quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

INJUSTIÇA - para refletir na passagem de Ano

Muitas vezes praticamos injustiças que amargam muitos momentos de nossas vidas. Não que sejamos santos ou queiramos um dia ser canonizados, longe disso, mas ninguém, em sã consciência, gosta de ser injusto com outrem, ainda mais quando a pessoa vitimizada é muito querida, especial e fundamental. Isso cria um sentimento de tristeza, impotência e culpa que consome não só nossa energia, mas grande e importante parte do nosso viver.


A injustiça pode advir de egoísmo, de atos impensados, de descaso, de erros ou até mesmo de burrice. Meu último ato de injustiça, do qual estou passando a ter consciência nesses dias de festas, deriva de burrice da minha parte e de erros seguidos, digamos, somatizados. Escrevi recentemente sobre sabedoria, algo que será publicado daqui uns 2 meses neste blog, e chego à conclusão de que o que me falta é justamente isso, sabedoria, a capacidade de enxergar o todo e não apenas a parte que insisto em ver e acreditar. O mundo é muito maior do que o que vemos, sentimos e sabemos. O universo, então, supera todos os limites da nossa imaginação. E muitas das injustiças, praticadas de forma não intencional, decorrem da falta de experiência, da incompreensão e das limitações que temos de enxergar o mundo, os fatos e as próprias pessoas. Podemos ter sido injustos e nunca ter consciência disso. Aliás, podemos estar sendo injustos exatamente neste instante e nem imaginarmos.
Às vezes convivemos por anos com alguém e somos plenamente incapazes de conhecê-lo. Aliás, se já são muitos poucos os que de fato se conhecem, imaginem então os que conseguem conhecer o próximo.

Por isso tenho como lema mental, e que ainda precisa ser aprimorado e praticado na minha vivência, o amor incondicional. Quando se ama dessa forma, não se erra, não se pratica injustiça, se é solidário, amigo e um ser muito melhor.Isso não evita que soframos e que venhamos a ser vítimas de injustiças, mas torna a nossa vida mais amena e feliz.

O amor - incondicional, repito - pode não salvar, mas evita a prática de absurdos, injustiças, guerras e é até capaz de redimir. É a solução não para o efeito, mas para a própria causa da injustiça.

Um FELIZ 2010!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

OS JOVENS NÃO SABEM O QUE FOI O FASCISMO

ENTREVISTA COM OTELO SARAIVA DE CARVALHO



Tras el brindis con un vino blanco del Douro, el coronel confiesa que ha elegido este restaurante lisboeta, junto al Tajo y debajo del puente 25 de abril, para honrar la fecha histórica que marcó su vida. Otelo Saraiva de Carvalho (Lourenço Marques, 1936). ¿Recuerdan este nombre? Jefe operativo de la revolución de los claveles de 1974, que acabó con una dictadura de más de 40 años y con las guerras coloniales en África. Punta de lanza de aquellos jóvenes capitanes de abril que, hastiados de una contienda que Portugal no podía ganar, abrieron la puerta a la independencia de cinco naciones africanas. Candidato a presidente. Y mito de románticos y soñadores que creyeron posible una alianza de las Fuerzas Armadas y el pueblo para transformar la sociedad.


Jefe de la 'revolución de los claveles', escribe hoy su verdad sobre la historia

Treinta y cinco años después, ha decidido escribir "su verdad" sobre aquel episodio, en dos libros que publicará los próximos meses la Editorial Objectiva. "Siento la responsabilidad histórica de escribir de lo que llamamos PREC (Processo Revolucionario em Curso) que se vivió en Portugal en los años 1974 y 1975", explica. El dueño del local interrumpe la conversación para llevarnos ante un mostrador bien surtido de productos del mar. "¿Carne o pescado?". "Pescado". "Y de entrada, ¿algo para compartir?". Una concha de centollo, de aspecto inmejorable.

¿Por qué ha esperado tantos años para escribir de la revolución de los claveles? "Me han atribuido dichos y hechos que no son ciertos y que nunca pasaron por mi cabeza. Quiero responder a muchas preguntas que siguen en el aire". El primero de los libros "tiene un título provisional, Las 24 horas del 25 del abril, contadas en retrospectiva desde la rendición de Marcelo Caetano

[último jefe de Gobierno de la dictadura]". El segundo, más ambicioso, recogerá las memorias de Otelo Saraiva de Carvalho. ¿Queda algo por contar de aquella revolución? "Ahí está el mérito de quien escribe. Lo fundamental es dejar para la historia mi verdad".

Es un desafío aclarar los interrogantes sobre la figura de este militar izquierdista, antiguo jefe de la región militar de Lisboa. Por ejemplo, su actuación el 25 de noviembre de 1975, cuando Portugal estaba al borde de la guerra civil, su rechazo al ascenso a general de cuatro estrellas propuesto por el entonces presidente Costa Gomes. O su posterior defenestración, los juicios y la cárcel, acusado de dirigir un grupúsculo de extrema izquierda que ponía bombas.

Nunca perdió el optimismo ni la capacidad de disfrutar los placeres de la vida. Da gusto verle comer los salmonetes. En todo el almuerzo, sólo asoma un punto de amargura cuando reconoce no haber logrado los objetivos de aquella revolución. "Creía que la descolonización permitiría un rápido desarrollo económico, social y cultural de los sectores más desfavorecidos. Esto no lo hemos conseguido totalmente. Hay todavía mucho atraso".

¿Qué queda, entonces, del espíritu del 25 de abril? "Permitió la liberación de las colonias africanas. Pero no hemos sido capaces de transmitir a las nuevas generaciones cómo fue el pasado. Los jóvenes ignoran qué pasó y por qué pasó el 25 de abril. Es triste oír sus respuestas. No tienen ni idea de qué fue el fascismo".

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

MUDANÇAS EM NÓS MESMOS

Há fatos que mudam o que chamamos de nosso destino, mas que na verdade ocasionam sérias mudanças em nós mesmos. Muitas vezes se trata de circunstâncias que nos incomodam, para as quais não damos maior atenção, que nos acompanham ao longo da existência e que, por fim, geram conseqüências graves em nossos comportamentos.
Há culpados? Não. Somos todos seres humanos, imperfeitos na essência, e que dizemos ou fazemos coisas que às vezes não desejamos ou que não correspondem à realidade. Muitas vezes nós também não tomamos a atitude recomendada. Há um certo grau de responsabilidade, assim prefiro chamar, de todos os envolvidos.
A solução para isso? Ah, não há mágica para apaziguar o tormento da mente, da alma ou do coração. Os remédios mais eficazes são a meditação e o contanto com a natureza. Outros preferem medicamentos alopáticos, uns a psicoterapia e alguns optam por aquilo que chamam de "tratamento espiritual" ou de busca da fé.
Algumas religiões mais esotéricas recomendam abrir o coração. Com o coração aberto passamos a perdoar e a compreender mais o outro. Na minha simples concepção, essa é a atitude proativa mais eficaz que, se somada à meditação, à medicação, à psicoterapia, ao tratamento religioso ou ao simples contato com a natureza, pode implicar numa rápida correção de rumo. Reparar é tão fácil! Não precisamos de muito esforço, não. E também não precisamos sofrer tanto com isso.
A felicidade não só é possível sempre, em todos os instantes, mas torna-se necessária para uma integração mais fácil e harmônica de todos os humanos. Também para ser feliz é necessário abrir o coração e amar aos outros seres, também humanos e iguaizinhos a nós, respeitando-se aquilo que julgamos ser diferenças. Agora, eu pergunto: para que sofrer se com o coração aberto não há ferida que o faça sangrar?
É tão simples não sofrer e ser feliz!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dona do Clarín pode ter adotado filha de desaparecidos

PÁGINA 12 (publicado pela agência Carta Maior)


Uma decisão judicial sobre um caso que se arrasta há anos pode expor o caráter criminoso das relações entre mídia e ditadura na Argentina. A fundadora do movimento Avós da Praça de Maio, Chicha Mariani, suspeita que a filha de Ernestina Herrera de Noble, dona do grupo Clarín, seja, na verdade, sua neta, Clara Anahí, cujos pais foram seqüestrados por militares em sua casa, em novembro de 1976. A Câmara Federal de San martín determinou a realização imediata de exames de DNA. O relato é do jornal Página 12.

A Câmara Federal de San Martín mandou o juiz Conrado Bergesio realizar “de forma imediata e sem mais postergações” os exames de DNA dos filhos adotivos da dona do grupo Clarín, e “submeter (as amostras genéticas) às comparações necessárias” para conhecer sua identidade. Os juízes Hugo Gurruchaga e Alberto Criscuolo destacaram que Bergesio “se enreda em discussões que não levam a lugar algum” e, sete anos depois de ter herdado a causa, “não realiza a medida básica, essencial e impostergável” de cruzar os DNAs de Marcela e Felipe Noble com os das 22 famílias que buscam crianças desaparecidas antes de suas adoções. “A resolução nos permite recuperar a expectativa de que a causa seja resolvida e também acreditar que efetivamente existe o princípio de igualdade ante à lei”, disse Alan Iud, advogado das Avós da Praça de Maio, que pediu essa medida há um ano e meio. “É uma decisão muito clara e justa”, comemorou Estela de Carlotto, presidente do organismo.
Segundo o documento de adoção, no dia 13 de maio de 1976, Ernestina de Noble se apresentou diante da juíza Ofélia Hejt, de San Isidro, com um bebê a quem chamou Marcela. Ela disse que havia encontrado o bebê onze dias antes em uma caixa abandonada na porta de sua casa, em Lomas de San Isidro, e ofereceu como testemunhas uma vizinha e o caseiro da vizinha. Em 2001, Roberto Antonio Garcia, de 85 anos, declarou ao juiz Robertto Marquevich que nunca foi caseiro na casa em questão. Seu trabalho, durante quarenta anos, foi como chofer da família Noble. García disse ainda que Noble nunca viveu na casa declarada por Ernestina, dado que o juiz confirmou em registros oficiais. Tampouco a suposta vizinha vivia ali, segundo declarou sua neta e confirmou a polícia. As datas apresentadas pela dona do Clarín também se revelaram falsas.

