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O Brasil tem potencial, mas o que faz com que o país sempre fique atrelado ao fornecimento de itens básicos, sem valor agregado, e com uma população pouco educada, com grande desigualdade de renda e concentração de capital nas mãos de poucas famílias?O Brasil está no longo caminho de se constituir uma Nação
e ainda se vê como colônia de exploração, onde a terra e as pessoas locais
sempre foram objeto de apropriação e exploração. Daí o jeitinho brasileiro de
levar vantagem e um egoísmo nada cívico.
As pessoas locais, a serem exploradas, são os mais
pobres, normalmente da periferia das grandes cidades. A terra, como há 500
anos, continua a fornecer itens para apropriação pelas potências econômicas
reinantes.
Falta um projeto de país, com propostas concretas. Falta
também investimento massivo, por décadas, em educação de qualidade, incluindo
aí desenvolvimento de tecnologia própria. Faltam parcerias governamentais e das
universidades e escolas com empresas nacionais para o desenvolvimento de
tecnologia que interesse ao parque industrial brasileiro.
O Brasil pode crescer e se desenvolver como Nação, mas
depende de vontade e visão nacionalista integrada a uma percepção
desenvolvimentista, que capte todos os pontos centrais que nos levarão a uma
prosperidade no presente e no futuro.
Pouco pensamos no futuro e nos faltam projetos. O Brasil
não pode pensar apenas na agricultura, na pecuária e na mineração como itens de
exportação e produção. Precisamos ter polos industriais significativos e polos
tecnológicos de ponta que propiciem o aprimoramento da mão de obra, com
qualificação excepcional e alta remuneração.
Não cresceremos tendo baixos salários, mas altos.
Cresceremos quando a mão de obra for extremamente qualificada, mas para isso
precisamos romper a visão arcaica de que empresário só cresce com empregados
ganhando pouco e com poucos direitos
trabalhistas.
O Brasil do futuro não é basicamente agrário, mas somando
todo o potencial mineral, agrário e pecuário com a alta tecnologia. Precisamos
nos diversificar e, mais que isso, investir em algo que dê retorno financeiro
significativo, produtos de alto valor, o que não ocorre na venda de grãos,
minério e carne.
Precisamos de produtos que tenham alto valor no exterior.
Não precisamos de migalhas, mas sim de auto estima e
coragem de nos colocarmos lado a lado das grande potências econômicas.
Não é Bolsonaro, Moro ou qualquer outro candidato da chamada
terceira via, que conseguirá colocar o Brasil no seletíssimo grupo de países
exportadores de tecnologia de alto valor. Para esses políticos, basta
exportarmos minério, produtos agrícolas e de pecuária, com baixo retorno
financeiro por item.
O atual presidente teve a coragem de fechar a única
indústria de semicondutores brasileira, a Ceitec, que era estatal, sob o
péssimo e equivocado argumento de que ela não dava lucro, justamente em um
momento em que o mundo sofre com a falta de chips para bens industriais,
incluindo carros e aviões.
Lula, embora seja visivelmente nacionalista, não
apresentou qualquer programa de governo na área de tecnologia.
Até agora, apenas o Ciro Gomes apresentou um projeto de
crescimento para o país, com investimento massivo em educação, tecnologia e na reindustrialização.
Ele tem o caminho de saída desse marasmo político, social e econômico que
domina o Brasil. Os outros, com algumas diferenças, são mais do mesmo.