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Parte histriônica da mídia brasileira, ao mesmo tempo em que noticia o conflito existente na Ucrânia, alardeia que a China poderia se aproveitar de uma certa distração do ocidente e invadir Taiwan.
A China age diferentemente de outras Nações historicamente imperialistas, como Estados Unidos, Inglaterra, França e a Rússia.
A China angaria crescimento com base no comércio. As outras Nações imperialistas citadas acima utilizaram, sim, o comércio, mas o centro nevrálgico de suas ações geopolíticas sempre foram as guerras, com as quais ganhavam e comercializavam armas.
A China, não, seja agora, seja ao longo de sua história.
À China não interessa um mundo em conflito e sequer é uma das maiores exportadoras de armamentos. Um mundo pacificado com comércio estável é o que procura o gigante asiático, ávido por zerar a miséria em seu país e dar um padrão de vida de primeiro mundo aos seus 1 bilhão e 400 milhões de nacionais.
Enquanto isso, os decadentes Estados Unidos e Inglaterra exportam materiais bélicos à Ucrânia, ao invés de agir efetivamente para pacificar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
As sanções que se aplicaram à Rússia são efetivas e podem afetar a economia do país, sim. Os Estados Unidos tentam fazer com que a Rússia invista menos em suas Forças Armadas, ao mesmo tempo em que tenta não ocasionar um grande prejuízo à economia mundial, globalmente interdependente.A China, que assiste ao conflito entre Rússia e Ucrânia com um discurso que vai do tom polido e diplomático, primando pela pacificação
imediata, à agressão verbal aos Estados Unidos, a quem acusa de interferência
em assuntos internos de outros países, não tem interferido militarmente em
outras Nações, ainda que as potências militares de hoje deem exemplos
diametralmente opostos a ela, intervindo em todas as regiões do globo,
principalmente naquelas ricas em recursos minerais ou que lhes convenham geopoliticamente.
Enquanto isso, a OTAN
fala que países que não aderiram ao bloco, e que fazem fronteira com a Rússia,
pretendem tornar-se membros do seleto organismo militar, ao mesmo tempo que
incentiva que seus países membros doem armamentos à Ucrânia.
A OTAN, comandada pelos
Estados Unidos e Reino Unido, foi criada para enfrentar o bloco comunista
liderado pela então União Soviética. Passadas décadas da extinção da União
Soviética e do bloco comunista, o organismo militar ocidental continua a
existir e tem intervindo militarmente fora do continente Europeu ou do
Atlântico Norte. Vide suas ações nos continentes africano e asiático.
Ao mesmo tempo, o
organismo foi crescendo com a adesão de ex-repúblicas integrantes da extinta
União Soviética, até se aproximar da fronteira com a Rússia.
Não é de hoje que a
Rússia adverte a OTAN a respeito da proximidade perigosa do organismo de suas
fronteiras. Há duas décadas a Rússia tem advertido periodicamente a OTAN sobre
a questão da segurança russa, considerando-se o contingente militar, armamentos
e investimento do bloco ocidental, mais de dez ou vinte vezes vezes superior ao
russo, colocando o país de Vladimir Putin em situação de fragilidade.
Repito que os gigantes China e Índia, e os demais membros dos BRICSs, como Brasil e África do Sul, têm papel importante a desempenhar na tentativa de pacificação na Ucrânia invadida. Mas teriam esses países a coragem de propor e exigir o fim próximo e mediato de uma organização militar tão nefasta quanto a OTAN, questão fundamental para uma pacificação duradoura na região?