for contra o grupo Hamas, deveria terminar em poucas semanas, no máximo. Porém, se o Hezbollah ingressar no confronto, a guerra poderá se prolongar por longos meses ou anos, face ao poderio bélico do grupo, com cem mil combatentes preparados para o confronto.

O pequeno Líbano, onde o Hezbollah tem sede, parece não querer entrar em guerra, pois enfrenta a pior crise econômica de sua história. Mas se Netanyahu continuar os ataques ao sul do Líbano, o grupo paramilitar libanês poderá retaliar massivamente, iniciando assim um confronto mais amplo e duradouro.

Prolongar a guerra pode prolongar a permanência de Netanyahu no poder, mas afundará econômica e moralmente Israel.

Os Estados Unidos podem ajudar temporariamente Israel, mas não eternamente. Vide a realidade da Ucrânia, hoje.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

ORIENTE MÉDIO, PERSPECTIVAS PARA ISRAEL, PALESTINA E OUTROS PAÍSES E GRUPOS POLÍTICOS

Há quem não se sensibilize ao ver a aflição e desespero das crianças de Gaza. Há, ao contrário, quem goste da força e da brutalidade como senso não de Justiça, mas de poder!

Estamos em pleno século XXI, com avanços tecnológicos, mas o ser humano ainda é um troglodita no aspecto emocional. E estou falando de Netanyahu, das forças armadas israelenses, dos aliados políticos locais e estrangeiros de Netanyahu, dos políticos de extrema direita mundo afora e da torcida de loucos, mundo afora, por Israel e pelos seus atos excessivos e brutais, como se em uma guerra estranha a nós devêssemos torcer para um dos lados.

O ser humano e o seu parente distante, chimpanzé, são animais sádicos. Adoram o sofrimento alheio. Obviamente que há exceções, e são muitas. Há os que canalizam toda a dor em perceber o sofrimento alheio em ajuda efetiva, acolhimento e amparo.

O que Israel está fazendo, hoje, já está marcado na história dos povos e da humanidade! Netanyahu muito provavelmente sumirá dos holofotes em breve e descansará no cárcere israelense, não pelos excessos cometidos, mas pela corrupção desenfreada. A população israelense culpa o primeiro ministro pelo fracasso em evitar o ataque do Hamas em 7 de outubro, não se importando com os excessos que ele vem praticando contra a população civil palestina. Restará apenas o nome do talvez último político que se vê como imperador israelense, Brutus Netanyahu, que seus descendentes se envergonharão de pronunciar.

Uma mudança política em Israel é difícil. A direita e a extrema direita são muito fortes naquele país. Dificilmente a esquerda retomará o poder. Mas a esquerda lá é sionista, e não difere muito das políticas expansionistas da direita. Talvez políticos do centro e da centro direita, articulados com a esquerda e partidos da direita moderada, consigam governar o país de forma menos brutal e menos autocrática.

Os palestinos dificilmente receberão o apoio necessário dos governantes dos países árabes, desarticulados e mais preocupados em manter-se no poder. O pequeno Catar, o discreto Omã e o anti-imperialista Irã tendem a apoiar efetivamente os palestinos, com recursos humanos e financeiros. Mas o que serão os territórios palestinos daqui pra frente? O que sobrou da Cisjordânia retalhada e o pedaço sul da Faixa de Gaza? Talvez nem isso. Se os Estados Unidos não forem determinados e fortes em exigir que Israel saia dos territórios palestinos, Israel se apoderará da Faixa de Gaza e, cada vez mais, se apropriará de terras da Cisjordânia, estabelecendo colonos radicais naquela área. A China tem uma postura mais independente, mas não quer criar conflito com Israel e países árabes, todos eles seus aliados no estabelecimento da rota da seda. A Rússia dificilmente agiria militarmente contra Israel. Já não o faz na Síria, quando Israel ataca as forças leais a Assad, aliado russo. E se for considerado que já enfrenta guerras na Síria, Líbia, pequenos países da África e Ucrânia, a Rússia não iria arriscar enfrentar nesse momento delicado um país tão fortemente armado como Israel, ainda que isso significasse ainda maior poder de influência no Oriente Médio.

A tendência é o mundo oriental e parte do ocidental (hemisfério sul) pressionar Israel a adotar uma postura mais respeitosa ao direito internacional, incluindo as regras sobre guerras. Se Biden não for rigoroso com Israel nesse momento, tenderá a perder o apoio de grande parte de seu eleitorado, e se isso acontecer, qualquer candidato republicano terá fortes chances de ser eleito.

