domingo, 29 de outubro de 2023

TERRORISMO NO ORIENTE MÉDIO. NÃO SE TRATA APENAS DE AÇÕES DE GRUPOS MILITARES, COMO O ESTADO ISLÂMICO E O BRAÇO MILITAR DO HAMAS, MAS DE ALGUNS GOVERNOS, COMO O DE ISRAEL.

É fato que a grande mídia brasileira, talvez por comodismo, talvez por afinidade ideológica, repete o enredo traçado pelas agências noticiosas internacionais e grandes veículos de mídia ocidentais.

A abordagem da questão israelo-palestina não foge da regra acima, e pouco se aprofunda na crise que perdura 75 anos, sem contar os percalços que ocorreram previamente à criação do Estado de Israel, como a tolerância britânica com o ingresso massivo de europeus e norte-africanos, desdencentes de judeus, no território então denominado Palestina e a expulsão forçada de palestinos de áreas pretendidas por grupos sionistas.

Assim, para abordar os eventos atuais, há que se levar em consideração a origem do drama palestino e a situação a que foi levada tal povo.

A barbárie é sempre injustificável, mas há que se compreender o todo para uma análise isenta. O povo palestino é submetido à opressão israelense diuturnamente e grande parte do território definido pela ONU foi tomado ilegalmente por Israel.

Os palestinos esperam pela criação de seu Estado há 75 anos, muito tempo.

É fato que os palestinos não têm um país declarado, autônomo e soberano. Também é fato que os palestinos dependem da boa vontade de Israel para quase tudo, seja para o fornecimento de energia elétrica, gás, água, combustível, importação de quaisquer produtos e até da atividade financeira, incluindo aí a entrada de recursos financeiros.

É fato que a maior parte dos palestinos vive na miséria, e não por sua culpa, mas pelo bloqueio ilegal israelense.

Por outro lado, é fato que Israel controla a Cisjordânia e exerce bloqueio a Gaza (isso após ter desocupado o território em 2005). Também é fato que Israel, violando leis internacionais e Resoluções da Organização das Nações Unidas, ocupa ilegalmente o território palestino, com exceção a pequenas faixas na Cisjordânia e à própria Faixa de Gaza, hoje invadida pelo exército israelense.

É fato que Israel não concede aos cidadãos israelenses de origem árabe-palestina os mesmos direitos à cidadania concedidos aos demais israelenses.

O governo atual de Israel é de extrema direita e muitos dos políticos dos partidos que dirigem o país pregam a morte de palestinos e árabes e a tomada de terras e casas de palestinos
 
Também é fato que Israel viola os espaços aéreos de países vizinhos e bombardeia frequentemente o sul do Líbano e a já combalida Síria. Além do mais, Israel invadiu e se apropriou ilegalmente de terras sírias (na Colina de Golan) e uma pequena faixa de terra libanesa. Israel, criado por ato da ONU, agora ataca frontalmente organismos das Nações Unidas e seus representantes.

Israel invade cidades na Cisjordânia, entra ilegalmente em casas de palestinos, promove a derrubada de casas em áreas palestinas e chega até mesmo a prender crianças.

Diante disso, não se é possível chamar de terrorista apenas o Hamas. O Estado de Israel, ao não respeitar as leis internacionais, os limites dos conflitos armados e as áreas palestinas, suas casas e seu povo, age como um verdadeiro Estado Terrorista, ainda que tenha as bênçãos da maior potência militar do globo e das agências noticiosas ocidentais.

Embora diga que combate o Hamas, as ações de Israel ferem de pronto os direitos e as vidas de civis palestinos, tendo sido mortas mais de 3 mil crianças na Faixa de Gaza apenas em outubro.

O ingresso do exército de Israel em área civil da Faixa de Gaza, o bombardeio de áreas civis, incluindo de prédios e de pessoal de agências da ONU, escolas e hospitais, o corte de fornecimento de água, luz e gás (que não é dada, mas vendida aos palestinos), bem como a proibição de entrada de água potável, alimentos, medicamentos e itens de primeiros socorros em área civil, cercada por militares, não deixa dúvida de que o governo de Israel não age respeitando os direitos humanitários, a legislação internacional e as decisões da ONU, mas age pela força, como fizeram diversos grupos responsáveis pelas maiores barbaridades que vimos na história.

