No conflito que envolve diretamente a Rússia e a Ucrânia, cada vez mais personagens agem para se envolver diretamente e, com isso, ampliam de forma consciente o risco de alargamento da guerra e de mortes.
A OTAN, uma organização voltada à guerra, não age para evitar danos e baixas de soldados e civis ucranianos, mas, ao contrário, ao fornecer armamentos à Ucrânia e ao enviar tropas para países da OTAN que fazem fronteira com a Rússia, ao mesmo tempo em que incita que Finlândia e Suécia adiram ao bloco, visa atingir o seu objetivo geopolítico, o de provocar a Rússia até que ela incida em erro tático, pondo o próprio povo russo contra o polêmico Putin.
Quem sou eu para dizer que Putin errou ao invadir a Ucrânia, mas como ser humano, posso dizer que Putin poderia ter evitado o início desse conflito bélico e ter buscado outras medidas. Mas existiriam outras medidas, considerando que a conversação não estava tendo êxito?
É fato que as ações pontuais das Forças Armadas russas visaram evitar baixas de civis e, embora não tenha sido divulgado pela mídia ocidental, foram extremamente exitosas ao rapidamente aniquilarem o sistema de defesa antiaérea e a aviação ucraniana, ao mesmo tempo em que colocava tropas russas, em questão de minutos, nas principais cidades ucranianas.
Com isso, a ação russa evidenciava que desejava ser o mais rápida possível, evitando a reação ucraniana e, com isso, o enfrentamento, de forma a diminuir ao máximo a baixas de de civis e de militares.
Putin sabia que a mídia ocidental não lhe seria favorável e, por isso, evitava qualquer deslize. E também não se pode esquecer o forte laço entre ucranianos e russos e que Kiev foi a primeira capital do povo russo.
Putin pode ter muitos defeitos, mas é o chefe de Estado que mais conhece dos movimentos geopolíticos, e tem a seu favor um dos melhores serviços de inteligência do mundo e o segundo poderia bélico do globo.
Porém, o comediante que preside a Ucrânia, ao invés de preservar a vida de civis, optou por distribuir armamento à despreparada população civil, ao mesmo tempo em que a OTAN lhe fornecia mais armamentos para enfrentar a Rússia. Com isso, o enfrentamento direto da população com as forças russas, que possivelmente não era esperado pelo Kremlin, está ocorrendo. Dessa forma, o aumento da baixa de civis e até de militares russos será inevitável.
Nenhuma guerra, por mais que os seus atores tenham motivos para entrar no conflito, pode ser considerada justa. Toda guerra, ao mesmo tempo em que ocasiona destruição, também acarreta dores e sofrimento não só para os personagens que entram em confronto, mas à população civil como um todo, seja com a necessidade de deslocamento, perda de parentes e amigos, por presenciar os horrores das mortes e de destruição e pela dificuldade em encontrar alimentos.
Os Estados Unidos e a OTAN poderiam exigir imediata trégua e conversação entre Ucrânia e Rússia, mas como não querem diminuir a expansão desse organismo militar e geopolítico anacrônico, famoso pelas mortes e destruição ocasionadas em diversos cantos distantes do Atlântico Norte (base em que deveria agir), incitam o prolongamento do conflito e a possibilidade de que seja alastrado a área maior que a hoje conflagrada.
A irresponsabilidade não é só da Rússia, por ter ingressado na Ucrânia, ou do presidente comediante e pouco zeloso com o próprio povo ucraniado, mas também e principalmente da OTAN e dos Estados Unidos, que pressionaram a Rússia e continuam a tentar deixá-la sem saída.
Não é momento de torcida para U ou R, mas pela paz! A paz só seria alcançada com a segurança de todos os Estados membros da Europa, incluindo aí a Rússia. Para isso, repensar em um novo formato de OTAN ou de sua extinção deveria ser de rigor e já ser proposto pelos seus próprios membros ou por países neutros que tenham importância geopolítica ou nos assentos (permanentes e não permanentes) do Conselho de Segurança da ONU. O Brasil poderia liderar esse processo de busca pela paz, mas pelo visto não será agora.
A grande mídia brasileira tomou partido, não pelo povo ucraniano, mas pela OTAN, como se essa estivesse certa em armar a Ucrânia e prolongar a guerra, esquecendo-se do interesse direto desse organismo militar no enfraquecimento e desgaste da Rússia.
O sonho da OTAN seria a divisão da Rússia em pequenas repúblicas, não só para desconcentrar o poderio bélico da Rússia como conhecemos, mas também para afetar o alvo direto de suas ações, a China, potência econômica que concorre com os países europeus e os Estados Unidos, e que teria dificuldade em guarnecer a longa fronteira que possui com a gigantesca Rússia como a conhecemos.
Para quem não sabe, a Rússia é um país enorme que agrega diversas etnias há longa data, sendo que algumas delas, outrora incentivadas por agentes externos, buscam independência.
Temendo a ampliação do conflito e a baixa de civis e militares, a Rússia está buscando o diálogo, já tendo mandado representantes para conversação com a Ucrânia em Belarus.
Mas será que a OTAN e o líder ucraniano pretendem dialogar e por fim à guerra?
Por outro lado, preocupada com a ampliação do conflito, a China assiste atentamente, tentando adivinhar qual a peça de xadrez que deverá movimentar para evitar ser atingida pelas ações da organização militar chamada de ocidental*.
A questão da segurança, como visto, atinge não só a Ucrânia e a Rússia, além de Suécia e Finlândia, hoje não integrantes da OTAN, mas também a não tão longínqua e hoje poderosa China.
E enquanto não se dialoga e não são cessados o envio de armamentos (seja pela OTAN ou pela Rússia), quem sofre é a população civil da Ucrânia e os russos que moram na região fronteiriça. O aumento do número de mortos entre a população civil e militares parece ser inevitável pelo panorama atual desse conflito.
* A OTAN não representa o ocidente como um todo. É um bloco que movimenta peças em favor das grandes economias da América do Norte e Europa, apenas isso. Não representa os interesses, nem age a favor, de países da América Latin e África. Também não representa os interesses de todos os países Euuopeus, já que nem todos integram esse organismo militar.