O expediente de adoção de Felipe sustenta que a suposta mãe, Carmem Luisa Delta o apresentou à juíza Hejt, em 7 de julho de 1976. No mesmo dia, sem determinar as circunstâncias do nascimento, a juíza concedeu a segunda guarda a Noble. Mais tarde, o juiz Marquevich determinou que a senhora Delta nunca existiu. Segundo texto apresentado pelas Avós da Praça de Maio, em julho de 2008, o dado falso sobre a casa em San Isidro e outras informações incorretas foram “decisivas para determinar a competência do tribunal”. Hejt, já falecida, é a mesma juíza que, em abril de 1977 - sem procurar localizar os pais, apesar das evidências de que tinham sido seqüestrados – autorizou a adoção de Andrés La Blunda, de três meses, que acabou recuperando sua verdadeira identidade em 1984.
As irregularidades nas adoções levaram o juiz Marquevich a pedir a detenção de Ernestina de Noble, decisão esta que lhe custou o cargo após uma campanha desencadeada pelo jornal Clarín. Seu substituto, Conrado Bergesio, passou a conceder todas as medidas solicitadas pelos advogados da família Noble e bloqueou a obtenção de amostras de DNA por métodos alternativos à simples análise de sangue, pedido feito pelas Avós. Esse método já permitiu a identificação de nove filhos desaparecidos e foi reconhecido pelo Estado argentino. Com a decisão da Câmara Federal de San Martín, essas análises deverão ser realizadas imediatamente.

domingo, 27 de dezembro de 2009

FILHO DE BANQUEIRO PROVOCA TUMULTO EM AVIÃO ESTADUNIDENSE

deu no jornal português PÚBLICO

Um nigeriano de 23 anos foi hoje detido em Detroit por ter tentado causar uma explosão num avião da Delta Air Lines. O jovem é filho de um destacado banqueiro do Estado de Katsina, no Norte do País, e crê-se que esteja associado a membros da rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden.

“É o meu irmão”, disse à Reuters, pelo telefone, Abdul Mutallab, outro dos filhos de Umaru Mutallab, que estava preocupado com as “opiniões religiosas extremistas” do jovem e que há seis meses o denunciara tanto à embaixada norte-americana em Abuja como aos serviços nigerianos de segurança.


O jornal nigeriano “This Day” contava hoje que o velho banqueiro se iria reunir dentro de algumas horas com aqueles mesmos serviços. Enquanto isso, no Estado norte-americano do Michigan, o suspeito terá de se explicar sobre a razão do seu acto, com o qual pouco mais conseguiu do que queimar-se a si próprio.

Alguns dos outros 278 passageiros e onze tripulantes do voo que partira de Amesterdão para Detroit ouviram um estoiro quando o homem tentava accionar a bomba e dominaram-no, enquanto ele tentava injectar um produto químico no material explosivo que prendera a uma das pernas.

Dois desses passageiros ainda sofreram ferimentos ligeiros ao tentarem apagar o fogo que o nigeriano ateara em si próprio, com o aparente intuito de conseguir fazer explodir o avião próximo do fim da viagem.

“Cremos que foi uma tentativa de terrorismo”, disse uma fonte da Casa Branca, enquanto o Presidente Barack Obama, de férias no Hawai, era informado da situação, tendo dado ordens para se aumentar a segurança em todos os voos com destino aos Estados Unidos. Os investigadores estão a tentar verificar se o indivíduo de facto tem quaisquer relações formais com a Al-Qaeda, conforme diz, ou se é apenas um aspirante.

O congressista Pete Hoekstra, do Comité de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes, disse à AFP que o suspeito “poderá ter estado em contacto com o imã americano [Anwar] al-Aulaqi”, que vive no Iémen, e cujo nome foi citado no caso do ataque em Fort Hood, a 5 de Novembro, em que um militar muçulmano matou 13 mortos e deixou 42 feridos na base no Texas.

O republicano Peter King, da comissão parlamentar de Segurança Interna, disse que o artefacto era “bastante sofisticado”.

Estudos em Londres

A polícia londrina procedeu entretanto à revista da casa onde consta que ele teria vivido, quando estudou engenharia no University College.

O nome do suspeito não foi oficialmente divulgado, mas os diferentes media americanos referiram-no como Abdul Farouk Abdul Mutallab ou Umar Farouk Abdul Mutallab. Segundo os serviços secretos holandeses NCTb, ele tomou um voo KLM de Lagos para Amesterdão e depois a ligação para Detroit, tendo em seu poder um visto válido para os Estados Unidos.

Aquela entidade alegou ser impossível impedir que produtos potencialmente perigosos possam passar pelos controlos de segurança, especialmente objectos que a actual tecnologia não consegue detectar.

sábado, 26 de dezembro de 2009

LETRAS...PALAVRAS...

Poderia ser apenas um leitor ou observador, não tivesse tanto apego às letras, às palavras e à mágica que elas trazem em nossas vidas. Sou um fã declarado de cada palavra escrita ou falada, de cada som pronunciado e de cada letra solta no papel ou na tela. Não fossem as letras, não teria nome. Não fossem as palavras, não me comunicaria. Não fossem os escritos, não tornaria os sentimentos eternos. Não fossem as palavras ditas, não haveria o encantamento do primeiro encontro.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

NATAL SIMPLES OU HOLLYWOODIANO?

Antes de mais nada, FELIZ NATAL!
Natal para mim é época de reflexão e amor incondicional. É tempo de amar, sorrir, ser feliz e ver outras pessoas, as mais desamparadas, felizes!
Tem um Natal ao estilo hollywoodiano em Gramado... Não é muito o meu estilo, mas vale a pena dar uma olhada. Se você tiver filhos, pode ser uma boa pedida para o ano que vem, já que hoje já passou da hora e da possibilidade... Clique aqui para acessar o site. E bom passeio virtual.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Resistência iraquiana invadiu sistemas de aviões não tripulados

deu no ARABESQ

Segundo o jornal britânico The Guardian, membros da resistência iraquiana, que chamou de “insurgentes”, foram capazes de invadir os sistemas complexos de comando das modernas aeronaves não tripuladas dos Estados Unidos, usando um programa que não custa mais de 26 dólares na internet.




A aeronave, usada nas guerras do Iraque, Afeganistão e Paquistão, é uma das mais importantes ferramentas do exército americano. Os Hackers iraquianos teriam descoberto os prováveis alvos pré-programados durante a execução das missões.



Um oficial dos Estados Unidos teria confirmado a informação de que os “insurgentes” iraquianos interceptaram os dados enviados pela aeronave para o centro de comando. O “vazamento” das informações teria durado mais de 12 meses.



A falha só foi descoberta após as forças americanas terem encontrado vídeos com horas de gravação em um laptop de um dos insurgentes presos no início de 2009.



Segundo The Guardian os "insurgentes" iraquianos hackearam o avião não tripulado usando programas como o "Sky Graber", desenvolvido por uma empresa russa a fim de permitir download de músicas e vídeos da Internet.



Segundo o oficial, as informações criptografas ou não, obtidas pelos “insurgentes” iraquianos fizeram fracassar muitos ataques a alvos em potencial.



O Congresso dos EUA sabia há anos a possibilidade de invasão dos sistemas desses aviões, mas não foi informado que os “insurgentes” haviam desenvolvido a tecnologia para interceptar vídeos e comunicações.



Com al-Jazeera

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A PROFISSÃO MAIS NOVA DO MUNDO

Leia até o fim, por favor.

Lembro-me que li o seguinte anúncio em um sonho: "Cobro 300 reais por uma hora de muito carinho, amor e atenção. Faço uma massagem relaxante. Você sairá realizada(o) e menos estressada(o). Valerá a pena gastar cada centavo. Possuo lugar para atendimento".

Você deve estar pensando: que é isso? Anúncio de atendimento sexual? Não. Depende de como ler. Poderia ser tão somente um anúncio para troca de afeto. Em um mundo tão carente, muito em breve poderemos ver anuncios e mais anúncios de venda de... afeto e carinho... Pense... É algo que pode ser rentável em um mundo obstinado pelo lucro e também rentável em um mundo tão carente de troca de afetividade. Bem, não nego que acordei apavorado e indignado, pensando em como poder-se-ia vender algo tão íntimo: afeto!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O BRASIL DAS 20 MIL TORTURAS PODERÁ VER A LUZ

Muitos amigos me indagam do motivo de admirar tanto o jornal espanhol El Pais. Tudo bem que o diário é de centro-esquerda, é crítico, é muito bem feito e possui grandes reportagens, deixando os jornalões brasileiros a zilhões de anos-luz para trás, mas o que mais me faz admirá-lo (a mi me gusta mucho) são as matérias importantes sobre o Brasil que só ele traz, os furos de reportagem sobre no nosso país e a visão crítica sobre os fatos localizados aqui. Não bastasse cobrir o mundo de forma imparcial, ele vê o Brasil como nenhum outro jornalão. Os nossos, aqui, são tendenciosos, não criticam e apenas implicam. Também não simplificam nada, pois sequer entendem o que dizem. Leia o El Pais e veja a grande diferença.

Mas escrevo tudo isso para trazer uma matéria publicada no domingo. Só o El Pais trouxe. Um Decreto será divulgado na segunda-feira. Diz respeito à época negra da nossa história, o período das torturas disseminadas. Não sabia o número, mas o El Pais adianta que 20 mil pessoas foram torturadas no Brasil, um número grande, o que faz o país um dos maiores torturadores do período, segundo palavras do próprio jornal. A nossa "ditadura branda" só foi branda na responsabilização a ela. Na verdade, a dita dura não foi dura ou duríssima, tampouco branda, e insuportavelmente sufocante. Por isso, não bastassem os assassinatos e todos os tipos de crueldade, ela foi mais que aterrorizante, vexatória ou humilhante, mas aviltante de todo e qualquer direito, respeito e amor. Foi uma época em que alguns ditos brasileiros mataram, sufocaram e aniquilaram os amores que muitos brasileiros traziam consigo. O amor pela liberdade, democracia e esperança de um Brasil mais digno e justo. Vivemos uma triste época odiosa e que não deve ser esquecida, pois não pode ser repetida jamais. O decreto do governo federal pode não ser uma maravilha em termos de reparação moral e histórica, mas é uma luz no fim do túnel que ainda nos cerca. Leia a matéria na rica língua espanhola.