As ações do Hamas foram típicas de terroristas, que nada respeitam, assim como o foram e o são as do governo extremista de Israel.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

SEGURANÇA PÚBLICA, UMA QUESTAO PRIORITÁRIA PARA A POPULAÇÃO

Os fracassos que presenciamos na segurança pública em diversas localidades de determinados Estados se deve à política equivocada adotada pelos governos locais.
Esse insucesso se reflete diretamente no agravamento da crise nos setores de comércio e de turismo locais, com reflexos em outras áreas.
Violência pura não resolve problema algum, pelo contrário. Violência gera mais crises que deverão ser solucionadas pelos governantes e aumenta o ódio da população atingida, além de gerar temores, pelos cidadãos, quanto às políticas públicas adotadas pelos governos locais. Isso além de proteger, indiretamente, os cabeças das organizações criminosas, nunca atingidos por tais ações limitadas à base do crime.
Ações coordenadas e o fortalecimento dos setores de inteligência devem ser as ações imediatas, juntamente com o aumento expressivo do policiamento ostensivo nas regiões mais críticas. 
Todos os cidadãos, de todas as classes sociais, têm direito à segurança pública eficaz, eficiente e que zele pela cidadania.
Embora a qualidade da educação e da saúde públicas evidenciem o grau de civilidade de um dado pais, é a questão da segurança (pública) o que atinge de pronto o cidadão, cabendo aos governantes, assim, agir pronta e eficazmente nesta questão.
Como já mencionei em textos anteriores, a esquerda não foi capaz de enxergar essa prioridade e a direita é severamente incompetente e adota meios já ultrapassados e antiquados para resolver essa questão, inclusive agravando o problema da insegurança.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

ORIENTE MEDIO E ARGENTINA

ORIENTE MÉDIO 
A china reposicionou seis navios de guerra que estão no Oriente Médio, evidenciando o aumento de tensão com a presença de porta aviões dos Estados Unidos no Oriente Médio e a guerra em Israel e na Faixa de Gaza, com reflexos também para a população da Cisjordânia.
Enquanto isso, o Hezbollah libanês, que está a poucos quilômetros de centro da guerra, se silencia e evita manifestações públicas sobre o conflito e suas atrocidades, gerando suspeitas de que o seu financiador, Irã, não quer se envolver na guerra.
Embora o ocidente retrate a guerra como sendo entre Israel e o grupo Hamas, a população Palestina está sendo diretamente afetada e atingida, com milhares de crianças entre os mortos. Por essa razão, muitos intelectuais europeus dizem que esse é o primeiro caso na história humana de genocídio (contra a população Palestina) televisionado.

ARGENTINA
E as últimas apurações da eleição a Presidente da Argentina evidenciaram que o Peronista Massa (que lidera) e o ultra direitista Milei (no segundo lugar) se enfrentarão no segundo turno.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

O BRASIL ASSOLADO PELO CRIME ORGANIZADO. A RESPONSABILIDADE DA POLÍTICA PÚBLICA DE PURA VIOLÊNCIA ADOTADA POR GOVERNOS DE DIREITA.

Esta postagem estava programada, inicialmente, para ir ao ar no dia 11 de outubro. No entanto, devido à guerra envolvendo o governo de Israel e o Hamas, ela foi postergada e foi publicada uma semana depois, dia 18.

Estamos na véspera da comemoração do dia da Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, a nossa protetora.

E em tempos difíceis como o que vivemos, com o aumento da violência por todos os cantos, temos que nos socorrer da proteção pela Fé!

O Brasil é um país violento! E a violência tem aumentado. Antes, estava limitada às classes mais baixas que moram nas periferias e dependem do transporte público à noite ou de madrugada, aos dependentes de substâncias proibidas e aos que alugam os seus corpos. Depois, atingiu os transeuntes e motoristas de carros pequenos ou de luxo, vitimas de sequestros relâmpagos ou de subtrações com emprego de violência.

