domingo, 27 de junho de 2010

O PAÍS DA COPA TEM HISTÓRIA

Causa espanto a existência de um país no meio da África subsaariana ter sofrido com um regime de segregação racial justamente contra os negros que sempre foram os donos da terra, enquanto os brancos dominadores somente poderiam ser caracterizados como invasores. Era o Apartheid, equiparado ao nazismo pela própria Organização das Nações Unidas.
Uma matéria publicada na Revista Carta Capital desvenda um pouco da triste história da África do Sul.
A política daquele país esteve dominada por ex-nazistas. Mas, ao contrário do que muitos pensam, os piores momentos não ocorreram entre os anos 60 e 80.
Dizem que a política segregacionista surgiu em 1678 com os holandeses fundadores da cidade do Cabo, onde era veementemente proibida qualquer relação íntima entre europeus e indígenas. Em 1858, porém, a própria Constituição já declarava que "jamais se instaurará a igualdade entre brancos e não-brancos, quer na Igreja quer no Estado". Os africanderes, como eram auto-denominados os descendentes dos colonos holandeses, foram surpreendidos pela invasão dos ingleses, que tomaram a Cidade do Cabo ainda em 1815. Nos primeiros anos do século XX, de 1901 a 1903, houve a primeira filmagem de uma guerra, que tornou pública mundialmente a existência daquilo que passamos a denominar "campos de concentração", onde foram aprisionados os africânderes, resultando na morte de milhares de crianças. Na década de 40 ainda era proibida qualquer relação sexual entre brancos e não-brancos. E incluiam-se nesta classificação os negros, os mestiços e os próprios indianos imigrantes.
Nas décadas de 40 e 50, a carga horária de trabalho dos negros era muito superior ao dos brancos e o salário 16 vezes menor. O sistema educacional era diferente de acordo com as categorias da população: brancos, asiáticos, mestiços e negros. Estava criado o Apartheid, um sistema "legal" que mantinha a diferenciação, a exclusão e a indignidade, legitimadas pelo sistema político muito tempo antes.
Na década de 50 iniciou-se a resistência negra e a tentativa de descumprimento desse arcabouço jurídico, com inúmeras prisões de seus membros. Logo no fim dos anos 70, o então primeiro-ministro Pieter Botha tentou abrandar o regime, para fazer frente ao que se chamava de perigo comunista. Surgia uma frente ainda mais à direita, existente até hoje. Em 1991, a segregação e a discriminação em locais de acesso ao público passaram a ser ilegais e em 1992 pôs-se fim à política do Apartheid.
Porém, até hoje a economia continua sendo dominada pelos brancos. Há um ou outro negro que participa da elite, mas a exclusão, a morte ocasionada por doenças, principalmente a Aids, afeta principalmente os não-brancos.
E é lá que está sendo realizada a Copa do Mundo de 2010. Mesmo assim, a grande mídia prefere não desvendar a triste história da maioria daquele povo, até porque há algumas empresas de comunicação brasileiras que têm parceria econômica com grupos sul-africanos que financiavam e apoiavam a política do apartheid.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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