O Brasil vive um momento único, com condições de se tornar uma das grandes potências energéticas e econômicas do planeta.
Infelizmente, o crescimento não se dá sem ataques diretos e indiretos de países imperialistas, inclusive aliados.
O Brasil importa mais à China e à Rússia como um importante aliado e fornecedor de matéria prima e alimentos. Para tanto, o fortalecimento militar do Brasil se torna imprescindível e eles são, hoje, aliados não aproveitados. Contudo, o seu desenvolvimento tecnológico (do Brasil) lhes é indiferente.
De outro lado temos Reino Unido e Estados Unidos, onde o crescimento do Brasil não lhes é benéfico, seja, como economia e produtor de alimentos e matéria prima, seja militar e tecnologicamente. O Brasil é visto como concorrente e o seu potencial de crescimento incomoda, como sempre incomodou.
A participação do Brasil no BRICS também incomoda os Estados Unidos e não é difícil imaginar que o Brasil já esteja sob ataque velado, não militar. Ações contra a economia (vide o preço crescente do dólar) e empresas de ponta brasileiras, incitações a protestos, divisão interna da sociedade. Essas são algumas medidas possíveis de já estarem ocorrendo, mas não as únicas.
Os BRICS são um importante bloco político que se pretende transformar em econômico e possivelmente até militar que incomoda o poderio imperialista dos Estados Unidos.
De outro lado temos três grandes blocos.
Um deles é dos países aliados aos Estados Unidos. Dentre eles temos potências econômicas que já estão sendo alvo de ações de desestruturação econômica, visando os EUA abocanhar fatia da economia desses países. Dentre eles estão Reino Unido, França, Alemanha, Japão e Coreia do Sul. Há também países menos importantes na esfera econômica que se tornam importantes aliados estratégicos, como Canadá, Austrália, Israel e Filipinas.
Há o bloco de países anti imperialistas mais ativos, como Irã, Coreia do Norte, Venezuela, Afeganistão e Nicarágua. Um bloco mais moderado, como Cuba, Índia, Bolivia e Argélia.
Outro bloco é formado por países até então aliados aos EUA, mas que perceberam os riscos que correm e já adotam posições de proximidade com outros blocos de países. Dentre eles estão Turquia, Arabia Saudita, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Indonésia, Malásia e Vietnã, dentre tantos outros.
Obviamente, os países não são estáticos e mudam gradativamente de posições, a depender do interesse nacional.
E é no bloco países não aliados aos Estados Unidos que o Brasil tem maior receptividade e possibilidade de celebrar importantes parcerias, inclusive militar e de inteligência, visando aprimorar seus serviços internos de inteligência, espionagem e contra inteligência.
Hoje, o Brasil é um país sem produção bélica significativa, com Forças Armadas sucateadas e extremamente vulnerável a ações de interferência estrangeira.
Há grandes chances de nos tornarmos a terceira ou quarta maior potência econômica do globo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Não podemos deixar de aproveitar as oportunidades.
O estrategista ímpar Celso Amorim já incluiu a Indonésia aos BRICS. Mas serão os próximos passos, graduais, como é típico do Brasil, os mais importantes.