Só nesse ano, 2017, até o dia 17 de julho, o Brasil gastou 212 bilhões de reais no pagamento de juros da dívida. É muito dinheiro. E em 2016 foram pagos R$ 407 bilhões de juros, sem abater o principal da dívida, segundo o site do Nexo Jornal.
O que isso significa? Que o governo tem que arrecadar mais impostos e, ao mesmo tempo, reduzir investimentos em áreas essenciais, como educação e saúde, e cortar gastos com benefícios sociais e com o pagamento de folha de servidores.
Não é por outro motivo que o governo pretende aprovar, a todo custo, a reforma da previdência social. Para ele isso é muito mais fácil, pois não precisa lidar com os todos poderosos donos das instituições financeiras. Basta negociar com o Congresso Nacional. E como se dá essa negociação? Você já sabe bem, e não tem nada de ético nisso.
Para pagar juros que beneficiam as instituições financeiras internacionais e nacionais, além dos rentistas, aqueles que lucram muito com os juros pagos pelos bancos, o governo não quer mudar as regras do pagamento de juros, nem negociar. E, ao contrário, continua beneficiando essas poderosas instituições, até perdoando dívidas, como fez recentemente com o Itaú e o Bradesco.
Um governo sério em qualquer outro país do mundo negociaria com as instituições para rever esses juros exorbitantes, baixando-os a todo custo.
Com esses valores altíssimo de juros, o povo empobrece, as indústrias recrudescem e o Brasil fica economicamente mais frágil a cada dia.
O governo brasileiro, para dar conta de pagar os juros da dívida que ele criou, prefere mexer na carne do brasileiro e na estrutura do próprio país, cortando em educação, saúde, serviço público e benefícios sociais. Ou seja, o país está ficando cada vez mais pobre e endividado, e sem fazer o investimento básico na educação dos seus jovens.
Mas não são só as taxas de juros e os valores exorbitantes que o governo paga diariamente que tornam a 8ª economia do planeta mais pobre a cada dia. A remessa de lucros também colabora no empobrecimento do país. De uma forma ou de outra, seja com o pagamento dessas altas taxas de juros ou com a remessa de lucros ao exterior, o dinheiro não fica no Brasil e não é investido na industrialização e na produção. Daí tem-se menos empregos, uma economia mais frágil, menos investimento em tecnologia, educação e saúde de pior qualidade e nos tornamos, cada dia mais.
E ainda tem gente que defende o capitalismo que o Brasil adotou, que em nada beneficia a produção, o consumo ou as pessoas.
Daqui a pouco teremos que vender territórios, seja a Amazônia, o sudeste ou até o Brasil inteiro, para pagar os juros da dívida. É isso o que a direita está admitindo nas entrelinhas e o que a esquerda ainda não foi capaz de enxergar.
Isso não é apenas vergonhoso, injusto ou kafkiano. É absurdo e criminoso, pois corrói a economia do país, atinge direitos sociais consagrados pela Constituição Federal e, por culpa ou omissão, conta com a conivência de agentes políticos.