Hoje, as ações mais violentas, como as execuções, já estão no dia a dia da classe média, e assusta. A mídia repercute os escândalos da violência. O problema é que esse problemaço já deveria assustar antes, muito antes. Não quero, com isso diminuir a importância de se apurar a execução havida no Rio de Janeiro ou a dor de amigos e parentes. Ao contrário, o desejo é que isso não se repita, de uma vez por todas, para que menos pessoas sofram com o que fizeram com o Rio de Janeiro e até mesmo o Brasil.

Devido à raiva da população, o discurso fácil e burro de uso da mera violência ganhou aceitação pela população. E a direita navegou nessa onda, elegendo deputados, senadores, governadores e até presidente que apoiavam e apoiam esse discurso vago, burro e perigoso.

A direita sempre se autonomeou como a senhora entendedora do combate à violência, utilizando para isso mais violência, elegeu grandes bancadas de militares e policiais, e vemos hoje no que deram essas políticas... Em movimentos corporativistas e de investimento pesado em armamentos, muitas vezes com influência de grandes lobbies de indústrias internacionais. Melhoria na segurança pública não houve em lugar algum. Não é por outro motivo que o antigo interventor do Rio de Janeiro, e ex-Ministro e candidato derrotado a vice presidente está sendo investigado graças a dados encaminhados sigilosamente pelo governo dos Estados Unidos. O que a direita fez com a segurança pública é (não há outro termo para definir) um verdadeiro desastre!

O Rio de Janeiro é há tempos o Estado mais violento do país, com milícias e organizações criminosas dominando várias cidades do Estado. Houve intervenção federal em alguns momentos, e nada melhorou, piorou, inclusive.

É fácil perceber que contra organizações criminosas a mera violência de nada adianta. Ela só gera mais gastos para o Estado, com pessoal e armamento pesado, mas não impede o domínio das organizações e a sua expansão e até mesmo a corrupção de agentes estatais.

A política de polícia violenta serve, na verdade, para servir de circo à populaçao e, ao mesmo tempo, ainda que involuntariamente, proteger os comandos das grandes organizaçõe criminosas. A essas, portanto, a política de direita atinge, quando muito, a base da estrutura piramidal, mas nunca o topo.

É apenas a investigação, a inteligência, o estudo e o mapeamento minucioso das ações que podem estar interligadas que geram o desmantelamento das quadrilhas. Isso demanda organização do Estado e, praticamente, uma verdadeira ação interligada (envolvendo inteligências fazendária, policiais estaduais, federais, ABIN) para que as ações do Estado possam ser agilizadas e, assim, eficazes para combater o topo e a estrutura das diversas organizações criminosas que dominam não territórios limitados, mas Estados inteiros, senão o País.

As estruturas de inteligência dos Estados e da União devem envolver agentes do fisco, para rastrear todas as movimentações estranhas e suspeitas, e da segurança pública, para, através das Polícias Estaduais e Federal, coordenar as ações e analisar os dados fornecidos pelos diversos órgãos.

É óbvio que após as ações de inteligência o Estado deve agir com força. Mas força não se confunde com violência. Esta é quase sempre desnecessária e traz prejuízo a todos. Já a força é a medida necessária da ação fisica que o Estado deve empregar para dizer e mostrar quem manda, sem dar chance ao crime organizado, desmantelando parcial ou totalmente a sua estrutura.

É tragicômico perceber que em plena era de expansão do uso de câmeras e de todo aparato tecnológico,  o crime organizado ainda tem espaço para agir impunemente, sem ser pego no ato.

O Estado não tem o direito de ser moroso, menos ainda quando se trata de segurança pública. Deve agir pronta e eficazmente, mas para isso deve estar vigilante, ter informações sobre as quadrilhas e as organizações criminosas, sua estrutura hierárquica, sua forma de agir, seus vínculos, dados precisos de seus integrantes...

São os dados minuciosos que permitirão a construção do quebracabeças para entender e desmantelar as organizações criminosas.

No combate ao crime organizado, o Estado deve, primeiramente, investir massivamente em inteligência policial, criar estruturas de comando ligadas diretamente ao Chefe do Executivo e facilitar a troca de informações entre os órgãos do próprio ente federado ou de outro ente da federação, tornando-as (trocas de dados) uma rotina necessária para o abastecimento de informações sobre a estrutura do crime organizado.