O Irã sai fortalecido com a postura agressiva de Israel. Embora este articule para que o Irã não ingresse nos BRICSs, a China e a Rússia assegurarão o ingresso do país persa no organismo multilateral.

Israel está usando o Hezbollah como propaganda negativa do Irã, acusando a resistência libanesa de terrorismo, inclusive no Brasil. Cientistas políticos dizem que isso faz parte do plano israelense de plantar informações falsas sobre o Hezbollah e, com isso, afastar o Brasil do Irã, visando evitar o ingresse desse país nos BRICSs. Há especialistas que ainda afirmam que Israel planeja minar o governo Lula, visando diminuir o grande apoio ao cessar fogo no hemisfério sul.

Com a pressão israelense, o Irã aprofundará o desenvolvimento tecnológico de inúmeros armamentos, ao mesmo tempo em que amplia laços políticos e econômicos com países da Ásia e do sul global, incluindo África e América do Sul. Talvez Israel não tenha aprendido que o Irã funciona muito bem, e melhor, sob pressão.

O Hezbollah é uma incógnita. Há quem diga que o grupo político, assistencial e militar tem cerca de 100 mil soldados preparados para o confronto armado com Israel. Muitos deles lutaram na guerra da Síria, ao lado das forças leais sírias, contra o ISIS e o Estado Islâmico.

O Hezbollah é uma força política importante na região. No Líbano, quase a totalidade da população considera seus militantes como heróis, pela resistência heroica às últimas invasões terrestres israelenses.

O Hezbollah tem apoio iraniano, mas age independentemente.

Israel tem provocado o grupo com ataques no sul do Líbano, mas, ao que parece, a intenção do Hezbollah não é entrar em guerra com Israel neste momento.

Caso o Hamas saia derrotado e seja expulso de Gaza, o Hezbollah entra na mira dos falcões israelenses. Israel não tolera um grupo tão forte e bem armado como o Hezbollah no Líbano. Para Israel, todos os países árabes que o confrontam deveriam estar recheados de terroristas como o Estado Islâmico. Coincidência ou não, os três países árabes que repudiavam qualquer aliança com Israel enquanto este não saísse dos territórios palestinos, libaneses e sírios ocupados eram a Líbia, o Iraque e a Síria, que sofreram e sofrem com essa organização terrorista e radical. O Líbano, graças ao Hezbollah, resistiu e expulsou de seu território os terroristas do ISIS.

Não é de hoje que a Síria acusa Israel de laços com organizações fundamentalistas e terroristas (https://www.aljazeera.com/news/2015/4/27/the-curious-case-of-israel-al-nusra-and-facebook-spy). Está documentado que diversos membros de um grupo terrorista ligado à Alqaeda que agia contra o governo em território sírio, recebeu atendimento médico hospitalar em Israel (https://www.reuters.com/article/syria-crisis-israel-wounded-idINDEE98C08G20130913).

Países árabes historicamente neutros tenderão a ser mais rigorosos com Israel, sejam países do golfo, Jordânia, Egito e do Norte da África. A população árabe e islâmica, em geral, e especialmente desses países, tem cobrado apoio efetivo à população civil palestina.

Com a trágica ação de Biden, de enviar porta-aviões, navios, militares e armas em apoio a Israel, a área de influência dos Estados Unidos tende a se limitar a Egito, Marrocos, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Israel. A Rússia e a China tendem a exercer maior poder geopolítico na região, inclusive com a possibilidade de implantação de bases militares na Líbia, pela Rússia, e em Omã, pela China.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

ISRAEL VEM PRATICANDO CRIMES DE GUERRA E CRIMES CONTRA A HUMANIDADE, ALÉM DE APROXIMAR-SE EM DEMASIA DO GENOCÍDIO PALESTINO, DIZ ESPECIALISTA ISRAELENSE EM HOLOCAUSTO

O que Israel está cometendo em Gaza está muito próximo do genocídio. Quem afirma isso é o historiador israelense Omer Bartov, um dos maiores especialistas do mundo em Holocausto.

Para ele, o assassinato desproporcional de civis de Gaza por parte de Israel, bem como as declarações desumanizantes feitas pelos líderes israelitas e as sugestões de expulsão em massa, são uma clara violação do direito internacional e configuram a prática de crimes de guerra, além de crime contra a humanidade, por parte de Israel em Gaza.

A entrevista completa você vê (e pode ler pela transcrição) no site do Democracy Now. Clique aqui.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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