sexta-feira, 17 de novembro de 2023

ORIENTE MÉDIO, PERSPECTIVAS PARA ISRAEL, PALESTINA E OUTROS PAÍSES E GRUPOS POLÍTICOS

Há quem não se sensibilize ao ver a aflição e desespero das crianças de Gaza. Há, ao contrário, quem goste da força e da brutalidade como senso não de Justiça, mas de poder!

Estamos em pleno século XXI, com avanços tecnológicos, mas o ser humano ainda é um troglodita no aspecto emocional. E estou falando de Netanyahu, das forças armadas israelenses, dos aliados políticos locais e estrangeiros de Netanyahu, dos políticos de extrema direita mundo afora e da torcida de loucos, mundo afora, por Israel e pelos seus atos excessivos e brutais, como se em uma guerra estranha a nós devêssemos torcer para um dos lados.

O ser humano e o seu parente distante, chimpanzé, são animais sádicos. Adoram o sofrimento alheio. Obviamente que há exceções, e são muitas. Há os que canalizam toda a dor em perceber o sofrimento alheio em ajuda efetiva, acolhimento e amparo.

O que Israel está fazendo, hoje, já está marcado na história dos povos e da humanidade! Netanyahu muito provavelmente sumirá dos holofotes em breve e descansará no cárcere israelense, não pelos excessos cometidos, mas pela corrupção desenfreada. A população israelense culpa o primeiro ministro pelo fracasso em evitar o ataque do Hamas em 7 de outubro, não se importando com os excessos que ele vem praticando contra a população civil palestina. Restará apenas o nome do talvez último político que se vê como imperador israelense, Brutus Netanyahu, que seus descendentes se envergonharão de pronunciar.

Uma mudança política em Israel é difícil. A direita e a extrema direita são muito fortes naquele país. Dificilmente a esquerda retomará o poder. Mas a esquerda lá é sionista, e não difere muito das políticas expansionistas da direita. Talvez políticos do centro e da centro direita, articulados com a esquerda e partidos da direita moderada, consigam governar o país de forma menos brutal e menos autocrática.

Os palestinos dificilmente receberão o apoio necessário dos governantes dos países árabes, desarticulados e mais preocupados em manter-se no poder. O pequeno Catar, o discreto Omã e o anti-imperialista Irã tendem a apoiar efetivamente os palestinos, com recursos humanos e financeiros. Mas o que serão os territórios palestinos daqui pra frente? O que sobrou da Cisjordânia retalhada e o pedaço sul da Faixa de Gaza? Talvez nem isso. Se os Estados Unidos não forem determinados e fortes em exigir que Israel saia dos territórios palestinos, Israel se apoderará da Faixa de Gaza e, cada vez mais, se apropriará de terras da Cisjordânia, estabelecendo colonos radicais naquela área. A China tem uma postura mais independente, mas não quer criar conflito com Israel e países árabes, todos eles seus aliados no estabelecimento da rota da seda. A Rússia dificilmente agiria militarmente contra Israel. Já não o faz na Síria, quando Israel ataca as forças leais a Assad, aliado russo. E se for considerado que já enfrenta guerras na Síria, Líbia, pequenos países da África e Ucrânia, a Rússia não iria arriscar enfrentar nesse momento delicado um país tão fortemente armado como Israel, ainda que isso significasse ainda maior poder de influência no Oriente Médio.

A tendência é o mundo oriental e parte do ocidental (hemisfério sul) pressionar Israel a adotar uma postura mais respeitosa ao direito internacional, incluindo as regras sobre guerras. Se Biden não for rigoroso com Israel nesse momento, tenderá a perder o apoio de grande parte de seu eleitorado, e se isso acontecer, qualquer candidato republicano terá fortes chances de ser eleito.

O Irã sai fortalecido com a postura agressiva de Israel. Embora este articule para que o Irã não ingresse nos BRICSs, a China e a Rússia assegurarão o ingresso do país persa no organismo multilateral.

Israel está usando o Hezbollah como propaganda negativa do Irã, acusando a resistência libanesa de terrorismo, inclusive no Brasil. Cientistas políticos dizem que isso faz parte do plano israelense de plantar informações falsas sobre o Hezbollah e, com isso, afastar o Brasil do Irã, visando evitar o ingresse desse país nos BRICSs. Há especialistas que ainda afirmam que Israel planeja minar o governo Lula, visando diminuir o grande apoio ao cessar fogo no hemisfério sul.

Com a pressão israelense, o Irã aprofundará o desenvolvimento tecnológico de inúmeros armamentos, ao mesmo tempo em que amplia laços políticos e econômicos com países da Ásia e do sul global, incluindo África e América do Sul. Talvez Israel não tenha aprendido que o Irã funciona muito bem, e melhor, sob pressão.

O Hezbollah é uma incógnita. Há quem diga que o grupo político, assistencial e militar tem cerca de 100 mil soldados preparados para o confronto armado com Israel. Muitos deles lutaram na guerra da Síria, ao lado das forças leais sírias, contra o ISIS e o Estado Islâmico.

O Hezbollah é uma força política importante na região. No Líbano, quase a totalidade da população considera seus militantes como heróis, pela resistência heroica às últimas invasões terrestres israelenses.

O Hezbollah tem apoio iraniano, mas age independentemente.

Israel tem provocado o grupo com ataques no sul do Líbano, mas, ao que parece, a intenção do Hezbollah não é entrar em guerra com Israel neste momento.

Caso o Hamas saia derrotado e seja expulso de Gaza, o Hezbollah entra na mira dos falcões israelenses. Israel não tolera um grupo tão forte e bem armado como o Hezbollah no Líbano. Para Israel, todos os países árabes que o confrontam deveriam estar recheados de terroristas como o Estado Islâmico. Coincidência ou não, os três países árabes que repudiavam qualquer aliança com Israel enquanto este não saísse dos territórios palestinos, libaneses e sírios ocupados eram a Líbia, o Iraque e a Síria, que sofreram e sofrem com essa organização terrorista e radical. O Líbano, graças ao Hezbollah, resistiu e expulsou de seu território os terroristas do ISIS.

Não é de hoje que a Síria acusa Israel de laços com organizações fundamentalistas e terroristas (https://www.aljazeera.com/news/2015/4/27/the-curious-case-of-israel-al-nusra-and-facebook-spy). Está documentado que diversos membros de um grupo terrorista ligado à Alqaeda que agia contra o governo em território sírio, recebeu atendimento médico hospitalar em Israel (https://www.reuters.com/article/syria-crisis-israel-wounded-idINDEE98C08G20130913).

Países árabes historicamente neutros tenderão a ser mais rigorosos com Israel, sejam países do golfo, Jordânia, Egito e do Norte da África. A população árabe e islâmica, em geral, e especialmente desses países, tem cobrado apoio efetivo à população civil palestina.

Com a trágica ação de Biden, de enviar porta-aviões, navios, militares e armas em apoio a Israel, a área de influência dos Estados Unidos tende a se limitar a Egito, Marrocos, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Israel. A Rússia e a China tendem a exercer maior poder geopolítico na região, inclusive com a possibilidade de implantação de bases militares na Líbia, pela Rússia, e em Omã, pela China.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



Postagens populares

__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
NOTÍCIAS, OPINIÕES, ARTIGOS E MEROS ESCRITOS, POR CYRO SAADEH
um blog cheio de prosa e com muitos pingos nos "is"

___________________________________________________________________________________