Obviamente isso demanda um certo tempo e a população geral, da classe baixa à alta, necessita se sentir segura. Para isso o policiamento ostensivo é de rigor e deve estar em todo local a todo tempo. Porém, como fazer isso com número reduzido de policiais? Com o apoio da população, que pode ser estruturada, como vigilância comunitária não armada ou simplesmente através de um canal rápido para comunicar diretamente à central telefônica das bases policiais da região. O aprimoramento diuturno das centrais telefônicas das polícias também é necessário.

O Brasil sofre hoje com as ações criminosas e não se trata de pouca coisa. São organizações que "vendem" segurança a comerciantes, são organizações que vendem facilidades pelo poder público, são organizações que vendem gás, internet e tv a cabo piratas a moradores de regiões das grandes cidades, são organizações que vendem produtos piratas por todos os cantos de todas as cidades brasileiras, são organizações que lucram com casas que exploram corpos, são organizações que traficam e vendem drogas, são organizações que roubam cargas valiosas, são organizações que lucram com os jogos ilegais, são organizações que traficam seres humanos e armas, são organizações de falsificadores de produtos... e não acaba aí. Aonde houver criatividade usada para o mal, lá estarão as organizações criminosas agindo. E para combater essas ações é necessário haver ações de inteligência, fiscalização e repressão, mas não só isso. É preciso criar uma cultura de cidadania responsável, já que hoje vinga o interesse do cidadão pagar mais barato por tudo, sem se importar com as consequências de suas ações e dos crimes envolvidos. Ações na mídia podem ser eficazes neste sentido, para reverter a aceitação de certas práticas pela população.

O Brasil perde muito com o crime organizado. Perde o cidadão pobre, de classe média e o rico, perde o comércio de rua e até de shoppings, pela insegurança generalizada, e perde o Estado, que investe fortunas em equipamentos e armamentos caríssimos importados, sem obter o resultado esperado. Perdemos turistas, que optam por países mais seguros, e com isso a rede hoteleira e de companhias aéreas locais também sofrem economicamente. Perde-se a história e o espaço da rua, que deveria ser usado pela população a qualquer hora do dia e da noite. Perde-se muito mais. Perde-se a esperança na cidade, no Estado e no País.

Segurança é um direito humano assegurado no "caput" do art. 5º da Constituição Federal e em diversos tratados internacionais sobre direitos humanos, como no art. 3º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, arts. 1º e 28 da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, art. 9º, "ab initio", do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e art. 7º, I, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).

Por isso eu digo e repito. Quem tem autoridade moral para tratar da questão da segurança pública é a esquerda, e não a direita. Muitos da esquerda devem perder o medo de falar sobre segurança pública, resquício das deturpações e dos terrores utilizados por agentes de segurança à época da ditadura militar. A segurança é um direito humano de todos e para todos. E como tal é prioridade para ontem, para já! 

Vemos escancarado o fracasso das políticas públicas de direita na área da segurança pública. Os candidatos de esquerda aos governos federal e estaduais não podem ter medo de expor ações minuciosas nessa área. Ao contrário, devem dar prioridade a isso. 

É de propostas e ações na área de segurança pública o que a população precisa e espera! É disso o que os Estados e o Brasil necessitam!

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

TORCIDA POR UM PAÍS, UM POVO OU ATÉ UMA FORMA DE VIVER NÃO COMBINA COM A PAZ, QUE IMPLICA EM CONCESSÃO.

A direita e a maior parte da grande mídia vive uma torcida louca pela retaliação israelense, como se do lado palestino também não existissem inocentes, crianças, mulheres e idosos.

Israel tem o direito de se defender, não de retaliar. Retaliação é contra um Estado soberano, o que inexiste em Gaza, área que depende do fornecimento dos serviços de luz, gás e água de Israel, dos aeroportos em Israel, da entrada de recursos que passa, primeiramente, pelo sistema financeiro de Israel, da autorização de Israel para a importação de produtos, muitos deles proibidos, como o chocolate e tantos outros itens de materiais de construção.

