Muitos admiram os Estados Unidos como democracia em razão da mistura racial de seu povo.
Mas não podemos nos enganar. Embora os Estados Unidos sejam um país de imigrantes, que inclusive teve um presidente negro descendente de islâmico, isso não significa que a sua política exterior esteja coadunada com essa visão mundialista e de integração. Pelo contrário.
Os Estados Unidos foram colonizados pelos ingleses e aos poucos começaram a receber imigrantes irlandeses, italianos e de outras nacionalidades. Hoje, Nova York é a cidade mais cosmopolita de todo o mundo. Isso é fato!
No entanto, o posicionamento ideológico do governo dos Estados Unidos, no que tange à política exterior, segue sempre um mesmo viés autoritário e de segregação. Intervêm militarmente nos países menos favorecidos economicamente quando lhes convêm; incentiva a oposição em países que considera chaves, através de treinamento, financiamento ou fornecimento de armas.
Para perceber a postura racista dos Estados Unidos basta perceber aonde eles são mais atuantes.
No plano militar estratégico, estão presentes na Europa, numa aliança (sim, composição amigável) estratégica. Pense bem. A Europa é branca e vizinha do Oriente Médio, África e Ásia, locais de importância para os Estados Unidos.
No plano de intervenção, atuam fortemente no seu quintal, América Latina, mas de maneira impositiva, com viés imperialista (A América Latina é miscigenada).
Na África, Oriente Médio e Ásia, os Estados Unidos são ainda mais arrogantes e muitas vezes iniciam guerras, quando não financiam grupos armados extremistas que praticam terrorismo. A região é rica em Petróleo e Gás. A Ásia é estratégica não apenas pelo petróleo e gás, mas pela proximidade de dois grandes rivais: a China, concorrente econômico, e Rússia, o segundo país mais bem armado de todo o planeta, atrás apenas dos Estados Unidos. Na Ásia há uma diversidade de etnias e de religiões não compreendidas pelo governo estadunidense. Mas a Ásia, hoje, parece ser a prioridade do governo dos Estados Unidos.
Toda a briga com a Coreia do Norte não se dá apenas pelo orgulho estadunidense, mas também e principalmente pela localização estratégica daquele país, ao lado da China e da Rússia. Assim, o armamento da Coreia do Sul e do Japão segue a lógica de cercar a China e a Rússia ao leste. De outro lado estão a o Paquistão, Iraque e Afeganistão, com exércitos estadunidenses cercando ao sudoeste. A Ucrânia, ao Oeste. Os Estados Unidos ainda têm um importante aliado ao sul, a Índia, velha rival da China.
Os Estados Unidos que criaram a Ku Klux Klan, também desenvolveram a teoria da Eugenia, adotada e difundida pelos nazistas. E não dão bom exemplo ao mundo no que toca ao respeito à diversidade, às diferenças de etnias e de religiões.
Mais que imperialistas que impõem o sistema capitalista financista, os Estados Unidos impõem ao mundo diversos estereótipos, absolutamente falsos, mas que estão no inconsciente de muitos, como o de que representam a liberdade, quando na verdade atuam – através de ações de inteligência e interferência e de guerras - impedindo a liberdade dos povos; que os islâmicos são radicais, quando na verdade o radicalismo surge a serviço e financiado com dinheiro dos Estados Unidos; que atuam com eficácia contra o terrorismo internacional, quando o líder do Daesh foi assassinado por forças russas; que defende os Estados de Israel e da Palestina, quando financia, às custas do contribuinte estadunidense, o governo radical de Israel, que quer criar uma cada vez maior área de extensão da Europa branca no Oriente Médio, com grandes somas de dinheiro e de armas sofisticadas.
Os negros, os árabes, os asiáticos e os mestiços nunca foram prioridade para a política exterior dos Estados Unidos, mais que nunca assemelhada à eugenia tão proclamada nesse país no início do Século XX.
Não é a toa que querem construir um muro cada vez maior entre os Estados Unidos e o latino México. Em relação ao vizinho do norte, o branco Canadá, não há essa intenção.
Não é a toa que mantêm laços militares com os países brancos europeus, Canadá, Austrália e outros.
Mas como força imperial que é, a mudança dos Estados Unidos não virá de fora, do confronto armado, mas de dentro, através de sua população que preza pela miscigenação, que admira a diversidade étnica, religiosa e cultural. Ninguém sabe quando isso acontecerá e se realmente ocorrerá.
O mundo torce para que a miscigenação e multidiversidade cultural existente nos Estados Unidos possam influenciar a política exterior estadunidense, hoje, como sempre, segregacionista e racista. A supremacia branca da Ku Klux Klan persiste, mas na política exterior. Ou estou equivocado?