Confesso que a invasão da Ucrânia
pela Rússia me assustou, e não é para menos, já que as duas grandes guerras
mundiais tiveram início em solo Europeu.
Porém, os Estados Unidos
invadiram o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Síria e não houve essa
repercussão e alarde que há hoje.
Não. Não estou defendendo a ação
da Rússia. Apenas estou dizendo que os Estados Unidos já fizeram o mesmo, e
pior, sem qualquer ligação às suas fronteiras, mas em áreas muito distantes,
atrás de objetivos econômicos e geopolíticos. A motivação da Rússia, ao que
parece, é tão somente de defesa (em relação às fronteiras com a OTAN).
Imagine se o México e o Canadá pudessem
integrar um organismo militar contra os Estados Unidos e apontassem mísseis
para esse. Duvido que o Tio Sam permanecesse quieto.
Pois é, enquanto a mídia russa
argumenta em favor dos russos, a mídia ocidental, ao contrário, demoniza a
Rússia. A questão é saber se há solução para a pacificação. Se o mundo fosse
mais justo e equilibrado, haveria e seria muito simples. Bastaria por fim à
OTAN.
Porém, embora seja diminuta a
chance de expansão da guerra no continente europeu, é possível que os conflitos
militares entre Estados Unidos e Rússia alcancem outros países geopoliticamente
periféricos, como a Síria, onde os dois países estão no território do país
árabe. Uma foi convidada, no caso a Rússia, e outra é invasora, no caso os
Estados Unidos. O eterno jogo de braço entre as grandes potências e os seus
interesses geopolíticos poderá vir a se agravar em áreas periféricas que já contem com forças desses países e onde haja interesses geopolíticos opostos. É uma
possibilidade que não pode ser descartada e que já deveria incomodar as Nações
do Oriente Médio, em especial a Arábia Saudita e Israel e países asiáticos,
como o Irã.
A guerra pode não se tornar
mundial, espera-se, mas tem potencial para expandir-se para outras regiões,
alcançando não só a Ucrânia, mas áreas periféricas do globo, onde haja, concomitantemente,
a presença de força militar da Rússia e Estados Unidos ou OTAN e, ao mesmo
tempo, interesses geopolíticos conflitantes. A fim de que essas potências militares cedam, é importante a atuação de Nações neutras, que ofereçam oportunidade efetiva de paz.