O que esse posicionamento da direita e de grande parte da mídia evidencia é uma torcida, uma tomada de partido que desdenha qualquer solução ao conflito que não seja a que interesse ao governo extremista de Israel, país composto em grande parte por descendentes de europeus, de russos e loiros.

Não há como não se comover com as mortes de civis havidas em Israel, mas também não há como não se comover com a morte dos palestinos do outro lado. Se por um lado a ação do grupo Hamas pode ser considerada de terrorismo, por outro lado as ações de Israel ao longo da história também deveriam ser consideradas como terrorismo de Estado, ao prender e assassinar jovens, muitos deles crianças, ao proibir o ingresso nos territórios palestinos de itens de sobrevivência. E, agora, sob o silêncio de grande parte da mídia, o governo extremista de Netanyahu destruiu dois hospitais em Gaza, um mantido pelo Médico Sem Fronteiras e outro pelo governo da Indonésia.

A única medida apta a resolver a questão e por fim às causas do conflito é a criação do Estado Palestino, ainda que 75 depois da Resolução da ONU que assim determinou. Mas a grande mídia não toca neste assunto. A invasão e ocupação sistemática por Israel de áreas palestinas tem sido repelida pela ONU, mas os Estados Unidos vetam qualquer ação efetiva contra o Estado de Israel.

O que ocorreu em Israel é triste e lamentável, e poderia ser evitado, não por ações sensacionais de um serviço secreto inflado pelo ego ou por um exército todo poderoso, mas pela criação do Estado Palestino, único meio de se alcançar a paz.

Ademais, Israel lutar contra guerrilheiros é uma coisa. Lutar contra um Estado é outro tipo de luta, muito mais fácil para o armamento complexo e de última geração que Israel possui.

Mas a paz e o Estado da Palestina não interessam à direita internacional, sedenta historicamente por guerras e subjugação de pessoas, de etnias e de povos.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

BARBÁRIE PRATICADA POR HAMAS. ISRAEL TEM PRATICADO BARBÁRIE HÁ TEMPOS. NÃO HÁ SANTOS ENTRE HAMAS E ISRAEL, MAS HÁ UMA NECESSIDADE: A PAZ!

Nos últimos dias morreram muitos israelenses, a maior parte de civis, e também morreram muitos palestinos, a maior parte, também, de civis. Eles foram assassinados, seja de um lado ou de outro.

Os militares do grupo Hamas, a que alguns países ocidentais e Israel chamam de terroristas, entraram em Israel para ocupar cidades, matar e fazer reféns.

O direitista Netanyahu disse que devastaria Gaza, e já cercou a faixa com soldados e tanques, além de ter proibido o fornecimento de gás, eletricidade e alimentos à pequena faixa de terra superpovoada por refugiados palestinos, formada por jovens, idosos, crianças e mulheres.

O que o Hamas fez em Israel é uma barbárie, e realmente deve ser assim denominado. Mas o que Israel fez ao longo dos tempos contra a população palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, e agora, cessando o fornecimento de gás, água e eletricidade e também alimentos, destruindo rapidamente dois hospitais, matando crianças e idosos, também o é.

Mas o ocidente aplica a essa situação dois pesos e duas medidas. Para os Estados Unidos e muitos países europeus, Israel pode tudo, desde destruir casas de palestinos, matar civis e, se necessário, varrer a população palestina daquela pequena faixa de terra.

Está tudo errado. Os palestinos e os israelenses têm o direito de se defender, mas isso significa se defender e não invadir outros territórios e matar civis ou matar representantes políticos legitimamente eleitos por um dado povo.

Israel tem todo o direito de se defender. Mas defender não é destruir o outro ou um povo determinado. Isso tem nome, é genocídio.

Alguns países defendem a barbárie por um dos lados, em uma proporção ainda mais agravada do que aquela praticada pelo Hamas.

A Faixa de Gaza é um território, pequeno, paupérrimo e super lotado, não tem soberania e não é país.

Israel é um país com 75 anos, um exército fortemente armado e que possui armamento moderno fornecido pelos Estados Unidos e uma força aérea avançada, além de receber doações bilionárias do governo dos Estados Unidos e uma inteligência militar extremamente bem financiada.

