quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

DIVISÕES

Vivenciamos muitas coisas recentemente.
A divisão entre direita e esquerda.
A divisão entre norte (e nordeste e parte do centro oeste) e sul (e sudeste e parte do centro oeste).
A divisão entre ricos e pobres.
A divisão entre quem se acha no direito de andar de carro e quem se acha no direito de pedalar.
A divisão entre fast food e comida vegetariana.
A divisão entre palmeiras-barra funda e corinthians-itaquera.
A divisão entre mundo religioso e mundo consumista.
A divisão entre mundo globalizado (quase todo o planeta) e mundo segregado (Coreia do Norte).
A divisão entre as Coreias.
O fim da divisão entre as Alemanhas.
A divisão da pequena Palestina.
A divisão de famílias com as guerras.
Divisões não trazem consensos, mas trazem um sentimento comum, a dor, ainda que disfarçada de certo orgulho ou rancor.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

DIREITO E DIREITA NÃO SE CONFUNDEM. SE REPELEM.

Não é direito da direita posicionar-se ao lado do direito.
Afinal, o direito exige a total ausência da direita ou o seu ruído quase silencioso, já que a direita afronta o direito quando atua direta e também indiretamente.

Direito e direita são opostos e não se atraem. Se repelem.
O direito deve voltar-se ao social e às causas humanitárias.
Quando o direito volta-se ao capital, aniquila-se o sentido de Justiça esboçado pelos romanos e aproxima-se da contabilidade mais vazia e sem qualquer sentido filosófico.

No direito, vivenciam-se as causas, as boas causas, da esquerda.
Quem faz direito e quem exerce o direito deveria ser contra a direita, contra as ditaduras, contra os assassinatos e execuções, estatais ou não. Deveria lutar pelos ideais libertários.

O direito exige bom senso, algo que a direita tem apenas de forma muito aparente e superficial.
O discurso do direito empolga e fascina.
O discurso da direita, plenamente cerceador, é de verdadeiros facínoras em pocilgas.

O direito defende, acusa quando deve e julga quando necessário.
Já a direita acusa e julga indiscriminadamente, sentenciando pessoas à morte moral e intelectual.

O direito é a base de uma sociedade justa, libertária e humana!
Já a direita é a base da injustiça social, da segregação e do fim do sentido de humanidade.

Direito, sempre que necessário.
Direita, mais que desnecessária.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

SOCIEDADE ENGRAÇADA E O GRANDE ZOMBETEIRO

Era uma sociedade muito engraçada.
Nela, não tinha preocupação social, não tinha nada.

Ninguém podia viver intensamente nela, não.
porque em tal sociedade não existia razão.

Ninguém podia sonhar colorido.
Porque o futuro há muito já havia morrido.

Ninguém podia ler, estudar ou criticar.
Porque lá isso não se poderia priorizar.

Mas era repleta de muito luxo e dinheiro.
Típico templo de consumo arquitetado por um zombeteiro.

(paródia à “Casa”, de Sergio Bardotti e Vinícius de Moraes)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

INVERSÕES DE VALORES

imagem extraída da internet
Vivemos numa sociedade que aprecia e incentiva a inversão de valores.
Aquele que aparece bonito na foto é supervalorizado, em detrimento daquele que não tem tempo ou paciência para postar fotos de si mesmo para o universo virtual. A aparência é tudo, e isso rege todos os campos sociais.
Na televisão, os programas que mais dão audiências são aqueles que falam sobre a vida dos famosos ou os que apontam detalhes excessivos de gente desconhecida, mas necessariamente bonita.
Quem se veste bem é bem recebido nos shoppings, restaurantes e pelos companheiros de trabalho. Já aquele que opta pela simplicidade, sem apego ao consumo ao desnecessário, é visto como desleixado e descomprometido (isso é de deixar qualquer ser pensante pasmo).
Não basta trabalhar e ser eficiente. A meritocracia sempre foi apenas uma espécie de fantasia. O que interessa hoje, mais do que antes, são os contatos, a rede de amigos e de influência. Não importa o que se faz, o que se produz, o que se propõe. O que importa é a aparência e a relação de “amigos”, ainda que nada se faça.
Já perdi a conta de quantas vezes me chamaram de “desesperado” só por visar a agilização de processos, em defesa do interesse público. Eficiência, não! Isso, para esse grupo, é defeito. O bom, para esses sem vergonhas (não há outro termo para gente descomprometida) é aquele que acumula processos, que deixa avolumar. Daí vem aquela frase de pessoas que “observam”: “coitado, olha quantos processos ele tem para fazer”. Para esses apreciadores da inversão dos valores, o que importa não é o que se faz, o que se produz, mas o quanto se enrola. É a forma deturpada de olhar, que acarreta além da inversão de valores, injustiça e uma forma de corrupção nos pequenos comportamentos sociais.
E isso ocorre não apenas no serviço público, mas em muitas empresas, principalmente nas gigantescas multinacionais.
O pior é aquele que faz caridade e posta no facebook para dizer a todos: “sou bonzinho!”. Não, quem faz caridade não quer ser reconhecido como bonzinho. Quem faz caridade não quer aparecer. Quem faz caridade quer simplesmente melhorar, ainda que momentaneamente, a vida de alguém, e isso é o que lhe faz bem.
O legítimo direito de manifestação é visto hoje como coisa de vagabundo e de arruaceiro. É fato que há alguns que cometem excessos, mas o direito de posicionar-se em público faz parte do processo democrático. Hoje, as pessoas preferem xingar as autoridades políticas ao invés de reivindicar mudanças. O legal é fazer coro e dar vazão a toda raiva, o que origina as “reivindicações generalizadas”, se é que podem ser chamadas de reivindicações, pois não há nada de concreto. É o dizer nada absoluto, é o contestar absolutamente vazio...
A polícia tem suas atividades deturpadas por conta de uma sociedade que inverte valores e de governantes que não têm iniciativa e preferem fazer o que lhe dá maior popularidade. Em decorrência disso, na prática, ou a polícia age com extremo rigor, de forma excessiva, ou queda-se inerte, sem ação, fugindo do bom e necessário equilíbrio nas ações.
E assim caminha a sociedade e a humanidade, rumo ao seu fim.

A inversão de valores tem justamente a capacidade de esvaziar o conteúdo social que desde os primórdios une os homens em busca progresso, equilíbrio, justiça e segurança. Sem essas condições mínimas, o homem caminhará rumo ao seu próprio fim, com desencontros, desentendimentos, crises econômicas, ineficiência generalizada, descrença na sociedade e guerras.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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