El Brasil de las 20.000 torturas verá la luz


Lula ordena investigar los crímenes perpetrados por los militares entre 1964 y 1985

FRANCHO BARÓN - Río de Janeiro - 20/12/2009


Brasil, siguiendo tardíamente la estela de Argentina, Chile y Uruguay, ha decidido enfrentarse a los fantasmas de su pasado y asumir abiertamente los crímenes (y sus consecuencias) cometidos por los militares durante la dictadura que atenazó al país entre 1964 y 1985.

Marcados por el Ejército

Una Comisión de la Verdad reconstruirá los hechos de la dictadura (1964-85)

El Supremo estudia si se debe mantener la inmunidad de los mandos del Ejército

24.000 personas trabajaron en el aparato represivo y 334 en las torturas

El ministro de Defensa cree que lo mejor es el borrón y cuenta nueva

El presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará mañana el inicio de los trabajos para la creación de una Comisión de la Verdad que reconstruya con niveles mínimos de credibilidad la memoria de los muertos, desaparecidos, presos, torturados y exiliados durante los sucesivos regímenes militares.

Sin embargo, es bastante improbable que el Gobierno y la justicia brasileña den por el momento un paso que las víctimas y sus familiares consideran crucial para que la herida pueda cicatrizar algún día: la apertura de causas penales contra los criminales de la represión militar. La dictadura brasileña, que duró más de 20 años, no fue la más letal de Suramérica, pero en términos relativos fue una de las que más torturó, a unas 20.000 personas, según datos oficiales.

El decreto ley que Lula firmará mañana y que da luz verde a este proceso, a cuyo contenido ha accedido EL PAÍS, representa un gesto inequívoco del Gobierno de Brasilia para revertir una política del silencio denunciada desde la llegada de la democracia por los grupos defensores de los derechos humanos y los familiares de las víctimas de la dictadura.

El origen de tanto encubrimiento de información está en la denominada Ley de Amnistía, diseñada por los propios militares en 1979 bajo el Gobierno de João Baptista Figueredo, el último general de una larga saga de dictadores. La Ley de Amnistía permitió el regreso a Brasil de políticos, artistas y demás brasileños exiliados y condenados por crímenes políticos, aunque esto sólo fue el barniz externo de una medida aparentemente aperturista.

La misma ley también abrió la puerta a la absolución de todos los responsables de las torturas, asesinatos y desapariciones durante los años de plomo. En la práctica, fue una ley de tabla rasa, de borrón y cuenta nueva. "Esta ley aseguró que durante la transición se produjese una reconciliación amnésica y que sólo incumbía a las élites del momento. Además, no permitió que el primer Gobierno de la democracia avanzara sustancialmente en el tratamiento de las violaciones de los derechos humanos en términos de verdad, justicia y memoria", explica el politólogo argentino y especialista en violaciones de derechos humanos durante las dictaduras suramericanas, José María Gómez.

Lula anunciará mañana la constitución de un grupo de trabajo formado por representantes de varios ministerios que deberá presentar el próximo mes de abril ante el Congreso brasileño un proyecto de ley para la creación de una Comisión de la Verdad "compuesta de forma plural y suprapartidaria, con mandato y plazos definidos, para examinar las violaciones de los derechos humanos practicadas en el contexto de la represión política".

Según el documento redactado por la Secretaría de Estado de Derechos Humanos, esta comisión se encargará, entre otras funciones, de promover la reconstrucción de las violaciones de derechos humanos, así como de localizar e identificar los restos de cientos de desaparecidos, como los miembros de la guerrilla Araguaia.

En una de las más largas y sangrientas campañas contra la disidencia armada, el Ejército brasileño hizo desaparecer a 70 integrantes del grupo guerrillero Araguaia. Sus familias aún desconocen dónde están los restos mortales.

La Comisión también aportará recomendaciones para procurar que nunca más se produzcan violaciones masivas de derechos humanos en Brasil. Este último punto concentra la quintaesencia de lo que opina el ministro brasileño de Derechos Humanos y férreo defensor de la Comisión de la Verdad, Paulo Vannuchi: Brasil no tendrá autoridad moral para afrontar las violaciones de derechos humanos perpetradas hoy por sus fuerzas policiales hasta que no juzgue a aquellos que torturaron, mataron y borraron el rastro de decenas de miles de personas durante los años de la dictadura. La reflexión viene al caso después de que la organización Human Rights Watch (HRW) denunciara hace algunos días una práctica habitual de las policías de Río de Janeiro y São Paulo, consistente en ejecutar extrajudicialmente a los delincuentes y después eliminar todo tipo de pruebas que puedan esclarecer las circunstancias de los homicidios.
"En Brasil existe una cultura de la impunidad, y la impunidad siempre realimenta la repetición del crimen", comenta a este periódico el ministro de Derechos Humanos. "Y no me refiero sólo a la impunidad del régimen militar. Tenemos una larga historia de esclavitud, y en nuestras escuelas nunca se ha discutido qué pasó durante esos periodos. Este pasado es el responsable de los sentimientos racistas que aun siguen socialmente arraigados. Lo mismo ha sucedido con el genocidio indígena, que entre 1500 y 1988 redujo la población indígena de cinco millones a 250.000 personas. Existe una conexión clara entre la falta de discusión sobre esta violencia del pasado y los problemas que tenemos en el Brasil de hoy", explica Vannuchi.

El propio Gobierno brasileño reconoce que "las violaciones sistemáticas de los derechos humanos por el Estado durante el régimen dictatorial son desconocidas por la mayoría de la población, en especial por los jóvenes". Según la Secretaría de Derechos Humanos, unas 50.000 personas fueron detenidas durante los primeros meses de la dictadura, unas 20.000 fueron torturadas, y cerca de 400 brasileños murieron o desaparecieron sin dejar rastro. Sin contar con las miles de detenciones no registradas y la cifra "incalculable" de exiliados y refugiados políticos.

Durante los últimos años, Brasil ha dado tímidos pasos hacia el rescate de la verdad sobre estos años de infamia. En el Tribunal Supremo se discute actualmente si la polémica Ley de Amnistía debe mantener la inmunidad de los mandos militares que diseñaron la máquina trituradora de derechos humanos.

El pasado mayo Lula anunció la apertura en Internet de unos exiguos archivos de la dictadura. Pero las tentativas del Gobierno brasileño para arrojar luz han tropezado con el hecho de que en las Fuerzas Armadas aseguran haber destruido los documentos clasificados en su poder, extremo que los grupos de derechos humanos niegan tajantemente.

Los más ponderados en el Gobierno, entre los que se encuentra el ministro Vannuchi, abogan porque se condene a los responsables de la barbarie por crímenes de lesa humanidad. "La Comisión de la Verdad culminará con unos informes que serán de dominio público. Después, la Fiscalía decidirá si procede dar a los delitos un tratamiento penal. Mi opinión es que el delito de tortura no prescribe y que debe ser juzgado. Ahora... mi posición no es la posición del Gobierno en su conjunto", explica Vannuchi, confirmando las diferencias que separan al Ministerio de Justicia del Ministerio de Defensa, este último partidario del borrón y cuenta nueva.
Según una de las investigaciones más fiables de la dictadura brasileña elaborada por la Archidiócesis de São Paulo, 24.000 personas trabajaron en el aparato represivo y 334 en las sesiones de tortura. Pocas tienen hoy nombre y apellido.

domingo, 20 de dezembro de 2009

OS EUROPEUS JÁ FORAM CANIBAIS

Uma interessante matéria da BBC Brasil revela que os europeus praticavam canibalismo em massa. Sim, muitos daqueles que se julgam os grandes filósofos da humanidade, os iluminados e seres superiores, descendem diretamente de canibais... Que eu saiba, os nossos índios não eram necessariamente canibais, ao contrário. Apenas uma minoria praticava isso.

Bem, talvez esse seja um grande indício de que entre os seres humanos não há superiores ou inferiores, mas pessoas em constante evolução de hábitos, cultural, psíquica e espiritual.

Leia a matéria clicando aqui e será redirecionado à página do IG.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Aumenta o número de pobres na Europa

Jornal PÚBLICO

AFP
A crise mundial deverá aumentar o número de pobres na Europa e na Ásia Central em mais de dez milhões de pessoas entre este ano e o próximo, de acordo com um estudo apresentado hoje em Sófia, na Bulgária, pelo Banco Mundial (BM).

Por outro lado, outros 23 milhões arriscam-se a ficar com um nível de vida pouco superior à pobreza, segundo a mesma instituição.

No total, Europa e Ásia Central deverão ter 153,6 milhões de pobres ou pessoas que estão a poucos passos de cair na pobreza, contra os 119,3 milhões que estavam previstos antes do início da crise em 2008, afirmou Luca Barbone, director do sector de redução da pobreza do BM.

Outro dado preocupante é o facto de que 20 por cento da fatia da população que tinha conseguido sair da pobreza entre 1998 e 2006 deverão regressar a essa situação, principalmente os trabalhadores que lucraram com a forte subida dos créditos e com o boom da construção durante esse período, indica o relatório.

Devido ao seu carácter mundial, diz também a instituição, esta crise dificulta o recurso aos mecanismos que são tradicionalmente utilizados para tentar sair da pobreza, como a emigração, o recurso a um segundo emprego ou a um crédito para manter o mesmo nível de vida.