Desde 1947 Israel e Palestina têm direito de existir e coexistir, como países soberanos, independentes, mas a história começou mal.

Os israelenses se anteciparam e fundaram Israel. Os palestinos não tiveram tempo de criar o seu Estado e muitos foram assassinados por grupos terroristas israelenses, como o mais famoso deles, o Haganá. Daí surgiram os milhões de refugiados palestinos que se abrigaram no Líbano, Jordânia, Síria, Chile, Colômbia, Brasil e tantos outros países.

Alguns países árabes saíram em defesa dos palestinos e três grandes guerras foram travadas. Em 1967 Israel invadiu e ocupou territórios que seriam palestinos, expandindo a chamada “Grande Israel”, reduzindo o tamanho da faixa de Gaza e ocupando terras do que hoje é a Cisjordânia, inclusive recortando a Cisjordânia e impondo em seu interior áreas para colonos israelenses, normalmente adeptos da extrema direita.

Israel invade e anexa territórios, reprime o povo da área ocupada, prende sem existir qualquer fundamento ou processo judicial, destrói casas de palestinos, destrói plantações, e os Estados Unidos vedam qualquer sanção a Israel.

Os palestinos, presos em uma pequena faixa de terra, sem aeroportos ou grandes portos, sem soberania, sem forças armadas, com grande parte da população desempregada e privada de alimentação adequada, são proibidos de explorar livremente os recursos de sua área marítima e estão cercados por militares israelenses.

De outro lado, temos um país soberano ocidentalizado, tecnologicamente desenvolvido, muito bem armado, com raves, paradas gays, liberdade para os cidadãos israelenses não árabes (esses sofrem privações específicas), e que é governado há anos por um partido de direita que flerta e se alinha com a extrema direita que prega abertamente a morte dos palestinos e árabes.

Com essa realidade é impossível alcançar-se a paz. O que o governo extremista de Israel quer alcançar é a submissão, mas não a paz.

A submissão subjuga, normalmente através da força. Já a paz envolve questões mais complexas, como o alcance de uma condição parcial ou totalmente justa e o direito à liberdade e de existência.

Os palestinos utilizam-se dos mesmos meios que viram serem empregados desde o final do século XIX, quando a Palestina ainda era um território sob o mandato turco-otomano, e muitos sionistas imigravam planejando criar um país, e, aos poucos, inclusive no período de dominio britânico, foram comprando áreas de palestinos, expulsando-os e utilizando táticas terroristas, inclusive assassinando populações de pequenas vilas que se recusavam a sair.

Tempos depois, após o fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU, sucessora da Liga das Nações, deliberou pela criação de dois Estados na área que era a grande Palestina, um árabe e outro judeu. Apenas o judeu, Israel, foi criado. A área da Palestina não conseguiu se transformar em país e hoje é parcialmente ocupada, de forma ilegal, por Israel.

É fato que o que vimos recentemente sendo praticado pelo Hamas é inaceitável, que pode ser denominado de barbárie, mas não podemos ver a realidade sob um só prisma. Nessa amplitude que o olhar crítico exige, percebe-se que há muito tempo Israel não tem dado bons exemplos.

Os que almejam justiça e a verdade não defendem a barbárie ou a vingança, mas sim a paz! E a paz exige a necessária criação de um Estado Palestino soberano, com direito a voto e voz na ONU.

Se o grupo militar do Hamas deve ser barrado, a invasão e o cerco de áreas palestinas por Israel também deve sê-lo, e com urgência.

O apoio dos Estados Unidos à invasão de áreas palestinas se revela com o veto a qualquer sanção. Mas a história não é um retrato de uma época. É a somatória de fatos, que nunca são esquecidos por aqueles que a vivenciam diretamente. Passem 10, 100 ou 1.000 anos, um palestino ou seu descendente reivindicará a sua terra, denunciará a perseguição e se o jogo de força das grandes potências mudar, Israel terá que ceder muito mais do que cederia hoje.

