Afinal, o Estado é vilão ou vítima?
Em um Estado Democrático de Direito, o Estado cumpre um papel previsto na Constituição Federal e no arcabouço legal, não sendo vilão, como atualmente prega a extrema direita, nem vítima.
O Estado cobra tributo, sim, mas o emprega em políticas públicas, muitas delas voltadas à saúde, educação e segurança pública. Outra parte vai para obras, seja com fins eleitoreiros ou não. Tudo com previsão legal.
A questão é que, hoje, tenta-se fazer um desmonte do Estado-Nação. Terceiriza-se quase tudo, tornando a regra do concurso público, de amplo acesso à população, letra morta, privilegiando-se a contratação de conhecidos e apadrinhados. A igualdade de acesso, assegurada desde Vargas, por meio de concurso público, está em desuso, com a complacência dos tribunais.
Mas o desmonte não para aí. Ações em áreas vitais, dificultando ou privatizando parcialmente serviços, também é uma clara ação de desmonte.
A desregulação é um privilégio concedido a grupos enormes e de grande influência, como as Big Techs.
As Big Techs e o Sistema Financeiro não suportam um Estado forte. Para eles, o Estado deve ser fraco, cabendo às grandes empresas fazer a auto regulação.
Crises sociais, diminuição da classe média e aumento da pirâmide social tendem a ser regras nesses novos tempos. Nem os EUA sobreviverão a essa Era. Aliás, os EUA já sofrem com a inexistência de um sistema de saúde público e de política de moradia.
Nessa nova Era, o Estado não é o culpado, mas a sociedade se torna vítima do poder excessivo do chamado mercado. Esse, sim, é o culpado! Só o defende os sem noção e os que têm interesse nisso - ganhando muito dinheiro com a morte por asfixia dos Estados-Nação.