Por outro lado, o BM alerta que as remessas de divisas efectuadas por emigrantes deverão ser fortemente afectadas, tratando-se de receitas que representam 20 a 50 por cento do produto interno bruto (PIB) de países como a Moldávia, o Tajiquistão ou o Quirguistão.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

UM BLOG MAIS ESTICADO

Você percebeu que o nosso blog ocupa mais espaço no seu monitor e que com isso você recebe mais informação visual, embora não perceba?
Embora modesto, esse blog pensa na lógica de bem informar, aproveitando os espaços, as cores e os tipos das letras.
Dê a sua sugestão para melhorarmos ainda mais este espaço.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SÓ 8% DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS TÊM SALA DE CINEMA

Beto Almeida
AGÊNCIA CARTA MAIOR

Será aceitável do ponto de vista da soberania-informativa um país como o Brasil possuir salas de cinema em apenas 8 por cento dos seus municípios? É tolerável um país com inequívoco potencial para posições de liderança no cenário internacional registrar taxas tão indigentes de leitura de livros, jornais e revistas, inferior à registrada na Bolívia, sendo tão pobre também no número de bibliotecas e livrarias? A Confecom é a oportunidade para tomar consciência de nossas vulnerabilidades, dimensionar com realismo nossa imensa dívida e iniciar a construção de um um modelo democrático, brasileiro e soberano de informação. O artigo é de Beto Almeida.

"Uma notícia tá chegando lá do interior


não deu no rádio, no jornal, nem na televisão"


Notícias do Brasil - Milton Nascimento/ Fernando Brandt


Podemos considerar plenamente soberano um país que tenha o seu setor audiovisual invadido em 95 por cento por produção estrangeira pesadamente em sintonia com interesses e valores destrutivos, imperiais e anti-nacionais?

Pode o Brasil pretender e alcançar melhorar seu desempenho no jogo pesado do poder mundial – como está tentando legitimamente - sem dispor de soberania plena sobre seu sistema de satélites, hoje nas mãos de uma empresa desnacionalizada (Embratel) e controlada por um país que está instalando bases militares na América do Sul, além da Quarta Frota?

É admissível um país possuidor de descomunais riquezas minerais e de um tesouro de biodiversidade - despertando cobiças igualmente colossais e sinistras num mundo marcado pelo intervencionismo de grandes potências -não dispor de um sistema de comunicação nacional voltado para a defesa da brasilidade, dos interesses nacionais, educativo, informativo e humanizador?

Será aceitável do ponto de vista da soberania-informativa um país como o Brasil possuir salas de cinema em apenas 8 por cento dos seus municípios? É tolerável um país com inequívoco potencial para posições de liderança no cenário internacional registrar taxas tão indigentes de leitura de livros, jornais e revistas, inferior à registrada na Bolívia, sendo tão pobre também no número de bibliotecas e livrarias?

Vulnerabilidade informativo-cultural

Na idade da mídia, na idade do conhecimento, é decisivo que temas tão estratégicos para a emancipação de um povo e de uma nação recebam na Conferência Nacional de Comunicação que se avizinha o tratamento adequado como questão de soberania informativo-cultural. Assim, nesta primeira Confecom - convocada por um presidente que sintetiza em sua própria história de vida a luta de um povo por soberania informativo-cultural - a sociedade brasileira está inapelavalmente desafiada a descobrir, criativamente, caminhos eficazes para libertar seus sistemas de informação e comunicação do controle imposto por interesses rebaixados por um vale-tudo do mercado cartelizado e controlados por ideologias, modelos e valores de países intervencionistas e expansionistas! Estamos confrontados com a obrigação de construir um modelo de comunicação capaz de enfrentar a imensa vulnerabilidade informativo-cultural que pesa como uma ameaça à Nação Brasileira.

Partindo do princípio que só se pode considerar livre um povo efetivamente culto, constata-se estarmos diante de uma gigantesca tarefa de iniciar nesta I Conferência Nacional de Comunicação, uma caminhada para tentar fazer com que finalmente a comunicação no Brasil cumpra, pelo menos o que define a Constituição Federal. O capítulo da Comunicação Social da Constituição, se cumprido plenamente, já seria uma grande transformação comunicativa, pois prevê a proibição de monopólio e oligopólio, a regionalização, a finalidade educativa e informativa, e, especialmente, a complementaridade entre sistemas público, privado e estatal de comunicação, o que felizmente vemos estar sendo construído por nossos hermanos argentinos, com a aprovação de uma nova lei democrática de comunicação, que democratiza até mesmo a exibição de futebol na TV.

Aqui, as tvs públicas estão proibidas de transmitir futebol. E as partidas se realizam muito tarde para um povo trabalhador, depois das telenovelas..... o que é imposto por uma trama de interesses não públicos.

A Confecom e os dois projetos

As importantes mudanças comunicativas em curso na América Latina, apresentadas falsamente pelos magnatas da mídia e pelo mais intervencionista dos países do mundo como se fossem formas de censura estatal, realmente são o pano de fundo de tudo o que se está discutindo pelo Brasil afora após a realização das Confecons estaduais. Algumas delas exemplarmente televisionadas pelas tvs do campo estatal, como a paranaense, transmitida ao vivo pela TVE do Paraná e a de Minas, transmitida também ao vivo pela TV Assembléia, ambas em sinal aberto. Fica evidente o desafio para que também a TV Brasil e outras, seguindo o feito exemplar das duas tvs estatais, também transmita as conferências que ainda faltam realizar e a própria Confecom Nacional.

Estes singelos, porém importantes exemplos do Paraná e de Minas, estão sincronizados com a disputa de dois projetos em curso na América Latina. De um lado movem-se os poderosos interesses do grande capital pretendendo introduzir maiores facilidades para as grandes empresas oligopolistas da mídia mundial, demolindo ou flexibilizando os instrumentos de defesa do estado porventura ainda vigentes nos países da periferia.

Aquilo que pretendiam com a Alca, projeto derrotado pelos povos que desenharam um novo mapa geopolítico latino-americano. Mas, continuam tentando fazer de outro modo. Ainda nos querem impor a Doutrina Monroe, agora para a era digital. Historicamente, não pode o império deixar de ser império. Registre-se que Obama é Prêmio Nobel da Paz mas ameaça militarmente o Irã, exige que a China - maior produtor mundial de computadores - renuncie à sua capacidade de concorrência, instala sete bases militares na Colômbia, com evidente capacidade operacional para todo o continente, como adverte, com lucidez, o Ministro Samuel Pinheiro Guimarães. Neste quadro de sombras, o Brasil, nem empresa nacional de satélites possui mais: FHC internacionalizou a Embratel. Os movimentos intervencionistas visando expandir a ocupação de mercados cada vez mais anexados à produção e à ideologia dos EUA, também são parte essencial do quadro de vulnerabilidades ideológicas em que ocorre a Confecom. Ainda que isto ainda não esteja explícito plenamente

Desnacionalização

Empresas transnacionais querem internacionalizar, desnacionalizar e obviamente cartelizar mais e mais a comunicação no Brasil. O Projeto de Lei número 29, em tramitação na Câmara Federal, é um exemplo claro dos movimentos intervencionistas imperiais para retirar qualquer restrição ou defesa para livre operação dos oligopólios internacionais na tv por assinatura e também para que as telefônicas transnacionais - com suas sinistras ramificações de acionistas e anunciantes que conduzem até à indústria bélica - possam atuar na televisão local, em todas as modalidades. Para confundir os distraídos e ingênuos discutiram “cotas de produção nacional”, quando deveria ser o contrário.

É indispensável que o Brasil tenha um instrumento de estado capaz de sustentar a soberania informativo-cultural dos brasileiros, como também restrições a esta deletéria invasão estrangeira de ideologias e valores imperiais, sustentados por grandes empresas estadunidenses, muitas delas localizadas no epicentro da crise financeira internacional e que, impunemente, continuam a beneficiar-se da emissão de dólar sem lastro, papel pintado, com o qual bancam projetos de renovada ingerência na América Latina.

Fazem parte deste projeto, entre outras, ações como a do Usaid, financiando praticamente a fundo perdido, Ongs , jornalistas e intelectuais latino-americanos para a defesa dos valores estratégicos do Departamente de Estado dos EUA sempre entrelaçados com os grandes interesses das empresas norte-americanas, como denunciam a advogada norte-americana Eva Golinger e o jornalista canadense Jean-Guy Allard. Essas operações são ampliadas agora pela recente determinação do programa radiofônico oficial do governo dos EUA, a ”Voz da América”, que decidiu fortalecer sua presença na América Latina, convocando jornalistas para cursos e estabelecendo um formato de rede com outras 300 emissoras de rádio na região.

Impedir os câmbios

O objetivo é impedir a transformação comunicativa em curso, cujo significado mais preciso é o da recuperação dos espaços públicos midiáticos. Venezuela recupera o espaço radioelétrico como um bem público antes seqüestrado por oligarcas da comunicação vassalos da ditadura petroleira norte-americana e começa a fortalecer sua tv e rádio públicas, a comunicação comunitária é um fator democrático e soberano tangível na pátria de Bolívia, instala-se uma poderosa indústria de cinema, a “Villa del Cine”, clássicos da literatura internacional como “Dom Quixote”, recebem tiragem na casa dos milhões e são distribuídos gratuitamente. Até “Contos”, de Machado de Assis, mereceu na Venezuela uma tiragem de 350 mil exemplares, quando aqui no Brasil a tiragem padrão de livros é de apenas 3 mil exemplares. E nossa indústria gráfica tem uma capacidade ociosa de 50 por cento....

As mudanças percorrem os Andes, e a Bolívia forma uma Rede de Rádios dos Povos Originários, lança um jornal público, “Cambio” que, em apenas seis meses de vida, já vende tanto quanto o maior jornal privado que tem décadas de privilégios de mercado, nas quais apoiou todos os numerosos golpes de estado no país. No Equador a novidade avança pela TV e Rádio públicos, cria-se um Conselho de Comunicação, há uma revisão dos critérios para novas concessões atacando os privilégios para as oligarquias tradicionais, que se consideravam portadoras de algum “direito divino” para comandar a radiodifusão. A Argentina quebra o monopólio do Grupo Clarim, reestrutura, fortalece e qualifica a TV e Rádio públicos fundados na era peronista, reservando espaços iguais na radiodifusão para o setor privado, o setor público-estatal e também para a sociedade organizada, que terá direito a um terço do fazer comunicativo. Nicarágua e Uruguai também fortalecem legislações que expandem e qualificam o papel da comunicação pública. Estas mudanças estão na mira do império...

