Thaís Romanelli
O banco Melli, um dos principais do Irã, inaugurou no dia 7 de junho uma agência bancaria exclusiva para mulheres, com o objetivo de "promover a autonomia financeira feminina", num país onde as leis e os costumes promovem a desigualdade de gênero.
A nova agência, que fica na cidade de Mashhad, foi criada para seguir à risca uma das restrições do sharia, sistema legal em vigor desde a revolução islâmica de 1979. De acordo com a lei iraniana, é proibido o contato entre homens e mulheres que não sejam parentes. No entanto, a proibição não é levada em conta nas atividades de serviços públicos, como bancos e lojas. Sendo assim, as mulheres eventualmente são atendidas por alguém do sexo oposto.
Segundo a agência de notícias iraniana Irna, a agência bancária foi aberta como um diferencial para os mais radicais em Mashhad, uma das cidades sagradas do país.
A exclusividade no banco é um dos novos setores de especialização de público por gênero. Nos últimos anos, táxis e jardins foram criados unicamente para o público feminino.
Paralelamente a isso, a policia local iniciou, a cerca de duas semanas, uma campanha contra o “uso errôneo do véu” para “zelar pela moral e os bons costumes", o que inclui a possibilidade de parar carros nos quais viajem um homem e uma mulher a sós e perguntar qual é a relação entre ambos e a aplicação de multas que podem chegar a 1,3 mil euros.
Autoridades religiosas levaram as denuncias relacionadas a falta de moral das mulheres o extremo chegando até mesmo a relaciona-las a a causa de futuros terremotos.