O NACIONALISMO NÃO SIGNIFICA ADMIRAÇÃO PELOS POLÍTICOS, QUE SÃO PASSAGEIROS, MAS AMOR PELA PÁTRIA E PELO SEU POVO, QUE SÃO A RAIZ DA TERNURA E O MOTIVO DE NOSSA EXISTÊNCIA.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

BAIA DE GUANTÁNAMO - DA PRISÃO MILITAR E DA BASE NAVAL MILITAR

 

A baia de Guantánamo se situa em território cubano, mas os Estados Unidos ocupam parte dela há 122 anos, com uma base naval militar.

Falaremos da Base Naval e do seu histórico, que é interessantíssimo, ao final. Vamos, agora, tratar da prisão militar que foi destinada a presos supostamente terroristas, fato que é mais conhecido pelos brasileiros.

 

Da prisão militar

A partir de 2001, depois do chamado 11 de setembro, a prisão militar existente na base de Guantánamo começou a ser utilizada para a detenção de estrangeiros acusados de terrorismo, na chamada guerra ao terror, iniciada pelo ex-presidente estadunidense Bush II, principalmente contra membros da Al Qaeda, ainda existente e atuante no Oeste da Ásia e África.

A utilização da prisão da base tinha como pretexto de que seria mais seguro aos estadunidenses de que terroristas permanecessem presos fora dos Estados Unidos continental.

A maior parte dos detidos é de iraquianos e afegãos e há relatos de que adolescentes a partir de 13 anos se encontram detidos na base.

A ONU já pediu o fechamento da prisão de Guantánamo e de todas as prisões que a CIA estadunidense mantém ao redor do mundo, pedindo o fim das torturas.

Como são secretas, as prisões da CIA, voltadas principalmente para a detenção dos chamados inimigos dos Estados Unidos, são de difícil apuração pela imprensa. Segundo o site https://www.opensocietyfoundations.org/, tais centros de detenção se encontrariam no Iraque, na Jordânia, no Paquistão, Tailândia, Egito, Marrocos e até em países europeus. Até aviões e navios serviriam de local para interrogatório e detenção inicial dos prisioneiros da agência de inteligência estadunidense.

Em 2005, os Estados Unidos, descaradamente, solicitaram ao Brasil que recebesse prisioneiros uigures chineses que estavam detidos em Guantánamo como refugiados. O país se negou a recebê-los por duas perspectivas, creio. A primeira é que o recebimento como refugiados seria uma burla à legislação internacional sobre refugiados. A segunda é que isso muito possivelmente criaria uma rusga com o governo chinês.

Afinal, se eram refugiados como afirmava o governo, porque os Estados Unidos os mantinham presos ilegalmente, ainda mais em Guantánamo?

Em 2009, o ex-presidente Barack Obama promete fechar a prisão de Guantánamo, mas ela continua a abrigar presos até hoje.

 

Da Base Naval

Em 1492, o primeiro estrangeiro botou os pés na Baía de Guantánamo. Era Cristóvão Colombo em sua “descoberta” da América.

A Base Naval militar estadunidense na Baía de Guantánamo tem 117 quilômetros quadrados, o equivalente a duas cidades de Osasco. E é nessa imensidão que, ao lado de enorme pista de pouco, porto com navios de guerra, centros de treinamento e alojamentos também se encontram os centros de detenção militar, conhecidos por Prisão de Guantánamo.

Cerca de 5.300 pessoas, entre civis e militares, trabalham na Base.

A pergunta que você deve estar se fazendo é como os Estados Unidos têm uma base tão grande em um país que é considerado inimigo e que sofrem embargos há mais de sessenta anos.

Lembre-se que Cuba está a cerca de 120 quilômetros de distância do território continental dos Estados Unidos, ou seja, é muito perto.

Cuba era vista como imprescindível à defesa territorial dos Estados Unidos, inclusive por Thomas Jefferson, que foi o terceiro presidente estadunidense, de 1801 a 1809, e um dos responsáveis pela Declaração de Independência.

Em 1823, um ano após a independência do Brasil, o então presidente estadunidense James Monroe apresentava a doutrina imperialista de América para os estadunidenses.

Ainda como colônia espanhola, Cuba tinha sérios receios de ser anexada pelos Estados Unidos. Em 1897, após iniciar sangrenta guerra contra o colonizador espanhol, consegue certa autonomia, mas a sua “independência” em relação aos espanhóis viria em 1898, após a intervenção militar dos Estados Unidos contra os soldados da Espanha na ilha. Foi com o Tratado de Paris que Cuba passou ao domínio temporário dos Estados Unidos.

Antes, os Estados Unidos já usufruíam certo prestígio econômico e social na ilha e com a independência, a influência dos Estados Unidos aumentou muito.

Nesse mesmo ano de 1898, os Estados Unidos se apropriaram de Porto Rico e Filipinas, até então colônias espanholas.

Até o advento da Revolução cubana, Cuba era um Estado vassalo dos Estados Unidos, servindo inclusive para o lazer, com prostituição e jogos de azar e os Estados Unidos intervieram militarmente algumas vezes em Cuba.

E é nesse contexto de poderio estadunidense sobre Cuba que em fevereiro de 1903 é assinado um Convênio, entre os presidente cubano, Estrada Palma, e estadunidense, Theodore Roosevelt, para a instituição da base naval dos Estados Unidos na Baia de Guantánamo, onde é previsto que a ocupação se dará pelo “tempo necessário”. Ainda em julho do mesmo ano é assinado um termo aditivo, chamado de Convênio Complementar, prevendo o pagamento anual de 2 mil pesos em moedas de ouro dos Estados Unidos.

Com a Revolução Cubana, em 1959, Cuba passou a exigir nos foros internacionais a devolução do seu território e a saída imediata dos estadunidenses, sem êxito. E desde então o aluguel só foi cobrado uma única vez pelo governo cubano.

O aluguel, segundo cálculos do governo dos Estados Unidos em 1973, estaria em US$ 4.085 por ano.

 

Dicas de livros sobre o tema:

La Base Naval de Guantánamo, de Olga Miranda, Ciencias Sociales, Cuba

Diário de Guantánamo, de Mahvish Rukhsana Khan, Larousse, Brasil

La Guerra Secreta – Proyecto Cuba, de Fabian Escalante Font, Ciencias Sociales, Cuba

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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