É neste pano de fundo que ocorre a Confecom no Brasil, com a oposição da Sociedade Interamericana de Prensa, entidade fundada pela CIA, e com seus jornais afiliados repetindo, esbaforidos, que “vem aí a censura estatal”, além de publicarem todo e qualquer tipo de ofensas aos governantes eleitos pelo voto das grandes massas pobres, chamando Evo Morales de narcotraficante, Hugo Chávez de psicopata e a Lula de analfabeto e outras baixarias. Se dissessem “cuidado, podemos perder nossos privilégios”, ou “a ditadura de mercado sobre a mídia está em risco”, ou “vamos ter que aceitar o absurdo de dividir a comunicação com o setor público e a sociedade”, talvez estivessem divulgando possibilidades mais realistas sobre o que está verdadeiramente em curso, mesmo que ainda muito embrionariamente. E com barreiras imensas a serem transpostas. Se Cristina Kirchner teve maioria parlamentar suficiente para aprovar uma lei democrática de comunicação, o mesmo não ocorre aqui no Brasil, pois a heterogênea base aliada de Lula possui forte e inconfiável presença de radiodifusores.

Ainda com todas estas evidentes ações de intervenção dos EUA contra as mudanças em curso ou contra aquelas que apenas começam a ser desenhadas, como no Brasil, há quem defenda, inclusive no chamado campo progressista, exemplos de práticas de comunicação norte-americanas, ao invés de buscarmos elaborar as linhas mestras para construir nosso próprio modelo de informação e comunicação, presidido pelo princípio da soberania informativo-cultural.

Uma voz para o Brasil

Será que um país com a experiência sócio-histórica acumulada que tem o Brasil, com pensadores do porte de um Álvaro Vieira Pinto, Câmara Cascudo, Roquette Pinto, Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Anísio Teixeira, Josué de Castro e tantos e tantos outros, não teria também a condição de estruturar um sistema comunicativo livre destes padrões e ingerências nefastas do intervencionismo neocolonial? Não há clareza quanto aos objetivos avassaladores das políticas comunicativas emanadas pela Casa Branca para o mundo e em particular para a América Latina? Não se pratica lá uma das mais sofisticadas ditaduras midiáticas do mundo, capaz até de seduzir e enganar toda uma sociedade para que apoiasse a invasão do Iraque em base à mentirosa tese das armas de destruição em massa, divulgada criminosa e incessantemente pelo sistema de comunicação dos EUA, inclusive o público, com o que se cometeu um sanguinário massacre?

E ainda há quem apresente o sistema de rádio público de lá como modelar... ...quando estão construindo um consenso interno para atacar nuclearmente o Irã. Basta dizer que todo o sanguinário intervencionismo dos EUA no mundo foi sustentado por sua mídia, inclusive sua comunicação pública, o que nos leva a afirmar que o sistema comunicativo estadunidense está entre os mais anti-democráticos do planeta, sobretudo se considerarmos a capacidade que possui para submeter a voz e os direitos históricos dos povos no mundo.

Carnaval, Rede, Câmara Cascudo, Villa-Lobos...

O povo brasileiro foi capaz de desenvolver inúmeras experiências sócio-culturais altamente comunicativas. Mencionemos a inteligência da invenção da rede lembrada por Câmara Cascudo, ou dos Coros Orfeônicos de massa criados pelo gênio de Villa-Lobos durante a Era Vargas. Ou do Cine-Educativo de Roquette Pinto e Humberto Mauro, nesta mesma fase de nossa história, quando a Rádio Nacional chegou a ser a quarta mais potente emissora do mundo, emitindo em 4 idiomas, alcançando todos os continentes e tendo entre seus cronistas intelectuais como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Nestor de Hollanda, Cecília Meirelles etc. Tão significativa foi aquela experiência comunicativa da emissora estatal que Carmem Miranda chegou a ser das principais cantoras nos Eua e a música “Aquarela do Brasil” a canção mais tocada no mundo em certo momento. Produziu-se importante publicação de integração cultural panamericana como “Pensamento da América”, retratada no interessante livro “América aracnídea”. E nem é preciso discorrer muito sobre esta exuberante expressão de comunicação de alcance planetário que é o Carnaval Brasileiro. Se lembrarmos que tivemos uma Rádio Mauá – a Emissora do Trabalhador - com razoável participação de segmentos sindicais e que fomos capazes de criar o programa como o “Voz do Brasil” quando o país era rural, quando as taxas de leitura eram ainda mais indigentes que as de hoje, um programa que chegava e ainda chega a todos os grotões levando informação relevante dos poderes públicos e que hoje está ameaçado pelos magnatas da comunicação que preferem o Voz da América.....constatamos que podemos aproveitar parte importante da nossa história. A Confecom é a oportunidade para tomar consciência de nossas vulnerabilidades informativo-culturais, dimensionar com realismo nossa imensa dívida e para iniciar a construção de um novo rumo a seguir, um modelo democrático , brasileiro e soberano de informação.

Ousar inventar, romper padrões

Como ensina Álvaro Vieira Pinto: na nossa história, todas as vezes em que os brasileiros tentaram ousar e inovar, quebrando padrões e modelos impostos das metrópoles, como os quebrados pelo o gênio de Villa-Lobos, sempre surgiam os “conselheiros”, os “especialistas” dizendo que tudo já estava feito, que não há nada de novo a fazer, que bastava seguir o caminho traçado....por eles. Foi assim que implantamos e desenvolvemos sob as asas sombrias da ditadura e posteriormente da tirania do mercado cartelizado, um sistema comercial de comunicação verdadeiramente embrutecedor, basicamente seguindo o modelo dos EUA.

Se Vargas tivesse dado ouvidos aos "especialistas" dos EUA que juravam que no Brasil não havia petróleo, hoje a Petrobrás não seria o colosso que é e nem teria a mais avançada das tecnologias de prospecção marítima de petróleo! Nem estaríamos a discutir a soberania sobre o petróleo pré-sal!!! Inovamos, ousamos, criamos, inventamos lá atrás! Se fomos capazes de gestar um espírito inovador e criativo como o de Santos Dumont, desdobrado posteriormente na construção de uma indústria aeronáutica própria como a Embraer - embora internacionalizada na Era da Privataria - fica claro que temos sim, como país e como povo, a capacidade de construir um modelo também inovador de comunicação. Aproveitar o que se fez de útil no passado, readaptar para os desafios da contemporaneidade, mas, sobretudo, retomando o caminho de dotar o estado de instrumentos capazes de realizar políticas públicas soberanas e estratégicas, como as praticadas por muitos países que não se avassalam e que por isso avançam na elevação informativo-cultural de seus povos.Venezuela, Equador e Bolívia já derrotaram o analfabetismo. A mídia atuou favorávelmente a esta conquista. Aqui o sistema midiático, com o mais profundo desprezo, expande a dívida informativo-cultural que esmaga o nosso povo.

Rádio Mauá: a Emissora do Trabalhador

Sim, há tudo de novo por ser feito. Desde a recuperação dos espaços públicos midiáticos para sua verdadeira dimensão e missão públicas, a começar pela própria redistribuição do espectro radioelétrico, conforme prevê a Constituição, na forma tripartite que nunca foi regulamentada, como também para preservar o que é essencial, como o programa Voz do Brasil. Ou ainda a recuperação daquilo que foi importante e que foi demolido, como a experiência da Rádio Mauá. Que tal se a Rádio Mec em Brasília, hoje apenas encarregada de repetir o quase imperceptível sinal da Rádio Mec Rio - portanto, subutilizada - fosse destinada à recuperação da histórica Rádio Mauá, remodelada, potencializada, para que alcançasse todo o território nacional e tendo parte de sua programação elaborada por uma Fundação de Comunicação do Trabalhador, gerida democraticamente e de modo colegiado pelas centrais sindicais? A emissora já existe, hoje está sub-aproveitada, bastaria uma decisão de governo. Seria uma nova emissora do trabalhador, voltada para o mundo do trabalho, para educar profissionalmente, ecologicamente, para o consumo responsável, a para a agroecologia, para conceitos cidadãos de saúde, para educação estética, para o trânsito civilizado, podendo sim fazer um grande diferencial.

Recursos para dotá-la de capacidade técnica e de quadros não faltam, já que são fartos, por exemplo, os recursos públicos dirigidos para o Telecurso Segundo Grau, programa escondido de seu público algo em transmissões pela madrugada, desrespeitando os contribuintes que pagam por sua produção.

As propostas aprovadas pelas conferências estaduais de comunicação indicam primeiramente, pelo seu volume e caráter repetitivo, o rompimento, o transbordar de algo que está engasgado, está represado. Mas, indicam também que ainda falta uma política mais realista para que se possa aproveitar a oportunidade da primeira Confecom para avançar naquilo que é indispensável e que, em boa medida, depende da organização das forças políticas progressistas em torno de uma tática eficiente. Que consiste inicialmente em avaliar atentamente que Lula não conta com a maioria parlamentar que Cristina Kirchner, Rafael Correa, Hugo Chávez e Evo Morales possuem para fazer as mudanças que estão operando na comunicação em seus países.

O significado das 59 propostas da Secom

As 59 propostas à Confecom apresentadas pelo governo Lula, por meio da Secom, indicam um importante grau de sintonia entre governo, amplas parcelas do movimento sindical-social e segmentos anti-monopolistas do empresariado. Muitas das propostas da Secom podem perfeitamente ser subscritas pelos delegados da Sociedade Civil, são coincidentes. Do gesto de convocação da Confecom por Lula à apresentação destas 59 propostas está a comprovação de que há condições reais para que a Conferência vá além da produção de um documento a ser enviado e posteriormente engavetado pelo Congresso Nacional, que é pressionado pela maioria dos magnatas da mídia. As 59 propostas da Secom também revelam a impropriedade de não se considerar o governo Lula como parte central na aliança do campo popular para democratização da comunicação, incompreensão que ainda permanece em alguns segmentos.