A miopia dos Estados Unidos e Israel, que cresceram com as guerras financiadas e travadas, pode levar este último a uma realidade não tão confortável em um futuro próximo.

sábado, 7 de outubro de 2023

A TERRA SAGRADA É DESRESPEITADA POR QUASE TODOS HÁ MILHARES DE ANOS

O ataque dos grupos militares ligadas ao Hamas, por mísseis (por ar) e com militantes armados (por terra), a Israel superou as expectativas israelenses e deixou clara à população local e ao mundo que Israel, por mais que tenha bombas atômicas, forças militares avançadas e serviços de inteligência reconhecidos mundialmente, continua frágil, não conseguindo impedir que meras milícias driblassem as forças de fronteira e invadissem Israel, um Estado armado até os dentes.

Alguns dizem que a ação do Hamas foi um aviso contra a aproximação dos então inimigos (décadas atrás) Arábia Saudita e Israel. Outros adizem ser uma ação motivada pelos acontecimentos havidos na Mesquita Sagrada de Al Aqsa.

Penso diferentemente. Imagino que a ação do Hamas beneficia diretamente um único país, o Irã. Por um longo tempo, dificilmente Israel arriscará atacar o Irã, sob o pretexto de que este busca armas nucleares, sabendo que poderá sofrer ataques tão ou menos cinematográficos como os de hoje nas fronteiras da Cisjordânia, Faixa de Gaza, sul do Líbano e Síria, ao mesmo tempo, além de muito possivelmente ter que enfrentar milícias iraquianas e as forças regulares do próprio Irã.

Sim, por outro lado a ação do Hamas fortalecerá Netanyahu, mas apenas brevemente, pois ele é o culpado pelo fracasso da Defesa e da Inteligência israelenses e muito possivelmente, por isso, poderá sofrer queda de popularidade, com a possibilidade (ainda que remota) de vir a deixar de ser primeiro ministro, passado o momento da guerra, obviamente.

As populações civis de Israel e da Faixa de Gaza sofrerão as consequencias do ataque do Hamas e da retaliação de Israel, esta que já deixou dois hospitais destruídos, um mantido pelo governo da Indonésia e outro coordenado pelos Médicos Sem Fronteiras.

É necessário que se busque a paz para poupar vidas de civis dos dois lados, como mostrou o Brasil ao convocar uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a guerra entre o Hamas e Israel.

A omissão do Conselho de Segurança ao longo do tempo, por ação exclusiva dos Estados Unidos e o seu poder de veto a qualquer pretensão de punir Israel, também tem responsabilidade sobre o caos que vimos hoje. A não criação de um Estado Palestino, passados 75 anos da divisão da Palestina e surgimento de Israel, é um dos motivos do desastre social e econômico nos territórios palestinos cada vez menores e mais cercados, do fortalecimento de grupos políticos radicais, com ações e discursos agressivos, e do conflito que se eterniza. A paz depende efetivamente da criação de dois Estados e de ação da ONU e do seu Conselho de Segurança. Enquanto não houver dois Estados conversando de igual para igual, não militarmente, mas como países soberanos, os conflitos decorrentes do ódio recíproco se prolongarão.

A Terra Sagrada para as Três Religiões não tem sido tratada como tal pela maior parte do tempo e também pelos políticos dos dois lados em guerra, que preferem discursos e ações de ódio.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE FONTES E FORMAS DE PRESERVAÇÃO DA ÁGUA, COM INTERLIGAÇÃO DE REPRESAS

O Brasil tem sido uma pais predominantemente agrícola, daí advindo a sua principal fonte de divisas, mas para manter todo esse potencial, é necessário haver terra em abundância, muita água e sol.

O problema é que o Brasil tem enfrentado frequentes ondas de seca, ora no sul, ora no sudeste, quase sempre em boa parte do nordeste, e agora no norte, nossa maior fonte de água doce.

Considerando, ainda, que a água tende a ser cada vez mais escassa no globo, o investimento em estudos e pesquisas sobre as nossas fontes e formas de preservação, bem como formas inteligentes e menos caras de interligação de nossas represas, de norte a sul e de leste a oeste, deveriam ser a nossa prioridade número 1.

Não podemos relegar ao futuro tal questão, sob pena de perdermos em pouco tempo uma importante fonte de renda, a agrícola, e de nos submetermos à trágica escassez de água, quando hoje ainda reina a abundância em nosso país.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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