Há muito tempo denunciei que o Brasil já estava sob continuo ataque, mas errei a data. Está sob contínuo ataque desde 2013, muito tempo antes, e continua, sem qualquer trégua.
2013 foi o ano da revelação das escutas ilegais de Dilma e de dirigentes da Petrobras por agências de espionagem estadunidenses.
Mas o ataque iniciado pelos EUA continuou por ações internas de brasileiros, muitos deles congressistas e servidores públicos.
A lava-jato serviu de instrumento jurídico para perseguir um partido político em especial e destruir empresas brasileiras de ponta. A Petrobrás só sobreviveu por que era gigante. Enormes empreiteiras, que inclusive participavam do projeto de desenvolvimento do nosso submarino de propulsão nuclear, quebraram. Projeto de submarino, esse, boicotado, temido e repelido pelos EUA. Os meios utilizados, os resultados e a participação de órgãos dos Estados Unidos na saga judicial evidenciam as ilegalidades e os fins.
Há denúncias formais de que Desembargadores do TRF 4 sofreram chantagem. O silêncio reina no tribunal. Se for verdade, será motivo para a abertura imediata de vários processos cíveis e penais contra o hoje Senador Sérgio Moro, antigo juiz e estrela da Lava Jato.
A morte de um Ministro do STF, extremamente sério e avesso a holofotes, também entra no radar.
Na madrugada de hoje, a Câmara aprovou o texto base para diminuir as penas de todos os processados contra o Estado de Direito no 8 de janeiro, mas não só eles. Não fizeram uma lei para favorecer pessoas determinadas, pois iria contra o princípio da impessoalidade, mas abriram as portas para beneficiar chefes de quadrilhas, corruptos e outros perigosos condenados, como alertou a deputada federal Tabata Amaral. Uma vergonha. Um acinte à ética, aos serviços de segurança, ao Judiciário Brasileiro e ao povo deste país.
Quando uma das casas do próprio Congresso age contra o Brasil, não vivemos um ataque estrangeiro, mas interno. É uma espécie moderna e kafkiana de guerra civil, onde parcela de um dos poderes visa minar o Estado Brasileiro e os princípios de ordem e progresso estampados em nossa bandeira, beneficiando vários tipos de organizações criminosas, muito além do 8 de janeiro.
A negociata é clara. Chefões do PCC e do CV, grandes sonegadores e perigosos financistas de organizações criminosas devem estar a soltar rojões. Essa Câmara dos Deputados mostrou quem é quem e os interesses defendidos. Os manifestantes e baderneiros do 8 de janeiro nunca foram o alvo desse projeto. Utilizou esses peixes pequenos para beneficiar gente muito graúda e perigosa.
O Brasil não pode ser o paraíso de criminosos, pouco menos de delinquentes de organizações criminosas, como a Câmara pretendeu fazer com a aprovação desse projeto inconstitucional. O Senado há que barrar, não apenas pelas inconstitucionalidade e ilegalidades existentes, mas pelo sério risco à segurança pública, bem como aos interesses públicos dos entes federados, à própria ética e pelo Brasil.
Os que participaram do 8 de janeiro foram massa de manobra, como os eleitores desses deputados que aprovaram esse odioso e abjeto projeto. É hora do povo brasileiro dar o troco e não reeleger nenhum desses deputados que demonstraram estar a serviço de organizações criminosas muito poderosas e perigosas.