As grandes mudanças na comunicação do Brasil que dependem de mudanças constitucionais ou de sua regulamentação desembocam necessariamente na discussão do cenário que emergirá das urnas de 2010. Teremos uma maioria parlamentar não-capturada pela bancada do coronelismo eletrônico com capacidade para impor mudanças hoje? Essa base de sustentação deverá ser construída a partir da Confecom para assegurar um processo de mudanças, difíceis de ocorrer sem um campo popular organizado, no qual incluem-se governo Lula, movimentos sindical-social, partidos políticos e até segmentos não-monopolistas do empresariado.

A ciência da tática

Mas, há mudanças que podem ser operadas hoje, que estão ao alcance das políticas de estado, de ações de governo. Exemplo disso é a proposta de recuperação da RTVI (Rede de TVs Institucionais). Em 2004, Lula emitiu decreto presidencial criando tal rede que levaria a todos os municípios brasileiros, por meio de um sistema de repetição, o sinal das emissoras institucionais, com a possibilidade de que houvesse a geração de programação própria por um determinado período a cargo de municípios.

Como era esperado, tal proposta encontrou raivosa oposição da Abert. Mas, obteve também a oposição, esta inesperada, da Fenaj, contrariada pela forma do decreto-lei escolhida pelo presidente da república. Como se o presidente eleito com mais 63 milhões de votos não tivesse representatividade para tal decisão. Perdemos tempo. Mas, com a Confecom a proposta pode ser recuperada já que foi aprovada no Paraná e no Rio de Janeiro. E pode ser atualizada para a tecnologia de TV digital, podendo inclusive incorporar em seu novo formato as TVs Comunitárias, evidentemente, operando em sinal aberto digital. O resultado bem poderia ser a municipalização da TV no Brasil, com forte impulso na indústria de equipamentos, gerando empregos, fortíssimo impulso no audiovisual brasileiro, também ampliando empregos e inovação de linguagem, identidade cultural e elevação estética, além de representar, simultaneamente, a regionalização da produção jornalístico-cultural e a integração informativo-cultural num país rico e continental, cujo vizinho, a Colômbia, está a instalar bases militares dos EUA, provavelmente, não para uma política de boa-vizinhança.....

Portanto, é preciso definir prioridades nesta Confecom e entre elas está a operação de políticas de comunicação e a construção de instrumentos de comunicação pública que nos permitam, como povo cada vez mais organizado, assegurar de fato a soberania informativo-cultural indispensável para que o Brasil possa atuar com legítimo e mais eficiente protagonismo no perigoso e explosivo jogo do poder político internacional. Mesmo que enormes mudanças sejam necessárias no sistema de comunicação do Brasil, devemos nos perguntar, nas condições atuais, na relação de forças atuais, e dentro do arco de alianças indispensável para enfrentar potentes oligopólios estrangeiros e internos, até onde vão as nossas forças e quais são as propostas que mais nos unem agora?

Não será nesta Confecom o ajuste final de contas com a ditadura midiática. Não será ainda o dia do juízo final midiático. Provavelmente, as forças progressistas não tenham a possibilidade de fazer a “virada de mesa” que desejam, inclusive porque muitas delas estavam céticas até mesmo quanto a participar da Confecom. É apenas uma etapa mais elevada desta longa caminhada, que deve ser aproveitada para alinhavar a sustentação e implementação de várias propostas, algumas delas emblemáticamente defendidas pelo próprio Governo Lula, sustentação que requer uma tática e um campo popular da comunicação pública cada vez mais unido e fortalecido.

Beto Almeida é presidente da TV Cidade Livre de Brasília e membro da Junta Diretiva da Telesur

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Uma notícia ignorada: embaixador britânico no Uzbequistão foi afastado por denunciar torturas



A notícia é de 2002, mas só agora está sendo difundida, ignorada que foi pela grande mídia internacional: o diplomata britânico Craig Murray, em http://www.consortiumnews.com/2009/102409b.html, conta como era embaixador no Uzbequistão em 2002, quando Tony Blair era o primeiro-ministro de seu país e George W. Bush era presidente dos Estados Unidos, e como foi afastado depois de ter denunciado torturas por parte do governo uzbeque, em que inclusive pessoas eram fervidas vivas. Em resposta a suas denúncias, recebeu correspondência segundo a qual estava "exagerando o foco em direitos humanos, em detrimento de interesses comerciais". Nos tempos soviéticos, o Uzbequistão era famoso por duas situações: o comércio clandestino de carros de passageiros e a importância internacional de seus centros de estudos islâmicos, mas não havia informações sobre torturas.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O sapateiro, o garçom e outros marroquinos



da Agência de Notícias Brasil-Árabe


No livro 'Nas Noites Árabes', recém lançado no Brasil, o autor anglo-afegão Tahir Shah mescla histórias de sua vida no país árabe e de personagens da cultura local.

Da redação São Paulo – O livro "Nas Noites Árabes – Uma caravana de histórias", recém lançado no Brasil, traz uma mistura de ficção e realidade. Ele mescla as histórias da vida do autor anglo-afegão Tahir Shah no Marrocos, país em que ele vive, e as lendas e personagens que povoam a cultura local. O livro é inspirado no clássico árabe "As Mil e Uma Noites".

Shah vive com a família no Marrocos

O autor retoma personagens de seu livro anterior, "A Casa do Califa", e apresenta outros, que compõem um cenário típico da cultura marroquina. Entre eles estão os caseiros que temem os gênios, o garçom sem os dois polegares, o cirurgião aposentado, a astróloga da loja de colchões, os dentistas itinerantes, o sapateiro nostálgico, o contador de histórias cego, os pedreiros que trabalham somente à noite e o milionário ex-viciado que quer patrocinar a volta da tradição "perdida para a tevê".

Como pano de fundo do livro está uma análise de como as histórias são transmitidas no mundo árabe, de geração para geração. Esta é uma tradição, de acordo com o autor, quase esquecida no Ocidente. O livro pretende mostrar o alicerce cultural sobre o qual o Marrocos está construído. Em seu site, Shah afirma que o país árabe "é uma terra governada por antigos códigos de honra, dever, cavalheirismo e respeito".

Shah também escreveu 'A Casa do Califa'

O autor vive em Casablanca com sua esposa e filhos. "Nas Noites Árabes" é o segundo livro da série que começou com "A Casa do Califa", escrito com base na experiência de Shah ao comprar e reformar uma antiga casa de um califa marroquino, em avançado estado de degradação, mergulhando nos costumes locais e passando por estranhas situações.

Shah já publicou vários livros, a maioria sobre suas viagens por regiões da África, Ásia e Américas. Sempre procurando locais exóticos, fora da trilha dos turistas, ele já transformou em temas dos seus livros Etiópia, Peru, Amazônia e Índia. As obras já foram traduzidas em mais de dez idiomas. O escritor também faz documentários para The History Channel.

Nas Noites Árabes - Uma caravana de histórias




Autor: Tahir Shah




Roça Nova Editora




Preço: R$ 56

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AS NOITES EM PARIS JÁ FORAM ROMÂNTICAS PARA MUITOS

París se muere al caer la noche


Todo contribuye a matar la vida nocturna de la capital francesa: precios altísimos, controles policiales rígidos y repetidos, ausencia de transportes públicos, taxis fuera de precio y escasos y represión obsesiva del ruido.

Por Eduardo Febbro
Desde París

París se muere de noche. Los turistas suspiran de emoción cuando el metro de la línea seis cruza el Sena al aire libre sobre el Pont de Passy y de pronto aparece, redentora y mágica, la silueta de la Torre Eiffel iluminada con un fondo de estrellas nacientes. Pero cuando cae la noche completa, el suspiro deslumbrado se vuelve un bostezo sin fin. Cara, tediosa, oficial, súper controlada, la noche parisiense se ha convertido en un lugar sin refugio para los nocheros del mundo. “París s’eveille” (París despierta) dice una célebre canción. Hoy, la letra ha cambiado de sentido: “París se adormece” dicen en coro abierto no sólo quienes buscan una estancia decente y accesible en la noche parisiense. También, los profesionales de la noche, propietarios de bares, restaurantes y lounges se sumaron a los decepcionados de las lunas urbanas de París para firmar una petición y salvar las aburridas noche de la ciudad. Los 13.000 firmantes de la petición “la noche se muere en silencio” lamentan que la capital de Francia se haya convertido en la capital del bostezo, en un museo tan bello como inerte.

El desierto nocturno es tal que incluso la Municipalidad de París intervino para soplar un poco de vida en las moribundas y aburridas noches de París. Precios delincuentes, lugares que cierran temprano, controles policiales rígidos y repetidos, ausencia de transportes públicos, taxis fuera de precio y escasos, pocos locales abiertos, prohibición de fumar, represión obsesiva del ruido y una ausencia dramática de creatividad nocturna y festiva contribuyeron a matar la fascinante vida bajo las estrellas. París se ubica hoy muy lejos de Londres, Barcelona o Berlín, auténticos y vigentes templos donde la noche es una aventura abierta. El aburguesamiento de la capital de Francia, el precio excesivo de los consumos y los alquileres y el hecho de que el ruido de cualquier fiesta termina de inmediato con la intervención de la policía son los otros factores que asfixian la vida nocturna en una capital donde, sin embargo, el 62 por ciento de la población tiene menos de 44 años. El 45 por ciento de los parisienses trabaja después de las 8 de la noche (eso en Francia es un sacrilegio) y el 25 por ciento lo hace toda la noche. Pero la juventud no baila ni se divierte fuera de la cita oficial de los sábados y de los grandes eventos organizados por el Estado: 14 de Julio, Fiesta de la Música, La Noche de los Museos.

Ocurre también que, a menudo, salir de noche es enfrentarse a un gasto que supera la buena voluntad de cualquier bolsillo y, muy seguido también, expone a la amenaza de una estafa. A partir de cierta hora, los bares del barrio de la Bastille cobran el doble por los consumos sólo porque es de noche. En un modesto (modestísimo) local nocturno, una vulgar cerveza cuesta 14 dólares, un paquete de cigarrillos 14 dólares, un vaso de vodka o de whisky 30 dólares y un “café alargado”, es decir, no un café doble sino un café con más agua, se paga entre 7 y 8 dólares, lo mismo que un té. Conseguir un taxi es una hazaña, casi no hay y cualquier recorrido sube a 30 dólares. A la vez, en auto no se puede circular mucho debido a las leyes contra el consumo de alcohol. Tampoco vale la bicicleta. La policía es tan estrecha que un individuo que circula en bicicleta con un porcentaje de alcoholemia superior al tolerado termina en la comisaría en la sala de “desemborrachamiento”, previo pago de una multa y un tirón de orejas.

la noche parisiense es un territorio controlado, reservado a los burgueses con plata y bienpensantes, donde todo cierra temprano, no más allá de las doce y media de la noche, y donde, para poder ingresar en un local nocturno, es mejor ser blanco que tener rasgos de otras latitudes del mundo. La noche parisiense se ha vuelto también un colador étnico. Sólo acceden los que tienen aspecto de “semejantes”, es decir, los blancos y disciplinados. “París es más aburrida que Ginebra”, deplora Antoine, el propietario de un bar situado en un barrio que antaño fue uno de los altares de la noche, Les Halles. Un informe sobre la competitividad nocturna de París, realizado por los estudiantes de la Escuela de Comercio a pedido de la cámara de sindicatos y cabarets artísticos y discotecas, ubicó al París nocturno entre las ciudades más tediosas de Europa. El mismo informe establece la lista de los principales problemas que crea el desierto nocturno: imagen de ciudad museo, transportes públicos poco desarrollados, vida nocturna denigrada por los poderes públicos, noches restrictivas para las minorías étnicas. Jean Paul Bros, encargado del turismo en la Municipalidad de París, prometió acciones concretas para 2010. “No podemos tener una ciudad que se duerme a las 8 de la noche, es demasiado triste”, asegura el responsable municipal. La municipalidad creó una página web para promover la noche (Paris Nightlife) y editó un mapa de los locales nocturnos destinado a los turistas.

Pero es tristísimo. Los bulevares, a las 11 de la noche, son un desierto y los pocos locales abiertos representan un riesgo de pagar 10 dólares por un café o hacerse llevar preso porque hay demasiados clientes fumando en la puerta de un bar y los vecinos llamaron a la policía. Noche oficial, noche de jubilados tristes. Eric Labbe, propietario del local nocturno Electro Kitchen, comenta: “Estamos en una lógica total de seguridad. Tranquilidad y seguridad. Es más práctico que la gente se quede en su casa en vez de que salga de noche”. Otra de las asociaciones que lanzaron un grito en la noche para salvar a París del tedio lunar, Technopol, tiene un slogan evocador: “Local cerrado a causa de ciudad muerta. Gracias por dirigirse a otra capital vecina”. Francia se ha adormecido frente al espejo de su propia historia y los destellos de la identidad nacional, promovida desde los altares del Ejecutivo. El entierro de la noche parisiense no es más que el brillante reflejo de un mundo sin dinamismo, donde sólo lo oficial tiene cabida, un mundo ebrio de tanto contemplar su imagen bajo la temprana luz de la luna.

domingo, 13 de dezembro de 2009

"VÁ EMBORA, BERLUSCONI"


Cientos de miles de italianos volvieron ayer a marchar en contra de Silvio Berlusconi, en el peor momento político del primer ministro desde que asumió el año pasado. Según las agencias internacionales, más de 400 mil personas respondieron a una convocatoria apartidaria de un grupo de Facebook con una única consigna: No B-Day. La multitud paseó sus pancartas y sus muñecos de Il Cavalieri preso y sonriente por las calles del centro de Roma hasta desembocar, ya en plena tarde, en la plaza San Juan en Letrán. “Llegará el momento en el que la gente no tendrá que hacer más las maletas e irse de este país. Lo que vemos aquí nos hace decir que llegará el momento de la fiesta”, pronosticó el Premio Nobel de Literatura italiano, Dario Fo, desde el escenario construido en uno de los laterales de la plaza.

No es la primera manifestación masiva que Berlusconi debe enfrentar desde que comenzaron la seguidilla de escándalos por su afición a las prostitutas y, ahora, por sus vínculos con la Cosa Nostra. El viernes un confeso asesino a sueldo de la mafia siciliana había denunciado una supuesta alianza entre el actual primer ministro y sus antiguos jefes a mediados de los noventa. Según los organizadores de la manifestación, la noticia no hizo más que aumentar el número de personas que salieron a marchar. “Queremos la renuncia de Berlusconi porque no nos sentimos representados por él”, aseguró Emanuele de Pascale, de 28 años, uno de los blogueros que fundaron el grupo de Facebook y que ayer encabezaron la movilización.

A diferencia de otras protestas, esta vez la consigna era nada de partidos. El color elegido fue el violeta, para evitar el rojo y el verde, de los comunistas y del Partido Democrático (PD), la principal fuerza opositora. Sin embargo, miles de dirigentes y militantes se sumaron con sus banderas y, aunque la cúpula del PD se negó a adherir a la convocatoria, ex ministros e importantes dirigentes se mezclaron entre la multitud.

La ex ministra del gobierno de Romano Prodi, Rosy Bindi, fue una de las caras conocidas. “Es importante que una parte importante del país reaccione y se indigne contra un presidente del consejo que no quiere ser juzgado y no resuelve los problemas”, señaló. Otras figuras que caminaron junto a familias enteras y grupos de jóvenes fueron el ex juez anticorrupción y jefe del partido Italia de los Valores Antonio Di Pietro, el director Nanni Moretti, uno de los artistas que más denunciaron la hegemonía de Berlusconi en la televisión italiana, y los principales dirigentes del partido de Los Verdes.

Pero en Italia hace tiempo que la presión opositora no está en manos de la oposición de centro-izquierda, dividida y enfrentada. Por eso, los que subieron ayer al escenario al hablar y los que llevaron la pancarta principal pidiendo la renuncia de Il Cavalieri no eran dirigentes políticos. Uno de los oradores más aplaudidos fue Salvatore Borsellino, el hermano del juez antimafia Paolo Borsellino, asesinado en 1992.

Borsellino no sólo recordó la última denuncia que vinculó a Berlusconi con la Cosa Nostra, sino que pidió que otros aliados del poder, como el presidente del Senado, Renato Schifiani, den explicaciones por sus presuntos lazos con el crimen organizado. Antes de terminar la tarde, los organizadores leyeron una carta que resumió el sentimiento de los cientos de miles que los escuchaban: “Italia no merece el destino que Berlusconi le ha trazado sin el mínimo sentido de la vergüenza de sí mismo”, había escrito otro Premio Nobel de Literatura, el portugués José Saramago.

sábado, 12 de dezembro de 2009

ESPANHA, UMA PARCEIRA DE PRIMEIRA GRANDEZA


Penso que a união entre Brasil e Espanha é irreversível. São dois grandes países muito importantes não só para o continente em que se encontram, mas para toda a humanidade, por uma série de razões.


Não estou escrevendo sobre essa parceria em decorrência do artigo escrito pelo presidente de governo da Espanha, o equivalente a primeiro-ministro, José Luis Rodiguez Zapatero, e publicado ontem  em um dos mais influentes jornais de todo o planeta, o espanhol El Pais. Zapatero, como é chamado este socialista, é um dos mais respeitados líderes da esquerda em todo o mundo. Mas ele, humildemente, coloca o Lula como sendo o líder mais importante e que vem surpreendendo todo o mundo.

Brasil e Espanha têm muitas coisas em comum e muitas diferenças.

As nossas línguas, de origem latina, são muito próximas e com muitas palavras equivalentes. A Espanha tem Portugal como um dos seus vizinhos, onde obviamente se fala português. Até a região da Galícia, ao norte de Portugal e em pleno território espanhol, fala-se um quase português, de tão semelhante que é à nossa língua. Enquanto isso, o Brasil é cercado ao oeste somente por países de língua espanhola.

Por outro lado, as nossas mulheres, brasileiras e espanholas, são, com certeza, umas das mais lindas de todo o mundo. Um rosto e um corpo de causar inveja às mulheres e infartos repetitivos a muitos homens.

Alguns grandes escritores da humanidade, como Camões, Fernando Pessoa, Miguel de Cervantes, Pablo Neruda, Gabriel Garcia Marquez, Eduardo Galeano escreveram ou escrevem suas obras em espanhol ou em português. Temos grandes escritores nas duas línguas.

As semelhanças não param por aí.

O espanhol é apaixonado por comida e vinho. O brasileiro é apaixonado por comida e cachaça ou cerveja. O espanhol se dá o direito de parar na hora do almoço, a ponto de fechar o comércio. O brasileiro ainda não se dá esse direito, mas chegará lá.

O espanhol é um povo solidário e amoroso, assim como o brasileiro. São extremamente preocupados com o ser humano e não se apegam a besteiras que tentam inserir em nossa cabeça. Vá para lá e você perceberá, entenderá, o que quero dizer. Eles não são tão apegados a formalidades criadas, embora sejam extremamente educados.

Os espanhóis não param de ler um minuto, aonde quer que seja. Consomem não revistas de bobagens ou fofocas, mas livros, muitos livros, seja de filosofia, política ou até auto-ajuda, mas leem. É um povo que gosta de TV, assim como o brasileiro. Para quem não sabe, eles também têm novelas com o mesmo tipo de roteiro, ou seja, muito romance, pessoas bonitas e jovens e clichês.

Como dá para perceber, temos muito a aprender com os espanhóis, um povo tão intenso em tudo o que faz, pensa e escreve, e também como vive. É um povo que adora um bar, restaurante e encontrar amigos, além de amar intensamente.

Só esses fatos já seriam capazes de nos unir. Porém, há questões estratégicas envolvidas numa união que tende a ser muito mais frutífera do que esses acordos que fazemos quase que às cegas com a França.

A diferença entre a Espanha e a França são consideráveis. Enquanto o primeiro é um país, hoje, sem viés imperialista, não se pode dizer o mesmo da França, com as suas usinas atômicas, seu armamento nuclear, seu poder bélico, sua indústria e tecnologia militar, além de multinacionais poderosíssimas, que lutam de perto, principalmente, com as indústrias estadunidenses. A Espanha, ao contrário, é um país que assimila culturas e as preserva, o que lembra muito o Brasil, ou não? A Espanha guarda e faz questão de divulgar o seu passado, que reúne, dentre outros povos, o fenício, o grego, o romano e o árabe. É um país que preserva culturas, embora tenha sido criticado de ter aniquilado culturas originárias da América Latina - justa ou injustamente, não sei. Dizem os intelectuais espanhóis que transformar os espanhóis em sanguinários e bárbaros foi uma tática utilizada por outros povos europeus para criar um estereótipo de que o espanhol é um povo de menor inteligência e valor.

Os espanhóis têm um poder bélico considerável. Para quem não sabe, o submarino foi criado por um catalão (povo que se localiza na Catalunha, na região nordeste da Espanha). É evidente que não possuem todo o poder da França, Inglaterra ou Alemanha, mas têm um poder estratégico de grande importância para o Brasil.

A Espanha tem fácil penetração na América Latina, na África e no Oriente Médio, regiões importantíssimas para o Brasil.

A Espanha faz parte da Comunidade Européia, assim como a França, mas com uma diferença. Um acordo militar com a Espanha beneficiará o Brasil, que poderá vender armamentos para a Espanha e também para todos os países da Europa. Com a França será diferente. O Brasil comprará equipamentos e utilizará a tecnologia mediante condições restritivas, ainda não muito claras e gastará bilhões e bilhões de dólares. Com a Espanha é possível parceria e desenvolvimento ímpar. Os aviões Rafalle, fabricados por uma indústria francesa, tem grande parte da tecnologia oriunda da Espanha.

A França adota posições conservadoras em relação ao Irã, Afeganistão, Venezuela, África e Oriente Médio. Já a Espanha, salvo quanto ao ex-Saara espanhol, tem adotado uma posição mais aberta, colocando-se disposta a dialogar e não a impor condições de forma autoritária, arbitrária e imperialista.

Ter um parceiro como a Espanha é muito diferente de ter um parceiro como o país governado por Sarkozy.

Um acordo estratégico, de trocas de tecnologias e de investimento comum em diversas áreas de pesquisa, incluindo área aeroespacial e nuclear, colocaria o Brasil no eixo dos países tolerantes, conservando a imagem de ser um país aberto ao diálogo. Estar ao lado da França, ao revés, poderá denotar um viés imperialista, o que nos afastaria de muitos países e parceiros importantes da América Latina.

Estamos muito próximos da Espanha e em diversos sentidos. E uma parceria com esse país tão interessante nos fará bem e preservará a imagem de país propenso à pacificação. Já uma relação umbilical com a França, como seria com a Rússia, Inglaterra, Estados Unidos ou China, enfraqueceria nossa imagem de país bom. Alguém tem alguma dúvida disso?

Além disso tudo, há que se verificar que há grandes empresas espanholas no Brasil e que o turismo entre os povos dos dois países é intenso. Não se pode esquecer, também, que o governo espanhol está bancando os custos de ensino de espanhol para professores primários no Brasil.

Temos muitas ligações com a Espanha e poderíamos utilizá-la como caminho para vendermos com facilidade para a União Européia. Com a França não haveria tamanha boa vontade, pois a indústria francesa é expansionista e internacionalista. Ela quer exportar, o que não necessariamente ocorre com as empresas espanholas, cuja maioria está preocupada em abastecer o mercado interno e também o português.

Parcerias culturais na área da literatura, música e cinema enriqueceriam, principalmente, os cérebros dos brasileiros. Não costumamos investir em cultura e com os espanhóis teríamos muito a aprender e desenvolver.

Alguém duvida que a Espanha seria uma parceira mais interessante que qualquer outro país europeu? Digo europeu porque uma parceria com a Índia seria inigualável para a ascensão do Brasil como potência econômica e militar.

Por enquanto, invistamos em estudos de tecnologia, militar e civil, além de cultura e ensino, o que deveria nos levar a procurar firmar laços com a Espanha. Desde hoje, mas para concretizar amanhã ou outro dia próximo, poderíamos estudar importantes parcerias com a Índia, que muito tem a nos ensinar em diversas outras áreas, principalmente as bélica e nuclear.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O EL PAIS ANALISA A PROIBIÇÃO DOS MINARETES

Leia abaixo a importante matéria publicada (em espanhol) no jornal EL PAIS sobre a proibição de construção de minaretes nas Mesquitas na Suiça.



El islam en Europa


Un grupo de expertos reflexiona para ELPAÍS.com sobre la prohibición de los minaretes en las mezquitas en Suiza

Los ciudadanos suizos expresaron ayer en un referéndum un rotundo apoyo a la propuesta de prohibir en la Constitución la erección de minaretes en las mezquitas que se construyan en el país helvético en el futuro. Un 57,5% de los votantes respaldó la iniciativa del ultraderechista Partido Popular Suizo (SVP-UDC), que no afectará a los cuatro minaretes ya existentes en territorio suizo. La tasa de participación de la consulta se situó alrededor del 55%.

Los suizos votan a favor de prohibir los minaretes en las mezquitas

"Este voto es la expresión del miedo"

Kouchner: "Se está oprimiendo a una religión"

ELPAÍS.com ha consultado con expertos y analistas el debate abierto sobre islam y democracia. El resultado de la consulta ha despertado los temores a posibles fricciones con el mundo musulmán en Europa.

Fernando Reinares / Catedrático de Ciencia Política de la Universidad Juan Carlos

"Lo sucedido en Suiza ilustra el problema de la identidad colectiva en las sociedades multiculturales y es reflejo de la preocupación en esas sociedades por el acomodo del Islam a los valores y procedimientos democráticos en la medida en que los sectores salafistas van ganando terreno. Esta inquietud genera en muchas ocasiones hostilidad al extranjero y en este caso islamofobia, lo que debe hacernos reflexionar sobre si está funcionando o no la integración social de los musulmanes".

Riay Tatary / secretario general de la Comisión Islámica de España

"Estoy sorprendido por la hostilidad y falta de sentido de los argumentos que he leído estos días en los medios de comunicación suizos. Las razones de los partidarios de la prohibición no tienen ni pies ni cabeza. Entre otras cosas han dicho que si no se tomaba esa decisión Suiza caminaría hacia la aplicación de la ley islámica. Al contrario de lo que opinan los partidarios de la prohibición, las mezquitas en Suiza, -la más antigua tiene 40 años- han contribuido a la buena integración de los musulmanes. La sociedad necesita comprender que los musulmanes necesitamos estos refugios religiosos y que su existencia contribuye a su integración en la comunidad musulmana y con el resto de la sociedad. En España el problema se ha manifestado a menor escala. Se ha localizado en algún municipio concreto, que se ha opuesto a su mera construcción. Pero como contrapartida, en otro municipio nos han dado la bienvenida.

Antonio Elorza, catedrático de Ciencias Políticas de la Universidad Complutense de Madrid

"Me parece una barbaridad. Es una prueba de que la islamofobia tiene un fuerte arraigo en la extrema derecha europea. Es muy significativo que esta iniciativa haya salido adelante a pesar de la oposición frontal de todos los partidos suizos excepto el Partido Popular Suizo que fue el que la promovió. Por debajo del discurso oficial el racismo encuentra un caldo de cultivo. Hace falta condenarlo y poner en marcha una labor de información para aclararle a la sociedad la diferencia entre el Islam moderado y el yihadismo. Atacar al Islam sin hacer distinciones destruye la noción de humanidad, pero el otro extremo, la angelización generalizada, tampoco es la aproximación adecuada".

Mansur Escudero / Presidente de Junta Islámica

La prohibición de los minaretes en las mezquitas de Suiza es "una mala noticia y un asunto muy grave no tanto para el Islam como para la democracia en Europa y en general para las libertades públicas y democráticas", afirma Mansur Escudero, presidente de Junta Islámica, que representa a los musulmanes españoles (en su mayoría, conversos). La abolición de los minaretes va más allá de la supresión de un motivo arquitectónico; a juicio de Escudero, significa fundamentalmente "vulnerar el principio de libertad religiosa", porque los alminares "no son un requisito para la práctica del Islam, su ausencia no afecta a los creyentes, que pueden rezar igualmente sin ellos".

Lo que preocupa al presidente de Junta Islámica es que la invisibilización vía referéndum de los alminares "fomente la islamofobia y por extensión también el victimismo musulmán". Escudero no cree ajeno el debate suizo, en el que ve "la manipulación de la extrema derecha con fines electoralistas", a otros signos opuestos al Islam en Europa, "como la ley de símbolos religiosos francesa o, en España, la imposibilidad de construir mezquitas en lugares públicos, como en Sevilla o algunos municipios catalanes: proyectos que reúnen todas las condiciones y que sin embargo no pueden llevarse a cabo. Son cuestiones que no favorecen la integración ni la presencia pública de los musulmanes en la vida pública, y eso se produce precisamente en Europa, a la que consideramos un referente de democracia".
Luz Gómez García, profesora de Estudios Árabes e Islámicos en la Universidad Autónoma de Madrid

"Es sintomático del problema de islamofobia que no se ha querido afrontar hasta ahora y que afecta a toda Europa, también a España. Hay líderes de opinión que expresan su racismo con impunidad y un ejemplo de hace tan solo dos semanas es el polémico artículo de opinión de Enrique Lynch sobre el revanchismo de género, que ha suscitado críticas por responsabilizar a las mujeres del maltrato, pero casi nadie ha reparado en dos manifestaciones islamófobas. Lynch se refirió a España como un "país vergonzantemente árabe" y dijo que los maltratadores son "bárbaros islámicos".

Este artículo ha sido elaborado por María Antonia Sánchez-Vallejo, Fernando Peinado y Luis Prados

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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